A história de um dragão chamado Sombra escrita por G S Bello


Capítulo 9
A Raposa e o Dragão


Notas iniciais do capítulo

Yooo, galera, espero que gostem em :3



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Sombra estava sentado em uma grande árvore, escondido por folhas e galhos, entretanto, a paisagem logo a sua frente o deixava fascinado.

Sombra olhava atônito a belíssima e assustadora paisagem: horizontes que por si só já eram de uma cor fora do normal. Existia uma bela e grande plantação logo a sua esquerda, algo como batatas e cenoura plantado lá. A sua frente começava uma cidade que a sua visão seria considerado uma... pequena grande cidade. Casas de pedra, madeira e até mesmo tijolos, bem desenhadas e espalhadas por ruas espaçosas e no qual muitas "Pessoas" andavam calmamente, vivendo um suposto dia a dia, com a diferença que todas vestiam mantos que cobriam todo o corpo... ele podia jurar ter visto uma jaula passando por alguma rua, mas foi apenas um devaneio para ele, pois, logo viu uma grande construção. Ele ficou ainda mais perplexo ao ver a grande "Catedral", parecia uma construção religiosa, logo presumiu que fosse u.a espécie de local de culto... ficou ainda mais confuso em ver que essa belíssima construção parecia ser pelo menos umas três vezes mais luxuosa que qualquer outra coisa naquela cidade que aparentemente parecia bem... rudimentar.

- Herege!!! - Sombra ouviu uma voz rouca e grossa gritar longe de onde estava.

- Queimem a bruxa!!! - gritaram ao menos três vozes em uníssono.

Sombra, no mesmo momento achou a Fonte das "ordens de ódio" que destruíram completamente a bela harmonia do lugar. Elas viam do que parecia uma praça circular, com... com uma fogueira e um tronco no seu centro!

Ele logo pulou da árvore, Abriu suas asas e planou por cima de algumas casas e pousou no telhado de tijolos, de uma certa casa que tinha uma ótima vista de frente a praça.

E lá estava, uma jaula carregada por uma carroça parada no encostamento, cercado por pessoas em suas tunicas, tacando tomates podres e outras coisas dentro da jaula, como se fosse um monstro ali dentro... " Até um monstro merece perdão" pensou Sombra, consigo mesmo... vendo aquelas pessoas gritando sinônimos chulo, palavrões e ordens prejurativas...

Já que não podia fazer muita coisa agora, aproveitou que estava anoitecendo... como todo vilarejo antigo, as pessoas foram para suas casas dormir.

Enquanto nuvens escuras se aproximavam rapidamente pelos céus...

Quase que imediatamente a partir do por do sol, a multidão se desfez aos poucos. Logo que se passaram cerca de meia hora, Sombra ficou vendo as pessoas irem embora, e a chuva começar a cair. Assim que todos foram, já estava escuro e chovendo bastante, ele aproveitou pra ir sorrateiramente até a jaula, logo que chegou lá e se apoiou nas barras da jaula, sem fazer muito barulho, ele começou a ouvir um choro, um choro fraco e resentido, que sumia com o farfalhar das gotas de água caindo na grama e no chão de terra batida... como alguém que não quer fazer muito barulho.

- Olá, quem é você ? - Sombra tentou perguntar com a voz mais serena e doce que podia, já que, estava diante de uma figura escura, com tristeza e encolhida em um pequeno canto, de frente a única parede de ferro que a jaula tinha, tentando se esconder...

Essa figura que diferente das outras não tinha um "manto" de qualquer cor que fosse. Essa figura tirou a cabeça de entre os joelhos e olhou com seus olhos violetas pra dentro da alma de sombra, coisa que o corroeu de dentro pra fora, algo como um formigamento, um formigamento quente e ácido...

- Você... Va-vai... machucar-me como os... outros? - A figura disse com a voz feminina e amedrontada, com um típico tom fraco, de alguém que não come a um tempo...

- Eu... Eu não sou do tipo que machuca os outros, você me entende ? Por que foi parar aí ? - Sombra respondeu, ainda resentido e com um grande encomodo ao encarar ela, como se... algo acendesse dentro dele.

Um poderoso trovão brilhou no horizonte, clareando por um meio segundo a imagem de Sombra, fazendo a fêmea se estremecer de medo é ficar mais assutada do qie já estava...

- vo-você... é... é... - A voz da garota gaguejava, extremamente assustada ao ver a forma de Sombra no momento que o raio caiu.

- ... - Sombra estava atônito com a imagem mais clara. Ele tem uma ótima visão noturna mas... chovendo e sem sequer a luz da lua, essa tal fêmea não passava de uma aglomeração uniforme de sombras e detalhes que não se percebiam direito. Agora, agora por uma fração de segundos, Sombra viu perfeitamente seu rosto... Era a perfeita mistura de uma garota, e, uma raposa... um rosto peludo e de focinho longo, até um nariz engraçado na ponta. Sombra ficou fascinado de mais nesse meio segundo pra prestar atenção em outra coisa se não sua imaginação.

- Demônio! Ve-veio me buscar! Misericórdia!!! - A fêmea sequer reunia as palavras direito, gritando com sua voz vazia... uma pessoa a 5 metros dali não a ouviria. Logo tremendo e escondendo seu rosto com os braços na frente, como se esperasse o pior.

Sombra ficou pasmo, não esperava tal pensamento devido a sua aparência mas seguiu firme, não podia simplesmente deixar que essa primeira aparência ficasse, e retrucou como gosta de fazer. - Demônio... Vem do grego Daimon, cujo significado é Conhecimento, inteligencia. Eu li isso em um livro colorido sobre nomes interessantes e suas origem... Eu não sou do mal, e sequer mereço o título de forma prejurativa. Apenas confie em mim, eu sou o seu herói nesse trecho da história, posso ser muito bem assustador agora, mas se me conhecer bem, vai descobrir que faço coisas brilhantes... - Sombra falou com uma entonação alegre como sempre que fala algo inteligente ou discursa, que pode não ser o caso. Rapidamente se virou em sua mochila, abriu o zíper com a boca, logo pegou a maçã com a ponta das garras de sua pata dianteira direita, andando com certa pose engraçada devido a maçã em uma das patas.

A fêmea Ainda processava toda essa informação, enquanto Sombra se apoiava na grade e oferecia a maçã com sua mão através da fresta entre as barras de ferro.

- Pode pegar. Eu me chamo Sombra... Confie em mim... - Sombra disse balançando a pata com a maçã pra ela, também aproveitando para repetir seu nome, ela parecia estar em choque...

A fêmea segurou a maçã com as mãos trêmulas e antes de puxar ela perguntou. - O que ... quer em troca ? - E logo soltou a maçã.

- Qual o seu nome e por que está dentro de uma jaula ? - Sombra perguntou sem delongas.

- N-não tenho nome...É... E... dizem, dizem que sou uma bruxa. - falou a fêmea e rapidamente pegou a maçã. Começando a comer a fruta com uma voracidade inimaginável.

- Você fez algo ruim ? - Sombra continuou e pegou outra maçã.

A fêmea terminou de comer em poucos segundos e botou a mão pra fora como se quisesse outra maçã em troca da resposta.

- E então, fez ? - Sombra perguntou e entregou outra maçã.

- Eu sou ruiva.. Meus olhos...Meus olhos não são de cor tradicional... Eu... Sou diferente. Quando... Quando... O clero... me viu, disseram que eu era uma bruxa, uma aberração... - A fêmea contou e logo começou a soluçar e chorar...

Sombra foi até a porta da jaula e pegou seu esqueiro, com certa dificuldade preparou ele pra abrir no momento certo. Assoprou uma pequena nuvem escura e acendeu o esqueiro, quase que instantaneamente a tranca explodiu sem fazer muito barulho.

- Você ... você também é um Bruxo ? - perguntou a fêmea enquanto olhava a porta se abrindo lentamente...

- Nah... Apenas alguém com alguns truques. - Disse Sombra terminando de abrir a porta e dando uma última olhando ao redor... " Ainda bem que minha mochila não entra água... caso contrário, adeus Broqueis e faróis ..." pensou lembrando o livro que botou na sua mochila hoje cedo.

- E-eu... Eu não posso sair, já aceitei meu rumo, quando morrer, por eu ter me arrependido... D-do meu pecado de nascer assim, e-eles disseram que vou pro paraíso... O grande Deus pode me perdoar... - Ela choraminga e sequer sai do lugar... um gato no adágio, que já aceitou seu destino.

Sombra ficou horrorizado com tais afirmações, entrou na gaiola e se sentou ao seu lado, a cobriu com uma asa e tentou entender melhor a situação - Então, você realmente acredita nisso... Que pecou por nascer assim ? Por que, por que acha que isso é errado ? - Ele questionou, ainda tentando a confortar ela na noite fria e chuvosa, com o calor de sua asa.

- Me disseram isso - Ela soluça - Desde que eu nasci, sempre me falaram coisas parecidas, eu não posso questionar, se não,... - E então Sombra interrompeu.

- Vai morrer ? Já não é isso que querem que aconteça ? Por ser quem você é ? Não quero soar arrogante mas isso é loucura! Não é porque muitos digam algo, que esse algo se torna real, ou pelo menos que funcione dessa maneira... Você ja se olhou no espelho ? Você é única! Não precisa dar ouvidos a pessoas que usam um amigo imaginário para justificarem atrocidades e preconceitos. Por que teme ? Por que simplesmente se faz de porco no abatedouro, sem esperança, esperando o pior e se conformando com isso ?! - Sombra debateu, tentando dar seu ponto de vista de uma forma que a ajudasse.

- Se ele não é real, quem é ? - Ela chora... seca os olhos com suas patas molhadas e peludas e volta a chorar.

- Eu não sei. Mas sei que é melhor não saber, do que acreditar na primeira coisa que te falarem... Entretanto, eu posso te contar uma história que eu adoro... é... posso até fazer uma canção... mas eu não canto muito bem...- Sombra sorri a abraçando com a outra asa.

- Por favor! - ela Exclamou agora o abraçando.

- Só depois que você e eu, sair... dessa gaiola horrível, e você me prometer viver, por aí, sorrindo e sendo você mesma. - Ele se levanta ainda à abraçando com uma asa e andando até a porta da gaiola.

- Eu... E-eu prometo... - Ela fala em um tom fraco, mas realmente mãos forte do que antes... Esperança... ela se levanta e se apóia nele para não cair enquanto segue logo atrás...

Madrugada, debaixo da marquise de uma casa abandonada, olhando a chuva cair.

- Então... o que é a chuva pra você ? - ele sorri enquanto observa mesma, caindo quase que infinitamente naquele horizonte sem fim.

Ela se aconchega novamente na sua asa e fala - Sempre me contaram... que ela acontecia porque Deus chorava... - Um tom triste até que ela sente um abraço mais apertado.

- A água quando esquenta muito... vira vapor, esse vapor sobe e se acumula, formando nuvens... as nuvens pesam muito e acaba chovendo... A água cai, esquenta... o ciclo se repete... é bem simples... - Sombra agora olha uma poça de água, vendo seu reflexo e se lembrando de Fernanda... " Ela deve estar me esperando... " Pensou.

- Isso... é fascinante... você... pode me contar a história, que havia prometido? - Ela disse olhando agora pra ele.

Ele sorri - De todo o tempo e espaço, de tudo o que já aconteceu e ainda está para acontecer… Por onde você quer começar? - Ele olha dentro dos olhos dela.


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Notas finais do capítulo

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