Quebrando Barreiras escrita por samurai girl


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Oi povo!! Capítulo novo para vocês!!

Gente o numero de leitores tem subido... mas poxa ninguem se digna a deixar um "oi" a maioria de vocês também são autores e sabem o quão desanimador é não receber um review.

Bem espero que gostem!!



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A noite finalmente passou a dar lugar a um dia radiante. Já passava pouco mais do meio-dia e Elisabeth finalmente despertou. Abriu lentamente um olho, em seguida o outro. Sentia que estava confusa, como se tivesse dormido por cinco mil anos e fosse incapaz de decifrar onde se encontrava. Mesmo um pouco zonza foi capaz de se sentar na cama. E finalmente a sua consciência começava a voltar a si. O cansaço e a tristeza lhe faziam mal.

Suspirou profundamente e observou atentamente o quarto onde havia passado a noite. A raiva, o choro e a saudade não lhe tinham dado oportunidade na noite anterior. Realmente Lea não era tão refinada como a sua aparência indicava. O quarto que lhe era destinado mal sobrava espaço entre a cama e as paredes. Um armário estava encostado numa das paredes laterais do quarto. Voltou a suspirar. Este ia ser outro dia longo.

Tratou de fazer a sua higiene e rapidamente estava arrumada. Trajava uns jeans azuis, e uma camisa vermelha. Não era adepta de vestidos ou sais, até porque não saberia andar nuns sapatos que combinassem com tais roupas.

Por fim saiu do agora seu quarto. Atreveu-se a explorar a sua nova moradia. Podia constatar pelo silêncio que sua tia não estava em casa. Isso a deixou aliviada. Observou atentamente todos os cantos por onde passava e realmente, aquela casa não era aquilo tudo. Vendo bem, nem Lea era aquilo tudo. A casa era composta por uma sala grande, uma cozinha minúscula e que não aparentava ter muito uso. Pelo menos dois quartos, o dela e o da anfitriã. Não se atreveu a tentar entrar nesse comodo. Para completar um banheiro era o ultimo aposento. Na verdade, pelo que sua mãe havia falado sobre Lea e tendo em conta a forma como ela se vestia e falava tudo dava a entender que seria alguém que vivia luxuosamente.

Sorriu.

Estava consciente que passaria a viver com alguém que vivia de aparências. De certa forma isso não a espantava, não de todo. Afinal aquela ainda era a irmã do seu pai. Seguiu até a sala, observou o móvel central procurando por algumas fotografias. As pessoas tem o hábito de decorar as casas com recordações. Suspirou e mais uma vez não conseguiu ser apanhada de surpresa. Lea só possuía fotografias suas ali expostas. Já esperava isso na verdade. Alias, lhe parecia que aquela mulher era alguém bem previsível.

– Estou admirada como não tem uma estátua sua na entrada da casa. – Murmurou para si mesma enquanto percorria agora o caminho para a saída.

Lançou a mão até a maçaneta da porta e parou ao observar um pequeno envelope com o seu nome num pequeno móvel ao seu lado. Imediatamente o abriu sem hesitar ou pensar.

Suspirou.

Estarei o dia todo ausente. Se sair de casa esteja ciente que não deixei nenhuma chave para voltar a entrar. Trate de procurar logo um emprego. E logo a noite você irá a um jantar super importante comigo. Então trate de ficar bonita e fale tudo o que tiver a falar de dia, no meu jantar não vou querer ouvir a sua voz. Por via das dúvidas vou deixar o número do celular de Hiroshi. Ele me deve imensos favores, então caso precise de alguma coisa ligue para ele.

Elisabeth rangeu os dentes. A audácia que Lea tinha, a forma superior como ela julgava poder tratar as pessoas lhe dava vómitos. A cada segundo a vontade de voltar para Londres aumentava. Ali realmente não era onde pertencia. Amassou o bilhete após anotar o número de Hiroshi e o jogou no chão. Por fim saiu de casa.

Caminhou até a primeira praça que encontrou e pediu um café. Enquanto bebia decidiu enviar um SMS ao rapaz. Afinal ele era a única pessoa que conhecia ali naquele lugar.

“ Oi Hiroshi sou eu a Elisabeth. Minha tia me cedeu o seu número, gostaria de beber algo comigo? Talvez me mostrar um pouco da cidade? Estou na praça Angel Garden

Aguardou pouco mais que um minuto a resposta fez o seu aparelho vibrar.

Oi, tudo bem? Você tem boa pontaria. Minha casa fica nos prédios azuis em volta da praça. Suba até ao terceiro andar. Estarei - te esperando. Me perdoe mas acabei de acordar e não estou em condições de sair ainda.”

A jovem sorriu. Não podia negar que era uma proposta perigosa. Entrar assim na casa de um meio-desconhecido. Suspirou e decidiu avançar. Afinal toda a sua vida era feita de desafios. Pagou a sua bebida e foi direta ao apartamento. A porta do prédio estava aberta, certamente ele a tinha aberto esperando que ela aceitasse o convite. Subiu as escadas e notou que apenas havia um apartamento por piso, então não haveria a dificuldade de adivinhar se o dele seria o terceiro direito ou terceiro esquerdo. Era simplesmente o terceiro.

Por fim a sua mão embateu na porta de madeira. Aguardou alguns minutos até ouvir uma voz gritar.

– Estou a ir!

Logo em seguida a porta foi aberta dando lugar a um homem de cabelos molhados trajando apenas uma bermuda azul.

– Pode entrar. – O jovem pediu esboçando um sorriso. Mas logo viu que Elisabeth não estava cedendo ao seu convite e por fim se tocou. – Me perdoe, por estar nesses termos.

Elisabeth observava-o um pouco nervosa. Na verdade, não existia algum motivo para o nervosismo. Mas havia crescido junto com a sua mãe, e não estava habituada a ver homens quase nus. Não a podiam julgar. Hiroshi ainda aguardava que ela entrasse, e por fim resolveu parar de admirar o trono nu do jovem e deu dois passos em frente se colocando por fim dentro do apartamento. Tinha noção que a sua admiração também estava deixando o rapaz desconfortável.

– Por favor fique á vontade, vou terminar de me arrumar. – Fez sinal para que a convidada usasse o sofá e rapidamente adentrou no seu quarto.

A jovem esboçou um pequeno sorriso e sentou-se num dos sofás que compunha a confortável sala. Observou o lugar por momentos e constatou que o lugar na verdade era bem agradável. Grande, acolhedor e com uma decoração lindíssima. Além de que todas as cores ali presentes combinavam com alguma outra cor.

– Me perdoe Elisabeth. – Hiroshi pediu sincero assim que voltou para a sala. – Eu pensei que você fosse demorar mais e não tive tempo de terminar de me arrumar. – Explicou enquanto laçava o seu cabelo. A bermuda tinha dado lugar a uma calça social escura e o trono desnudo agora era coberto por uma camisola lisa de cor cinzenta.

– Tudo bem, não se preocupe. – A jovem tratou de amenizar a situação. Não tinha sido grave. – Eu é que acabei te deixando desconfortável. – Murmurou mais para si do que para ele.

O rapaz sorriu e fez companhia a sua nova amiga se juntando a ela no sofá. Ligou o televisor num canal ao acaso apenas para quebrar o clima.

– Então precisa de um guia turístico? – Brincou. – Eu hoje estou livre de qualquer jeito então podemos dar uma volta pela cidade se quiser.

A jovem sorriu e assentiu com a cabeça. Passear pela cidade era o que pretendia, e Hiroshi parecia a cada segundo que passava um cara legal. Mas, ainda assim, havia algo que tinha que perguntar. Precisava de saber. A sua curiosidade era mais forte.

– Posso perguntar uma coisa? – Começou. Observou-o e vendo-o consentir continuou. – É sobre minha tia. – Fez uma pausa e vendo que o rapaz continuava a consentir o seguimento da conversa. Terminou. – O que aconteceu entre vocês?

– Eu sabia que ia perguntar sobre isso. – Hiroshi rapidamente afirmou. Fez uma pausa e soltou um pequeno suspiro. – É um pouco complicado. – Murmurou. – E talvez seja melhor eu te contar noutra altura. – Um pouco de incerteza na voz.

– E porque não pode contar agora? – A jovem insistiu.

O rapaz levantou-se e caminhou até a cozinha silenciosamente. Elisabeth observou-o atentamente. Sabia que estava pedindo muito, apenas se tinham conhecido ontem. Mas o aviso que ele lhe tinha dado sobre Lea a colocou a vontade. Sentia que de certa forma podia confiar nele, e esperava que ele fizesse o mesmo. Alguns minutos depois Hiroshi voltou com duas chávenas de café. Ofereceu-lhe uma e ficou com a outra. Deu um gole e em seguida decidiu amenizar a curiosidade da sua visitante. Até mesmo para ele era um pouco delicado, mas ele mesmo havia plantando aquele bichinho na cabeça de Elisabeth.

– Eu e sua tia tivemos um caso. – Disse por fim decididamente. – Um caso que não correu bem e fim de história. – Sorriu e piscou o olho para a jovem.

Elisabeth pestanejou repetidamente, estava um pouco surpresa, não esperava isso. E apesar de Lea ser muito mais velha isso não impediria um caso. Apenas não esperava ouvir isso. E muito menos esperava ouvir as palavras seguintes.

– Como assim fim de história? – Questionou claramente indignada.

Hiroshi terminou a sua bebida. Ofereceu a sua mão ajudando a jovem a se colocar de pé. Olhou-a nos olhos, aproximou-se do rosto dela, suficientemente perto para roçar a sua barba na pele dela, para sentir a respiração. E por fim calmamente respondeu.

– Quando uma historia não corre bem, poe-se um fim. A não ser que queira iniciar uma historia comigo. É fim de história Elisabeth.

A jovem engoliu em seco e contrariada assentiu com a cabeça. Recuou alguns passos, aquela proximidade a incomodava.

O jovem sorriu levemente. Ofereceu o braço para que ela o enlaçasse.

– A cidade está esperando por nós. A jovem retribuiu o sorriso e aceitou o braço de Hiroshi. Numa outra altura lhe arrancaria o que queria saber. Agora queria se perder com ele pelas ruas de Los Angels.


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Notas finais do capítulo

Se gostou, comente.
Se não gostou, comente e me diga o que não gostou.
Se leu, diga que está vivo.

Até breve!!



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