A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 28
Capítulo 28 - Tudo indo pelo ralo na pista de dança


Notas iniciais do capítulo

Okay, essa sou eu vindo dar a notícia que vocês provavelmente já sabiam que iam receber: as postagens vão passar a ser duas vezes por semana.

Não, isso não significa que eu vou paulatinamente parar de postar, pelo contrário, significa que eu quero a maior uniformidade possível. Eu comecei a reescrever enquanto eu estava de "férias" (paralisação não é férias, mas segue o bonde) e a Ead tá consumindo muito mais do que eu poderia jamais imaginar. Quando eu comecei, na segunda ou terceira semana, eu tinha cinco capítulos de intervalo entre os que eu escrevia e postava, agora, com a postagem desse, é um capítulo e um ainda na primeira página (mega inacabado).

Assim, espero conseguir parar de faltar as postagens.

Sobre o Natal, espero conseguir postar dia 24, mas não posso prometer nada... se o Wattpad tivesse a ferramenta de agendar postagens... anyway... depois, mesmo que não haja postagem dia 24, agora só dia 07, ok? Espero estar por aqui dia 24 desejando a vocês feliz Natal e próspero Ano Novo (pq de 2021 já deu), mas não prometo nada para não decepcionar. Então é isso, aproveitem o capítulo, eu gosto muito dele, mas não mais do que gosto do que virá a seguir hehe.

Eu meio que estou ciente de que não tem ninguém lendo, mas não tem problema... vou estar por aqui.

Com amor,

Liz.



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P.O.V America

 

A música chega finalmente ao fim, ainda que pareça que passei uma eternidade dançando com ele. Apesar de tudo, não quero me soltar dele. Não quero soltar esse sonho, mesmo que eu saiba que ainda que estejamos longe, as promessas feitas aqui não serão deixadas para trás.

— Quero reservar suas últimas três danças, senhorita — Maxon diz, fazendo uma reverência e beijando minha mão. Correspondo ao gesto, me sentindo a própria Cinderela.

— Será uma honra, Alteza.

Ele sorri. Seus olhos brilham. Nós temos nosso pequeno segredo, então. Um segredo só nosso, o segredo que ninguém mais precisa saber. Eu sou dele e ele é meu e tudo ficará bem no fim.

Sorrio também.

Até que não estou mais sorrindo.

Por trás dos cabelos bagunçados de Maxon, eu vejo algo terrível, algo aterrador, algo estúpido e que eu deveria ter impedido. Minha mãe e Apolo.

Maxon parece perceber minha mudança de atitude.

— O que foi, America?

Não tenho tempo para responder. Já estou me apressando em direção a eles, segurando o vestido de borboleta e me imprensando entre os convidados para chegar até eles, que estão caminhando até porta.

A pista de dança é grande e os casais já estão dançando novamente, visto que uma nova música começou. Ouço Maxon me chamando, mas não me viro. Isso é mais importante, Maxon pode esperar.

Não vejo papai em nenhum lugar. Talvez seja melhor assim, tenho certeza que ele se sentiria muito traído se visse mamãe com Apolo; o casamento deles mal aguentou quando ele soube da traição dela, se visse que ainda existem tendências para que algo como minha concepção se repetisse, seu coração se quebraria de uma forma que eu acho que dificilmente seria remendada.

Minha mãe ri e coloca a mão no braço de Apolo, da mesma maneira que eu lembro ela ter feito dezenas de vezes com papai nos domingos em família. Ele se aproxima e cochicha algo para ela e ela ri mais um pouco.

A pista de dança parece infinita, como um daqueles pesadelos nos quais quanto mais você corre, mais seu destino se distancia. É exatamente assim que me sinto agora.

Apolo toma o braço de minha mãe e eles começam a caminhar para a porta. Como assim?

Aparentemente de lugar nenhum, Natalie e Lacey surgem.

— Eu pedi para a próxima música ser Roar, da Katy Perry, America. Gostaria de dançar conosco? — Lacey pergunta, de uma maneira animada.

Parte meu coração dizer não para aquela menininha linda e sorridente, mas eu meio que não podia dizer sim.

Eu praticamente nem paro para responde-la:

— Talvez na próxima, Lacey. Tenho que ir ao banheiro.

Seu sorriso é divertido e decepcionado, ao mesmo tempo, como se ela estivesse triste por eu não dançar com elas, mas achasse engraçada a minha necessidade fisiológica básica de querer ir ao banheiro.

— Tudo bem — ela responde, simplesmente. — Bom xixi! — ela exclama, um pouco alto demais, enquanto eu me afasto, com uma risadinha conspiradora.

Balanço lentamente a cabeça, seu jeito fofo me lembrando de May quando era mais nova. No entanto, minha distração não dura muito tempo, porque quando olho de novo, mamãe e Apolo não estão mais no último lugar onde eu os vi.

Paro de andar e olho ao redor. Não os vejo em lugar nenhum, mas minha altura mediana nunca me permitiria ver acima dessa multidão de pessoas.

Dou inúteis pulinhos para tentar ver ao redor, mas ainda não consigo localizá-los. Vejo papai e Asher conversando em um canto do salão, longe da pista de dança, e vejo Maxon dançando com uma garota alta de pele pálida e cabelo preto como a noite, ela não parece ter mais do que a minha idade... Ártemis. Suspiro. Apolo e mamãe não estão em lugar nenhum.

Uma mão toca minhas costas suavemente. Viro-me e me deparo com o Soldado Woodwork.

— Senhorita America? — Seu semblante é preocupado. — Algo errado?

Penso por aproximadamente cinco segundos se devo ou não compartilhar com esse guarda desconhecido que, ainda que seja muito gentil e prestativo, ainda é desconhecido, os motivos de minha preocupação.

— Você viu uma senhora um pouco mais baixa que eu, com uns cinquenta/sessenta anos e cabelos ruivos em algum lugar?

Não havia muitas ruivas no salão, apesar de que todas as vezes que eu olhava para Afrodite ela parecia estar diferente.

— Acredito que a vi uma senhora vestida de tulipa saindo com quem eu só posso pensar que era Apolo... — Sua expressão é pensativa, como se ele não estivesse cem por cento certo do que acabara de dizer.

— Sair? — Acho que meus olhos pulam para fora das órbitas, igual a filmes de cartoon. O que diabos eles iam fazer lá fora. Nada bom, eu não tenho dúvidas. — Obrigada, Soldado Woodwork — eu digo, já me afastando, correndo em direção à porta.

Acho que ele diz alguma coisa, mas não fico lá para saber. Já estou me apressando para porta, ainda mais desesperada do que antes. Não posso deixar minha mãe fazer algo que faça nossa família se arrepender.

As portas parecem longe, ainda que eu corra, passando por debaixo de algumas pessoas e entre outras. No entanto, eu finalmente chego nela.

Paro por um instante e respiro fundo, recuperando o fôlego. Por um instante, penso se essa é realmente uma boa ideia. E se eu abrir a porta e eles estiverem se beijando? Como eu vou lidar com isso? Como eu vou olhar para papai? Eu terei coragem de contar para ele... pior, de não contar para ele? Ou se eles não estiverem aqui? Eu vou correr até onde atrás deles? E se eu não os achar?

Paro novamente, tentando ignorar todos os pensamentos que correm soltos pela minha mente, tentando me paralisar. No lugar, eu apenas paro de pensar. Não há opção aqui.

Num mundo ideal, eu não teria esse medo: eu não teria que ser a pessoa que está zelando pela união de nossa família. Minha mãe já é grandinha, ela já o que pode e o que não pode fazer. Ela age como se estivesse arrependida, mas ela ainda estava se comunicando com Apolo – e eu sabia disso, porque de outro modo, ele não teria aparecido no meu chalé, no dia das inscrições –, e eu nunca poderia garantir que nada aconteceu nesse meio tempo.

Na minha cabeça, eu nunca entendi por que ela simplesmente não pediu o divórcio. Seria por medo de ficar sozinha? Ela nunca teria o que ela tem com papai com um deus como Apolo. Seria por que ela realmente ama papai? Ou seria apenas para manter o status quo e o conforto? ... Eu nunca seria capaz de dizer.

Mas uma coisa que eu tinha certeza absoluta é que não posso deixar ela partir o coração do meu pai, em hipótese nenhuma.

Abro as portas. Apesar de ter vontade de fazer isso de maneira intempestiva e dramática, para que eles me vejam lá e parem o que diabos estiverem fazendo, eu não o faço. Por um lado, não quero causar escândalo na festa, atraindo mais olhares do que o necessário, por outro, não quero que eles parem; quero saber o que está acontecendo. Abro apenas uma pequena brecha e passo, fechando às minhas costas.

Imediatamente, não os vi ali. Em comparação ao brilhante salão dourado, o lado de fora parece sem graça e apagado e demoro alguns segundos para encontra-los, correndo meus olhos pelo ambiente.

Se eu não os estivesse procurando, provavelmente nunca os veria ali, escondidos por uma parede, mas a ponta vermelha do vestido de tulipa de mamãe está a mostra e é assim que eu os acho.

Eu me aproximo lentamente, sem querer sobressaltá-los. Mamãe está encostada contra parede e, graças a todos os deuses, Apolo está a vários centímetros de distância e eles parecem estar conversando sobre algo sério, já que ambos estão com expressões preocupadas.

Eu quero parar aqui e ouvir o que eles conversam, mas os olhos de Apolo me captam e sua expressão muda para a irritação. Como de praxe, ele está com sua aparência adulta, de pseudo-pai, apesar de ainda assim aparentar ser bem mais jovem que minha mãe. Ele está fantasiado de rockstar, com direito a calça colada, cabelo bagunça e lápis de olho, ele está até mesmo com uma guitarra nas costas. No entanto, a fantasia nunca seria capaz de suavizar sua expressão. Por um instante, quase me deixei enganar, quase parecia que ele era realmente meu pai e que eu estava encrencada, prestes a receber uma bronca.

Essa ilusão, no entanto, some rapidamente, quando ele abre sua boca:

— America! — Seu tom de reprimenda, tendo o momento passado, não surte nenhum efeito, apenas me faz colocar a mão na cintura, com ar de deboche. Seus olhos dourados brilham e parecem conseguir iluminar melhor o cômodo.

Mamãe se sobressalta e se vira para mim com um pulo, a expressão assustada. Se eu não o estivesse visto momentos antes, teria certeza que eles estavam fazendo algo errado... mesmo agora, não tenho certeza se não estavam.

— America! — O tom de minha mãe, por outro lado, é de constrangimento, como se tivesse sido flagrada fazendo alguma indecência. Isso só me deixa ainda mais desconfiada.

— O que você está fazendo aqui, America? — Apolo pergunta.

— E eu não posso sair do salão, não? — rebato.

Tenho quase certeza que mamãe falará algo, mas ela fica quieta perante minha resposta.

— Você estava nos espionando — ele insiste.

— Prove — desafio.

Ele fica calado.

Um momento de silêncio se segue.

— O que vocês estavam fazendo aqui fora? — pergunto, em tom inquisitório.

— Não temos que lhe prestar satisfações, America — Apolo responde. Ele parece gostar de ficar repetindo meu nome, como se isso fosse elevar o seu nível de autoridade. É um esforço patético.

— Mãe, você prometeu — digo, ignorando-o, voltando-o para minha mãe. Eu não quero, mas minha voz soa quase como uma súplica. Seu semblante muda imediatamente, e ela parecia quase arrependida, envergonhada, sua irritação foi embora.

— America, meu amor, não aconteceu nada, nós só estamos conversando.

— Em um canto escuro fora do salão de festas? Como dois adolescentes se agarrando na noite de formatura?

Por um instante, a expressão de Apolo tremula, como se ele quisesse rir. É rápido, mas isso me irrita.

— Vocês são dois adultos e não podem ficar agindo como adolescentes. A adolescente aqui sou eu! Eu não posso e não devo ficar monitorando minha mãe para garantir que ela não vá trair meu pai com a porra de um deus grego; garantir que ela não vá destruir nossa família; garantir que ela não quebre o coração do meu pai; para garantir que ela não dê a luz a um segundo bastardo semideus.

Parece uma catarse. Sai da minha boca antes que eu consiga segurar. Quando eu paro, tudo o que quero é puxar de volta as palavras no ar, mas elas já foram ditas e não podem ser pegas de volta.

Elas plainam no ar por alguns segundos e o silêncio se instala. Sinto que meus olhos querem marejar, mas eu não os permito. Eu não vou chorar agora; não depois que toda minha autoaversão acabou de ser exposta para os dois responsáveis por ela. Não. Eu sou mais forte que isso.

Eles não dizem nada, então eu prossigo:

— Então, por favor, garantam que nada como isso se repita, por favor. Eu não tenho energia física ou emociona para ficar vigiando vocês. — Tenho vontade de me virar e ir embora, mas outro pensamento me atinge: — E, mãe, se a senhora não ama mais o papai, o mínimo que a senhora pode fazer é pedir o divórcio.

Eles ficam sem palavras e eu finalmente saio, sentindo-me completamente sem energia.


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