Flor Vermelha escrita por magalud


Capítulo 5
Capítulo 5 - A conversa continua


Notas iniciais do capítulo

A amizade provoca reações



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Proserpina finalmente parou e encarou o rapaz de cabelos castanhos e cicatrizes no rosto, surpresa:


- Você é... gay?


- Sim, gay. Portanto, você está perfeitamente segura comigo. Não tenho motivos escusos, nem quero tirar vantagem de você.


A moça sabia que aquela informação provavelmente decepcionaria muitas garotas, mas, de algum modo, Proserpina não se decepcionou. Ao contrário: Severus, dentro de Proserpina, sentiu seu coração bater mais rápido.


- Eu... não sabia.


- Bom, eu não ando por aí anunciando aos quatro ventos. Meus próprios amigos não comentam. Claro que eles sabem, mas eles não são, então...


- Eles condenam você? - Ela parecia estarrecida. - Não o apóiam?


- Não, não me condenam. Eles são meus amigos. Mas não ficam à vontade, entende?


- E você tem namorado?


- Não. Sabe, tem a teoria de Severus também...


Proserpina baixou a voz:


- Ela é verdadeira? Você é um... - Ela baixou a voz a um mínimo: - ... lobisomem?


Ele abaixou a cabeça, parecendo envergonhado:


- Sim. Por isso eu fico doente na lua cheia. Isso afasta a chance de qualquer namorado. Ninguém vai querer um namorado que vira lobo, não é?


- Acho que não. - Ela deu de ombros. - Se eu gostasse muito de alguém, acho que tentaria ajudar.


- Como ajudar?


- Não sei. Mas eu não abandonaria meu namorado.


Remus a encarou:


- Você não tem medo? Não acha estranho um lobisomem em Hogwarts?


Proserpina respondeu, dando de ombros:


- Não é segredo que existem criaturas mágicas em Durmstrang, a minha escola. Na Europa Central, tem muitos vampiros. Alguns estudam na escola. Acho que Durmstrang é mais tolerante com criaturas mágicas do que Hogwarts.


- Eu quase fui estudar em Durmstrang. Se o Prof. Dumbledore não tivesse me aceitado como aluno, eu teria ido parar lá.


Pela primeira vez, Proserpina sorriu:


- E teríamos estudado juntos!


Remus respondeu ao sorriso:


- É mesmo.


- Acho que eu teria gostado de estudar com você, Remus Lupin. Você não é nada do que meu primo falou.


- Como eu disse, Severus é inteligente, mas não me conhece muito bem. Se pudéssemos ter sido amigos, isso tudo seria diferente.


- Ah, sim, teria sido. Com certeza. Oh, não! - O rosto dela adquiriu expressão alarmada. - Estou atrasada. Narcissa está me esperando para me vestir antes do jantar.


- Vocês parecem muito amigas.


- Meu primo me recomendou a ela, por causa do amigo dele, Lucius Malfoy. Lucius e Narcissa estão comprometidos para se casarem. Eu não conheço muita coisa em Hogwarts.


- Pode contar comigo. Que tal estudarmos juntos?


Antes que ela pudesse responder, um aluno mais novo, também Slytherin, veio correndo e gritando:


- Proserpina! Proserpina!


Ela se voltou para o rapaz, do quinto ano.


- Sim? Você é o primo de Narcissa, não é?


O rapaz olhou para Remus e confirmou:


- Sim, meu nome é Regulus Black. Prima Narcissa está procurando por você.


- Desculpe, Regulus. Eu vim ler no lago e o Sr. Lupin estava me fazendo companhia.


O rapaz de cabelos pretos olhou o Gryffindor com desconfiança:


- Eu conheço você. É amigo do meu irmão Sirius.


- Você é mais novo do que Sirius, não?


- É. Proserpina, é bom você saber que Mamãe expulsou Sirius de casa - disse Regulus, com um olhar maligno para Remus. - Então você pode ter uma idéia a respeito das companhias com quem ele anda.


Remus sorriu:


- Ah, então Sirius foi expulso de casa? O danado está dizendo aos quatro cantos que saiu de casa com uma herança antecipada de um tio. Eu não sabia que ele tinha sido expulso.


- Como deixei bem claro, meu irmão é a vergonha da família Black - disse o adolescente, com desprezo. - Proserpina, podemos ir? A Prima Narcissa me pediu que a escoltasse até o dormitório.


Remus fez uma reverência:


- Espero vê-la mais, Proserpina. Se você não se incomodar com minha companhia, espero que possamos ser amigos.


Proserpina lembrou-se de inclinar a cabeça como Narcissa a ensinara e deixou Regulus a levar até dentro do castelo. Mas, dentro de seu coração, havia uma palpitação diferente. Tão diferente que ela não se conteve: no dormitório, junto das demais alunas, ela comentou com Narcissa.


- Um dos Gryffindors veio falar comigo.


- Regulus me disse que você estava conversando com um dos membros do entourage de James Potter, o herói do Quidditch.


- Sim, é verdade. O nome dele é Remus Lupin.


- Ah, sim. O pobretão. Você sabe que ele e sua turma costumam perseguir seu primo, não sabe?


- Sei. Primo Severus me dizia que eles estavam sempre buscando deixá-lo em encrencas.


- Você tem motivos para presumir que esse Lupin vá tratar você de modo diferente de seu primo?


- Bom, ele disse que queria ser meu amigo. Desculpou-se muito pelo jeito que os amigos tratam Severus. Ele pareceu não concordar com as atitudes dos amigos.


- Mas não faz nada para impedi-los. De que adianta isso?


- É verdade.


Proserpina ficou pensativa. Ela sabia que, como diz o ditado, os leopardos não mudam suas manchas. Então, por que ela se sentia tão entusiasmada com a conversa de Remus?


- Proserpina, querida, ele estava fazendo avanços indesejados?


- Oh, não. Ele me confessou que é gay.


- Gay, é? Se for esse realmente o caso, o que ele ganharia com sua amizade?


- Ele disse querer minha amizade, só isso.


- Ou, talvez, ele queira colher informações sobre seu primo. Se puder entrar em contato com Severus, consulte-o a esse respeito.


- Eu acho que ele não aprovaria minha amizade com Remus.


- Em minha opinião, seu primo estaria tomando a atitude certa. Aquele rapaz não é confiável, querida. Se você não espera nada dele, é melhor nem começar uma amizade.


Proserpina sabia que as palavras de Narcissa eram corretas. Mas por que seu coração dizia que não? E por que Severus, escondido sob Proserpina, estava tão triste?



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