Ele a viu sendo levada, mas suas pernas não obedeciam ao seu comando. Era como se estivessem pregadas ao chão. O seu tempo estava acabando, logo não conseguiria mais vê-la. Tentou gritar pelo seu nome, mas seus pulmões não conseguiram juntar oxigênio suficiente para que ele pudesse respirar normalmente, quanto mais balbuciar qualquer palavra.

— Lílian! – berrou com todas as forças que suas cordas vocais permitiram. Só estão percebeu que estava no seu quarto.  Esticou os braços em uma tentativa de se espreguiçar, mas a dor que emanava deles era forte demais.

Ao entrar no salão principal James deparasse com as mesas praticamente vazias, exceto pelos seus habituais companheiros de atraso. Sirius e Marlene que estavam calmamente conversando sobre a nova música do The Warlock.

— Bom dia, pontas! – exclamou Sirius acenando para o amigo com uma torrada na mão. – está atrasado.

— Você não é a pessoa exatamente recomendada para me reprender, não acha almofadinhas – diz James ao se sentar e pegar um pedaço de bolo de cenoura.

— Quem disse que você podia sentar? – indaga Marlene, aparentemente pronta para sair.

— Bom dia pra você também Lene com uma recepção calorosa dessas, imagino que esteja passando muito tempo com Evans.

— E é essa mesma Evans que acabar comigo se eu chegar atrasada na aula outra vez. Juro que vou explodir meus ouvidos se tiver que escutar outro sermão dela.

— Relaxa Lene, o Remo faz a mesma coisa conosco. – Fala Sirius ao se levantar – O esquema é nunca prestar atenção.

— E você acha que alguma vez eu prestei atenção?!

Os três saem às pressas do salão principal. Para a torre norte, onde teriam sua primeira aula do dia, feitiços. James esperou que Flitwick estivesse de bom humor, pois o ano mal começou e ele já havia chegado atrasado a três aulas do professor e eles tiveram um total de quatro aulas dele até o momento.

James esfrega os olhos lentamente numa tentativa de abri-los por completo, mas o sono ainda o dominava e queria forçá-lo a continuar na cama. Alguns minutos de batalha contra si mesmo perduraram. A noite anterior não foi nada agradável, as imagens ainda passavam como flashes em sua mente. E deixar o seu estado de dormência acabaria com tudo isso. Mas depois de tudo que passará, merecia um pequeno descanso, entretanto, a figura de um Remo furioso com ele por ter faltado às aulas. Era irritante demais para ser suportada. E contra sua vontade e instinto que o mandavam permanecer na cama pelo resto do dia, ele se levantou para encarar o que viria a ser uma entediante segunda feira.

Olhou distraidamente pelo quarto e notou a sua solidão. Surpreendeu-se por não ter acordado com o barulhento e irritante despertador de Remo, mas considerando tudo o que passou na noite passada era uma vitória simplesmente estar acordado.

Vestiu-se o mais rápido que pode, saltitando pelo quarto inteiro ao tentar colocar uma calça e uma camiseta simultaneamente. E só notou que havia esquecido uma das meais quando já estava em frente ao salão principal e voltar para o dormitório, não era mais uma opção.

Algo em sua mente o ordenava a ir direto para sala de aula “Você já está suficientemente atrasado James Potter, não precisa comer e se atrasar ainda mais” a voz da razão ecoou em sua cabeça, mas ele raramente a escutava. E a solitária em seu estômago o impediu de fugir do café da manhã.

Ao entrar no salão principal James deparasse com as mesas praticamente vazias, exceto pelos seus habituais companheiros de atraso. Sirius e Marlene que estavam calmamente conversando sobre a nova música do The Warlock.

— Bom dia, pontas! – exclamou Sirius acenando para o amigo com uma torrada na mão. – Você está atrasado.

— E você não é a pessoa exatamente recomendada para me repreender, não acha almofadinhas – diz James ao se sentar e pegar um pedaço de bolo de cenoura.

— Quem disse que você podia sentar? – indaga Marlene, aparentemente pronta para sair.

— Bom dia pra você também Lene com uma recepção calorosa dessas, imagino que esteja passando muito tempo com Evans.

— E é essa mesma Evans que vai acabar comigo se eu chegar atrasada na aula outra vez. Juro que vou explodir meus ouvidos se tiver que escutar outro sermão dela.

— Relaxa Lene, o Remo faz a mesma coisa conosco. – Fala Sirius ao se levantar – O esquema é nunca prestar atenção.

— E você acha que alguma vez eu prestei atenção?!

— Já estão todos na aula de feitiços? – questionou James entre a mordida de um pedaço de bolo de cenoura, que engolia o mais rápido possível. – Não deu tempo de olhar o relógio quando sai.

— O que você acha? – retrucou Sirius que comia com a mesma velocidade.

— Acho que estamos ferrados – afirma James colocando mais comida na boca e se levantando ao pé de seus amigos que partiam em direção a porta.

James esperava que Flitwick estivesse de bom humor, pois o ano mal começou e ele já havia chegado atrasado a três aulas do professor e eles tiveram um total de quatro aulas dele até o momento.

Os três começaram a andar com rápidas passadas, aumentando e mais outra vez, sem perceberem já estavam correndo. Porque esse castelo precisa ser tão grande, pensava James. A torre norte ao invés de parecer mais próxima, a cada passo parecia mais distante. No meio do caminho, ele já não sentia sua respiração em pleno funcionamento como era de costume. A sua vassoura seria um brilhante instrumento de locomoção naquela hora. E a cada vez que pensava nela lhe dava vontade de parar de correr em direção a sala de aula e ir para o campo de quadribol, o seu refugio e único lugar onde as coisas ainda faziam sentido, aonde ele não via o rosto daqueles comensais o perseguindo, aonde ele não veria a expressão de temor no rosto de Lílian. Só lá nenhum pesadelo o atingia. Balança a cabeça freneticamente tentando libertar-se de seus devaneios, você deve ir à aula James Potter pare de pensar nisso que seus passos estão ficando mais lentos, disse a si mesmo buscando seu lado racional.

— Ei Lene – chamou James ofegante.

— Sim – respondeu a garota que voltava seus olhos para os próprios pés, pois estava com medo de acabar tropeçando.

— Você acha que a Lily está diferente?

— Por causa de ontem? Claro James ela ficou apavorada.

— Não ontem – nega o rapaz, tentando pensar em uma forma melhor de se expressar - antes disso.

— Diferente de que forma, James? – estranha a menina que quase caiu ao se distrair com aquela pergunta. Para ela Lílian permanecia a mesma de sempre.

— Sabe, ela tem me ignorado e tratado do mesmo modo de sempre – disse o garoto decepcionado.

— E isso é incomum?

— Claro – respondeu ele exacerbado – depois do beijo que ocorreu no ano passado pensei que algo mudaria, entende?

— Você sabe James naquele momento estávamos todos abalados, havíamos acabado de enfrentar você-sabe-quem. E você a salvou ela deveria estar encantada, mas acredito que foi só algo do momento e da condição em que estávamos. E se mesmo depois de tudo, ela permanece como se nada tivesse acontecido. Você deveria partir para outra. Lílian é minha melhor amiga, mas também me preocupo com você e como sua amiga, aconselho que saia dessa. Ela deve gostar de você, mas pra ela é difícil admitir, ela te odiou por muito tempo, James e no fundo sente que você simplesmente é a mesma pessoa de antes. E confesso que não sei se um dia ela vai realmente conseguir superar isso.

— Acredite, eu digo isso pra ele há anos – falou Sirius que estava quase sem fôlego de tanto correr.

Naquele momento, sem que James pudesse se manifestar, haviam acabado de chegar à sala.

— Desculpe... a demora... Professor – Sirius emitiu um som ofegante

— Como possuem a ousadia de chegar a minha aula em pleno desenvolvimento da mesma? – pergunta o professor a altos pulmões. Toda Hogwarts deve tê-lo escutado. Seu rosto alternava entre avermelhado e púrpura. Ato incomum em um professor como Flitwick, talvez Minerva usasse aquela verbalização em dia comum, no entanto, para o coordenador da Corvinal aquilo era uma surpresa. Para James, o professor deve ter passado por uma noite tão horrenda quanto a sua para estar com essa cara de troll raivoso. – Os três iram passar meia hora treinando feitiços após o termino das aulas do dia.

— Mas... – tentou argumentar Sirius, entretanto, o professor o reteve com um aceno de mãos e o garoto achou melhor não contrariar, pois sua pena poderia ser prolongada.