Dramione - Whispers in the Dark escrita por Anne Bridgerton


Capítulo 3
Eight Years Later


Notas iniciais do capítulo

Eight Years Later = Oito Anos Depois
Oi oi, gente!! ~ le Kéfera
Sério, desculpem pelo mega atraso logo no início. Não foi de propósito, juro O/ Estava apenas estudando, e isso meio que tomou muito do meu tempo :/ Mas aqui estou eu, com um tempo de sobra, trazendo um cap novo! É um pouco mais curto, mas ei, é uma atualização, certo? kkkkkkkkkkkkkk
Espero que gostem, cherosos (^v^)/
Obs: Ah, e me desdobrei um pouco e fiz o trailer! Quem quiser conferir, o link está na página incial da fic (^_O). Agora vão ler! Go, go, go!



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8 ANOS DEPOIS

POV Hermione Granger

 

Como eu ainda estava sã?

Ri pelo nariz. Aquela era uma ótima pergunta para começar o dia, realmente.

Mas não consegui evitar. Nada parecia certo nas últimas semanas. Nada parecia correto o suficiente para evitar que eu entrasse em meu terrível estado de descrença. Até mesmo os astros pareciam zombar de mim, fazendo um insuportável jogo de gato e rato, em que o Sol parecia se esconder e cabia a mim procurá-lo. Não aguentava mais olhar pela janela e encarar aquele céu cinzento e sem vida.

Sorri sem graça, abaixando a cabeça. Dizer isso era quase uma heresia, eu tinha consciência, uma vez que, quando era menor, quase azarava o Sol para que nunca mais aparecesse e o céu continuasse sempre escuro e tempestuoso, como eu gostava. Apreciava um tempo chuvoso o suficiente para isso.

Mas... Agora que as coisas voltavam a mudar, agora que o medo voltava lentamente a se instalar na mente de todos na comunidade bruxa, um por um, a falta de um pouco de luz e calor contribuíam para que a situação piorasse ainda mais.

E isso estava me deixando louca.

— Maldita ilusão. — praguejei, me lembrando da enorme massa de nuvens negras que vira no caminho para o Ministério. Isso enquanto estava parada em frente à janela do meu gabinete, observando um céu falsamente ensolarado. — Boa tentativa, ministro, mas se tem uma coisa que me deixa ainda mais furiosa, são falsas esperanças. — zombei sozinha.

Respirei fundo passando as mãos pelo rosto que eu sabia que continha olheiras.

Não sabia como tinha voltado àquele ponto. Minha vida estava perfeitamente bem até algumas semanas atrás. Digo, não estava lá muito bem na seção amorosa, já que não me relacionava com ninguém desde que terminara com Ron no ano anterior. Mas o trabalho vinha me dando ótimos desafios — afinal, servir de mediadora em relações internacionais não é algo que se pode intitular de fácil. Mas era exatamente disso que gostava. Do desafio, de me sentir compelida a fazer algo, elétrica a tal ponto, que nem mesmo sentia a necessidade do sono.

Fazia eu me sentir viva.

Mas, agora que recebera o pior desafio de todos, não estava mais tão certa quanto a essa filosofia de vida. Pode parecer fraqueza dizer isso a essa altura, mas eu realmente não fazia ideia do que fazer. Queria fazer alguma coisa para ajudar, para tentar parar esse déjà-vu que começava a se abater sobre nós, mas tinha que ser daquela maneira?

Não me sentia mais tão altruísta quanto era há alguns anos atrás.

Suspirei profundamente fechando os olhos, à medida que o cansaço ganhava cada vez mais espaço em minha mente, para logo depois abri-los de supetão, desperta por uma batida na porta.

Não me movi, continuei a observar a janela, mas falei por sobre o ombro:

— Entre.

Ouvi o clique da maçaneta, seguida por passos hesitantes.

— Hermione? Está... Tudo bem?

Forcei-me a sorrir, mesmo que ele não pudesse ver meu rosto.

— Claro, Harry. Por que não estaria?

Ouvi mais passos, dessa vez mais firmes. Segundos depois, também senti uma mão gentil, mas decidida em meu ombro, me fazendo virar.

Encontrei Harry me encarando com olhos preocupados, além de um Ron Weasley parecendo bastante abatido, sentado mais atrás em minha poltrona.

— Herms, você pode enganar qualquer um, menos nós. Posso ver pelos seus olhos que está perturbada.

Dessa vez, não me impedi de fechar os olhos. Sabia muito bem que minha cabeça estava um furacão de dúvidas, e a deles também, mas era incrível o conforto que aqueles dois homens me traziam. Faziam-me esquecer temporariamente os problemas.

Abri novamente os olhos, encostando à mão de meu amigo com a minha.

— Harry, eu estou bem, sério. Mas vocês pelo contrário... O que houve, Ron?

O ruivo, de onde estava, soltou um longo grunhido.

— Mais uma expedição inútil.

— Eles não aceitaram? — franzi a testa preocupada.

— Como se eles ainda estivessem lá! — colocou a mão na testa cansado — Eu sinceramente achei que os gigantes teriam alguma informação. Afinal, da última vez que isso aconteceu, eles foram um dos primeiros a serem recrutados, não foram?

— Sim Ron, mas isso quando Voldemort comandava. Nesse caso, nós nem sabemos quem está agindo, e muito menos como ele pensa. Isso piora muito mais a situação.

— Mas você acha mesmo que tem alguma diferença, Hermione? Estamos regredindo, não vê? Quem quer que seja o covarde, quer recriar os passos de Voldemort.

— Mas isso seria burrice!

Ele soltou outro longo suspiro. Então, depois de alguns segundos massageando a testa, retirou um papel do bolso de seu sobretudo preto, desdobrando-o lentamente.

— Isso eu não sei, Mione, mas coisas estranhas estão acontecendo. Digo, todos nós sabemos que grande parte dos gigantes foram massacrados na Guerra, mas, agora, debandada? Isso não é normal, todos os aurores sabem disso.

Olhei espantada para Harry, que coçava a nuca em um estado de espírito igual ou pior que o do ruivo.

— Eu não sei o que pensar, Hermione. Eles não são os primeiros, você sabe sobre o caso das acromântulas. — Harry confessou, desarmado.

Suspirei.

— As que sobraram estão mortas.

— Exatamente! E eu me pergunto onde estarão as outras. A colônia de Aragogue era monstruosamente grande, é impossível que os corpos que encontramos na Floresta Proibida sejam de todas elas. — retirou os óculos, passando os dedos pelos olhos.

Harry parecia tenso.

Mas quem não estava?

Recolocou-os, andando em direção a Ron, que lia alguma coisa.

— E eu estou com medo de que criaturas piores sejam envolvidas, Hermione. Merlin sabe o desastre que seria se os dementadores começassem a se rebelar.

— Quando eles começarem, não é Harry? — Ron interferiu sério.

— Não diga isso! Já não temos desgraça o suficiente? Tenha um pouco de otimismo. — repreendi-o, mas descrente de minhas próprias palavras.

Ele deu um fraco sorriso.

— Desculpe Mione, mas é difícil ter um pingo de otimismo que for quando abro e jornal e a notícia na primeira página é essa.

O tom de voz que usou foi tão desolado que me senti até amedrontada de pegar o jornal que ele me estendia. Esticando a mão, eu alternava olhares entre ele e Harry.

Quando finalmente pus os olhos na notícia, desejei que não o tivesse feito.

Terror em Brighton: atentado a família trouxa

 

Situada no litoral sul da Inglaterra, apenas a 100 km de Londres, Brighton foi palco de um terrível acidente. Conhecido por seus famosos píeres, uma pacata família trouxa faleceu, neste sábado, em um destes píeres à beira mar. Segundo testemunhas locais, não houve motivo aparente para a morte, visto que estes apenas partiram após um clarão, que, em um primeiro momento, acharam ser um efeito pirotécnico proveniente do parque de diversões local. No entanto, tudo nos leva a acreditar que a causa foi magia.

Funcionários do Ministério referentes ao Departamento de Execução das Leis Mágicas se dirigiram ao local, horas depois, a fim de averiguar o acontecido.

Foi confirmado o uso da Maldição Avada Kedavra.

Mas, como se o falecimento da família de trouxas não bastasse, minutos depois, uma explosão causou a derrubada de um enorme brinquedo trouxa, denominado “roda gigante”, provocando não mais mortes, mas vários feridos e um cenário de destruição.

Os mesmos funcionários confirmaram o uso de magia, porém ainda não se sabe com certeza o feitiço utilizado.

Agora, tudo o que temos a fazer é rezar por essas pobres almas. E por nós mesmos.

Merlin queira que não estejamos de volta a 1997.

Por Abel Brooke

Abaixo da notícia havia apenas um foto de uma praia. Estava completamente deserta, sendo povoada apenas por escombros.

Terminei de ler a notícia embasbacada. Deus, mais mortes. Mais mortes! Não aguentava mais ler sobre desastres; era sufocante!

Há semanas que esses episódios vinham acontecendo, e os detalhes vinham sendo publicados no Profeta Diário. A rapidez com que a devastação vinha acontecendo era alucinante: mais de dez cidades vitimadas, cada uma em um ponto diferente, em apenas duas semanas. O que a sociedade europeia deveria estar pensando?

O que nós estávamos pensando?

Não havia explicação plausível. Não havia! Aliás, essa causa nunca teve. Expurgar a comunidade bruxa da raça imunda dos trouxas. Isso é ridículo!

O problema é que algumas pessoas não parecem se tocar disso. E os mais loucos resolvem se levantar e brincar de deuses por uma causa infrutífera.

Por Merlin, primeiro Grindelwald, depois Voldemort. Quem mais?

Ri pelo nariz. Se Lestrange não estivesse morta, poderia até mesmo apontar o dedo para ela.

Estiquei o braço para Ron, devolvendo-lhe o jornal.

— Não tenho o que falar. É tudo muito surreal.

— Quem dera, Hermione. — Ron reclamou pegando o papel — Parece que, por ora, teremos que ficar de os olhos abertos. Bem abertos. E, se não for se ofender...

— Não se preocupe, Ron. Eu já sei. – dei um fraco sorriso, tentando tranquilizá-lo — Já estive na Guerra antes, e pelo mesmo motivo, se bem me lembro. Sei bem o que fazer e o que não fazer. — terminei em um suspiro, tocando distraidamente em minha cicatriz no braço.

Sangue-ruim”. Como uma simples expressão podia carregar tanto ódio e ofensa? Tanta humilhação?

Não que tivesse vergonha de assumir quem eu era. Admitiria para quem quisesse ouvir: “sim, sou filha de pai e mãe trouxa, sou uma nascida trouxa”, mas nem por isso me sentia feliz ou conformada por ter minha origem marcada em mim dessa forma pejorativa.

Ser uma sangue-ruim não era motivo de orgulho, mas uma nascida trouxa sim. E eu tinha orgulho de ser.

Quanto ao que Ron havia dito, não estava lá tão preocupada com a minha segurança. Não me entenda mal, não sou suicida. Mas pense bem: sou uma bruxa, tenho escolaridade, sei fazer todos os feitiços de A a Z, dos fáceis aos impossíveis, sou bem relacionada e influente e ainda trabalho para o Ministério.

Para mim, era ridiculamente fácil esconder minha verdadeira descendência.

Mas agora, e quanto aos trouxas? E quanto àquelas pessoas pacatas e inocentes, que vivem do outro lado da costa em diante e nem sonham que magia realmente exista? Essas pessoas não têm como esconder quem são, porque a normalidade é tudo o que elas têm. Tudo o que elas são.

Para eles, era ridiculamente fácil atrair a fúria do perigo.

E me sentia quase suja sabendo que podia, sim, ao menos tentar fazer algo, mas ao invés de agir, estava ali me remoendo por puro orgulho. Estava titubeando, enquanto uma tragédia podia estar acontecendo naquele exato momento.

Suspirei ciente dos olhares de Harry e Ron sobre mim.

Tinha tomado minha decisão.

Focando o olhar neles, pedi com a voz fraca:

— Poderiam levar uma mensagem ao Ministro, por favor? Preciso falar com ele, urgentemente.

Os dois pareciam confusos. Muito. E um pouco preocupados. Mas ainda assim, após uma troca de olhares, assentiram com a cabeça, se retirando.

Dirigi-me a minha poltrona, onde Ron estivera sentado.

— Ah! — acrescentei, chamando a atenção deles — E digam para ele trazer seu guarda-chuva.

Eles me olharam, ainda mais confusos. Sorri irônica.

— Vamos visitar um velho conhecido.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam dos reviews (^v^)/
Até o próximo cap, tortinhas. Beijo no kokoro (º3º) ♥♥