Blame The Crown — Interativa! escrita por Biiah Arc


Capítulo 7
Capítulo 5 ou Selecionadas - a saga: O Sorteio


Notas iniciais do capítulo

Hey babies! Minhas lindinhas, que saudade! Eu ando em uma época de baixa na criatividade. Depois de criar todo o esqueleto da fic, ou seja, um resuminho de cada capítulo, eu fiquei meio que boiando no bloqueio, sabe? Mas acho que esse capítulo ficou tão nindo! Eu sei que eu demorei, e sei que não respondi todos os comentário atrasados. Vou fazer isso logo, juro! Aproveitem esse capítulo e fiquem de olho nas MPs de vocês que logo o ranking vai ser divulgado. Já sabem, se virem algum erro, avisem! Boa leitura!



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5 minutos.

Uma voz se sobressaiu no burburinho. O Estúdio nunca havia estado tão agitado, ainda mais com tanto a fazer. Shannon, uma garota baixinha corria entre os integrantes da família real retocando pó, blush e tudo aquilo que ela poderia retocar para que eles parecessem perfeitos.  Logo depois, correu até Lord Molesley e retocou um pouco de pó.

1 minuto.

A mesma voz soou por cima de todos, fazendo cada um ali correr para seus lugares. Câmeras, assistentes, Dustin, o cabelereiro, Shannon, a maquiadora, e Prisy, a faz tudo real, que foi a última a sair do cenário antes de largar um copo com água ao lado do rei. Sentados à frente estavam o Rei, no meio, a Rainha, do seu lado esquerdo, e Henry, do lado direito. Atrás das cadeiras imponentes douradas, estavam, em cadeiras igualmente douradas, mas menos grandiosas, Bianca, atrás de Henry, em seu lado estava Albert, ao lado dele Rose e por último, Sebastian.

3... 2...

— Boa noite, Senhoras e Senhores! – Walter Molesley, o apresentador do Jornal Oficial Britânico, ou mais conhecido como O British, começou a falar. — Está é mais uma edição do nosso Jornal Oficial. Muitos devem estar particularmente ansiosos por esta noite, mas vamos manter nosso cronograma através da programação ordinário, tudo bem? – Ele sorriu e se virou para a família Real. — Majestades, Altezas, Milorde, boa noite!”

— Obrigado, Walter! – O rei sorriu abertamente.

— Alteza, princesa Bianca, seja bem-vinda de volta! – Walter sorriu – Espero que sua viagem tenha sido boa.

— Obrigada, Milorde! – A garota respondeu.

Após isso o programa decorreu normalmente. O calendário do mês foi repassado, comentários sobre s levantes separatistas e informações sobre propriedades, sobre o programa de coleta lixo renovado, sobre a lista de casos de gripe que estava estagnada e avisos de utilidade pública. Um intervalo foi chamado, apresentando não comerciais, mas propagandas do governo sobre formas de se manter protegido da gripe.

Seis urnas transparentes foram postas no meio do cenário, era possível ver que elas estavam cheias de papeis milimétricamente dobrados, e fechados. Henry encarava as urnas como se encarasse um fantasma, seus olhos estavam vidrados e ele estava inquieto, notadamente desconfortável. Bianca notando, o cutucou no ombro chamando sua atenção. Os olhos perdidos do mais novo logo correram para trás em busca da pessoa o chamando.

— Estão te filmando. – Ela sussurrou.

— Mas não estamos no ar.

— Mas isto vai para o canal virtual. – Ela ergueu a sobrancelha direita. Ela pode vê-lo engolir seco, preocupado, porém Molesley novamente chamou a atenção.

— Muito bem, senhoras e senhores, este é o momento que todos esperavam, - fez uma breve pausa — O SORTEIO!  - Caminhou até as urnas, deixando seu lugar. — Alteza, por favor! – Chamou Henry.

O garoto por um momento travou na cadeira. Suspirou encarando o pai em busca de alguma resposta, talvez até um sinal para que não fosse. Talvez o rei desistisse dessa ideia maluca, talvez Ele não tivesse que escolher sua futura noiva através de papeizinhos. Ele podia sonhar, não podia? Quando finalmente levantou da cadeira, poucos segundos depois, arrumou sua farda oficial puxando-a para baixo ao mesmo tempo que olhava para a câmera e sorria da maneira mais galante e sedutora que poderia. Parou ao lado de Walter, os dois tinham microfones presos em suas roupas.

— Alteza, como se sente?

— Um pouco nervoso, Walt. – Henry sorriu colocando as mãos nas costas.

— Tem pelo menos 600.000 nomes de garotas aqui dentro, alteza. – Walter tocou na segunda urna a sua frente.

— Assim você não está ajudando, Walt. – Riu nervoso e encarou a família em suas costas.

— Sempre divertido, Vossa Alteza! – Ele riu junto. – Podemos começar?

Henry apenas confirmou balançando a cabeça duas vezes para cima e para baixo. Ele se aproximou da primeira urna retirando um papel de dentro e abriu...

***

Olívia Marie Potter - 17 anos - Cotswolds, Inglaterra

"Viva hoje, lute amanhã"

A luz da televisão brilhava iluminando os rostos sentados ordenadamente perto da tela. Após o jantar, ela e os dois pais sentava religiosamente todas as quintas a noite para assistir O British. O pai colocava os irmãos mais novas para dormir, a mãe arrumava a cozinha e ela lavava a louça, então os três sentavam no sofá para assistir o jornal as oito e meia da noite, para se retirarem logo após.

Está noite, porém, seria diferente. Marietta, sua mãe, estava um pouco ansiosa demais para o jornal, mal conseguia se concentrar no que estava fazendo. Assim, Liv precisou cuidar tanto da louça como da cozinha naquela noite. A mãe também foi a primeira a sentar no sofá para esperar o jornal.

Logo Kevin e Olívia sentaram próximos para acompanhar também. A cada bloco de informações a mulher mais velha parecia que prestava menos atenção no que era dito por Molesley e mais no relógio do aparelho eletrônico embaixo da teve, que piscava a cada cinco minutos indicando o tempo que havia passado. O marido até tentou acalmar a mulher, mas ela apenas segurou a mãe dele e colocou a mão livre em frente ao rosto mordendo o nó dos dedos.

Olívia não sabia se ficava com raiva ou com pena. Qualquer um desses viria acompanhado de frustração. Ela não poderia nem imaginar quais seriam as barbaridades que sua mãe diria para ela ao saber que a garota não seria escolhida. Por que ela tinha essa certeza, de que não seria selecionada. E ver sua mãe assim, nervosa e ansiosa pela resposta mexia com uma porção de sentimentos distintos dentro dela. Ela queria xingar a mãe por criar tanta expectativa sobre aquilo, que acabaria frustrando as duas. Mas também conseguia sentir pena da mãe por ficar nervosa, por realmente acreditar que era possível um resultado diferente do que ela já sabia, porque ela sabia.

Quando o primeiro nome saiu, Olívia abaixou os olhos não querendo ver a foto da garota, muito menos a expressão de sua mãe. Ela só pode ouvir Marietta reclamar que era uma garota muito branca.

— Essa garota é bochechuda. – Marietta disse ao ver a próxima foto. Olívia já não conseguia mais distinguir quem falava o que, as vozes de Walter, sua mãe e seu pai se embaralharam em sua cabeça. Nomes, adjetivos e exclamações cada vez mais altas.

“Elise”, “Louise”, “Maya”, “alta demais”, “verdadeiramente feia. ”, “gordinha”, “Querida! ”, ” Não diga isso, Mari”, “Você está exagerando. ”  Olívia apertava os olhos cada vez mais forte, tentava não ouvir, não queria ouvir.

E então o silêncio.

Ela ergueu a cabeça, encarando primeiro os pais. Sua mãe sorria vitoriosa para a televisão enquanto seu pai a encarava de volta. Olhou para a tela a sua frente onde teve um rápido vislumbre de sua foto com sorriso grande e logo o príncipe apareceu novamente na tela. Eles não prestaram mais atenção alguma ao jornal.

— Eu sabia! Sabia que você seria escolhida. – A mãe apertou as bochechas da garota dando um beijo de cada lado.

— Sabia? Você parecia mais nervosa do que quando ela nasceu. – O pai riu tocando as costas da mulher. Essa frase chamou toda a atenção de Olívia.

— Isso não vem ao caso! – Disse fazendo a mulher sorrir.

— Não, pai. Conta mais, por favor?! – A garota observou o mais velho.

— Por que está tão interessada, Olívia? – A mãe cortou a conversa.

— Vocês quase nunca falam disso. – Respondeu irritadiça.

Marietta ignorou a resposta ao ouvir o telefone tocar.

— Escute, já estão ligando para dar os parabéns! – Sorriu como se a selecionada fosse ela.

— Não, por favor, não atenda! – Segurou o braço da mãe.

— Tem razão, essa é uma noite da família. – Marietta sorriu e correu até a cozinha.

“Família, claro! ” Pensou Olívia remoendo as falas da mãe.

— Hey, eu te conto mais tarde. – O pai chegou mais perto dela, batendo ombro com ombro.

— Você estava lá? – Ela arregalou os olhos.

— Claro, por que eu não estaria? – Cruzou os braços inquisitivo.

— Eu achei que apenas as mães... – Ela mesma pausou sua fala.

 — Os pais são permitidos no parto também! – Ergueu a sobrancelha direita como a garota, sorrindo.

Vendo o sorriso do pai, seus olhos se encheram de água, e para a surpresa do homem, ela se jogou nos braços dele, abraçando-o forte. Ele retribuiu, apertando seus braços em volto dos ombros dela, envolvendo-a e afagando seus cabelos.

— Hey pimentinha, o que houve? – Beijou o top da cabeça da filha.

— Nada! – A voz saiu abafada por estar com o rosto escondido no peito dele.

— Filha, o que foi? – Ele afastou o rosto tentando vê-la, mas ela não se afastou dele, apertando mais os braços nele.

— Vou sentir falta disso! – Ela deixou as primeiras lágrimas escaparem na camisa de botões dele.

Os dois continuaram abraçados por mais um tempo. Olívia sabia ele não era seu pai biológico, e cada vez que pensava em confrontar a mãe, os olhos de Kevin vinham em sua mente, ela não poderia fazer aquilo com ele. Ele podia não ser seu sangue, mas era seu pai.

***

Victoria Anne-Marie Whitmore - 20 anoas - Sawnsea, Gales

"Garotas bonitas não choram."

— Isso me parece promissor. – A mulher mais velha, Grace, segurava uma xícara de chá oferecida pela empregada. Victoria apenas ouvia a mãe enquanto mexia sua colher dentro do chá. — Até agora nenhuma dessas garotas é páreo para você querida, sei que pode vence-las. – Sorveu um pouco de chá.

— Obrigada, mamãe! – Vicky bebericou sua xícara intercalando seus olhos entre a mãe e a tela gigantesca presa a parede. As vezes dava pequenas olhados no pai que parecia absorto em seu telefone discutindo com alguém.

— Por favor, Charles! Largue este aparelho agora mesmo, é do futuro da sua filha que estamos falando. – Grace ralhou com o homem que dava passos parecendo uma barata tonta no meio da sala. Caminhava para todos os lados as vezes até gritando.

— Como pode? O nome dela nem saiu da urna? – Ele comentou sem olhar para a mulher. Após perceber o que havia dito ele encarou a filha com pesar. Sabia o quanto aquilo era importante, ou ao menos acreditava que era, não tinha parado para ouvir muito sobre os devaneios das duas em relação a seleção ainda. Ele pode ver tristeza passar pelos olhos da filha brevemente, mas ela se recuperou esticando os lábios rapidamente e bebendo mais do seu chá.

Grace mantinha nos olhos uma fúria sem igual. Ela parecia pegar fogo, poderia apostar que as orelhas dela, parcialmente escondidas pelo belo cabelo loiro escovado, estavam ficando vermelhas. Quando a mulher indicou um lugar vago no sofá ao seu lado ele rapidamente correu até lá. — Nos falamos no gabinete amanhã Raul. – Desligou.

Não que Charles não fosse mais um daqueles pais ausentes cheio de dinheiro, ele era, mas por uma boa causa. Charles era secretário geral do gabinete do prefeito de Sawnsea. Respondia apenas ao próprio e ao vice, e com cada vez mais problemas relacionados aos levantes separatistas, todas as províncias de Gales estavam trabalhando arduamente para que o vírus da rebelião não se espalhasse em solo galês.

Quando todos voltaram seus olhos para a teve, Henry tirava mais um papelzinho dobrado em três. Ele parecia cansado, mas decidido, pelo menos. Ele abriu o papel, leu e depois mostrou para a câmera na sua frente. Logo a tela mudou e a foto de Victoria apareceu ao lado de sua ficha contendo nome, idade e província.

Todos ficaram em silêncio, sem o que dizer, chocados, estáticos talvez pela primeira vez na vida. A jovem tinha um sorriso verdadeiro, mas vitoriosa, como se estivesse satisfeita consigo. Grace parecia renovada, era como se sua foto estivesse estampada na tela, tamanha a felicidade. Ela brilhava de contente pela filha. Charles sorriu orgulhoso, dava graças a deus que a foto da menina estava ali, caso contrário não sabia se poderia lidar com uma Victoria furiosa e uma Grace frustrada, era um verdadeiro alívio.

— Oh, querido, rápido, toque a sineta! – Grace apontou para uma a parede oposta ao sofá. — Estou tão orgulhosa de você querida! – Abraçou Vicky dando um beijo eu sua bochecha.

— Obrigada, mamãe! – A loira não cabia em si de tão feliz.

—Muito bem, muito bem, querida! Parabéns! – Grace sorriu vendo a empregada entrar.

— Champanhe, Tabita! – Charles pediu se aproximando das duas. — Parabéns minha filha! – Abraçou Victoria.

— Obrigada, papai! – Ela sorriu.

— Me desculpe pelo que eu disse. – Ele a encarou olhando nos olhos.

—Aquilo? Não foi nada! Eu já sabia que seria selecionada, o senhor deveria saber também. Algum momento duvidou de mim? – Ela sorriu presunçosa.

— Vicky, bonequinha, isso foi um sorteio. – Ele passou a mão pelo cabelo loiro da filha.

— Claro, mas todas as selecionadas já são pré-escolhidas, o senhor não sabia? – Ela tinha um ar de soberba nos olhos. 

— Você mereceu! – Respondeu simplesmente desistindo. “Há males que vem para o bem. ” Pensou.

A empregada entrou na sala com uma bandeja com taças de cristal que brilhavam, e uma champanhe no gelo. Charles se aproximou, pegou uma taça e entregou para a esposa, a outra ele entregou para a filha. Os três brindaram enquanto Tabita deixava a bandeja reluzente na mesinha ao lado do sofá.

— A sua conquista! – O pai ergueu a taça.

— A futura rainha! – Grace o acompanhou.

— Ao príncipe! – A garota sorriu sapeca e bebeu um gole.

Os três ficaram bebendo por mais alguns minutos, quando Victoria pegou a mão da mãe e correu com ela para o andar de cima para escolher vestidos.

— Eu preciso levar apenas os melhore, mamãe. – A garota disse.

— Mas, querida, você vai ganhar vestidos lindos do príncipe. – Grace sorriu acompanhando-a.

— Preciso me garantir, ter certeza de que vou estar da melhor forma possível! – Ela abriu a porta do quarto caminhando para o closet.

— Você sempre está impecável, minha filha. Eu sei que você vai ganhar isso. – Grace segurou as mãos da filha puxando-a para a cama. — Se alguém pode ganhar essa seleção, esse pessoa é você, Victoria Anne-Marie. – Beijou a bochecha da garota.

— Mas se por ventura, algo der errado, e o príncipe não perceber a pessoa fantástica e maravilhosa que você é, e deixa-la escapar, não se preocupe. Porque seu pai vai estar aqui, querida, esperando você. – Charles disse da porta.

Victoria sorriu para os dois verdadeiramente.

***

Alyna Wendy Crounfond - 17 anos - Wight, Marítimas

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade." 

— Tem certeza que não quer assistir? – Lysander perguntou pela terceira vez.

— Tenho pai, eu só quero ficar aqui, quietinha. – Ela disse passando a mão por seu livro.

— Você contou a sua mãe que se inscreveu? – Ele indagou preocupado.

— Eu deixei no ar. – Ela riu sapeca.

— Alyna, sua mãe vai ficar uma fera quando descobrir isso pelos outros. – Passou a mão esquerda sobre os fios dos cabelos.

— Com tanto que eu não seja sorteada hoje, ela nunca vai saber.

— Com a sua sorte minha filha, você vai ser uma das primeiras sorteadas.

— Querido, está começando! - A voz da esposa ecoou pela casa.

— Melhor eu ir! – Beijou a testa da garota antes de levantar da cama dela e caminhar lentamente até o sofá da sala.

Lyna pegou seu livro para voltar a ler, era uma edição já surrada de “ Quem é você, Alasca? ”. Com a lombada quebrada de tanto ser forçado e aberto. Provavelmente ela já tinha lido aquele livro umas 8 vezes. Mas por algum motivo que ela não compreendia, não conseguia voltar a ler, não conseguia se concentrar. Já tinha lido a mesma frase 4 vezes e quando se pegou relendo-a pela quinta vez, fechou-o irritada. Passou a encarar o teto esperando que algo mudasse, que alguma coisa acontecesse, um sinal talvez. Ela tinha feito a coisa certa? O que Josh diria disso? Ele teria ficado bravo? Bom, se ele estivesse ali ela certamente não teria se inscrito, mas ainda assim, o pensamento de fazer algo que pudesse ferir os sentimentos dele a perturbou, como uma dorzinha fina e continua na consciência.  O simples pensamento de que estava trocando-o traindo-o a machucava, fazia seus olhos arderem. Sua mãe tinha razão, ela precisava seguir em frente, tomar um rumo em sua vida, mas se não a seleção, então como? Ela se sentia tão perdida e sozinha.

— Porque não me disse? – A voz da mãe, Eva, cortou sua linha de raciociníio, assustando-a.

— O quê? – A garota sentou na cama.

— Você se inscreveu na seleção, porque não me disse?! – Eva a olhava acusadora, com os olhos transbordando.

— Você foi selecionada, Aly! – Mariah sorriu e correu até a irmã.

— Mas como? – Ela encarava os pais na porta.

— Porque você tinha tantas chances quanto qualquer outra garota. – Sua mãe sorriu caminhando até a cama. — Porque não me contou? – Passou a mão sobre os cabelos da filha.

— Eu não sei! – Abraçou seus joelhos encarando a mais velha.

— Quer dizer que a Lyna é uma princesa agora? – Marcus perguntou pulando na cama.

—Não, quer dizer que a Lyna vai viajar por um tempo, vai visitar um castelo, de verdade! – O pai segredou pegando o filho pelos braços e o colocando no chão.

— Você é tão sortuda, Aly! – A abraçou apertado. Já haviam conversado sobre a seleção, escondidas, tarde da noite enquanto comiam uma barra de chocolate. Mariah queria poder se inscrever, mas só faria 16 anos dois meses depois do começo da seleção.

Alyna encarou o pai que sorria para ela conspiratório, como se dissesse “eu te avisei” apenas com o olhar. Aquilo arrepiou a garota, que encarou uma foto de Josh na bancada em frente a cama, Ele sorria para ela.  Talvez ela devesse mesmo aproveitar a chance, este era o sinal, ela ia mudar sua vida, seguir em frente.

Sorrindo, Lyna abraçou Mariah. – Você me ajuda com a mala?

***

Ravenna Alexandra McQueen - 18 anos - Rhyl, Gales

"Seja forte, a vida exige isso de você." 

— Assim que chegarmos em casa, entre para o banho, vou fazer o jantar e comeremos assistindo o British, tudo bem? – Jocellyn perguntou encarando a garota. As duas estavam sentadas em um banco no fundo do ônibus.

— Sim, mãe! – Ravenna sorriu para a mãe, tirando os olhos de seu aparelho celular. Assitia a um vídeo de uma de suas alunas, Blair, na aula de hoje.

Apesar de achar que Raven deveria se focar mais em seu aprendizado, Jocellyn concordou que a filha desse as aulas de balett para estar sempre em contato com a dança. Ela mesma tinha optado por esse caminho.

— Ela está progredindo bem, mas você já dava piruetas na idade dela. – Comentou observando a menininha de 7 anos no vídeo.

Raven apenas sorriu para a mãe, já havia parado de discutir sobre suas alunas com ela. A mais velha depositou um beijo na testa da filha e a chamou para descer. Saíram do veículo e caminharam mais alguns metros até um sobrado bem localizado, 5 quadras afastadas da rua principal.

Chegando em casa a garota rapidamente largou a bolsa transversal no quarto e correu para o banho. Em 10 minutos as duas já estavam sentadas em frente à teve com tigelas de sopa de ervilha e pãezinhos.

Nada fora do normal, apenas as notícias de sempre, que estava lucrando com a colheita ou com tal acordo comercial, quem estava morrendo de gripe e quem estava se levantando para brigar. Na da que importasse para as duas. Até que Henry ocupou todo o espaço da tela, sorteando nomes e mais nomes, parecia mais um jogo de bingo. De certo modo, era assim que Raven via a cena, conseguia imaginar milhares de mães espalhadas por todo o reino esperando para gritar o nome de seus bilhetes premiados.

Ela já havia acabado seu prato e levava-o junto do de sua mãe para a cozinha quando ouviu um grito, largou tudo sobre a pia e correu até a sala.

— O que houve? – Parou ofegante perto do sofá.

— É você, é você! Querida, você foi selecionada! – A mulher gritava e sorria praticamente pulando no lugar.

Raven parou em frente a tela vendo sua foto em destaque seguida de seu nome, mal pode acreditar, ela nem lembrava de ter tirado aquela foto. OH, SIM! A foto que ficava na parede da sala de aula da mãe. Isso significava apenas uma coisa.

— A senhora realmente me inscreveu? – Raven sentou no sofá buscando amparo para suas pernas tremendo.

— É claro que sim, você disse que não se importava. Melhor não se importar dentro, do que fora! – Sorriu extasiada. Sua filha teria um destino diferente, afinal!

— Mamãe, eu não posso ir, e as aulas?! – A garota apenas encarava o chão atônita.

— Aulas? Você está pensando em um bando de criancinhas mimadas que mal sabem fazer um quatrieme devant? – A mulher sentou no sofá bufando.

— Elas são minhas alunas! – Ficou brava, com as mãos em punho. Odiava que a mãe menosprezasse as suas garotinhas.

— Margerethe pode encontrar outra garota para substituir você. – Deu tapinhas leves nas costas da garota. — Não se preocupe com isso, querida, você deve focar seus olhos no prêmio agora.

— Que prêmio? – Buscou uma resposta no sorriso da mãe.

— Se apaixonar pelo príncipe, casar com ele, viver uma vida de rainha. Ter tudo aquilo que você merece, minha querida! – Abraçou a filha sorridente. As duas foram interrompidas pelo telefone tocando.

Jocellyn correu para verificar o número no visor do aparelho. Sorrindo atendeu. — Pois não? – Silêncio. – Oh, Daniel! Como vai? – Sorriu mais do que sua boca podia aguentar. — Sim, é claro! Sinto muito, mas Ravenna não vai poder atende-lo ela está no móvel com uma amiga. Sim é claro, eu direi a ela. Boa noite! – Encerrou a chamada.

— Era o papai? – Perguntou recebendo um aceno como resposta. — Porque não me deixou falar com ele?

— Porque é muito fácil procurar as pessoas quando elas têm algo que nos possa interessar. Seu pai nunca ligou para você em todos esses anos, desde que se mudou para viver com Felicity. Não vai ser agora que você vai abrir os braços e perdoa-lo por nos abandonar.

— Mas eu estou com saudades! – Raven sussurrou.

— Você fala com ele amanhã. – Chegou perto da filha. — Agora venha. Sei que você não deveria comer porcarias, para ainda entrar no seu collant, mas acho que vou abrir minha caixa especial de chocolates esta noite. – Sorriu travessa puxando a filha pela mão até a cozinha.

*** 

Aley Hamilton Kingston - 17 anos - Lennox, Scotia 

"Seja você mesmo, a vida é curta de mais para ser outra pessoa."

Knock Knock, o barulho se espalhou pelo quarto chamando a atenção da garota. Aley olhou para a porta vendo o tio escorado nela. Sentou-se rapidamente na cama tirando os fones.

— Eu já falei com sua mãe, ela disse que Joseph não tinha notado sua ausência ainda. – Christopher falou caminhando até a cama.

— Às vezes eu queria que ele esquecesse que eu existo. – Ela brincava com o fone de ouvido.

— Não fale assim, Aly. – Chris colocou a mão por sobre a dela.

— Ele me odeia, tio. Seu irmão me odeia, meu pai me odeia. – A garota encarou o home nos olhos, mostrando como estavam cheios de água.

— Ele não odeia você! – Abraçou a menina.

— Como você sabe? Ele não fala direito comigo, e quando fala é apenas para reclamar de qualquer coisa que eu faça. – Fungou.

Chris passava a mão pelo cabelo platinado da garota, fazendo carinho nela.

— Por que você fugiu dessa vez? – Ele perguntou ainda acarinhando a sobrinha.

— Ele queria me levar para a igreja, de novo. Parece que o demônio baixou em mim mais uma vez. – Ela deu de ombros irritada.

— Bom, deixe-o acreditar nisso. Talvez ele tema este desta vez. – Riu tentando descontrair.

— Acho que não! – Se afastou dele.

— Você precisa parar de fugir, Aly. Sabe que é bem-vinda aqui, eu e a Mary adoraríamos que você viesse morar conosco, mas eles precisam aceitar.

— Ou eu preciso fazer 18 anos. – Sugeriu.

— Ainda falta um tempo, você sabe. – Deu um soquinho no ombro dela.

Ela revirou os olhos, mas sorriu em resposta. — Promete que não vai deixar ele me pegar dessa vez? – Suplicou.

— Eu prometo, pirralha. – Christopher ergueu o queixo dela com o polegar.

 Os dois ficaram em silêncio apenas sorrindo. — Eu me inscrevi. – Segredou ao tio.

— Para a academia de literatura? – Sorriu abertamente animado.

— Para a seleção! – Ela mordeu o lábio inferior esperando a reação dele.

— Isso é sério? – Ele riu divertido.

— Sim! – Ela apertou os olhos começando a ficar brava.

— Existe mesmo uma romântica dentro de você, pirralhinha! – Chris sorriu abraçando-a.

— Isso está no sangue, sabe como é, meu tio é escritor. – Riu ao receber cócegas dele. Chris a abraçou dando um beijo no topo da cabeça dela. — Por que você não pode ser o meu pai?

Um silêncio se instalou, seguindo o questionamento da menina.

 Christopher a encarou por alguns segundos, o pensamento correndo rápido por sua mente, não sabia ao certo o que fazer. — Aly, querida...

— O que? – Ela perguntou vendo que ele não continuaria.

— Eu... – Ele se calou encarando-a, com um sorriso no rosto. A menina não conseguia organizar seus pensamentos corretamente. O tio segurou seu rosto com uma mãe em cada lado sorrindo, e ao perceber onde ele queria chegar, seus olhos se tornaram lacrimosos.

— ALY, CHRIS! – Mary-Kate veio correndo da sala até o quarto que tinham feito para Aley. Ao ver os dois rindo e chorando, estancou na porta. Ela sabia, Aly sabia! Não queria estragar o momento, não queria interromper aquilo que Chris sonhava a tanto tempo, mas...

— Querida! – Christopher limpava as lágrimas com as costas da mão direita.

— Oh, Aly! – Mary abraçou a menina beijando seu rosto por todos os lugares.

— Você também é minha mãe? – Perguntou risonha, recebendo uma negação penosa.

— Não, meu amor, mas te amo como se você fosse minha filha! – Colocou uma mecha do cabelo loiro da garota atrás da orelha.

— O que houve, querida, você apareceu aqui gritando! – Chris fez um carinho nas costas da mulher, ainda com a voz chorosa.

— Ela foi selecionada, a Aly foi selecionada! – Sorriu limpando as lágrimas da menina.

 ***

— Muito bem, senhoras e senhores, nosso jornal infelizmente chegou ao fim. Para mais informações sobre as notícias assistidas hoje, acesse o The Monarch em seu endereço virtual. Para as sortudas de hoje à noite, meus humildes parabéns, alguém da equipe de preparo estará entrando em contato dentro de 24 horas. Não percam mais informações sobre a seleção na página oficial do British pela internet. – Molesley sorriu para a câmera. — Majestades, Altezas, Milorde, espectadores... Boa-noite!

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei. Eu disse que ia diminuir o tamanho dos capítulos, mas falar sobre o ponto de vista de cinco pessoas completamente novas na história é difícil, ainda mais limitando tando o número de palavras. Me desculpem aquelas que ficaram muito curtinhas, eu não tinha mais ideia do que escrever. Sorry! (imaginem isso na voz do JB, se for fazer vocês me perdoarem, kkkk.) Já comecei a escrever o próximo, que será sobre selecionadas também, mas só vou postar depois que responder todos os comentários atrasados... Vai demorar! kkkkk. Eu li que algumas de vocês estão tendo ideias de desafios, então por favor me mandem. Eu já escrevi uns 15 desafios, mas preciso de mais. Talvez eu use os de vocês, então me enviem. O que acham de eu fazer um trailer da fic? Que tal eu parar por aqui? É melhor! Saudades, xoxo

p.s.: Gostaram das suas selecionadas? Sejam sinceras!