Base da Shield, localização confidencial.

5:22 PM

A sala estava repleta de olhares cautelosos. Todos ali esperavam alguma reação, mas nenhum sequer se opôs a proposta. Mesmo que parecesse péssima a olhos racionais, todos duvidavam da possibilidade de confiar na razão para lidar com a situação. E era esse ponto que Steve temia chegar.

“Há a imensa possibilidade de serem traidores, Coulson.” Ele olha para toda a sala, esperando encontrar ali alguém com a consciência sã. “O que vamos esperar de pessoas com poderes?”

"Por isso a seleção.” Natasha se pronuncia, esperando entendimento da parte do Capitão. “Não estamos em posição de reclamar. Tudo o que podemos fazer para evitar essa situação foi feito. Inclusive pessoas de bem foram mortas.”

“Não justifica a decisão de colocar tudo nas mãos de pessoas despreparadas.” O loiro tentava ver algo de positivo na ideia, mas sua mente estava inclinada para a série de fatores que o levaria a considerar tudo aquilo uma loucura.

Nesse momento, um moreno adentra a sala. Ele trajava suas usuais roupas pretas, e exibia uma expressão desgostosa. Não havia sequer sinais de cansaço em sua face, o que era de se esperar de alguém aposentado.

“Bélgica, Rússia, Alemanha, Japão, Canadá…” Ele olha ao redor, e trava seu olhar em Steve, que escutava cada palavra dita como uma facada em seu peito. “Não acho que devo continuar. A verdade das palavras já basta para provar a situação precária em que nos encontramos. Sei que imaginam aonde há a necessidade de reabrir a Iniciativa Vingadores, mas eu sei que cada um de vocês enxerga ao seu modo o que está acontecendo aqui. Não estamos lidando com a Hidra. Há algo muito maior escondido por todo o planeta, como uma doença que vai causar nossa destruição. Por isso a precisão de novos heróis guiados por aqueles que eu confio.”

“O mundo nos odeia.” A voz de Banner chama a atenção de todos, e um silêncio constrangedor se forma ali. “Criamos nossa própria destruição. Não seremos os mocinhos.”

“Mas eu tenho certeza de que cada um tem um motivo bom o bastante para lutar contra todo o planeta.” As palavras verdadeiras de Fury penetrara na mente de todos.

••▽••

Os passos ecoavam pelo corredor a medida que se aproximavam da porta. As luzes teimavam e falhar, mas se mantinham firmes quando a mão tocou a maçaneta. Lentamente, ela foi rotacionada a fim de abrir a porta, revelando o grande banco de dados. As estantes estavam enfileiradas de forma organizada, facilitando assim o trabalho. O homem caminhou diretamente até a letra ‘A’, tocando o arquivo que procurava. Com um movimento cauteloso, ele abre a pasta e lê as palavras com dificuldade.

Amigos ou inimigos?

“Treze mortes marcam o fim da carreira dos Vingadores. Grupo não se manifesta e tem sua iniciativa barrada pelo governo. “São monstros!” é o que afirma mulher de taxista morto após ser atingido por destroços da bomba alimentada pelo reator Arc, também responsável por gerar a energia da Torre dos Vingadores.”

“Eles escrevem o que querem.” a voz feminina preenche o local, e Steve vira seu corpo para encarar a ruiva. “Sabe que a culpa não foi nossa.”

“Mas a tecnologia é. Pagamos nossa própria ruína.” ele se detém na foto da destruição causada pela bomba. “Não sei se posso fazer isso, Natasha. Existem limites para tudo isso, limites que preciso respeitar. Eu não vou ter mais o sangue de ninguém em minhas mãos.”

“Não tenha.” ela então toca seu braço, e o encara nos olhos. “Não é exatamente por isso que aceitamos nos tornar um Vingador. Steve, vamos salvar essas pessoas. Vamos dar um rastro de esperança. Eu não vou cair sem lutar. Isso significa existir, e um soldado nunca desiste.”

Steve a encara, ponderando a situação, para só então perceber a verdade contida naquelas palavras. Aliás não era isso que era? Um soldado? Um Vingador?