Crazy On You escrita por germanismos


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá! Acho que vocês gostarão do capítulo ;)
Esse capítulo foi o que mais me deu trabalho até agora. Desculpem se a compreensão estiver difícil.
Essa fic é composta por 11 capítulos e já estamos quase chegando na metade.
Lá em baixo tem um recado que eu considero ser importante e espero que leiam ele todo :)



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“Eu realmente odeio seu sofá”

Ela olha pra cima e há um sorriso tão óbvio no rosto dela. Eu consigo dizer isso e eu nem sequer tenho que perder meu tempo em olhar pra ela a fim de confirmar isso, eu posso ouvir em sua voz. “Não parece”

"Cale a boca, é tão desconfortável que eu não consigo encontrar uma posição confortável."

Minha rápida lógica me surpreende. Talvez se o sofá fosse mais confortável eu seria capaz de adormecer e perder o restante da nossa sessão. Eu me mexo um pouco mais na esperança de encontrar uma posição perfeita.

“Mas deitar sobre ele está excelente pra você?”

Ela acha que está sendo engraçada.

“Então, o que mais você quer falar hoje, Doc?”

Ela está em silêncio por alguns segundos, eu ficaria preocupada, mas eu estou mais interessada em decidir o que eu quero para o almoço daqui a pouco. Salada é sempre minha refeição escolhida, mas hoje eu estou me sentindo corajosa, muito mesmo. Algo frito. Yeah.

“Você está de bom humor.”

O fato que ela pode dizer que eu estou em um bom humor é particularmente inquietante. A única explicação é que ela tem câmeras instaladas na minha casa. Aposto que há um microfone em algum lugar na fruteira, ou talvez por trás da minha cabeceira. Aquele vaso de flores suspeito definitivamente tem algo a ver com isso. Eu não ficaria surpresa se ela colocasse um dispositivo de rastreamento no meu celular. Lauren precisa de ser interrogada mais tarde. Porque eu tenho certeza que ela já tem câmeras e microfones no meu apartamento, então ela teria pego qualquer atividade misteriosa acontecendo. Sim, preciso fazer uma interrogação.

“Rach?”

“Eu não fui detida neste fim de semana e meu rosto não está em um tabloide, é um bom dia” Eu lhe dou um sorriso extravagante e ela rir.

“Entendo, então nós nunca iremos falar sobre as indiscrições da semana passada?”

Seria ingênuo acreditar que eu poderia passar um bom dia sem alguém ou Quinn Fabray fode-lo. Ela é um cão de caça para todas as coisas que poderia arruinar a minha vida. Ela pode simplesmente trabalhar um pouco para conseguir as informações que ela quer.

Viro a cabeça e descanso meu antebraço na minha testa: "Você já ganhou a minha confiança?"

Ela bate o dedo em seu queixo. Eu estudo a ação, isso me incomoda. Quem bate em seu queixo? Isso não é nem um pouco cativante.

"Acho que não, especialmente desde que você deixou seu caderno aqui."

Eu levanto usando o braço como uma alavanca. Whoa, um pouco tonta.

"Você leu isso?"

"Não, eu não li."

Eu suspiro e me jogo de volta no sofá, "O que você quer saber?"

“O que os paparazzis estavam gritando para você que fez você reagir mal em frente às câmeras?”

Eu pego a bola de estresse que Quinn mantém em sua mesa de café e começo a jogá-la no ar enquanto eu olho para o teto. Era uma manhã extremamente agradável. Qualquer manhã que eu não acorde com um telefonema da minha agente me repreendendo é um bom dia. Tão bom, na verdade, que eu fui para o Starbucks com Lauren para escolher minha própria bebida em vez de apenas dizer-lhe o que trazer. Eu aprendi que ela bebe um macchiato de caramelo.

“Eles me chamavam de gorda, uma cantora terrível, disseram que eu era uma dependente de cocaína, um queria saber se eu tinha algum tipo de transtorno alimentar.”

Ela ri, eu não tenho certeza se é porque as acusações são loucas ou porque ela acha que é realmente engraçado, como ela costumava fazer na escola.

"Isso parece um pouco redundante." Ela balança a cabeça, quase repreendendo os homens maus que perturbam a pobre Rachel Berry.

“Eles só queriam ter uma reação irritada de mim.”

Eu comecei a jogar um jogo onde eu jogo a bola o mais perto que eu posso do teto, sem que, na verdade, toque-o. É bastante divertido.

"Eu acho que eles tiveram o que queriam."

Eu zombo, "Essa coisa realmente não me afeta mais."

"Então, o que tirou você do sério?"

"Sério?" Eu pergunto, não tiro os olhos da bola, uma vez que quase toca o teto desta vez. Quase.

Isso pode ser bom. Eu posso praticamente sentir o meu alter ego diabólico esfregando as mãos em prazer. O nome dele é Ray e ele é mal. Ele gosta de coisas como esta.

"Sim."

"Eles me perguntaram se eu já estava trepando com a minha terapeuta."

Quinn tosse e engasga um pouco sobre seu café, eu estou feliz por ter conseguido. A reação foi muito mais divertida do que o meu jogo com a bola do estresse. Ray está satisfeito.

"Entendo."

"Você está bem?" Eu pergunto, momentaneamente parando meu jogo com a bola para virar a cabeça enquanto ela se senta na mesa de café de pernas cruzadas.

"Eu estou bem", ela segura a mão na garganta, acalmando o líquido para baixo, "Você simplesmente me pegou com a guarda baixa."

"Pois é, eles também", eu respondo e jogo a bola para cima novamente.

O café desce, "Então, por que você se aborreceu? É obviamente uma mentira."

Obviamente, Quinn.

"Porque esse tipo de coisa é privado e apenas pareceu que eles cruzaram a linha."

Pela primeira vez eu não me sinto irritada em ter que mais uma vez me defender.

Ela balança a cabeça negativamente em silêncio, eu pego a bola e coloco-a no meu estômago.

"Se as pessoas descobriram que você é minha terapeuta, você não iria ficar um pouco frustrada se as pessoas achassem que você estava dormindo comigo? É isso o que você está me dizendo?"

Ela balança a cabeça negativamente, esquivando-se enquanto ela puxa alguns fios de cabelo pra atrás da orelha. Ela está usando-o hoje em linha reta e com um entrançado para o lado. Ela não se parece com uma terapeuta com um doutorado, ela se parece com uma garota de 17 anos com o resto de sua vida à sua frente.

Encaro-a, incrédula até que ela elabora.

"Eu não acho que alguém diria que estaríamos dormindo juntas, então a situação poderia ter sido evitada."

Ela é esperta em suas formas de razão. Quase muito esperta. Ray também é cético em relação a tudo.

"Bem, o paparazzi supôs."

"Você honestamente acha que, se eles descobriram que eu era sua terapeuta, eles ainda suporiam isso?"

Ela tem um ponto.

"Talvez," Eu dou de ombros e começo a jogar a bola novamente, "Eu sou um pedaço de dinheiro afinal de contas, eles provavelmente executariam uma história onde eu seduzo você e é claro que você não poderia ignorar a minha paquera persistente e meu incessante charme.”

"Você sempre foi tão cheia de si mesmo?"

"Claro."

Ela ri e balança a cabeça, ela concorda.

"Eu só acho que é difícil acreditar que as pessoas presumiriam que estaríamos dormindo juntas."

"Por que ainda estamos falando sobre isso? Você quer dormir comigo ou algo assim?" Eu pergunto e ela fica quieta por um segundo a mais do que eu esperava que ela fosse ficar. Sento-me em linha reta, bola esquecida e atingindo o sofá no caminho de volta para baixo. "Oh meu Deus, você totalmente quer. Isso é como uma espécie de fantasia para você, não é? Estranha.”

"Não, isto não é algum tipo de fantasia para mim e eu não sou uma estranha!" ela tenta falar seriamente.

Eu não perco a evidente fuga da verdadeira questão que eu estava perguntando. Cortei-lhe, ela já está corando o suficiente a ponto de deixar o diabo com ciúmes.

"Você não me acha atraente? Todo mundo me acha atraente", afirmo, um pouco disso trata-se de colocar para fora que ela me considere bonita, eu trabalhei duro para este corpo. E não, eu não paguei por isso, ao contrário da crença popular.

Eu só quero vê-la corar novamente.

"Eu não disse isso em tudo, você está colocando palavras na minha boca", parece que ela está tentando fisicamente se afastar, se ela vai mais longe, ela vai cair da mesa de café.

"Então você me acha atraente?"

Eu escondo meu sorriso com a habilidade que eu tenho de coloca-la contra a parede com as minhas perguntas. Eu tenho-a presa. Quinn aturdida é um tipo de diversão para mexer.

"Esse não é o caminho que eu queria que essa conversa fosse."

Eu sorrio, "Você é a pessoa que iniciou esta conversa em primeiro lugar."

"Vamos falar de outra coisa, talvez?" ela limpa a garganta antes de pegar a xícara de café.

"Por que você não acha que as pessoas iriam supor que eu estaria mantendo relações sexuais com você?"

Ela engasga novamente em seu café e eu posso ter sido um pouco contundente simplesmente só para ver a sua luta com o líquido quente. Eu tento esconder meu sorriso, mas é demasiado grande para domar.

"Bem, porque ...", ela vacila.

"Minha sexualidade nunca esteve fora dos limites antes, na verdade, eles estão mais inclinados em presumir."

Ela me estuda por um momento. "E qual é a sua sexualidade?"

Sabia.

"Indefinida”, algo assim.

Ela franziu as sobrancelhas, ela está honestamente confusa.

"Você tem problemas com lógica ou algo assim?"

Espero que ela esteja brincando.

"Não, mas você é inteligente o suficiente para entender."

Ela está coçando a testa agora. Ela é um clichê ambulante.

"Mas, Jocelyn? a antiga recepcionista." ela pergunta.

"Foi uma loucura", eu termino por ela.

"Então você só esteve com uma mulher?"

"Oh, Deus não", eu gesticulo descontroladamente com a minha mão.

Ela me olha pensativa, como se ela estivesse tentando descobrir isso só de olhar para mim. Deito-me e continuo jogando a bola para o ar tentando ser o máximo indiferente eu poder ser.

Eu suspiro, "para registro, estou extremamente feliz e apaixonada pelo meu namorado, Tristan, e nunca nem mesmo deixei os olhos vaguear em direção à outra pessoa."

"E fora do registro?" ela estimula.

Eu penso sobre isso. Eu provavelmente poderia ser processada.

"Qual é o seu nível de confidencialidade de médico e paciente?"

"Eu não vou nem responder a essa pergunta, Rachel."

"Tudo bem," eu respiro, "Nós dois somos gays e usamos o outro para o público."

"Uau, isso é uma grande confissão" Seus olhos estão ligeiramente alargados, apenas confirmando suas palavras.

"Eu supostamente deveria está confiando em você, lembra?"

Ela balança a cabeça e há um pequeno sorriso, "Você deve", ela diz lentamente.

"Veremos.”

Ela ainda está sentada na mesa de estilo indiano, com o canto do meu olho, eu posso ver a cabeça e os olhos dela seguindo a bola enquanto ela sobe e desce ao longo do ar.

"Essa é a parte da sessão, onde você joga uma bíblia em minha cabeça e me afoga em água benta?" Eu pergunto, rindo para mim mesma sobre a imagem sozinha.

"O que te faz dizer isso?" ela soa quase magoada, mas às vezes os meus ouvidos me enganam. Eu quero zombar, "Você era uma católica maior do que o Papa no ensino médio, e eu ainda vejo a cruz em torno de seu pescoço. Você não perdeu completamente sua fé."

Sua mão distraidamente vai para o seu pescoço, correndo os dedos em frente à pequena cruz de prata antes de ela enfiar debaixo de sua camisa. Isso me lembra de como ela segurou seu estômago quando ela estava grávida de Beth.

"Eu também fui derrubada no ensino médio, como você tão bem colocou na nossa primeira sessão, e eu mudei. Não é isso o que eu estava tentando dizer a você?"

"Eu não sei, eu escuto você mais pela manhã," eu abro um sorriso e viro para estudá-la, "Oh, vamos lá, isso foi engraçado."

Ela não disse nada, mas ela tem resquícios de um sorriso.

"Então como é que ser derrubada mudou seus ‘caminhos cruzados’ com Cristo?"

"Bem, quando você tem uma criança que vive dentro de você por 9 meses, você começa a ver o erro em suas formas", ela pensa, eu acho que é válido.

"Lembro que você ainda está sendo uma cadela depois que você deu Beth."

Ela estremece, eu estava sendo descuidada.

"Eu não posso explicar porque eu estava do jeito que eu estava, mas a faculdade realmente abriu meus olhos para um novo mundo, eu acho."

"Então você experimentou na faculdade?"

Seu rosto libera um vermelho profundo e um riso morto, "Desculpe-me? Experiência com o quê?"

"Vou levar isso como um sim."

Eu teria adorado ter uma prancheta nas mãos, a fim de fazer uma anotação disso.

"Você está presumindo", ela ressalta.

"Eu estou normalmente certa em minhas suposições", eu respondo com orgulho.

"Você ainda tem que estar certa em algum dos seus pressupostos até agora."

Ela realmente me tem nessa.

"Bem, eu estou certa sobre isso", eu finalmente sento-me novamente e encaro-a.

"Você não tem absolutamente nenhuma evidência."

Eu dou de ombros, "Há quanto tempo você e seu namorado estão namorando?"

"Eu não tenho um namorado", ela responde.

Hmm. Sim. Eu percebi isso.

"Oh, a última vez que esteve em um encontro?"

Ela olha para mim, determinada a vencer este argumento, "No mês passado, fomos a este agradável e pitoresco pequeno restaurante em Chelsea."

Só alguém tão excêntrica quanto Quinn Fabray descreveria algo como pitoresco.

Eu não estou comprando isso. Nem Ray.

Talvez eu seja louca. Quem considera seriamente os pensamentos de seu alter ego?

Eu rolo meus olhos, "Da última vez que você estava em um encontro com um cara, Quinn."

"E o que faz você pensar que eu não estava com um cara no mês passado?"

"Chelsea? Por favor."

"O que há de errado com Chelsea? Eu residi em Chelsea", ela defende.

Isso é cômico.

"Então você deve saber melhor do que eu que você não foi a um encontro em Chelsea com um cara."

"Isso tudo é circunstancial", ela diz.

Não há uma saída.

"Você sabe Levítico?"

Ela me olha perplexa, eu cruzo meus braços sobre o peito.

"Eu sou meio judia.”

Ela deveria saber disso, mas, novamente, não é como se ela tomasse um tempo para aprender coisas sobre mim no ensino médio. Embora, quando ela me tirou no amigo secreto no ano Junior, ela me comprou meias escocesas que davam no joelho. De todos os tipos e com todos os esquemas de cores imagináveis. Isso é sobre o tanto que ela me conhecia. Reconhecido, foi provavelmente o melhor presente que eu tinha recebido em todos os três anos de tradições do Glee Club. E isso ainda ultrapassou o pensativo presente de um ano do Finn que foi uma foto dele mesmo e uns cupons caseiros de uma variedade sexual. Ele foi elegante, aquele garoto. Venha pensar sobre isso, o presente que ele me deu no ano seguinte foi muito mais pensativo, e muito menos como ele. Eu devo ter sido ensombrada pelo gesto na hora de olhar para a logística por trás de sua decisão de me comprar uma nova câmera de vídeo para os meus vídeos semanais do youtube.

Ela encolhe os ombros, "Bem, eu nunca tinha ouvido falar dele até que o meu pai gritou ele para mim."

"Por que ele-"

Ela espera eu ligar os pontos.

"Como eu disse na última sessão, você não foi a única a deixar Lima no passado."

Minha mão chega para cobrir minha boca, eu estou verdadeiramente chocada. Nunca em um milhão de anos eu teria pensado que eu estava certa na minha suposição sobre ela. Eu estava achando divertido vê-la desconfortável sobre o tema. Saber que Quinn é realmente gay, é um pouco demais para eu processar.

"Eu não fazia ideia."

Ela encolhe os ombros novamente e bate as unhas na mesa: "Por que você faria?"

"Será que todo mundo sabe?"

"Sim", ela passa a mão pelo cabelo.

"E seus pacientes?" Pergunto, sentindo-me desesperada para saber sobre isso por algum motivo.

"Eu mantenho o meu trabalho e vida privada separados."

"Então, você nunca... com um de seus pacientes?" Eu mexo minhas sobrancelhas.

"Isso é completamente inadequado e não profissional."

"Qual é, eu estava brincando."

Para provar isso, eu jogo a bola do estresse para ela, ela pega com facilidade e começa a espremer.

"Então, nem mesmo a recepcionista sabe?" Eu pergunto.

Ela balança a cabeça negativamente.

"Uau", eu cruzo meus braços e inclino-me para trás no sofá, "Ensino médio faz muito mais sentido agora."

"Por que você diz isso?"

Eu ignoro a pergunta e continuo a reviver o ensino médio com esse novo conhecimento. Sam sempre me pareceu mais menina do que Quinn, ele com certeza tinha toda a insegurança que uma menina tinha. E ela tinha uma linda história 'de capa' que permitiu que ela não tivesse sexo com qualquer um dos seus namorados. Ela se casou com Deus depois de Beth e, além disso, quem queria ter relações sexuais com alguém que já provou que poderia engravidar. Foi a desculpa perfeita. Eu queria que eu pudesse ter pensado nisso antes, talvez isso tivesse me mantido longe do tesão contínuo do Finn o suficiente pra mim sentir a falta dele entre as confraternizações. Eu continuo voltando meu pensamento pro Finn, talvez ele me tivesse comprado a câmera de vídeo porque ele pensou que seria capaz de filmar nós dois no quarto. Parece provável, mas ele teria mencionado no cartão ou quase imediatamente depois que ele deu para mim. Ele teria estado ansioso e ao mesmo tempo animado pra poder testar. Isso só não faz sentido, alguém tinha que tê-lo ajudado.

"Então, esse encontro em Chelsea...?" Eu pergunto depois de algum tempo.

"Dificilmente algo que eu quero discutir, especialmente com um paciente."

Ela é divertida quando ela diz isso, eu estreito meus olhos, mas não repreendo-a, ela está fazendo isso de propósito.

"Por que não? Ela foi um acidente de percurso?"

Ela sacode a cabeça para trás e para frente indecisa: "Você poderia dizer isso."

"Então você não vai me dar detalhes?"

"Não."

Claro que não.

"Você não é muito divertida."

"Eu nunca fui."

Eu decido não pegar a isca.

"Onde vocês se conheceram? Por favor, me diga que ela era da igreja, seria apenas a cereja no topo do bolo".

Eu iria. Morrer.

Ela olha para mim, "Kurt".

"Oh, melhor ainda, foi um encontro às cegas não foi?"

Ela não responde, por isso tenho a minha resposta.

Eu bato palmas junto com o meu riso, "Deus, você é patética."

Ela bufa e passa a mão pelo cabelo, "Por que, porque eu ainda vou à encontros? Eu sou um pouco antiquada, mas eu sou muito patética."

Ela me dá um pouco mais do que ela pretendia.

"Então isso é uma coisa recorrente? Kurt estabelece encontros às cegas pra você?"

Ela não responde de novo e meu riso só aumenta.

"Você já terminou?"

"Longe disso, eu quero saber sobre esses encontros."

Ela bufa suavemente, mais por irritação do que como se ela estivesse prestes a desistir de tudo, "Você não esteve em um encontro?"

O que é um encontro?

"Você quer dizer, um encontro previamente combinado de duas pessoas em um restaurante que é cercado por paparazzi? Claro, todas as semanas."

"Não. Um encontro íntimo, com alguém que você realmente está interessada."

No ensino médio, com certeza. Finn levou-me em encontros o tempo todo, mas só porque eu incomodei e importunei até que ele fez reservas no Breadstix. Uma vez por mês, eu diria que foi a nossa média. Ele fez tudo perfeito para o nosso encontro do natal, como se outra pessoa tivesse planejado inteiramente. Mais uma vez, isso está consumindo minha mente quando eu deveria estar pensando sobre o fato de Quinn Fabray ser tão gay.

Eu não posso conter o riso que está borbulhando na minha garganta, "Não, por que eu iria fazer isso?"

"Você já esteve com uma mulher?"

"Como no sentido bíblico?"

Ela revira os olhos "Como no sentido de que elas ficam por aqui mais tarde do que 9:00h."

"Não."

"Por quê?"

Eu dou de ombros, "Eu não sei, eu acho que está no meu contrato."

"Você não pode estar falando sério."

"Eu não estou, mas por que eu me colocaria nesse tipo de tortura sendo que eu não estou interessada em outra coisa a não ser a língua delas?"

Ela deita um pouco.

"Se você as conhecesse, talvez você iria querer que elas ficassem por perto e você poderia desfrutar de sua língua ainda mais."

Eu arqueio uma sobrancelha, "Você acabou de brincar comigo?"

"Talvez", ela rir um pouco.

"Foi incrivelmente desconfortável ouvi-la falar tão vulgarmente," Eu provoco.

Ela revira os olhos alegremente antes de descruzar as pernas dela e descer a mesa de café. Ela deita no sofá ao meu lado, apoiando as costas contra o apoio de braços e trazendo suas pernas em direção a seu peito. Ela repousa o queixo nos joelhos.

"Como você acha que eu me sinto?"

Eu sei que ela está falando sobre o quão estranho é ouvir-me amaldiçoar e dizer sem rodeios o que está em minha mente, o que levou algum tempo para eu me acostumar também. Mas, na realidade, é o que eu sempre fiz.

Às vezes me pergunto como eu posso ser dessa maneira, ou se eu sempre fui assim. Eu acho que o grande sinal de alerta piscando foi exibido pela primeira vez através de minha natureza competitiva no colégio. Quero dizer, eu enviei uma potencial ameaça para a casa de crack quando eu tinha dezesseis anos. Isso deve ter sido um indicador grande o suficiente de que eu iria me transformar em uma cadela ainda maior uma vez que eu tivesse o gosto da fama. Na verdade, Quinn não deveria ter esperado eu ser diferente do que eu realmente sou. Eu sempre falei minhas opiniões honestas e disse às pessoas o que estava na minha mente, por isso me processe se eu tenho coisas diferentes na minha mente.

"Eu não sei, como você se sente? Você precisa de alguém para ajudá-la com essa frustração sexual.", eu respondo com um rosnado baixo e bem humorado.

"Isso não é o que eu estava referindo-me e você sabe disso!"

Eu levo algum tempo para responder. Especialmente porque eu estou de volta para a tangente do presente de Natal do Finn. Como ele mesmo sabe que eu estava precisando de uma nova câmera? Não é como se ele realmente assistisse meus vídeos e tenha percebido que havia um curto período de tempo em que não havia enviado mais vídeos. Eu só disse a algumas das meninas enquanto esperávamos o Glee começar, e não é como se elas ouvissem meus longos monólogos. Eu poderia confessar um assassinato que elas não se importariam. Às vezes eu fiz apenas para ver como elas iriam reagir. Nunca houve uma reação. A maldita coisa quebrou de alguma forma durante o meu solo emocionante de uma das minhas músicas favoritas de Bette Miller. Ok, bem, não é como se ela tivesse quebrado BEM durante, mas ela deixou de gravar por alguma razão. Ela quebrou quando eu a joguei contra a parede.

"Você tem que ser sexualmente frustrada, você quer saber por quê?"

"Oh, por favor, uma sábia. Esclareça-me", ela joga as mãos para cima, totalmente em rendição.

Eu viro o meu corpo para encará-la totalmente.

"Você faz todo o trabalho certo, a fim de obter as coisas boas, e eu não consigo imaginar alguém querendo sentar-se em um encontro com você mesmo que a recompensa seja sexo", ela começa a abrir a boca para protestar assim que eu deixo, interessada no que ela pode ter para dizer.

"Eu não sou a única louca nesses encontros", ela responde.

"É claro que você não é, quando você é uma psicóloga presa, qualquer um em torno de você é o louco. Eu não acho que alguém jamais irá ter uma chance com você em um encontro."

"Eu não vou levar o seu conselho de relacionamento em consideração."

"Por que eu não tenho a configuração perfeita? Eu tenho a recompensa sem mesmo fazer todo o trabalho."

Ela balança a cabeça: "Isso parece pouco saudável."

"Eu mereço ter algum tipo de satisfação."

Eu tenho.

"Então você está sugerindo que eu  tenha só uma noite perdida com as pessoas?"

Meu sorriso atinge meus olhos, "Yup, liberar um pouco da agressão reprimida que você tem."

"Eu não tenho nenhuma agressão reprimida."

Eu corro minha mão sobre as costas do sofá distraidamente.

"Claro que não."

"Eu acho que você precisa encontrar alguém, ir à um encontro real pode ser bom para você", diz ela decididamente.

"E o sexo pode ser bom para você também," Ela bufa então eu continuo, "Aqui está como eu olho pra isso, Doc. Cada uma de nós tem dois métodos muito diferentes, entretanto, nenhuma de nós encontrou o amor ainda. Então o que diabos é diferente?"

Ela leva algum tempo para pensar sobre isso, deixando-me aos meus próprios pensamentos, mais uma vez.

De repente, tudo começa a agitar dentro de mim, a verdade é tão evidente e descarada. A imagem de Quinn e Finn bebendo limonada enquanto caminhavam pelo shopping juntos. Quinn tinha algumas sacolas na mão, provavelmente as compras de Natal para a sua família. Enquanto Finn apontava para várias lojas, Quinn balançava a cabeça em quase cada uma delas. Eu só comecei a segui-los por alguns minutos depois que eu os vi e tive um ataque de ciúmes que percorreu meu corpo com o fato de Finn não querer ser pego nem morto no shopping comigo, mas tinha todo o tempo do mundo para Quinn, fiquei curiosa. O que diabos eles estavam fazendo no shopping juntos em primeiro lugar. Tudo faz sentido agora. Ele pediu a sua ajuda para fazer compras para mim. E ela concordou.

"Você pode ter um ponto, mas não, isso não prova que o seu método é certo."

Eu estabeleço a minha atenção sobre ela, de repente, vejo-a em uma luz diferente. Isso me leva alguns segundos para lembrar o que eu havia dito anteriormente, a fim de que ela me desse essa resposta. E é provavelmente por isso que eu decido tomar essa conversa por um caminho diferente, só para ver como ela reage novamente.

"Eu poderia te pegar neste sofá aqui e agora e você provavelmente estaria um pouco suportável depois. Você precisa transar."

"Se eu fosse mesmo fazer isso, você só iria encontrar-me suportável porque nós já estabelecemos um relacionamento."

"Isso tem o potencial de se transformar no dilema da galinha e do ovo" Eu bocejo.

"E onde estão essas garotas que você dormiu até agora?"

"Bem, uma delas era a recepcionista de 3 semanas atrás", eu sorrio.

Ela cora. Eu me pergunto o quanto aquela vadia disse a ela do nosso encontro. Como se fosse mesmo memorável. Lembro-me de chutá-la para fora quando ela tentou me tocar.

Ela pressiona: "E como é que isto não pousa na primeira página dos tablóides?"

"Porque eu não perco meu tempo com encontros, e eu acho que elas assinam um contrato ou algo assim, talvez elas sejam subordinadas, eu não lido com essa parte" Eu digo.

Eu realmente deveria olhar isso e descobrir se o que eu estou fazendo é legal.

Sim, definitivamente ilegal.

"Então, você está fugindo de um anel de compromisso?”

Eu não estou dignificando-a com uma resposta.

Ela está me fazendo parecer como algum tipo de prostituta barata. Eu também estou exagerando em com quantas mulheres eu estive. É como se fosse uma vez por mês ou algo assim.

"Então você está me dizendo que você aproveita esses encontros que Kurt prepara?"

"Longe disso", diz ela, "Eu faço isso para agradá-lo."

Certamente os meus olhos se arregalaram para quase fora de minha cabeça, "Então, por que diabos você está tentando pregar isso para mim, se você sequer aprecia?"

"Eu fiz você abrir-se um pouco mais, não fiz?" ela tem um leve sorriso no rosto dela e ela parece orgulhosa de si mesma. Eu me pergunto se ela tem um alter ego diabólico também. Gostaria de saber qual seria seu nome.

"E o que você aprendeu com este pequeno exercício?" Eu pergunto.

"Que você tem medo de compromisso."

Me assusta que ela não perdeu nenhum detalhe.

"Oh realmente? É este o seu diagnóstico?"

Ela balança a cabeça, tendo o lábio inferior entre os dentes. Há algo tão infantil e inocente sobre isso.

"Se eu estivesse com medo de compromisso, eu não estaria ainda com Tristan," Eu tenho razão.

"Você está usando-o como uma cobertura", ressalta.

Eu normalmente só diria a mim mesma que ela está só presumindo esse fato. Mas ela está muito certa sobre isso.

"Exatamente, eu estou comprometida com a não publicação do meu disfarce."

Não me sinto ameaçada por ela orando pelo menos um pouco, o que é algo que eu normalmente me sentiria. Eu estou mais preocupada em tentar convencê-la de que eu não preciso dele. Eu soo como uma alcoólatra negando seu vício, ou uma fumante que afirma que só acende quando está bêbada.

"Eu poderia terminar com Tristan a qualquer momento."

Seu tom é demasiado casual para esta conversa, "então termine.”

"Isso é uma de suas atribuições?"

"Se você quer que seja."

Ela está me desafiando. Eu posso jogar este jogo também.

"Se eu terminar com ele, você tem que ter apenas uma noite com alguém."

"Você está usando isso como uma moeda de troca?" ela não consegue acreditar, eu não entendo o porquê.

"Se você quiser chamar assim, sim."

"Isso é ridículo", ela joga suas mãos no ar.

Ideias malucas estão em minha cabeça.

"Quem te transformou?"

"Como?"

"Aposto que foi sua colega de faculdade," Eu digo a ela sem expressão, já me convencendo de que eu estou certa. Eu sei que eu estou certa.

"Kate?"

"Sim, ela. Ela te virou mais rápido do que um toca-discos, não é?" Eu aceno. Porra, eu sou boa.

"Eu não vejo como isso é da sua conta."

"Você não conseguiria não se enquadrar. Você até mesmo escolheu a mesma graduação que ela," Eu gesticulo ao redor do escritório.

"Isso não significa nada", ela está começando a ficar na defensiva, eu gosto disso.

Eu ignoro-a, "Ou você ainda está pendurada sobre o pensamento dela ou há alguém que você nunca poderia ter que faz com que todos os outros sejam nada em comparação. Essa é a única maneira de você ser tão contra uma noite."

"Oh, são essas as duas únicas razões?" ela pergunta com sarcasmo, ela faz com que seja muito fácil.

"Ótimo mecanismo de defesa e o fato de que você é horrível em negar as coisas, eu diria que sim, essas são as duas únicas razões."

"Você é impossível."

"Você não me acha nem um pouco divertida?" Eu arqueio uma sobrancelha, dando-lhe um sorriso cheio.

Sua curva de lábios fica pra cima contra a sua vontade, "Oh, você é definitivamente divertida."

"Eu aposto que nenhum dos seus outros pacientes são assim," Eu pisco.

"Eu não discuto meus outros pacientes."

Pergunto-me quantas vezes ela tem que dizer isso em um dia.

"Que chato, né?" Eu amasso meu rosto em simpatia.

Ela me dá um sorriso que responde a minha pergunta.

"Bem, tanto quanto eu gosto de ser seu entretenimento diário, o meu tempo acabou há cinco minutos."

Eu não estou realmente preocupada que passou, especialmente porque eu sei que ela tem uma hora para o almoço.

Ela olha chocada e ainda mais chocada uma vez que seus olhos encontram o relógio na parede atrás dela.

"Será que acabamos de passar por uma sessão inteira? E então um pouco mais?"

"Parece que sim, Doc," Eu aceno.

"É este o seu novo apelido para mim?"

"Você não gosta?" Eu faço um beicinho.

"É uma sensação estranha."

"Boa."

Ela balança a cabeça, não querendo sequer protestar.

"Nós fizemos um excelente progresso hoje, Rachel", ela responde, de forma quase sistemática. Aposto que ela termina cada sessão com essas palavras.

Eu deveria ter algum tipo de adesivo por suportar uma hora inteira dela.

Ela se levanta e começa a andar comigo até a porta.

"Eu acho que sim."

"Eu te vejo quarta-feira."

"Quarta-feira, yeah."

"Tenha uma boa tarde", ela me diz enquanto ela segura a porta aberta, com as costas contra ela.

"Você também," Eu adiciono enquanto eu me viro e caminho em direção ao hall de entrada. Eu tenho uma ideia melhor, "Talvez você considere a minha sugestão?"

"Duvido."

"Você que perde", eu digo a ela antes de se virar, "Tchau, Erin," Dou-lhe um meio aceno e  parece que ela entrou em uma paragem cardíaca. Eu rio para mim mesma enquanto eu coloco meus óculos de sol de volta.

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"Como foi a sessão de hoje, senhorita Berry?" Lauren pergunta enquanto eu ando pra fora das portas giratórias para a rua.

Considero mandar ela cuidar da própria vida.

"Foi bom, obrigado por perguntar Lauren."

Ela parece sem palavras, na verdade, ela está sem palavras, e eu sorrio para mim enquanto eu subo na parte traseira do carro.

Tanta coisa aconteceu em uma hora, e eu não sei o que fazer com nada disso.

Mas há uma coisa que eu tenho certeza sobre Quinn Fabray. Ela estava por trás da minha nova câmera de vídeo nova na escola.


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Notas finais do capítulo

Então gente, se alguma de vocês faz parte daquela parcela do fandom de Dianna, que diz por quê diz que ela DEVE OU TEM QUE SER lésbica, parem. Sério. No máximo, Dianna deve ser bissexual/pansexual e tão cedo, talvez nunca, a possível bissexualidade/pansexualidade dela virá à público. Ficar comentando sobre a sexualidade de alguém pela internet não é algo bom. Principalmente se coloca em risco a carreira e possivelmente o afeto de pessoas importantes pela pessoa em si. Eu mesma já fiz isso no twitter e me arrependo. Vocês, como fãs que dizem ser, deveriam pelo menos respeitar, se não aceitam, o noivado dela. Comentar na internet, se vocês estão de acordo ou não com isso, talvez até esteja tudo bem, mas ir em instagram de amigos e familiares dela ESPECULAR sobre a Lea ou qualquer outra pessoa que ela possivelmente teve um relacionamento amoroso ou algo casual é chato tanto para o amigo/familiar que tem absolutamente NADA a ver com quem ela fica ou não, como pra elas. "Vocês não são melhores amigos confidentes [dela] e sabedores de uma SUPOSTA verdade jamais dita por ela" publicamente. Muito menos donos dela pra dizer com quem ela deve ficar ou não. Xingar uma pessoa que é vista frequentemente com uma delas, simplesmente porque essa pessoa ameaça o ship de vocês é algo totalmente fora dos limites. Acredito em Achele sim, mas sempre deve haver um bom senso.
Apenas um conselho que achei de bom tom dar. Seguem se quiser, obviamente.
Abraço à todos, próxima semana tem mais :)
E um olá para os leitores fantasmas :)