Divergentes escrita por Nightshade
Quatro havia nos supervisionado a atirar com uma arma. Nunca em minha vida tinha tocado em uma, mas eu era boa com a mira... embora só houvesse testado minha mira em jogos de dardos.
Acabo conseguindo acertar os alvos razoavelmente bem.
***
No almoço, sento com Karen próxima à Tris e Christina. Al se senta depois, e sorri para mim de modo gentil e agradecido por ontem a noite. Will se junta a nossa mesa depois, dizendo algo sobre não querer ficar de vela... não presto muita atenção à conversa deles e Karen faz o mesmo. Na verdade, ela estava quieta demais, olhando ao redor.
– O que houve? – pergunto, levemente preocupada.
– Nada. – ela responde, ainda olhando o refeitório – Estou procurando o Quatro.
Evito revirar os olhos.
– Você está... obcecada por ele? – pergunto, tentando não deixar o tom repreensivo aparecer.
– E se eu estiver? – ela retruca – As pessoas andam ficando obcecadas facilmente. Por exemplo, o Peter Hayes não para de te encarar desde que nós nos sentamos aqui... – ela fez um gesto distraído com o garfo.
Franzo as sobrancelhas e olho ao redor.
Na mesa em frente, Peter, Molly e Drew se sentavam. Peter realmente me olhava, primeiramente sua expressão não é zombeteira como sempre, mas é algo que não consigo distinguir. Mas quando ele percebe que eu o estava olhando, volta a sorrir de forma zombeteira. Desvio o olhar para a mesa.
– Depois das seis podemos fazer o que quisermos. – Karen comenta – Gosto do como isso soa – ela sorri sinistramente – Fazer o que quisermos. Vou fazer uma tatuagem.
Engasguei com meu suco.
– O que? – perguntei.
– Vou fazer uma tatuagem. – ela disse novamente – Tô pensando em fazer labaredas de chamas em meu pescoço e ombros. – ela sorri – E você?
– Não vou fazer tatuagem. – respondo.
– Por que? – Karen pergunta – Só porque você é doce e fofinha como um cupcake? – ela ri alto.
A principio fico indignada, mas rio junto com Karen. Mas ela logo para de rir. Paro também, porque Peter e seus amigos se sentam ao nosso lado.
– E aí, estão rindo de que? – ele pergunta para nós duas – O que é tão engraçado? – ele empurra amigavelmente meu ombro. Isso me surpreende, mas ele continua com a expressão debochada de sempre.
– Nada de mais. – decido responder.
– Desculpe Peter, mas acho que não há lugar para você aqui. – Karen diz, olhando para ele com os olhos flamejantes e sorriso sarcástico.
Ok, se começar pancadaria eu saio correndo, a saída não fica tão distante.
– E por que você diz isso? – ele se inclina para perto de mim, para poder encarar Karen. Sinto minhas mãos começarem a suar.
– Porque só o seu ego ocupa todo esse recinto. – Karen sorri amigavelmente.
– Sou Amélia – exclamo, estendendo minha mão para Peter, que me olha surpreso. Eu tinha que fazer algo para evitar uma briga entre ele e Karen. Então me apresentei.
– Peter – ele aperta minha mão. O engraçado é que ele tinha um aperto gentil, como naquele dia em que me ajudara a entrar no trem.
Encontro os olhos dele, que por um segundo parecem se suavizar, mas em seguida ficam novamente debochados.
Ele se levanta.
– Nos vemos no treino – ele sorri – Cupcake. – seus amigos o seguem, rindo.
Tento controlar o misto de raiva e vergonha que sinto.
***
Depois daquele dia cansativo, Karen ainda se encontra com disposição para ir até o Fosso.
– Eu quero fazer compras e uma tatuagem, Amélia! – ela me arrasta pelo braço.
– Ok, Karen, ok! – ranjo meus dentes, enquanto a deixo me puxar até o estúdio de tatuagens.
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