Darkness Heiress escrita por HannahHell


Capítulo 15
Capítulo 15: Fred




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 Não demorou para que sua cabeça parasse de doer, sua perna quebrada se recuperasse completamente e todo o movimento de seu corpo tivesse retornado de maneira quase que perfeita. Se não fosse a falta de exercício físico que ficar de cama trouxe, seria seguro dizer que Catherine estava completamente curada.

O único problema era que estava sem posse de suas varinhas, numa casa cheia de membros da Ordem da Fênix que não pareciam nem um pouco dispostos a deixá-la ir embora.

Todas suas rotas de fuga possíveis estavam fora de cogitação e estava irritada demais para conseguir o grau de concentração necessário para realizar feitiços sem a varinha.

Sua única saída era descobrir as falhas de segurança e usá-las contra seus antigos aliados, de maneira discreta e eficaz, não queria causar a fúria de nenhum deles, muito menos destruir qualquer mínima sombra de confiança nela que eles por ventura ainda poderiam possuir.

Respirou fundo e sentou-se na sua cama com as pernas cruzadas. Respirou lenta e quase que inaudivelmente escutando tudo que acontecia  naquele lugar, reparando no menos barulho de passos, detectando quem estava na casa e quem não estava e fazendo um mapa mental.

Sua primeira opção seria esperar alguém trazer-lhe comida ou água e aproveitar-se da fração de segundo em que a porta estivesse aberta, mas essa opção logo foi descartada, quando um copo de água se materializou na frente dela.

Ela bufou irritada, normalmente conseguia manter a calma, mas a combinação de impotência, tédio e o sentimento angustiante de estar presa a deixavam cada vez mais irritada ela olhou para as caixas no quarto, sabia quem dentro de alguma delas poderia ter algo que podia ser usado para explodir a parede, mas destruição ainda estava fora de cogitação.

Tentou mais uma vez se concentrar, fechou os olhos respirou fundo uma, duas, três vezes tentou fazer todos os problemas se distanciarem, fazer todos os planos furados serem deletados e começou a pensar em todas as possibilidades, desde as lógicas até as mais absurdas, cruzando os pontos fortes, podando os fracos e tentando chegar numa síntese que a levasse ao sucesso.

Porém, quando estava quase chegando à resposta que precisava, ao plano perfeito, a porta do seu quarto se abriu e logo após fechou-se. Catherine nem precisou abrir os olhos para saber quem entrara “o que deseja, Fred?” questionou friamente, decidindo finalmente abrir os olhos e lançar ao garoto um olhar frio e um tanto irritado, como se o repreendesse por algo.

Ele deu apenas um sorriso de lado, não parecendo nem um pouco intimidado pelo tom dela “minha boa ação do ano” contou dando de ombros e soltando uma pequena risada “hoje é, afinal de contas, o primeiro dia do ano. E nós dois sabemos como ele é importante”.

“Nunca o considerei um dia tão importante assim” ela deu de ombros, mas continuava a o encarar, porém dessa vez estava mais intrigada que aborrecida “E qual seria sua boa ação?”

“Talvez lhe trazer essas belezinhas” o sorriso dele se ampliou quando ele tirou do bolso as duas varinhas de Catherine presas por um elástico- para torná-las mais práticas de segurar.

“Eu apreciaria muito se as me devolvesse” o tom dela era desafiador “mas você estaria disposta a trair a Ordem fazendo esta ‘boa ação’?” o sarcasmo na voz dela, especialmente no final era tão evidente que parecia até mesmo algo visível.

“Estaria” ele se aproximou, tinha um sorriso sacana e desafiador no rosto quando se apoiou na cabeceira da cama, ficando de frente para os ombros da garota “claro que, com uma pequena condição”.

Ela deu uma risada debochada e o encarou “sempre tem uma condição”.

“Estaria interessada em saber qual é?”

“Se significar reaver minhas varinhas” ela deu de ombros, adquirindo um tom desafiador e desinteressado.

Ele riu, imitando o deboche dela “me beije e eu te darei suas varinhas. Simples, fácil, indolor e rápido” riu mais uma vez “a menos que você esteja com medo.”

Ela sorriu de lado e se levantou, ficando propositalmente de frente para ele e extremamente próxima “você já deveria saber, Fredzinho, que eu não tenho medo de nada” ergueu a mão e a deslizou pela nuca dele “a questão é, você está com medo?” puxou-o tão próximo que suas respirações misturavam-se tão completamente que não podiam ser distinguidas.

“Nem um pouco” Fred retrucou num tom baixo e um pouco desconcertado ambos sorriram e, ao mesmo tempo colaram seus lábios.

No começo, Catherine fora relutante e, por mais que sua razão a mandasse manter os lábios fechados e se afastar, seu corpo não a obedeceu e logo seus lábios se entreabriram permitindo o que começou como um beijo impulsivo e controlado, tornasse algo intenso e de tirar o fôlego, nenhum dos dois parecia ouvir todas as coisas que sua mente gritava contra o beijo apenas sentiam e deixavam-se levar.

Separaram-se apenas quando os pulmões começaram a implorar por oxigenio, não sabiam se tinham ficado naquele beijo jeito por segundos, minutos ou horas, mas estavam ofegantes. Catherine foi a primeira a se recompor e o encarou indiferente, como se nada tivesse acontecido “minhas varinhas” esticou a mão direita mandatoriamente.

Ele deu de ombros, não importa o quão orgulhosa ela fosse, ela o beijou e não fora apenas um beijinho qualquer, fora algo quase... Erótico. Com uma risada ele entregou as varinhas para ela, que as pegou rapidamente e, no segundo seguinte, aparatou.


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Notas finais do capítulo

Era para este capítulo ser maior, mas eu fiquei apagando e reescrevendo ele tantas vezes na esperança de ficar perfeito que todas minhas edições e surtos acabaram deixando o cap menor, mas creio que tudo que eu queria colocar neste capítulo foi bem colocado e, posso dizer uma coisa:é agora que o bicho vai pegar.
espero que gostem *-*
e não se esqueçam das reviews *-*