A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 22
Capítulo 22 - Um Chá certamente Divino


Notas iniciais do capítulo

Como diria a Rose "Já faz 84 anos"...
Oi, gente, desculpa pelo chá de sumiço.
Estou voltando e sei que não há nada que possa fazer para conseguir reparar meu sumiço de anos, mas espero que alguns de vocês apareçam para que possam me acompanhar até o fim da saga A Seleção Semideusa.
Qualquer coisa que quiserem tratar comigo, só me mandar uma mensagem privada, que vou tentar responder, já que o Nyah só permite um comentário por capítulo.
Não prometo que não vou sumir de novo, apesar de prometer que vou tentar evitar, as postagens serão todas as quintas (terá outra postagem amanhã, então), mas não sei se teremos pessoas por aqui. Também estou atualizando a fic lá no Wattpad, se vocês preferirem... Então é isso, um beijo para vocês...
Liz.



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P.O.V America

 

Quando entrei no cômodo onde o chá estava acontecendo, fiquei meio chocada. Apesar de nem todo mundo já estar ali, as pessoas que importavam certamente estavam. Por um momento, fiquei surpresa ao ver Afrodite e Deméter – não, Ceres—, assim como Belona e Íris circulando junto com Tiquê e Circe pelo salão.

Kriss e sua mãe, as únicas mortais que já haviam chegado, pareciam aterrorizadas diante daquilo. Eu não podia negar que eu também estava.

Olho para mamãe ao meu lado, para tentar transmitir-lhe confiança, mostrar-lhe que, por mais que isso não pareça ser normal, também não era o fim do mundo. No entanto, mamãe parece estar mais confortável do que eu nessa situação. Mamãe, na verdade, parece estar até animada com a perspectiva de passar uma tarde inteirinha com um bocado de deusas ameaçadoras e, muitas vezes, voláteis.

Annie aparece do nosso lado.

— Você não sabe o quão feliz estou por nem Asher, nem Maxon serem filhos de Hera. Aquela mulher me odeia.

Olho para ela por um instante. Não entendo como alguém, ainda mais um deus, podia odiar Annabeth. Ela era tão perfeita e metódica... mas, pensando bem, os deuses não seguiam muitas linhas de ações lógicas.

Como ela parecia ter comentado mais para si mesma do que para mim de fato, eu nada lhe respondi.

Apesar de tudo, não pude deixar de me sentir incomodada pela ausência de Hera. Mesmo que seja um alívio uma deusa a menos para tornar essa situação mais propensa a acabar ruim, não consigo ignorar o fato de que ela é a esposa legítima de Zeus. Ela sofreu várias duas traições e agora está acontecendo um enorme evento para homenagear os frutos desses relacionamentos e ela nem sequer é convidada para os eventos. Pensando bem, talvez ela apenas não tenha querido vir, deveria ser muito humilhante.

No final, esse é o X da questão: estar ou não estar aqui deve ser muito humilhante para ela e essa era a realidade de uma esposa de deus grego... essa era a realidade para qual eu estou caminhando enquanto permaneço na Seleção.

Gostaria de acreditar que Maxon não faria isso comigo, mas, apesar de sua personalidade e de todo o afeto que ele aparenta nutrir por mim, eu nunca poderia afirmar com certeza. A dúvida no que diz respeito à fidelidade de Asher é ainda maior.

Por mais que eu ame a Seleção e as pessoas que aqui estão, todas as experiência que estou vivenciado... no fundo, não consigo me questionar se não estou cometendo um grande erro pelo simples fato de ainda não ter saído correndo.

— Ok. Sentem-se, acomodem-se. Silvia daqui a pouco aparece para surtar um pouquinho — Annabeth avisa, em voz baixa, para mim e minha mãe.

Annie pisca para mim, antes de se afastar.

 

Não demora muito para que as outras meninas cheguem. Além de tudo, Annie não poderia estar mais certa em sua previsão: quando Silvia chega – atrasada, diga-se de passagem –, ela parece uma pilha de nervos prestes a surtar a qualquer momento, apesar de isso nunca acontecer.

Mesmo com toda a tensão causada pelas presenças divinas na sala, as meninas parecem animadas, todas explodindo de energia. Natalie parecia a mais feliz do lugar, praticamente colada em Íris o tempo inteiro. Sua mãe mortal – Sheila, eu descobri depois – também parecia feliz por reencontrar a antiga namorada. Do jeito que seus olhos pareciam flertar com Íris do outro lado da sala, eu ficava me questionando se naquela noite uma nova irmã para Natalie não seria gerada.

Essa era uma questão que eu não tinha pensado sobre aquele evento: quantos daqueles ex-amantes não iam ter uma espécie de recaída hoje à noite? Tudo o que eu podia era torcer para que minha mãe não entrasse nessa estatística. Mas claro, se ela fizesse isso nós – eu e papai – nunca a perdoaríamos.  

Elise também parecia feliz por encontrar Belona. Claro, apesar da grande amizade entre as duas, a personalidade de Elise era muito diferente da de Natalie e ela demonstrava isso de uma maneira bem mais contida e fria. Belona parecia compartilhar de seu jeito de ser. A madrasta dela também parecia estar lidando muito bem com toda aquela situação Ela tinha um ar de nobreza da qual Elise também compartilhava. Talvez as duas entendessem que tinham contribuído com as melhores partes de Elise e isso fosse suficiente.

Celeste também havia se aproximado de Afrodite. Ninguém de sua família mortal viera, aparentemente, e, apesar de tudo o que Celeste já fez, eu não consigo não sentir pena dela. Talvez essa sua personalidade maldosa, arrogante e manipuladora só seja fruto de uma família disfuncional. Se bem que a maioria dos semideuses vinham de famílias disfuncionais e quase nenhum deles virava um sociopata como ela. De qualquer jeito, Afrodite parecia feliz por sua cria, a abraçando. Quando passei por elas, as ouvi comentando algo sobre os melhores fios dentais para não marcar vestidos... certamente, elas tinham muito em comum.

Marlee também se aproximara de Ceres... eu não sabia exatamente o que estava acontecendo entre elas. Ouço sussurros e risos e, apesar de tudo, elas parecem se dar bem. Talvez Ceres seja tão doce quanto Marlee, então elas devem estar conversando gentis amenidades. Apesar de Marlee nunca ter aparentado desgostar de sua ascendência divina da mesma maneira que eu, as vezes, mesmo quando você está ok com seu progenitor, é difícil lidar com a ausência deles.

Ainda que estejamos todos juntos aqui hoje, é impossível ignorar o fato de que depois de amanhã eles irão embora e que a ausência deles marcará o resto dos nossos dias. Apesar de eu não compartilhar desse sentimento de necessidade da presença do meu progenitor divino, eu conseguia compreender completamente o que as outras meninas deveriam estar passando. Eles iriam embora e tudo voltaria a ser como deveria.

No final das contas, eu e Kriss somos as únicas que – felizmente – não têm pais divinos na sala. No final, isso é uma benção. Por mais que o chá esteja sendo muito agradável, não sei se conseguiria lidar com a presença de Apolo por aqui.

Além de tudo, ainda há a, até então, inédita presença de Circe e Tiquê. Suas presenças são intimidantes e é impossível não perceber o quanto as duas parecem querer a todo custo evitar uma a outra; estão até em cantos opostos do cômodo.

Aparentemente, a antipatia filial contaminou também as mães... ou talvez seja o contrário...

Preferi evitar pensar sobre isso.

De qualquer modo, se a presença de tantos deuses reunidos num lugar só e socializando naturalmente entre si e com mortais já não fosse o suficiente para dar medo em qualquer um, o fato de uma daquelas duas ser a futura sogra de uma de nós deu completamente conta do recado. Ao menos para mim. As outras meninas, incluindo Kriss, pareciam alegres com aquela reunião. Eu, por outro lado, só conseguia pensar nas mil maneiras em que tudo aquilo poderia dar errado.

Annabeth bate palmas educadas para chamar nossa atenção. A tia de Marlee, ao seu lado, com quem ela provavelmente estivera conversando, a observa. Vejo que mamãe deveria estar conversando com a mãe de Kriss e a madrasta de Elise. É bom vê-la socializando – principalmente por não estar socializando com as deusas de plantão.

Volto minha atenção para Annabeth.

— Bem, já que estamos todas aqui reunidas — começa Annie —, acho que já podemos dar início ao chá.

Ao dizer isso, todas se dirigem naturalmente para a grande mesa redonda que foi arrumada no centro do Salão das Selecionadas. Quando estamos todas acomodadas, mães ao lado de suas filhas e Tiquê sentada à frente de Circe, um enxame de garçonetes aparece com bules de chá fumegantes e pratos para nos servir, como se estivessem realizando a coreografia de uma dança por nós desconhecida. Em poucos segundo, um verdadeiro banquete está servido na mesa: há diversos bolos, de tamanhos e sabores distintos, uma variedade enorme de frutas e doces, e também vários tipos de chá.

Pego uma mini torta de morango, pensando no quanto May gostaria de estar aqui conosco, e me sirvo de um pouco de chá de hortelã. A conversa continua e decido participar dela, apesar do nervosismo.

— Sim, sim. A colheita de morangos do Acampamento Meio-Sangue é a responsável por todos esses belos exemplares servidos para nós — Annabeth está respondendo a alguém, como se estivesse participando de um comercial.

— O cheiro deve ser delicioso, acordar todas as manhãs perto de um campo de morangos — a tia de Marlee, Rebecca, comenta.

— É muito bom mesmo. Também tentamos há alguns anos tentar plantar uvas, mas não deu muito certo. — Annie ri. — Talvez Ceres possa explicar um pouco mais de como tudo funciona.

Ceres ri, amigavelmente.

— Ah não, querida. Estou aqui para me divertir, então nada de trabalho por hoje. Eu me considero de férias, nessa mansão. — A voz de Ceres é macia e delicada, assim como a de Marlee.

— Nada de trabalho! — concorda Afrodite, levantando os braços e parecendo animada.

— Infelizmente, não posso me dar a esse luxo — reclama Íris. — Se eu ficar um mísero dia sem tomar conta do meu serviço de mensagem, os semideuses fazem uma rebelião. — Ela para de falar por um instante e olha para nós, as semideusas da mesa. Fica mais um segundo em silêncio e depois dá uma risadinha, como se quisesse disfarçar o que acabou de dizer.

Todas as mortais da mesa estão em silêncio, apenas observando a cena que se desenrola. Eu, pessoalmente, apesar da minha intenção anterior de entrar na conversa, não posso sentir menos vontade de dizer algo. Só me resta esperar que mamãe faça o mesmo.

Acontece que ela não faz.

— Ah, dona Íris — ela começa, como se estivesse falando com uma cliente do trabalho —, mas seus serviços de mensagem são inestimáveis. Sem celulares, quando ocorre alguma emergência, eles são a única maneira de falar com a minha America. Eles são uma verdadeira dádiva.

Há um silêncio por um instante, como se, pela primeira vez, as deusas do recinto percebessem que existem pessoas completamente humanas entre nós. É esquisito.

— É verdade — Rebecca concorda, parecendo alheia à esquisitice. Talvez seja coisa da minha cabeça, afinal. — Sempre vou me lembrar de uma vez quando o pai de Marlee sofreu um acidente e ela estava no Acampamento Júpiter. Se eu não tivesse uma dracma na mão, ela iria demorar pelo menos uma semana para ficar sabendo.

É então que todas parecem concordar, com a cabeça ou com comentários em voz baixa. Íris parece genuinamente feliz.

— Obrigada, queridas. É sempre muito bom saber que meu serviço está sendo útil para meus clientes. Eu tenho me esforçado muito para isso — ela soa lisonjeada.

No final das contas, parece que isso não vai ser um grande desastre, afinal.

— Mas e você, dona Tiquê, como você se sente sabendo que uma dessas lindas meninas vai ser a futura esposa do seu filho? — Mamãe pergunta, provavelmente querendo ser gentil.

Ou não.


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Notas finais do capítulo

É isso... já fazem anos, mas mesmo assim, espero que minha escrita ainda esteja do agrado... muito mudou em mim e imagino que em vocês também, então fiquem bem!
Com amor,
Liz.



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