Uma nova chance escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 6
Eduardo


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Peço sinceras desculpas pela demora, vou tentar não demorar tanto no próximo capítulo. Espero que gostem e que me perdoem pela demora. Abraços e boa leitura. Vejo vocês nos comentários !



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Eduardo sabia que havia tomado a decisão certa ao convidar dona Sarah para passar o Natal na sua casa. Ele soube disso quando viu o sorriso no rosto da senhora tanto durante o convite como durante a ceia de Natal.

A sua família recebeu a senhora muito bem. A tratou como se fosse realmente da família deles. Como se fosse uma avó distante que veio fazer uma visita. Todos conversaram muito e riram. Durante esses momentos Eduardo sentiu como se ela realmente fosse de sua família, mas o melhor ocorreu após o Natal.

O menino sentiu a diferença na sua família. Era como se seus pais o olhassem de outra forma. Como se eles finalmente vissem que ele mudou. Como se a presença de dona Sarah no natal tivesse confirmado a mudança de Eduardo. Tivesse confirmado que ele não era mais aquele menino que fazia coisas erradas escondidas da família. Que ele era uma nova pessoa.

Enquanto pensava nisso Eduardo sorriu ao pensar que a amizade entre ele e dona Sarah trouxe tanta alegria para ele como trouxe. O amor que nos damos é o amor que recebemos. As vezes o que tanto procuramos em outras coisas está naquela pessoa que precisa da nossa atenção. Enquanto ainda refletia sobre isso o menino pensou em convidar dona Sarah para passar o ano novo com eles também.

Com esse pensamento em mente ele foi ao asilo naquele dia. Ao passar pela cozinha sua mãe lhe entregou uma vasilha com alguns biscoitos que ela fez para que ele levasse para dona Sarah. Tudo estava diferente para melhor mesmo.

Enquanto andava pela rua carregando os biscoitos, Eduardo lembrava que na ceia de Natal sua mãe e dona Sarah conversaram sobre biscoitos decorados com temas natalinos que a mãe do menino havia feito. Dona Sarah havia falado com certa nostalgia de como fazia biscoitos no passado.

Começou a chover do nada quando ele estava a poucos metros do asilo. A chuva o fez lembrar de uma das primeiras visitas que fez a dona Sarah. De como havia encarado a chuva como um bom sinal, mas dessa vez a chuva o fez sentir algo estranho em seu coração. Uma súbita tristeza ou a sensação de que algo ruim iria cair sobre ele como aquela chuva.

Quando ele entrou no asilo, ainda molhado pela chuva, a recepcionista olhou de forma estranha para ele. Com um olhar meio de pena e meio de compaixão. Eduardo não entendeu nada, mas logo entenderia. Tudo parecia indicar que algo ruim estava ocorrendo e que somente ele não sabia.

Ele cumprimentou a recepcionista que indicou onde dona Sarah estava com uma voz diferente. Eduardo foi encontrar dona Sarah sentada sozinha em um banco em um dos corredores do asilo. Ela estava com um olhar distante e segurava um papel nas mãos. O menino disse bom dia alegremente e começou a falar com ela, mas a senhora estranhamente apenas o olhou com os olhos cheios de lágrimas.

—Ocorreu algo?- perguntou Eduardo já temendo pelo pior

Dona Sarah ficou um longo tempo em silêncio e por fim disse:

—Fui no médico essa manhã. Pegar os resultados de um exame.

—Os exames estão todos normais? Estão não estão? A senhora está bem não está?- Eduardo perguntou e detestou perceber que havia um tom de suplica em sua voz. Como se ele implorasse por uma boa notícia. Como se implorasse para que a senhora falasse que tudo estava bem.

—Estou doente, meu filho. Talvez morra em breve.- falou dona Sarah chorando algumas lágrimas em silêncio

—Não! A senhora não pode morrer!- sem que percebesse Eduardo começou a gritar e se afastou das mãos de dona Sarah que tentaram o segurar. Ele não aceitava aquilo. O menino não aceitava que poderia perder a sua amiga e logo naquele momento em que tudo estava melhorando. Em que tudo estava se reconstruindo. Nesse momento tudo caiu, assim como a chuva que o molhou no caminho até lá.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem e me digam nos comentários. Abraços.



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