Blame The Crown — Interativa! escrita por Biiah Arc


Capítulo 8
Capítulo 6 ou Selecionadas - a saga: Dizer adeus é preciso!


Notas iniciais do capítulo

Hey minhas princesas, futuras rainhas, lindas e maravilhosas?
Quem estava com saudades? Eu sei, eu sei, eu demorei, foram semanas horríveis, não? Eu fui uma péssima autora, faltando com nosso compromisso, ainda mais que você comentaram tanto nos outros capítulos e não pode nem terminar de responder. Mas eu tenho motivo gente, eu juro!

Primeiro de tudo eu gostaria de agradecer muito a todas você por acompanharem a fic e por comentarem, NÓS PASSAMOS DOS 100 COMENTÁRIOS!Isso é muito lindo! E também muito especial para mim, eu tinha um certo receio com essa fic, e só de saber que você já gostam tanto do Henry, e do Bash... Da vontade de enviar um de cada, para cada uma de vocês pelo correio com uma fita de cetim verde, porque verde é tudo. kkkkk Eu não vou incomodar, prometo me explicar nas notas finais.

Queria agradecer também a Srta. Brave e a Kitty pelas recomendações mais lindas que eu já recebi nessa vida de autora, e também agradecer a Miri e a Brave novamente, por de alguma forma terem entrado em contato. kkkkkkk, suas lindas. E também queria dizer para a Jujuba, VAI ESCREVER, GURIA, EU QUERO MEU JOHNNY! KKKKK xoxo



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Amanda Lewis - 16 anos - Jersey, Marítimas

"Nunca apague a esperança, ela é a última que morre"

Era um belo dia de sol, digno de um verão reconfortante e divertido. A praia do Canal estava lotada, mas não era pelo motivo de sempre. A ilha de Jersey inteira estava se mobilizando para comemorar a partida de sua selecionada, a pequena Amanda. Cada canto da ilha tinha uma atração especial que deveria ser visitada pela família Lewis. De manhã cedo, o Prefeito, Theonor Ribbons, o Lorde chefe do Pariato de Jersey, Michael Tyne, (um representante do rei nos condados e distritos), e sua filha, Mariana Ribbons, uma garotinha de 10 anos. Juntamente com eles, Amanda, o pai, Parker, e a madrasta, Hatter, visitaram os quatro cantos da ilha participando de todas as comemorações. Foram a prefeitura para o discurso do prefeito, partiram depois para a rua principal onde teve um desfile da filarmônica tocando músicas animadas, na praia do freirinha (pássaro típico), a escola de Amanda fez uma apresentação de dança. Visitaram o mercado de peixe, onde almoçaram um ensopado de peixe na banca do seu Antenor, a mais famosa banca para almoço, e partiram para a praia do Canal, onde muitos membros importantes políticos, familiares e amigos se encontravam para a partida de Amanda. Parecia mais uma verdadeira festa, onde crianças corriam por todos os lugares se divertindo. Tinha comida, música e atrações diversas. O circo da cidade fazia apresentações no meio das pessoas, deixando todos com olhos abertos e felizes.  Pessoas rodeavam Amanda dando os parabéns e conversando.

— Está preparada? – Camila perguntou a amiga.

—Para dizer a verdade, não! – Amanda respondeu e riu, arrancando uma risada da amiga.

— Parabéns, minha querida! – Dona Melina, uma senhora grande e ruiva chegou na menina — Eu disse para detinha que você estaria aqui. – Abraçou a menina.

— Obrigada, Dona Mel! – Abraçou a senhora sorrindo.

—Não deixe seu pai sem notícias, viu, querida? Mande ao menos uma carta para ele. – Melina segurou o rosto pequena da menina.

—Eu farei isso, pode deixar! – Riu

A senhora sorriu e deixou as duas conversarem.

— Você nunca esteve tão requisitada quanto hoje, não? – Camila brincou, jogando um pouco de areia para o lado com o pé.

— Isso parece até um sonho, Mila. Eu mal consigo acreditar. – Mandy sorria de orelha a orelha.

— Espere entrar naquele barco e você vai acreditar rapidinho. – Mila apontou para o grande Hebridean. Um barco que estava sendo carregado para viajar até a Ilha Maior, ou Inglaterra, já faziam dois dias. Nele ainda embarcariam as selecionadas de Wight e Scilly que eram as ilhas mais próximas do Reino. A viagem duraria no máximo quatros horas.

— Menina Amanda! – Darnell, um senhor que dava aulas de piano e morava na mesma rua que os Lewis, chegou perto das duas, interrompendo o assunto. — Meus parabéns!

— Obrigada! – Ela sorriu mais uma vez com toda a alegria que podia.

— Não se esqueça de se divertir muito, tudo bem? Maddesdon pode ser um lugar animado, mas tedioso também. – Ele deu duas batidinhas no ombro da menina e saiu.

— Tedioso? Eu vou estar cercada de garotas malucas brigando pelo mesmo príncipe que eu, e ele me diz que vai ser tedioso? – Mandy cochicha para a amiga.

— Ainda mais com todos os bailes, festas, jantares e passeios românticos a noite, de braços dados, com olhares apaixonados do lindo do Príncipe Henry Rochester. Tédio é uma palavra que não combina com essa viagem! – Mila riu.

— Você acha?

— É claro, Mandy, você vai estar no palácio de Maddesdon, como pode ficar entediada?

— Não, estou falando dos olhares apaixonados.

— Definitivamente! – Mila empurrou Mandy pelo ombro rindo.

— Amanda! – A garota ouviu o pai gritando ao longe. As duas se viraram para o local de onde a voz parecia vir, e abanaram. — Querida, já estão chamando para embarcar.

— Já?! – Ela olhou preocupada para ele.

— Sim, minha filha, você vai se atrasar. – Ele conduzia a garota meio atônita até a plataforma onde estava posicionada uma passarela de embarque para o navio. Durante o curto trajeto, Mandy e Mila trocavam olhares.

Foi tudo muito rápido, o Prefeito discursou novamente saudando o povo, parabenizando Amanda e sua família e desejando sorte a ela, pare que trouxesse alegria para sua família e ilha. Ele apertou a mão da menina e uma foto foi batida. Logo depois dele vieram Tyne, Matina, Camila e os pais, Seu pai e sua madrasta e o capitão do Hebridean. Depois das fotos, foi concedido uma última despedida para seus parentes.

— Eu vou torcer por você, tudo bem? – Mila a abraçou forte, e foi quando ela voltou a realidade.

— Por favor, me escreva! – A jovem pediu ficando assustada.

— Claro, vou pedir para seu pai incluir minhas cartas nas dele, tudo bem? – Perguntou sorrindo. Mandy apenas concordou com a cabeça.

Parker, o pai de Amanda se aproximou sorridente, mas com uma melancolia marcante no olhar.

— Você está tão crescida, minha querida! – Ele abraçou a menina e beijou seus cabelos.

— Eu estou com medo. Pai! – Abraçou forte os ombros do mais velho, agarrando-se a ele nos seus últimos minutos como uma simples garota da ilha do Canal.

— É normal estar com medo, filha! Você está dando um passo muito grande. – Ele sorriu afastando ela minimamente para encarar seus olhos.

— Eu não sei o que pensar. – Ela começou a lacrimejar.

— Não pense, querida, apenas se divirta. Você sempre foi muito boa nisso.

— E se ele não se apaixonar por mim?

— Então ele vai ser o homem mais louco de todo o reino. – Sussurrou no ouvido da menina. Ela sorriu um pouco menos assustada com tudo aquilo. – Eu te amo, pai.

— Eu te amo, querida. – Ele beijou a testa da menina se despedindo finalmente. — Sua mãe estaria tão orgulhosa de você!

Após o Pai, com suas doces palavras, veio Hatter a madrasta.  – Querida Amanda! – Ela sorriu da maneira mais convincente que pode, passou a mão pelo cabelo da menina e a abraçou. Amanda um pouco relutante também a abraçou.

— Não diga nada, apenas me escute! Não seja idiota e não faça nada para nos envergonhar. Tente ao menos conquistar o menino. – Pode sentir a mão da mulher afagando seu ombro. — E não ouse voltar cedo, trate de se manter o máximo possível, estamos recebendo a cada segundo que você sorri e bajula um deles. – Ela sussurrou para a menina, mais baixo ainda. Se afastou, encostou sua bochecha na dela e imitou o barulho de um beijo estalado, sorrindo sarcástica.

A jovem, ainda atônita acompanhou uma senhora bonita e loira para dentro da embarcação. 

***

Lyanna Duncan Lyoid - 21 anos - Tortola, Marítimas

“Desde pequena, disseram pra ela ser Amélia.
Mas ela foi… Capitu.”

A mansão dos Lyoid estava iluminada naquela noite. Carros e mais carros estacionados do lado de fora, pessoas andando pela sala de estar e pelo hall de entrada, um burburinho de vozes baixas conversando, barulho de taças e saltos sobre o assoalho. Isso definitivamente era uma festa, mais uma das típicas de Richard, o pai. Ele se encontrava perto da lareira apagada com um copo de whisky na mão e mais três colegas de trabalho conversando animadamente. Carla, a mãe de Lya, estava sentada ao sofá creme, com mais duas senhoras, sempre olhava para a filha e sorria em sinal de que estavam falando dela. O que não era novidade. De onde estava, ao lado do lindo piano preto de cauda, Lyanna podia ver e ouvir todos os convidados, e não era surpresa alguma que ela era o assunto da noite.

Vozes calmas e animadas, homens e mulheres, parentes e amigos da família, todos falavam dela.

“— Ela está tão bonita! ”

“— Não tem chances de ela perder! “

“ — Lyanna era sem dúvida a mais linda das concorrentes. “

“ — Eu já sabia que ela seria escolhida. “

As pessoas na sua roda de conversa apenas elogiavam e puxavam assunto, e por mais que ela fosse uma ótima anfitriã, já estava ficando cansada.

— Você deve estar muito satisfeita, não é, querida? – Uma senhora com cerca de 50 anos perguntou antes de dar um gole em seu drink.

— Digamos apenas que estou radiante com a oportunidade. – Ela sorriu.

— Por favor, Anna, nós sabemos que você, dentre todas elas, é a que mais tem chances de encantar o príncipe. Você já é encantadora. – Uma outra moça, um pouco mais nova que a primeira, de cabelos castanhos, sorriu tocando o cotovelo dela.

— Todas elas terão chances, eu talvez só seja mais apta a fazê-lo. – Inclinou levemente a cabeça e piscou os dois olhos, como se indicasse algo.

— Seu pai tinha razão, Lyanna, você sabe o que quer, e o quanto é capaz! – Um homem na rodinha riu e bebericou sua taça de Martini.

— Determinação é algo de família, Sir Luke. – A jovem sorriu observando os dois irmãos espalhados pela sala.

Gilbert, o mais velho, conversava com duas garotas que tinham cerca da mesma idade que Lyanna, e um garoto que era um ano mais velho que ele.  Gil encarou-a sorridente, ergueu sua taça em direção a irmã e bebeu um pouco. Evellyn estava sentada no sofá oposto da mãe com uma taça na mão, uma bebida que Lya não conseguiu identificar, dois garotos bem bonitos pareciam fazer a noite de Evye, ela sorria sedutora, cruzava as pernas e descruzava mais do que o decoro permitiria.

— Com licença! – Lya sorriu educada e saiu da roda de conversa. Caminhou sorrateiramente até a parte de trás do sofá onde a irmã estava sentada, ficando de frente para a mãe. A senhora, Carla, encarou a filha mais velha, depois olhou rapidamente para o marido e para a mais nova. Lyanna compreendeu e sorriu.

— Rapazes, me permitam roubar a atenção de minha irmã de vocês por alguns minutos, sim? – Ela tocou o ombro da irmã e sorriu sedutora de modo que os dois meninos não poderiam negar-lhe nada.

Evellyn se desculpou e levantou, seguindo a ruiva até um corredor vazio que daria para a cozinha.

— Pare agora o que você está fazendo. – Lyanna reclamou irritada.

— O que eu estou fazendo? – Evellyn perguntou sínica com cara de inocente.

— Você sabe muito bem. – Colocou as mãos na cintura. — Fica cruzando as pernas diversas vezes, se joga para a frente mostrando esse decote vulgar, nesse vestido promíscuo, está bebendo além do sociável e daqui a pouco vai começar a chamar a atenção de quem não deve.

— Você quer dizer, vou chamar mais atenção do que você, é isso? – Evellyn cruzou os braços.

— Não me tente, Evellyn, eu posso acabar com essa sua empáfia rapidinho. – Cruzou os braços também.

— Eu não tenho mais 15 anos, Lya, você não manda em mim. – Desafiou erguendo a sobrancelha direita.

— Eu sou sua irmã mais velha, tenha respeito, garota. – Chegou mais perto da mais nova. — E é bom você baixar a bolinha antes que eu corte as suas asinhas, maninha.

— Eu gostaria de ver você tentar.

— Eu poderia, mas não quero preocupar o papai agora, no meio da festa que ele está dando para comemorar a grande oportunidade de ter uma filha rainha. – Sorriu presunçosa.

Evellyn respirou fundo, fechou os olhos por breves segundos e depois de bufar irritada, virou as costas e saiu. Após perceber que ela não voltaria, Lyanna suspirou aliviada e encostou as costas na parede atrás de si, deixando sua cabeça ir de encontro a ela também, fechando os olhos que pareciam mais pesados do que a alguns segundos. Essa semana estava perto de ser o inferno na terra.

— Hey, futura rainha! – Anna ouviu a voz vindo de alguém parado ao seu lado. Ela reconheceria aquela voz até no pior dos cenários.

—Gil! – Sorriu e abriu os olhos, encontrando os do irmão. — O que está fazendo aqui?

— Tive um sonho em que você e a Evye começavam a V Guerra Mundial. – Ele começou sério, mas riu depois. — Mamãe me “pediu” para ver o que estava acontecendo com vocês.

— Não aconteceu nada, Gil! – Ela bufou e o cutucou no ombro.

— Não deixe que a Evye estrague a sua noite. – Abraçou a irmã.

— Minha noite, ou do papai? – Ergueu a sobrancelha inquisidora.

Ela beijou o topo a testa dela abraçando-a forte. — Eu só quero que você seja feliz, meu pequeno palito de fósforo.

— Eu estou feliz! – Encarou os olhos azuis de Gil afastando o rosto do peito dele

— Eu vou sentir a sua falta! – Ele disse dando um beijinho no nariz dela, que sorriu.

***

Park Soo HaNeul - 17 anos - Eustatia, Marítimas

"Se houver amor em sua vida, isso pode compensar muitas coisas que lhe fazem falta. Caso contrário, não importa o quanto tiver, nunca será o suficiente."

Uma música divertida e alegre vinha do grande prédio na rua das laranjeiras. O grande Orfanato de Santa Luzia estava definitivamente em festa. Risos e brincadeiras, um tilintar de pratos e talheres, passos de crianças e alguns instrumentos não muito bem afinados, preenchiam o espaço de dois andares do prédio. Se aquelas paredes pudessem falar, elas diriam que pessoas felizes moravam ali. Disso HaNeul não tinha dúvidas. Teve seus melhores anos, e seus piores também. Não conseguia se imaginar passando por aqueles portões de ferro sem ter uma data ou hora para voltar. Era assim sempre, já estava acostumada a cruzar o velho portão, com desenhos que não podem mais ser compreendidos, umas cinco ou seis vezes por dia, ela havia praticamente nascido ali. Foi entregue para dona Calista quando tinha apenas cinco meses recém feitos, e desde então, nunca ficou muito tempo longe do lugar.  Não conseguia parar de pensar no fato de que quando passasse pela porta de carvalho grande amanhã cedo, seria por um bom tempo. Mas era necessário, mesmo que todas as “crianças”, como Calista e Magnólia costumavam chama-las ainda, mais velhas já estivessem trabalhando para ajudar, o dinheiro era pouco. A situação financeira não estava boa, e mesmo assim, continuavam aceitando crianças, não poderiam deixar nenhum pequeno presente do senhor, abandonado e desamparado. Neul trabalhava como empregada para um casal jovem em um apartamento comum na avenida principal da ilha, as vezes fazia bico de faxineira para duas casas perto da praia e ainda ajudava com as crianças menores do orfanato. Além dela, mais 3 jovens trabalhavam na rua, além da ajuda que recebiam do governo. Porém, a ajuda era baseada no número máximo permitido de moradores no orfanato, 28, mas no atual momento, 35 crianças moravam na casa. Fora 3 funcionários integrais e 2 de meio período que na maioria das vezes faziam suas refeições no local. Por isso HaNeul soube desde o começo que as chances do orfanato eram poucas, seria ela ou Sofia para se inscrever na seleção, e mesmo assim a ilha era grande, provavelmente muitas outras garotas teriam mandado uma ficha. Ela sentia que era seu dever ao menos permanecer o máximo de tempo que ela conseguisse, sendo assim, poderia demorar um bom tempo até ver aqueles portões novamente.

— Neul! NEUL! – Uma voz fininha chamou sua atenção.

— Sim? – Ela respondeu engatando um sorriso.

— Você não ouviu nada do que eu disse. – Acusou uma menininha loira sentada em seu colo.

— Desculpe, Maggie, eu me distraí. – Ela passou a mão pelas chiquinhas que Maggie usava, uma de cada lado.

— ‘Tava pensando no príncipe? – Ela perguntou. — Não, melhor, nos vestidos que vai usar? – A garota riu apertando as bochechas de Neul.

— Estava pensando em como vou sentir sua falta. – Ela ameaçou morder a mão da menininha, que riu.

— Eu também vou sentir sua falta. – Riu puxando sua mão para o peito.

— Promete?

— De coração! – Ergueu a mão direita e fez um sinal de “x” com o indicador esquerdo sobre o coração. HaNeul imitou-a.

— Hey, mocinha, a senhorita cachinhos está te chamando. – Uma voz muito bem conhecida por Neul, preencheu seus ouvidos.

— Você é um chato Tony, fica monononizando a Neul! – Maggie desceu do colo e cruzou os braços em frente ao garoto.

— Mono o quê? – Perguntou confuso.

— Monononizando, quer ela só pra você. – Maggie fez um beicinho irritado.

— Monopolizando! Entendi!- Riu divertido abaixando-se na altura da pequena criança. — Eu não estou monopolizando a Neul, Maggie, eu só quero entregar uma coisa para ela, tudo bem?

— ‘Tá! – A garota soltou os braços ao lado do corpo e se afastou um pouco dos dois.

— Você não presta, Anthony.

— Mas você me ama mesmo assim. – Os dois sorriram. Aproximou-se e segurou a mão dela, levantando-a da cadeira. Ainda sorrindo, os dois se abraçaram sem desconectar os olhares por nenhum segundo. — Vou sentir sua falta.

— Eu também vou. – Passou os dedos pela nuca dele, brincando com os fios que cresciam ali.

— Sinto que estou perdendo você.

— Mas não está. – Segurou o rosto dele com as duas mãos. — Anthony, você sabe porque eu estou fazendo isso, eu não quero me casar com príncipe nenhum, só quero poder ajudar aqueles que me ajudaram.

— Mas e se o príncipe te escolher?

— Ele não vai!

— Mas, e se escolher?

— Eu vou recusar a oferta!

— E se você se apaixonar por ele?

— Eu não vou me apaixonar por ele.

— Como você pode saber?

— Eu sei, por que eu já sou apaixonada pelo meu príncipe encantado. Um garoto teimoso, engraçado, carinhoso e divertido, que faz uma imitação perfeita do Berry Appleton. – Sorriu ao ouvi-lo rir. — Eu te amo, seu bobo. Não vou te trocar por nenhum cavalheiro de meia tigela.

— Eu te amo, minha japonesinha! – Simplesmente tocou os lábios de HaNeul com os seus, começando um bonito, mas triste, beijo de despedida.

***

Mary-Kate Halthorne Allen - 18 anos - Abercorn, Irlandas

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica de felicidade."

Não era uma noite comum para a família Halthorne. Os donos da grande mansão, James e Mirela, avós de Mary, resolveram dar uma festa para comemorar a sorte da neta e seu futuro possivelmente brilhante. Mas como Mary havia pedido, não era nada muito grande. Apenas os amigos dela, uma amiga da irmã, e a família. Após o jantar, todos se encontravam na sala de “desenho” para tomar um chá ou scotch. Mary estava tentando fazer com que todos se sentissem bem, acolhidos, que se divertissem, mas ela podia sentir a tensão entre seu tio e seus avós, ela poderia corta-la se quisesse. Era uma sensação de desconforto densa, pesada, que sobrecarregava a todos, mas parecia que alguns sabiam disfarçar melhor do que outros. Mirela falava educadamente com Renné, embora fosse um assunto banal e sem importância nenhum. Na verdade, parecia que apenas uma delas estava tentando manter o assunto de pé. Ela via a pequena Alice e o seu não tão pequeno Ostin, sentados no chão perto da lareira apagada, rindo e apontando para alguma figura de um livro de fotos que o avô James havia dado para ele. Era um livro sobre animais selvagens e seus habitats. Carter, seu melhor amigo, conversava com Steven, um dos irmãos de Alice, enquanto Charles, James e Carl, o segundo irmão de Alice, falavam sobre algum assunto mais sério, como política. Ela gostaria de poder entrar no assunto, mesmo que apenas para ouvir. Ela poderia virar a futura rainha do Reino, ela tinha que saber alguma coisa, não? Se dependesse de suas habilidades, ela poderia fazer ajustes no traje oficial do rei. Ela riu com esse pensamento, chamando a atenção de Marília e Layce.

— Do que está rindo? – Lia perguntou curiosa.

— Estava pensando nas minhas habilidades, no que poderia me recomendar ao príncipe. – Ela riu novamente.

— Ora, por favor não fale assim tão polida, me dá um nó na cabeça. – Layce pediu, bebericando um gole de chá.

— Me desculpe se eu tenho modos. – Ela riu baixinho debochando.

— Você está é exibindo seu vasto conhecimento. – Layce disse. A conversa das duas estava animando Lia.

— Se você paquerasse menos e prestasse mais atenção a aula de inglês, talvez não tivesse tanta dificuldade para me entender agora. – Mary falou, fazendo Lia rir um pouco mais alto, tendo que beber de seu chá para esconder o riso.

— Quem está paquerando a minha irmã? – Carter chegou logo atrás das garotas, se escorando no encosto do sofá. Lia, que bebia seu chá na hora, acabou engasgando.

— Está, tudo bem, ela só foi com muita sede ao pote. – Brincou enquanto dava leve batidinhas nas costas da irmã. Isso fez com que a maioria das pessoas na sala rissem, quebrando o clima um pouco.

— Então, Layce, quem é? – Carter perguntou quando todos voltaram aos seus afazeres.

— Ninguém, seu intrometido, pare de me vigiar. – Ela puxou um bolinho da torre preparada na mesinha de centro e mordeu.

Mary encarou Audrey, filha de Renné, sentada entre a mãe e Mirela. A garota parecia entedia, metida bem no meio daquela conversa sem sentido que sua avó e a tia estavam tendo. Queria poder ajudar, mas sabia que se ela dirigisse a palavra para Audrey, Renné a olharia com cara feia, ou que sabe pudesse fazer algo pior. Elas mal se falavam depois que o sorteio aconteceu. Quando o rosto de Kate apareceu na tela da teve, foi como se Renné tivesse entrado em estado de calamidade. Ela poderia aceitar qualquer outra menina ser escolhida no lugar de sua doce e perfeita garotinha, menos Kate.

— Nós já estamos indo. – Apareceu Carl logo ao lado de Carter, com Alice no colo. Mary se perguntou quanto tempo passou divagando sobre Audrey, da última vez que olhou para Alice, ela parecia animada com Ostin.

— Mas já? – Lia perguntou um pouco triste.

— Sim, Lia, a Lice já está caindo de sono, ela acordou cedo hoje. – Steven respondeu sorrindo triste para ela.

— Tudo bem! – Ela deu de ombros.

— Prometam que vão leva-la até em casa amanhã, para eu poder me despedir melhor dela. – Mary pediu levantando-se.

— É claro, Kate! Ela nos mataria se não fizéssemos isso. – Carl riu.

Kate chegou mais perto de Alice e depositou um pequeno beijo em sua têmpora, vendo os olhinhos da garota quase se fechando. Charles sentou-se em uma poltrona perto do sofá das garotas, e Ostin caminhou rapidamente até ele, se encostando no tio, que o abraçou e colocou sentado no braço da poltrona. Carter sentou no braço do sofá que a irmã estava, ao lado de Kate e James ficou de pé ao lado da esposa, automaticamente longe do filho. Isso fez Mary pensar no tio e no avô, que eram tão próximos, mas tinham se afastado tanto. Aquilo era tão triste para ela, que chegava a doer, não gostava de ver aquele olhar culpado e perdido no rosto de Charles.

— Notou como o Carl é forte? Carregando a Lice daquele jeito, como se ela fosse uma almofada de penas de ganso. – Layce sorriu para Lia divertida.

— Sua depravada, quando você não está falando de algum homem? – A mais nova riu baixinho

— Quando estou falando de outro. – As duas riram chamando a atenção de Carter e Mary.

— De quem ela está falando agora? – Mary perguntou para a irmã.

— Carl! – Respondeu simplesmente, recostando a cabeça no ombro da mais velha, tentando não rir.

— Diga uma novidade. – Kate abraçou Marília pelos ombros. Amava Carter e Layce como se fossem seus irmãos, mas Marília era sua melhor amiga, a pessoa de quem ela sentiria mais falta.

***

Barbara Amelia Coleman - 18 anos - Munster, Irlandas

“No fim, todos somos histórias. Então é melhor fazer com que seja uma boa.”.

O sobrado alegre da família Coleman estava mais animado do que nunca. Catarina e Lutero haviam convidado todos aqueles que achavam ter um papel importantes na vida de Barbara para se despedir dela em um almoço especial feito especialmente para a menina. Depois de terem comido o Irish Stew, um ensopado de carne de cordeiro, o favorito de Barb, se reuniram em volta da mesa no deck do quintal. Com uma vista longínqua para o mar do Norte por estar na subida da colina, geralmente as refeições mais especiais, com convidados, eram feitas na mesa do lado de fora da casa. Todos estavam sentados tomando um café irlandês e comendo pão de soda irlandesa. Poderia parecer meio piegas, mas os pais de Barbie eram típicos Irlandeses orgulhosos de sua cultura, professores na Universidade de Limerick. Ele, professor de história, e ela, professora de literatura irlandesa e celta. Barbara foi criada nesse meio, e não poderia querer uma despedida melhor do que estar com aqueles que ama, mais dois casais de amigos estavam presentes e uma garota. Os McMahon, Sean, professor de Matemática, e Teresa, Professora de Literatura inglesa, eram amigos de longa data, tinham dois filhos já adultos. Eles estiveram presentes quando Barbara foi trazida para a casa, e são seus padrinhos. E os O’Connell, Jeanet, Professora de psicologia e Dermont, Professor de música, pais de Tara. Eles conheceram o casal Colleman quando Tara e Barbara viraram amigas na escola. Tara era a única amiga de Barb, e constantemente a chamava de Barbie, apenas para irrita-la. A verdade é que mesmo se parecendo muito com a boneca em sua forma física, Barbara tem lindos cabelos loiros e olhos azuis, sentia que era uma ofensa ser comparada com a boneca que, para ela, era uma completa sem cérebro.

— Pai, não acha que a mamãe está demorando na cozinha? – Barb perguntou a Lutero.

— Ela deve estar arrumando os últimos detalhes, não deixa ela ouvir isso querida, mas ela fez um bolo para você. – Cochichou.

— Um bolo?

— Sim, e é para ser surpresa, ouviu? – Ele riu batendo o indicador de leve no nariz dela.

— Que bolo? – Ela cochichou em resposta.

— Como está se sentindo, Barb? – Teresa perguntou depois de dar um gole em seu café.

— Estou um pouco ansiosa, dinda! – Ela apertou as próprias mãos em prece, por cima da mesa.

— Não fique querida, você vai se sair bem. – Teresa segurou a mão da menina e apertou forte para reconforta-la.

— Nós estaremos torcendo por você, Barbie. – Tara sorriu abraçando-a.

— Eu só vou permitir isso hoje, Tara, não abuse viu? – Barbara correspondeu ao abraço rindo.

— Eu vou sentir tanto a sua falta, o que vou fazer aqui sem você? – Perguntou chorosa.

— Fazer novas amigas? Completar aquele álbum de figurinhas velho dos Deof Jams? Ler aquela pilha de livros do lado da sua cama pegando poeira? – Sugeriu contando nos dedos.

— Nossa, como você está ficando chata, em sua alteza?! – Debochou dando a língua.

— Não se preocupe, Tary, vou enviar cartas para você, junto com as cartas aos meus pais. – Abraçou a menina de novo.

— Está animada, Barb? – Dermont, pai de Tara, perguntou enquanto afinava seu violão.

— Muito, acho que estou mais animada do que nervoso. Não só pela seleção, mas porque vou andar de avião pela primeira vez. – Ela sorriu divertida.

— Eu lembro da primeira vez que andei de avião, foi assustador. – Teresa comentou.

— Eu também! Parecia que por mais que eu respirasse fundo e tentasse me manter calma, meu cérebro entrava em pânico. – Jeanet comentou.

Então todos na mesa começaram a relatar suas primeiras experiências dentro de um avião, Tara e Barbara iam ficando cada vez mais animadas, a curiosidade crescia dentro delas. Até Barb notar que nem o pai e nem a mãe estavam na mesa. Ela aproveitou o alvoroço que as viagens aéreas haviam causado, e se esgueirou da mesa sorrateiramente até a cozinha, pé ante pé, tomando total cuidado para não fazer barulho.

— Amor, se acalme. – Ouviu o pai falando por cima dos soluços reprimidos que ela podia ouvir.

— Mas, mas e se acontecer? – Catarina soluçava entre as palavras. — Eu não quero perder a minha garotinha, Lutero, não quero.

— Você não vai perde-la, Cat. Nós sabíamos que isso poderia acontecer um dia, foi um dos assuntos que mais conversamos até hoje. – Barbara pode ver que o pai abraçava sua mãe pelos ombros enquanto ela deitava a cabeça no ombro dele.

— Isso é injusto conosco, e principalmente com ela. – Catarina fungou.

— Você está se precipitando, querida, nada aconteceu ainda. – Ele afastou o rosto da mulher, limpando algumas lágrimas. – Ouça, Barbara te ama, não duvide disso. Mas esse é um direito dela, apenas ela pode decidir o que fazer, quando este dia chegar, se chegar.

— Vai chegar, amor, vai. Ela é uma selecionada agora. Eles vão querer se aproveitar disso, se aproveitar dela. – Chorou mais forte ainda.

— Nós não sabemos, querida. Não tire conclusões precipitados, por favor.

— Ela é a minha garotinha! – Catarina escondeu o rosto no peito do marido. – Eu estou com medo.

—Mãe! – Barbara colocou sua mão no ombro de Catarina, tentando reconforta-la. — A senhora não precisa ter medo. Eu te amo mais que tudo nesse mundo, a senhora não vai me perder.

— Querida! – Fungou e beijou o rosto da menina.

— Eu não preciso de mais ninguém, não quero saber quem são eles, e nem se eles existem. – Abraçou os dois. – Vocês são meus pais, não importa o que digam.

— Eu estou sendo tão egoísta agora. Você tem direito de conhecer os seus pais biológicos, querida.

—Mas eu não quero, nem eu, nem eles. Eles nunca me procuraram, e eu também não quero procura-los. Vocês são os meus pais, os únicos que eu tenho e os únicos que eu quero. – Ela encarou os dois nos olhos e os abraçou forte, tentando passar através daquele simples gesto, seu amor por eles, e dar a sua mãe, um pouco de segurança.


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Notas finais do capítulo

E então minhas, flores, gostaram?
Quase bati meu record de novo, hein? kkkkk. Mas falando sério agora, fiquei muito triste de não ter conseguido postar antes para vocês, mas deu tanta coisa aqui desse lado. Não sei se você ficaram sabendo do baita temporal que teve aqui na minha cidade, Porto Alegre. A coisa foi bem feia, eu fiqui quatro dias sem luz, e uns seis sem internet.

Tudo bem, Biiah, mas isso já faz um tempo, sim, faz, mas a minha zona, foi uma das mais afetadas, choveu muito aqui, e eu linda e burra como sou, deixei a porta da sacada aberta, choveu no meu quarto todo, fiquei sem computador, onde já tinha uns três capítulos prontos. Quando consegui voltar a sociedade, e comecei a responder os comentários do outro capítulo ainda, eu simplesmente fiquei sem internet de novo, depois eu acabei doente, to gripada ainda, mas to aqui. Moral da história, eu fiquei só com meu celular nas últimas semana, não tinha como postar, não tinha como responder, não tinha como fazer nada.

E confesso que fiquei bem frustrada de ter perdido algo que já estava pronto, e na minha opinião, muito bom. Minha criatividade caiu lá no dedinho mindinho (Vocês falam mindinho ou minguinho? É biscoito ou bolacha? KKKKK -BOLACHA Õ/), então me desculpem! Mas para compensar, já tem muita coisa legal no tumblr, eu estou arrumando os Guarda-roupas das selecionadas, o jornal já ta liberado, o primeiro ranking saiu, e eu prometo atualiza-lo logo.E sim, eu vou responder todas vocês, até amanhã, eu juro!

P.S.: Eu to procurando cenas para o vídeo, então por favor me mandem um vídeo, por MP, de alguma cena das selecionadas de vocês, mas uma cena com boa qualidade, ok? E mandem também o tempo em que querem que ela aparece, tipo, tem 15 minutos de vídeo, mas eu quero a cena que acontece no tempo 4:45 em diante. sacaram?

P.S.2.: Ninguém me mandou dica de Desafios, né? Vocês não são obrigadas, garotas, não se preocupem, é que estou procurando um desafio bem básico para rolar mais ou menos no começo. Não se preocupem que os quase 20 desafios que eu já bolei, são bem legais. kkkkk

P.S.3.: Algumas das roupas que foram enviadas nas fichas não estão abrindo, girls, então deem uma olhada nas fichas de vocês para saber se ta tudo ok, se não me engano tinha umas 10 selecionadas com link "quebrado" ou não funcionando. E depois vamos ter que conversar sobre o baile a fantasia, ok? kkkkkk Não tenham medo, vai ser legal!

xoxo, saudades!