The Marauders escrita por Juh Acker


Capítulo 10
Isso é uma guerra


Notas iniciais do capítulo

Olá potterheads!
Mais um capítulo para vocês, espero que gostem.
Boa leitura!



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Estavam todos ali, cercados por comensais. Mamãe estava morta ao seu lado, papai agonizava no chão. Marlene estava sendo presa por um comensal que empunhava uma varinha em direção a sua garganta, mandando um pedido agonizante de socorro com os olhos.

Ele estava lá, outra vez bem diante de Lílian, com aquele mesmo olhar de desprezo e arrogância.

— Eu disse que todos iriam morrer, deveria ter me escutado sangue ruim e talvez somente você tivesse morrido.

Uma risada grossa e horrenda dominou o ambiente, não importa para que lado olhasse Lílian via amigos, família, mortos em todo o lugar.

Acordou assustada com as mãos nos ouvidos como se ainda pudesse ouvir os gritos agonizantes, mas não tinha nada ali. Estava apenas e finalmente no seu quarto em Hogwarts, suas companheiras ainda dormiam tranquilamente, e só ela escutava aquele som que ainda ecoava em seus ouvidos e por um momento sentiu raiva por estar sozinha naquilo. Balançou a cabeça para tentar se livrar do som e de seus pensamentos. Empurrou as cobertas para longe em um movimento de fúria, no entanto não sabia ao certo se era fúria de si mesmo ou do comensal que aparece para ela incessantemente. Olhou para fora e só viu o branco da neve dominar toda a paisagem, procurou o sol, mas ele não estava lá, aquele velho amigo que a deixava ligeiramente melhor. Pegou suas roupas e foi para o banheiro, desejando que pudesse fazer todo seu medo, sua angustia e pensamentos descerem pelo ralo junto com a água do chuveiro.

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— Olá meninos vocês viram a Lílian? – perguntou Dorcas antes de se sentar e trazer até seu prato um punhado de ovo mexido.

— Nem mesmo eu a vi – disse Remo – e sempre nos encontramos aqui antes do horário. E ela também não foi ontem na patrulha noturna, mandou outra monitora no lugar. Aconteceu algo?

— Eu não sei se aconteceu alguma coisa, mas é melhor Lílian Evans ter uma boa explicação pra isso – Marlene falou entre um bocejo do sono que permaneceria nela até ás 10 da manhã.

— Primeira aula? – perguntou Pedro enquanto mastigava uma imensa torrada.

— Transfiguração – disse Remo prontamente – e é melhor irmos logo.

— Mas acabei de chegar – falou Sirius indignado por nem ao menos terminar o seu suco de laranja.

— Anda logo Sirius não vou te deixar ai para levar outra detenção da Minerva.

Ao entrar na sala, Minerva já estava lá e pediu para que se sentassem depressa. Lílian os viu, mas por uma desconhecida razão se sentou no extremo oposto da sala.

Remo, você sabe o que aconteceu com a Lílian?

Não sei Lene, mas com certeza isso não é bom e nada normal.

Lily nunca nos ignoraria, não é?

Claro que não Lene, fique tranquila eu vou resolver isso. E será que pode parar de desenhar em cima da nossa conversa e prestar atenção na aula Sirius?

Se vocês não vão prestar atenção eu também não vou :p

Lílian sai da sala apressada, como uma vassoura voando em alta velocidade e possivelmente atropelando tudo em seu caminho, para que seus amigos não pudessem alcançá-la, não aguentaria explicá-los porque se afastou, não sabia se entenderiam, não sabia se ela mesma entendia a situação em que estava e não queria falar sobre isso, por isso correu, porque essa era a única coisa que conseguia fazer em momentos de desespero. Perdida em uma nuvem de pensamentos conflitantes trombou acidentalmente com alguém no corredor da escola e acabou derrubando alguns livros da pessoa, se apressou em pega-los por entre as pernas da multidão que iam para as salas de aula.

— Me desculpe por isso, eu estava desatenta. – disse Lílian docemente ao colocar os livros nos braços da sua vitima.

— Não se preocupe com isso Lílian – Chloe a olhou como se Lilian fosse uma questão difícil no teste de poções e precisasse ser rapidamente resolvido – Aliás, eu estava mesmo querendo falar com você.

— Pode ser depois... Chloe, não é? Estou um pouco atrasada para a próxima aula, então...

— Eu prometo que é rápido – disse Chloe cortando a fala de Lílian, enquanto a impedia que continuasse seu caminho.

Aqueles olhos pedintes e brilhantes eram quase tão bons quanto os de James, pensou Lílian, e ela praticamente atropelou a garota a um segundo atrás, devia isso a ela.

— Pode dizer, com tanto que seja rápido.

— Sim, obrigado... – disse Chloe satisfeita – Eu só quero saber se tem algo... Sabe... Acontecendo entre James e você? Há boatos, mas como não sei se são verdadeiros resolvi perguntar diretamente a você.

Com a rapidez de um feitiço passando direto pelo seu peito, AQUELA pergunta, assim do nada, sem nenhuma preparação, a inevitável pergunta, o que iria responder? Estava em um labirinto sem saída, disse na noite passada na cara de James que não estava interessada nele com todas as horríveis palavras e agora isso. Chloe estava apaixonada por James? E se ele gostar dela agora também? Acabou de ser dispensado de forma que Lílian nunca fez antes, nunca disse com todas as palavras que queria que ele parecesse. Mas só fez aquilo para protegê-lo, certo?! Assim ele não estaria em perigo como ela. Aquele garoto a segue desde seu primeiro dia em Hogwarts e agora que ele finalmente recebeu um pouco de maturidade naquela cabeça depois de muito trabalho do Remo, agora que ele protege a todos os seus amigos, agora que aqueles olhos sinceramente a atraem,  agora uma garota vai simplesmente pega-lo quando o trabalho já está todo pronto e finalizado. Isso não é justo!

— E então – Chloe parecia impaciente, porque aparentemente Lílian passou longos segundos discutindo com a própria mente e nem percebeu o tempo passar.

— Vá em frente, não me importo com James – Lílian disse finalmente e essas últimas palavras quase não saíram.

— Obrigado, Lílian você é incrível! – um sorriso radiante toma o rosto da garota, ela esta realmente apaixonada por James, Lílian conclui não muito feliz com isso. Então Chloe a abraça e sai para sua aula saltitante.

Lílian observa a garota partir e pressente o seu fim. Se ao menos pudesse lutar também. Balança a cabeça em uma tentativa de fazer com que o pensamento fuja, não, ele estaria mais seguro longe dela, não é?! O pior era que ainda não sabia disso ao certo.

— De nada – disse Lílian de modo que apenas ela pudesse ouvir, pois Chloe estava suficientemente distante. – por entregar o garoto que eu gosto em suas mãos.

Lílian não apareceu novamente no almoço, Marlene e Remo se entreolharam e ambos comeram o mais rápido que puderam, praticamente engoliram a comida sem nem mastigá-la, somente o necessário para permitir que não desmaiassem de fome entre o almoço e o jantar. Porque se Lílian ainda fosse ela mesma, eles sabiam onde encontrá-la, se estivesse confusa ou somente pensativa ela com certeza estaria lá, e não hesitaram em sair atrás da amiga, pois não existiam pessoas mais preparadas para salvar Lílian de seus próprios pensamentos do que aqueles dois.

— O que houve Lílian? – Remo pergunta ao pisar cuidadosamente na ponte, como se ela fosse um campo minado prestes a explodir, suas antigas experiências com uma Lílian furiosa lhe garantiram aquela necessária precaução.

— Remo... – pigarreou Lílian surpresa, era como se não esperasse que o amigo a encontrasse no seu não tão secreto esconderijo, que ele já a encontrará quase um milhão de vezes, ou talvez no seu subconsciente, ela estivesse na verdade implorando para ser encontrada. - O que está fazendo aqui? Hum... Quer dizer, eu tenho que ir a biblioteca.

E como Sirius fugindo da Minerva, a garota tenta sair rápida e furtivamente, mas como o amigo se encontrava entre ela e a saída, a sua inútil tentativa falhou. E o garoto a agarrou pelo braço como uma garantia de que ela não iria embora, mas Lílian sorrateiramente permitiu, pois isso possibilitava que ela se colocasse entre o garoto e a saída e sua fuga fosse facilitada.

— Pare de mentir porque você é horrível fazendo isso, eu já lhe disse. – Aquelas palavras a paralisaram por um momento, ele sempre dizia aquilo e ela sempre acaba sorrindo e admitia a ele o que estava lhe afligindo, mas não dessa vez. Aqueles momentos acabaram.

— Não estou mentindo. – sua voz saiu afiada como uma faca e feriu Remo com violência, ele esperava que ela se entregasse, como se estivesse sendo desmascarada, como sempre fazia.

— Ta bem, então vou para a biblioteca com você. – disse Remo ainda tentando analisar o que estava acontecendo, tentando analisar todas as probabilidades. Ele era o melhor jogador de xadrez bruxo em Hogwarts analisar era o que ele fazia melhor.

— NÃO! – disse Lílian assustada – não preciso de você, não preciso de ninguém.

— Lílian, me diz o que aconteceu. – Remo mudara de expressão que até o momento só estava calma e tranquilizante, agora se transforma em tristeza. Talvez aquela tenha sido a estratégia usada por ele, destruí-la emocionalmente, e aparentemente estava conseguindo, porque Lilian simplesmente parou de lutar para se livrar das mãos de Remo que seguravam seu braço, parou de olhá-lo com descaso, parou de tentar fugir e neste pequeno segundo, Remo abaixou a guarda, então com um movimento rápido e preciso, Lílian se desvencilhou das mãos de Remo.

— Nada! Será que dá pra me deixar em paz! – exclamou Lílian ao sair correndo da ponte que levava ao lago.

O rosto de Remo... Aflito. Triste. Inconformado. Confuso. Eu fiz isso com ele, pensou Lílian, fiz o mesmo com James. Porque continuo fazendo isso? Porque ainda estou tentando afastá-los de mim? Será que estarão mesmo em perigo ao meu lado? A voz surgiu novamente como em seu pesadelo. As ideias conflitante se afastaram. Teria que fazer aquilo, deveria resistir. Só não sei como conseguirei fazer o mesmo com a Lene. Espero não ter que fazê-lo tão cedo.

— Lílian Jean Evans!

O som fez um calafrio subir do dedão do pé ate a espinha dorsal de Lílian, poucas pessoas sabiam seu nome completo e aquela voz, era inconfundível. Porque logo agora, pelas barbas de Merlin dois seguidos não dá. Ela estava por acaso lendo a sua mente? Porque há exatos dois segundos estava exatamente desejando que ISSO não acontecesse.

— Estou com pressa! – gritou Lílian sem nem ao menos olhar para a amiga, olhá-la seria pior, encará-la naquelas circunstâncias seria aterrorizante.

— Não fuja de mim, Lílian Evans! Ou lançarei uma azaração que fará sua língua bater em seu pé, e ai quero ver você conseguir correr.

Lílian engoliu em seco, aquilo com certeza seria horrível e Marlene não pensaria duas vezes em lançar o feitiço, mas sua segurança era mais importante, não ligava que sua língua ficasse com dois metros de comprimento contanto que sua amiga estivesse segura estaria tudo bem, então continuou a correr, sem olhar para trás sem vacilar, apenas continuou.

— Lílian!!!

Lílian correu e continuou ao correr, as lagrimas escorriam do seu rosto, não fazia ideia de onde estava indo, só corria.

— Acho que você esqueceu que eu sou mais rápida que você, Evans.

Lílian olhou para trás surpresa. Marlene ainda estava lá correndo ao seu alcance, nunca vi aquela determinação toda em seu olhar, foi como se não a conhecesse, se tivesse aquela determinação toda em levantar da cama e se empenhar nas aulas com certeza ganharia de Lílian sem problemas. Era como um monstro guardado dentro de Marlene que Lilian não conhecia, ela se sentiu intimidada, pois antes de tentar era como se já tivesse perdido.

— Não vou parar até que você pare!

Continuou mais forte, desviou por todo lugar que pode até ficar completamente perdida, mas então suas pernas finalmente se renderam, não aguentaria dar nem mais um passo, só que tentou mais uns trinta depois desse antes de desistir.

— Ok... – disse Marlene ofegante, seu rosto estava vermelho, mal conseguia respirar, no entanto insistia em falar – eu estou... morta... será... que pode... falar agora?

Respiraram fundo as duas e ficaram paradas, imóveis, acabadas por cerca de 5 minutos até que Lílian tentou voltar a correr. Marlene, como se previsse o movimento, a puxou pelo braço e gritou:

— SERÁ QUE PODE PARAR DE SER TÃO INFANTIL, LILIAN? VAI SAIR CORRENDO NOVAMENTE POR QUÊ? ACHA QUE PODE CORRER DE MIM PARA SEMPRE, CARAMBA!

— EU ESTOU SENDO INFANTIL? SERÁ QUE VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE ESTOU FAZENDO? DO QUE ESTÁ ACONTECENDO, MARLENE? OU ESTÁ PREOCUPADA DEMAIS COM AS SUSA BRIGUINHAS COM SIRIUS PARA PERCEBER?

— Não – disse Marlene engolindo as palavras de Lílian sobre ela e Sirius – não faço ideia do que esta acontecendo por isso preciso que me diga, Lílian.

— Que tal, então você me deixar em paz e ir embora? Acho bem mais produtivo e menos irritante do que tentar explicar algo para você – disse Lílian soltando o olhar com maior carga de desprezo e arrogância que possuía. Mas por algum motivo a determinação de Marlene era maior, ela não se atingiu nem um pouco por aquele olhar, foram precisos muito menos para destruir James e Remo, porque Marlene parecia imune?

— Não vou te deixar Lilian, por mais que você tenha deixado a si mesma – aquelas palavras penetraram em Lilian de supetão, não era aquilo que ela esperava, com certeza não era aquilo que ela esperava.

— Aquele comensal... – ela começou, se rendeu aos poderes de Marlene, já não sabia como fugir, não sabia o que fazer, e talvez ela estivesse certa. - Ele estava certo, eu vou matar todos vocês se continuarem ao meu lado. Você lê as notícias sabe o que eles estão fazendo com os nascidos trouxas, por enquanto ainda estou protegida por causa de Dumbledore, mas e depois? Quanto mais afastados de mim vocês estiverem melhor.

E o que menos Lílian esperava ouvir naquela hora. Marlene começou a gargalhar.

— Sabia que você não entenderia. – disse Lílian frustrada, poderia esperar qualquer coisa de Marlene, menos aquilo.

— Não – disse Marlene se recompondo – me desculpe, é que vindo de você eu esperava algo mais preocupante.

— Se a vida de vocês não é preocupação o suficiente para você, ótimo então! – Lílian cruzou os braços furiosa, não parecia estar mais disposta a fugir, já havia admitido a situação e estava plenamente insatisfeita por isso.

— Não é isso Lily, é só que você acha mesmo que virão atrás de nós só porque estamos com você?

— MAS É ÓBVIO MARLENE, VOCÊ ESTÁ REALMENTE VIVENDO NESSE MUNDO OU FOI JOGADA AQUI AGORA?

— Isso é uma guerra, virão atrás de todos os que forem contra as suas ideias e com certeza todos nós seremos. – disse Marlene em uma voz calma e compreensiva que por alguma razão irritou Lílian – Seremos todos caçados, independente de sermos nascidos trouxas ou não, em uma guerra eles não escolhem quem dos inimigos eles irão matar, simplesmente destroem toda a base inimiga e assunto acabado. Aquele comensal só queria te assustar.

— E conseguiu porque estou bem assustada agora.

— Às vezes isso é bom, o medo nos deixa alerta.

— Então estou extremamente alerta!

Marlene sorriu abraçou sua amiga e disse:

— Você vai nos machucar de verdade se nos deixar, assim estaremos tristes fracos e vulneráveis. – Marlene olha para a amiga e se surpreende, não esperava isso, Lílian sempre pareceu tão resistente, tão forte, agora era somente uma garota chorando em seus braços, sua armadura caiu.

— Não quero ver ninguém morrer – disse entre um soluço e outro. Então era isso, pensou Marlene, finalmente revelará, o maior medo de Lílian era perdê-los, aquilo a afligia tanto que não conseguiu suportar o pensamento e teve eu fazer algo para detê-lo, normalmente Lílian não tomaria decisões rápidas e impensadas, mas o medo a consumira. Estava tremendo, Marlene a abraçou com mais força.

— Eu também, não.

Ficaram ali por longos minutos, em silêncio, como se uma pudesse curar o medo da outra e vice-versa até que eles desaparecessem por completo.

 - É como o James sempre diz: “nós vamos chutar a bunda de todos aqueles comensais imprestáveis”. – falou Marlene finalmente e Lílian sorriu enquanto enxugava o resto das lágrimas que ficaram em seu rosto.

— Agora vamos que estão todos preocupados com você. Aliás, você sabe em que parte do castelo estamos?

— Não faço nem ideia. – disse Lílian olhando ao redor e tentando identificar algum objeto familiar.

— Então será um longo caminho até a torre da grifinória. – disse Marlene pensativa dando ênfase em longo.


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Notas finais do capítulo

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Nos vemos depois. Beijos & Abraços!



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