Flor Vermelha escrita por magalud


Capítulo 4
Capítulo 4 - Lobo sai da toca


Notas iniciais do capítulo

Remus Lupin retorna e encontra Proserpina Prince.



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As especulações fervilharam nos primeiros dias, especialmente porque ninguém sabia o que exatamente tinha acontecido a Severus Snape ou quando ele voltava. Os Slytherins trataram a prima Proserpina com cortesia e olhares clínicos.


Na verdade, os olhares clínicos de alguns dos rapazes terminaram sendo mais do que isso. Uma noite, enquanto Narcissa escovava os longos cabelos louros, Proserpina aproximou-se dela, imitando-lhe os movimentos para escovar os cabelos pretos alongados.


- Narcissa, você se incomoda se eu acompanhá-la a Hogsmeade no final de semana?


- Claro que não, Proserpina. Já tínhamos combinado isso antes. Por que pergunta?


- Rosier e Mulciber estavam tentando me convidar.


Narcissa ergueu uma sobrancelha:


- Mesmo? E você acha que eles queriam...?


Vermelha, Proserpina abaixou a cabeça e assentiu. Baixinho, admitiu:


- Eles estavam me... me... paquerando.


- E você gostou?


- Não! - Proserpina tentava manter a voz baixa. - Claro que não!... O que eles vão dizer mais tarde, quando meu primo voltar?


- Nesse caso - Narcissa voltou a pentear os cabelos -, você poderia usar essa sabedoria a favor de seu primo, quando ele voltar.


Pensamentos decididamente Slytherins passaram pela cabeça de Severus.



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Não era bonita, pensou Remus, reparando na moça com a flor vermelha no cabelo muito preto. Mas havia algo nela que o deixava intrigado. Ele se virou para a amiga mais próxima:


- Lily, você sabe quem é a moça sentada ao lado de Narcisa Black?


- Fala da prima de Severus?


- Prima de Severus?


- Foi o que ela disse. Engraçado que ele nunca mencionou uma prima para mim. Eles realmente se parecem, então deve ser mesmo uma prima.


- E onde está ele?


A moça deu de ombros.


- Ninguém sabe. Ele teve que voltar para casa de repente. O Prof. Dumbledore acha que isso é obra de seus amigos.


- James?


- E Sirius, bem como Peter. Estão todos em detenção.


- Provavelmente mereceram - sussurrou Remus.


- Eu só estou imaginando o que aconteceu com Severus. Agora que nós não nos falamos mais, eu não sei como ele está.


- E você não poderia mandar uma coruja para a mãe dele?


- Não. - Ela pareceu horrorizada com a idéia. - No primeiro ano de Hogwarts, Severus mandou uma coruja, dando notícias. O pai dele quase matou o animal. Ele odeia tudo sobre magia.


- E como é o nome da prima de Snape?


- Proserpina. A gente podia achar que seria Severina. Eles são mesmo muito parecidos. Genes fortes, esses dos Prince.


- É, devem ser.


Remus voltou-se para a sua refeição, mas com os olhos observou a jovem, que sempre estava grudada com Narcissa Black. Então decidiu que valeria a pena conhecê-la. Bastava achar uma oportunidade.


A oportunidade se apresentou bem antes do que ele previra. No dia seguinte, Remus viu a moça de cabelos pretos ornados por uma flor vermelha sentada embaixo de uma árvore à beira do lago. Remus notou que era um local onde Severus também gostava de ir para ler.


- Olá.


A moça estava tão absorta que se assustou com a aproximação do rapaz. Ele se apressou a dizer:


- Desculpe, não quis assustá-la. Posso me sentar?


Grandes olhos negros o observaram com tanta atenção que Remus chegou a sentir um arrepio. Ela respondeu:


- Se quiser...


- Remus Lupin. - Esticou a mão. - E você é Proserpina Prince, não?


- Sim. - Ela apertou a mão. - Prazer.


- Eu soube o que aconteceu com Severus. Ele está bem?


- Eles ainda não sabem se ele vai ficar bem. Por que pergunta?


- Estou preocupado, só isso.


Ela o encarou, com o rosto fechado.


- Primo Severus me falou de você. É aquele garoto que anda com a turma do Potter. Provavelmente foram eles que machucaram meu primo.


- Olhe, eu sinto muito. Não tive nada a ver com aquilo.


- Então por que está aqui?


- Só queria lhe fazer companhia.


- Por quê? Não é amigo de Severus. Eu sei que não é, então não tente me enganar.


- Não quero enganá-la. Não, não sou amigo de Severus, mas lamento isso. Ele não quer minha amizade, mas eu gostaria de ser amigo dele.


- Por quê?


Remus enrubesceu.


- Bom, meus amigos jamais iriam me deixar ser amigo dele, de qualquer modo. Provavelmente também não vão gostar de nos ver conversando tampouco. Mas eu gostaria de ser seu amigo, se me aceitar.


Ele viu os olhos negros se estreitarem. O rosto feminino adquiriu feições de desconfiança.


- De novo, por quê? Uma aposta com sua turma? Um tipo de brincadeira?


- Não, não. Pode acreditar, eu realmente quero ser seu amigo. - Antes que ela repetisse a pergunta, ele acrescentou. - Olhe, eu me preocupo com Severus. Sinto-me culpado pelo que aconteceu.


- O Prof. Dumbledore diz que você estava doente naquele dia. Que não teve nada a ver com isso.


- Sim, é verdade. Eu não estava com eles.


Proserpina o encarou longamente antes de dizer:


- Primo Severus me falou sobre sua doença. Ele tem uma teoria.


Remus sentiu um buraco no seu estômago. Sim, Severus diria à prima que desconfiava da presença de um lobisomem em Hogwarts. Ele abaixou a cabeça, desanimado. A moça desafiou:


- Não quer saber que teoria é?


Remus a encarou:


- Provavelmente Severus está certo em sua teoria. Ele é muito esperto e muito perceptivo. Não se pode enganar Severus facilmente.


Pela primeira vez, os olhos escuros o encararam com algo mais do que desprezo. Foi tão rápido que Remus não conseguiu distinguir se foi surpresa ou admiração nos dois cristais pretos que o encaravam de maneira tão penetrante. Ele continuou:


- Bom, Severus é uma pessoa muito inteligente, você sabe.


- Sim, eu sei. Mas não imaginava que você soubesse. Pelo que Primo Severus me disse...


- Receio que, infelizmente, Severus não me conheça tão bem quanto eu gostaria. Ele jamais permitiria que eu me aproximasse, por causa dos meus amigos, como você sabe.


- E o que o faz pensar que eu acredito em suas palavras?


- Você não tem motivo, eu reconheço. Mas só posso dizer que sou sincero.


Ela indagou:


- Você está... me paquerando?


Remus arregalou os olhos:


- Você pensou... Oh, não! Não, não é nada disso!... Eu não pensaria nisso.


De algum modo, aquela foi a coisa errada a se dizer. A jovem fechou a cara e deu-lhe as costas:


- Claro. Você jamais iria querer namorar a prima de Snivellus, eu sei. Aposto como você e seus amigos já têm um apelido tão horrível quanto esse para mim.


- Não!... Quer dizer, não é isso! Você entendeu errado.


Ela fechou o livro e se levantou:


- Oh, não, eu acho que entendi muito bem. Como você disse, nossa família é muito inteligente. Para seu governo, saiba que dois rapazes já requisitaram a minha companhia. Talvez eu deva procurá-los e não perder meu tempo com alguém que só quer brincar comigo. Boa tarde, Sr. Lupin.


- Não! - Ela ia se afastando, e ele segurou o seu braço. - Proserpina, não se vá! Você não está me deixando explicar! Por favor!


- E o que você tem a me explicar?


- Não tenho nada contra você. Não quero namorá-la não por sua causa. Mas é que eu não namoro meninas. Eu sou gay.



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