Blame The Crown — Interativa! escrita por Biiah Arc


Capítulo 2
Capítulo 1. ou Matéria de Capa


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo! AEAEAEAE
espero que vocês gostem de conhecer mais a família real. Não tenho muuito a dizer então!
P.S.: Leiam as notas FINAIS.
A fotos de todos já estão no tumblr, então deem uma olhada lá.



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O barulho de pratos, talheres e xícaras preenchia a sala. Era um aposento menor, a sala de jantar da família Hillston. Paredes decoradas com papel de parede dividido em duas cores, creme e laranja terroso. A mesa, redonda, estava repleta de pães, tortas, biscoitos e outras comidas típicas para tomar um bom café da manhã. Era uma tradição de família que todos estivessem a mesa para tomar o dejejum juntos.
— Isso é um absurdo! - Petter comentou com o rosto escondido pelas folhas abertas do jornal.
— O que houve, marido? - Anna perguntou enquanto servida mais leite em sua xícara.
— Veja! - O homem entregou o jornal aberto para a esposa.
— Aqui diz que o príncipe foi flagrado em uma pista amadora para corridas clandestinas perto do bairro de Harrow, enquanto deveria estar voltando da cidade de Watford, onde participou de um evento beneficente ontem a noite. - ainda analisando o jornal perguntou. - Ele não tinha uma namoradinha que morava em Harrow?
Louis segurou o riso através de seu guardanapo de linho. Fingindo naturalidade ele voltou a comer.
— Este irresponsável e inconsequente aparece na primeira página novamente.
— Primo Henry? - Louis perguntou antes de colocar uma garfada de ovos mexidos na boca.
— Quem mais poderia ser? - bebeu do seu café. - Cada passo que ele dá arrasta consigo o nosso nome para a lama. Libertino, desajuizado!
— Não seja exagerado, querido. Henry é apenas uma criança. - Anna dobrou o jornal colocando-o perto do prato de Petter.
— Criança? - bufou desgostoso. - Ele é apenas dois anos mais novo do que Louis. A idade não é desculpa querida. Nosso filho nunca foi assim, nunca nos envergonhou dessa maneira.
— Exatamente! Porquê ele é o nosso filho. Henry é apenas seu sobrinho, não deveria afeta-lo tanto.
— Porque não mudamos de assunto, sim?! - Louis sorriu amarelo encarando roa sua mãe, ora seu pai.
— Ótimo, este assunto esta encerrado, por hora.
— Outra coisa que me chamou a atenção, ainda referente a Henry, - a senhora começou a falar enquanto cortava uma pera em seu prato.- é no anúncio feito na página ao lado.
Petter agarrou o jornal curioso, mas contrariado. - Uma seleção? Isso não é possível!
— Tio James deve estar mesmo desesperado. - Louis comentou divertido.
— Por que acha isso, Louis?
— Ora, papai! Está claro, o senhor não acha? - vendo a dúvida no rosto do pai, continuou. - Henry esta perdendo credibilidade e também já não é mais o preferido nas pesquisas. - Passou seu guardanapo sobre os lábios limpando qualquer resquício. - Essa não é a situação ideal para um futuro rei. O que mais colocaria um homem nas graças de milhares de senhoras da classe média se não a oportunidade da casar uma de suas filhas com um bom partido.
— Louis! Não fale assim, você faz parecer como se tudo não passasse de negócios. é sobre o futuro de seu primo que estamos falando. - Anna parecia desconfortável com as palavras do filho.
— É sobre o futuro deste reino, mamãe. Henry é apenas o porta voz dele.
— Ele tem razão, querida! - O duque sorriu abertamente. - Nosso filho tem razão!
Louis sorriu bebendo seu café. Realmente parecia uma situação desesperadora para o tio e até mesmo para a avó. Talvez até Henry esteja desesperado, para aceitar algo desse tipo. A verdade é que Louis não via como não aproveitar essa situação para seu próprio bem. Bastava encontrar um modo, o que ele sempre fazia.

***

Já passava das onze horas, todos no palácio estava ocupados com seus afazeres. Era possível ouvir os passos curtos e decididos que Vossa Majestade deferia contra o piso de mármore. Seu destino era uma porta de mogno envernizada e imponente, que se encontrava fechada em sua frente. O rei entrou sem esperar que o guarda abrisse a porta o logo fechou-a atrás de si. Estava um breu, mal podia enxergar um palmo a sua frente. Caminhando com um pouco mais de cautela, chegou até as cortinas de veludo em azul escuro e as abriu em um movimento brusco. Caminhou para o próximo par de cortinas mais próximo a cama, repetiu o ato e, igualmente, puxou as cobertas escuras ca maca a sua frente. Encontrou Henry dormindo de bruços apenas com uma cueca preta, os cabelos bagunçados e um travesseiro caído no chão.
— Henry, acorde! - falou energicamente. - Acorde, Henry! - Abriu outra janela, agora a luz batia sobre os cabelos castanhos do filho. - HENRY! - Gritou quando estava novamente mais próximo da cama.
—O QUÊ?! - O garoto acordou assustado rolando na cama king size até cair no lado oposto ao pai.
—O que pensa que está fazendo? - perguntou.
—Dormindo?! - o príncipe afirmou meio duvidoso.
—Deixe suas piadinhas para quem realmente ache graça. - O Rei bufou. - Que imagem você quer que seu povo tenha de você, um herdeiro que dorme até o meio dia? - O garoto abriu a boca para responder, mas foi interrompido. - Se você vai soltar uma brincadeirinha, apenas não faça. - Massageando a têmpora, James fechou os olhos.
Henry permaneceu imóvel, apenas observava o pai. Ele não sabia o que dizer, nem se devia dizer alguma coisa. Pelo que conhecida de pai, sabia que mais estava por vir. Se ao menos ele conseguisse prever onde isso daria.
— Você não imagina como seus atos tem me causado dores de cabeça. Eu sei que pode parecer exagero, mas o futuro desse país agora depende de você. - Rei James sentou-se na ponta da cama do filho. - Tudo que você faz repercuti internacionalmente. Estão todos de olho no que o futuro Rei está fazendo. - O pai o encarou. - O que acontecer a partir de agora vai influenciar não só a sua vida, mas o futuro de outras vidas e o destino do país.
—Eu sei, me desculpe! - O mais jovem abaixou a cabeça em sinal de respeito e compreensão.
—Você sabe? Então, porque continua fazendo merda e prejudicando a sua família? - O mais velho levantou e jogou o jornal no filho que permanecia sentado no chão. - Cada erro que você comete, cada mancada sua que se torna pública mais problema me aparecem. E você apenas pede desculpas? - furioso ele começou a andar pelo quarto. Um soldado morreu ontem tentando conter um grupo de rebeldes separatistas na Irlanda. Você sabe o que eles estavam gritando? Sabe o porque de eles estarem gritando? - cada passo mais próximo do filho, o rei parecia mais indignado. - Porque eles temem a sua instabilidade e irresponsabilidade. Porque ninguém quer como rei um mauricinho inconstante e imprevisível. Você é o futuro dessa nação e eles não confiam em você. - Suspirando encarou o filho. - Levante-se! Vá se trocar para o almoço antes que se atrase.
Após o pai deixar o quarto, henry encarou o jornal em suas mãos. O rosto dele estampava a primeira página juntamente com uma foto dele entrando em seu carro. Leu a manchete analisando cada palavra da matéria. - "Príncipe Herdeiro sobre rodas"? Que título porcaria! - Olhando de novo para a foto ele deu um pequeno sorriso. - Pelo menos eu saí bonito na foto!

***

— Bom dia! - Henry cumprimentou a todos na sala de jantar.
Apenas o príncipe herdeiro não estava sentado. Todos os outros já estavam se preparando para começar a comer. Sentando entre Rose e Albert de frente para Sebastian, ele percebeu que sua avó o observava pelo canto do olho.
—Na minha época, as crianças desejavam bom dia no café da manhã, e não no almoço. - Rainha Cecília comentou depois de receber o prato com a entrada.
Sebastian abaixou a cabeça tentando não ir, sentar ao lado da Rainha mãe sempre lhe dava ataques de riso.
—Espero que perdoe minha confusão com o horário. - Ele disse sorrindo para a avó.
—Isso também deve se aplicar a sua ausência no café da manhã? - A senhora comentou sem encara-lo, dando toda a atenção para seu prato.
—Por favor! - Henry ficou o garfo em uma batata.
—Como sabe Henry, ontem ocorreu uma reunião importante de gabinete.
—O senhor que dizer, entre você e a vovó?!
—Sim! - O rei respondeu hesitante
—Sobre? - Perguntou não muito interessado.
—Você, meu filho! - Isso fez com que ele balançasse a cabeça ainda sem prestar muita atenção.
—Espero que tenham chegado a um bom resultado. - Henry respondeu com a boca um pouco cheia.
—Chagamos a um resultado razoável - pausa para um gole de vinho - que acreditamos poder acalmar os ânimos de todos. - James tinha um leve toque de nervosismo carregado em sua voz calma.
—Deve ser uma solução milagrosa. - Henry encarou seu pai antes de bebericar sua taça com água.
—Você vai se casar! - A Rainha Mãe falou calmamente, como quem comenta sobre o tempo ou sobre alguma banalidade.
—O QUÊ? - O mais jovem gritou assustando Rose e fazendo Albert soltar uma gargalhada.
Sebastian que comia de cabeça baixa tentando não rir se engasgou com um pedaço de batata chamando a atenção momentaneamente.
—Meu querido, já conversamos sobre isso. Não coloque o pedaço inteiro na boca, corte-o ao meio. - A senhora mais velha compadeceu com o sofrimento de Bash, dando leves batidinhas em suas costas.
—A senhora deve estar brincando! - Henry estava vermelho de nervoso e raiva, aquelas palavras pareciam não se encaixarem direito dentro de sua mente. Casar? Era loucura.
—É isso mesmo que você ouviu, meu filho. - O Rei encarava o filho de maneira tranquila e despretensiosa.
—Não, isso não é possível! - Passou as mãos por sobre os cabelos. - Você ficaram loucos? Eu nem ao menos tenho uma namorada. Como pretendem fazer uma sandice dessas?
—Com uma seleção! - Cecília respondeu simplesmente.
—Uma seleção? - bateu com as mãos na mesa. - Isso só podia vir de você mesmo, vovó! - jogou o guardanapo em Sebastian. - Pare de rir, seu idiota.
—Henry Arthur Francis! - James chamou a atenção do filho. - Você esta sendo hiperbólico, desmedido e agindo feito uma criança mimada.
—Isso é ridículo, ninguém mais faz isso! - o príncipe ficou indignado. - Trancafiar garotas estranhas dentro do castelo e esperar que eu me case com uma delas? Percebe o quanto surreal e fantasioso isso soa? Parece um absurdo para você? Bem, porque para mim, sim!
—Nós não vamos discutir isso em frente aos seus irmãos ou dos empregados. - O rei respondeu. - Você já está atrasado para seus compromissos reais.
—Ótimo! - O jovem se levanta e sai da sala, deixando o lugar em um silêncio carregado de tensão.


***

—Aqui! A senhora é a cerejinha, - Rose entregou para a avó uma boneca com cabelos roxos escuros. - e eu sou a moranguinho.
—Muito bem, o que devemos fazer com elas? - se aproximou da neta e perguntou em um sussurro.
—A gente brinca, vó! - a garota riu meio desacreditada
—Claro! Como não me passou pela cabeça? - A senhora sorriu amarelo pegando a boneca no colo e passando as mãos sobre os cabelos falsos. - Ela tem um cheiro muito característico.
—De cereja, dã! Ela é a cerejinha! - Rose riu passando uma escova de cabelos de plástico para a avó.
—Oh, sim! Agora compreendi o porque do nome! - Cecília começou a escovar os cabelos da boneca devagar.
—A senhora não brincava de boneca quando era criança? - perguntou curiosa.
—Minhas bonecas era diferente das suas. Elas tinha a cabeça menor, e não se vestiam de frutas ou produtos alimentícios. - A rainha encarava aquela que deveria ser uma bonita torta, ou Tortinha de Framboesa. (quem ai lembra das bratz?)
As duas pararam de falar, apenas curtindo o momento. Sentadas uma ao lado da outra penteando bonecas com cabelos coloridos enquanto não tinham nada realmente relevante para falar.
—Vovó! - Rose chamou a atenção da mais velha ouvindo apenas um sim como resposta. - Quando a Bianca volta?
—Logo, querida! Sua irmã foi visitar a família do príncipe Pierre. Lembra-se dele? - A rainha mãe perguntou. Recebendo uma confirmação de Rose, ela continuou. - A irmã dele, princesa Clarice, está se casando.
—Casando? Com um vestido grande e branco e um buquê? - Rose sorriu.
—Exatamente! - concordou.
—Que lindo! - A garotinha parecia maravilhada.
—Eu acredito que tenha sido sim, querida. Clarice é um tanto quanto exagerada e muito perfeccionista. Deve ter sido uma festa e tanto! - respondeu ao sorriso encantado da neta.
— Como foi o seu casamento vovó? A senhora usou um vestido grande? - Rose largou a boneca sentando no colo de Cecília.
—O meu casamento? Vejamos, - olhou para o teto buscando recordar o que conseguisse. - Foi um dia muito especial para mim. Eu estava tão nervosa que parecia uma desesperada. - Riu se lembrando de algo. - Choveu tanto naquele dia, parecia que o céu iria cair. - Rose arregalou os olhos. - Todas as madrinhas acabaram a noite com os cabelos arrepiados pela chuva. Seu avô, - suspirou -estava tão bonito com sua roupa de oficial da marinha. Com o cabelo e as roupas pingando, coitado. Cada passo que ele dava era ouvido graças ao rangido dos sapatos. - Cecília riu abertamente com a lembrança.
—Foi uma bagunça! - Rose agarrou o pescoço da avó.
—Apenas se você quiser enxergar assim. - deu um beijo na ponta do nariz da neta, que respondeu com um sorriso.


***


—Está preparado, Vossa Alteza? - Brutus, o guarda costas perguntou.
—Eu estou sempre pronto, Brutus!
Era uma bela tarde de sol. Henry se encontrava em mais um compromisso real que demandava sua presença. A inauguração de uma creche pública em um dos bairros mais populares da cidade Londres. Nas redondezas, era possível encontrar uma mistura de culturas exorbitante. além de uma comunidade de irlandeses vindos para a Inglaterra durante o remanejo populacional para trabalhar em uma fábrica de tecidos. A creche serviria para dar mais conforto e tranquilidade para os trabalhadores da região. Um dos projetos favoritos de sua mãe, Henry sempre se preocupou em manter suas obras de caridade e seus projetos públicos, vistoriando e participando de perto de cada detalhe que lhe fosse permitido. Brutus e Angus caminharam para fora do carro para fazerem seus papéis de guarda-costas. Logo Henry os seguiu parando ao lado do carro para abotoar seu paletó.
A caminhada do veículo, um Mercedes-Benz S600 modificado e equipado para carregar e proteger a família real, até a entrada da creche de dois andares foi calma. Pessoas acenavam e cumprimentavam o príncipe que sorria e agradecia a todos por estarem ali.
O começo da cerimônia foi simples, mas bonito. Todas as quatro bandeiras dos países que formavam o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda foram hasteadas ao mesmo tempo, demonstrando igualdade, e Henry em sinal de respeito, observou em silêncio e queixo erguido. Um pedaço do hino nacional tocou enquanto uma quinta bandeira era hasteada, a bandeira da união. Após isso, Henry foi convidado para fazer o discurso e cortar a fita.
Durante sua curta caminhada da cadeira em que estava, até o púlpito, ocorreu um pequeno tumulto no fundo, onde muitas pessoas se encontravam, do outro lado da barreira policial. Inesperadamente uma senhora de idade grita um anúncio que causou pânico em todos. - CUIDADO!
De modo surpreendente, e apesar de todo o alvoroço, Henry foi acertado por um objeto que foi atiro de uma longa distância. Um tomate! A fruta bateu em seu peito e antes que caísse, ele a segurou com as duas mãos. O pobre garoto não sabia se devia rir ou apenas ignorar aqui.
—Não Angus, tudo bem! - segurou o braço do guarda que mais parecia um armário com quase o dobro de altura que ele.
— Nosso amigo invisível foi muito afável. - Depois de se recompor e tomar seu lugar ao microfone Henry começou. - A verdade é que ele, ou ela, de algum modo descobriu que eu não tive tempo de almoçar hoje. Obrigado! - Ele sorriu encarando o tomate em mãos. - Que bela mira, hein?! - Arrancou algumas risadas. Pigarreou e retornou ao seu discurso. - Mas estamos aqui por outro motivo, não é mesmo! Gostaria de agradecer aos esforços de todos aqueles que trabalharam neste projeto. Desde aquele que batalharam para colocar estas paredes de pé até aqueles que em conjunto aceitaram tornar este projeto viável. Todos os patrocinadores, amigos e contribuintes. - olhou para o prédio atrás de si. - Este era um dos projetos de minha mãe. Ela acreditava que a educação pode mudar vidas. Ela acreditava que as crianças, o futuro dessa nação, são a parte mais importante e devem ser cuidadas e zeladas com nossos maiores esforços. Minha mãe sempre acreditou que este projeto era possível, sempre acreditou que este prédio estaria aqui, de pé. Para atender ao seu povo, aqueles a quem ela sempre deu credibilidade. - respirou fundo, puxando o máximo de ar que conseguisse. Falar da mãe sempre era complicado para Henry. - É por isso que declaro hoje, aberta a nova creche infantil Sunnyhill.
Abaixo de palmas, Henry soltou o laço azul que estava em frente ao portão do prédio e abriu caminho para que todos os presentes pudesse bisbilhotar e conhecer o lugar. Enquanto caminhava pelos corredores falando com a futura diretora da instalação e alguns professores, fotos e mais fotos eram tiradas. Mas algo não foi notado por ninguém. Henry ainda segurava aquele tomate.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo gente!
E esse tomate?! Ok, sei que a ficha ta bem grandinha então não se preocupem se deixarem alguma coisa para respondem depois. Só vir falar comigo por MP, não mordo! então fiquem a vontade, certo? SE INSCREVAM! Vai ser legal, prometo!
Até logo, xoxo