– Lilian?- disse a mulher que ao se espantar derrubou a xicara que segurava.

– Bom, a maioria das pessoas me chamam de Ravenna ou Lira. A senhora deve ser Petúnia Dursley, estou certa?- ela assentiu ainda espantada.

– Você é a copia exata dela, é idêntica a minha... a Lilian- falou ela mudando de espantada para amarga- olha só que bagunça-se referiu aos cacos e o chá derramado. Quando ela se abaixou para limpar aquilo eu disse.

– Deixa- levantei-a do chão- Eu posso dar um jeito nisso- olhei para os lados, a rua estava deserta. Estendi as mãos para a porcelana e concentrei-me, logo os pedaços da xicara se juntaram e nem pareci que havia se quebrado, e limpei o chão com o pano que ela ia limpar. Levantei-me estendendo a xicara inteira para ela.

– Oque acha que esta fazendo?- ela colocou a cabeça para fora da porta e olhou se ninguém havia visto oque eu fiz- oque quer aqui?- ela disse zangada.

– Desculpe-me. Queria ver Harry, ela está?

– Não, ele fez minha cunhada inflar e fugiu.

– Ele oque?- perguntei incrédula.

– Isso mesmo que você ouviu, seu irmãozinho inflou a irmã de Valter.

– Não estava me referindo a isso. Como assim Harry fugiu? Como vocês puderam deixa-lo fazer isso? São os responsáveis legais dele. Faz quanto tempo isso?

– Ele simplesmente pegou a mala dele e saiu. Ele nos ameaçou com a varinha- sussurrou ela- Já faz quase duas semanas.

– Por Merlin. Tenho que acha-lo- disse desesperada.

– Não se preocupe, Dumbledore já me escreveu dizendo sobre o paradeiro de seu irmão. Queria conversar um pouco com você Ravenna, se for possível é claro.

– Bom, Harry esta bem e minha tutora esta comprando meus matérias. Não vejo problema algum em conversarmos- sorri meio constrangida, ela pediu que entrasse e assim fiz.

A casa era muito bem arrumada, havia varias fotos da família dela espalhada pela casa toda, menos Harry.

– Mamãe acabou o creme de amen... quem é você?- perguntou um garoto baixo com bochechas rosadas.

– Olá, me chamo Ravenna Evans- ele acenou em forma de comprimento. O garoto não parava de me encarar.

– Ela é... a... irmã de Harry, ela é sua prima- disse Petúnia- Ravenna esse é meu filho Duda.

– Mas você não estava morta?- perguntou ele.

– Isso era uma das primeiras coisas que iria te perguntar. Se esta na nossa frente é por que não está, mas onde estava esse tempo todo?

– Depois da morte dos meus pais alguém me levou para Dumbledore, depois ele me levou para um orfanato em Londres.

– Nunca disseram que você estava viva- disse Petúnia.

– Para me proteger, daquele que não deve ser nomeado.

– De quem?

– Ninguém Duda, agora suba que eu e Lilian, quero dizer Ravenna vamos conversar.

– Mas mãe...- ela olhou para ele com uma cara brava e com muita relutância ele obedeceu, se despediu e subiu.

– Como o tempo passa rápido não é? Lembro-me como se fosse ontem que sua mãe veio me visitar para nos dar a noticia de sua primeira gravidez. E olha só, semana que vem você fará catorze anos- disse ela viajando nas lembranças, até que a interrompi.

– Não, eu vou fazer treze ainda, assim como Harry- a corrigi.

– De onde tirou isso? Lembro-me que nosso pai ainda era vivo quando descobriu a gravidez de Lilian. Além do mais você e Harry seriam gêmeos, oque seria impossível.

– Por que seria impossível? Somos irmãos.

– Então você não sabe? Devo ser a única a saber- sussurrou ela- tem algo que eu queria lhe mostrar espere um instante- disse Petúnia que subiu as escadas me deixando sozinha na sala. Demorou alguns minutos para que ela aparecesse- Encontrei essa carta nos destroços da casa onde moravam, é de sua mãe para você.

Peguei a carta de suas mãos e comecei a ler.

Olá meu pequeno Lírio.

Escrevo esta carta para dizer coisas que possivelmente não irei dizer pessoalmente, pois coisas ruins estão por acontecer. E se você esta lendo, é por que não me restou tempo suficiente para estar ao seu lado e contar oque aconteceu.

Em janeiro de 1979 descobri que eu estava gravida de meu primeiro filho, meu pai estava vivo quando eu dei a noticia, ele ficou muito feliz, porem eu havia me separado de Tiago quando descobri. Depois de um tempo soubemos que você não era filha de Tiago, mas sim de alguém que se passara por ele com através de uma poção.

Sabia que você é uma apressadinha, era para ter nascido por volta do dia trinta de agosto, mas não aguentou esperar e decidiu aparecer um mês antes.

Por questões de segurança seu verdadeiro pai não pode assumir sua paternidade, mas lhe digo que por mais tola que tenha sido a ideia de se passar pelo Tiago ele é uma pessoa boa. E sempre te amou.

Tiago decidiu assumir o posto de ser seu pai, no começo foi meio difícil, mas depois a amou como se fosse a própria filha, dando meses depois um irmãozinho a você.

Se hoje não pude te contar essa história, é por que a nossa tentativa de salvar você e seu irmão custou a vida de Tiago e a minha. Queria ter tido essa oportunidade.

Beijos da mamãe que te ama.

Ao terminar a carta fiquei sem reação. Como se tudo que eu tenho vivido nesses treze anos, ou melhor catorze, tenha sido uma mentira.

– Não sou filha de Tiago Potter, então quem é meu pai?

– Sua mãe não quis nos dizer. Dizia que era mais seguro assim, sem que ninguém soubesse.

– Ela sabia que não ia sobreviver.

– Ela deduzia, disseram que alguém havia avisado a eles que aquele que não deve ser nomeado queria as crianças dela, eles arrumaram um esconderijo, mas o amigo do Potter dedurou o esconderijo deles e bem... o resto você sabe.

– Acho que eu... tenho que ir. Posso levar a carta?

– Ela é para você, então é sua.

– Apertei a moeda e em questão de segundos Jasminne batia a porta da casa de Petúnia.

– Foi bom poder ve-la Ravenna, foi como se eu tivesse vendo minha irmã novamente- disse a mulher com os olhos nadando em lagrimas.

– Foi bom te ver também, é... tia?- ela assentiu com um sorriso amargurado, abracei a rapidamente e entrei no carro.

– Como foi lá? Não encontrou Harry não é? -Neguei com a cabeça- ele esta no caldeirão furado, eu o vi, ele esta bem. Por que esta assim minha princesa?

– Por que tudo oque eu achava que sabia sobre mim não passava de mentiras. Harry e eu não somos gêmeos, sou um ano mais velha que ele, e Tiago Potter não é meu pai.

– Sua tia disse isso? É loucura, se não teria recebido sua carta de Hogwarts um ano antes.

– Minha mãe me deixou uma carta, explicando como aconteceu.

Quando chegamos ao orfanato ela pediu para ler a carta da minha mãe e ela ficou surpresa.

– Creio que o motivo de ter entrado com doze anos na escola deve ser por que voce ficou com trauma, pois viu a morte de sua mãe e seus poderes tenham se desenvolvido mais tarde.

– Pode ser- disse com indiferença- Olha, eu não estou disposta, vou subir para o meu quarto.

– Eu vi Harry, disse a ele que você foi até a casa dos Dursley para vê-lo, e também contei sobre sua mudança de escola.

– Como ele ficou?

– Abalado, as achou que foi melhor assim, antes mudar de escola doque ter a varinha quebrada- dei um sorriso amarelo.

Fui para o quarto, minha vontade era de chorar por pensar que a minha vida não havia passado de uma grande mentira, mas as lagrimas não desciam, ficavam entaladas na garganta fazendo ela em um nó.

No meu aniversario não tive muita disposição para festa. Recebi cartas de Harry e dos amigos que já sabiam oque tinha me acontecido ficaram desolados ao saber que não voltarei a Hogwarts, eles mandaram presentes também.

Os dias se passaram e hoje é o dia que vou embarcar para a ida a escola Beauxbatons. Acordei bem cedo tomei o meu café e logo fomos para a estação de trem, a mesma que nos leva Hogwarts só que o trem não era o mesmo, naquele momento senti mais saudade dos meus amigos.

– Esta pronta?-neguei olhando para os poucos alunos que embarcavam- Anime-se, vai ter que se adaptar mais cedo ou mais tarde.

– Tem razão- dei um sorriso que não foi muito verdadeiro- Não vou ter meus antigos amigos, mas posso fazer outras amizades. Será que vão gostar de mim?

– É claro que vão- o maquinista do trem deu sinal para que eu entrasse- Vai lá princesa- disse ela me abraçando- se cuida, não apronte nada que provoque a quebra de sua varinha. Te amo.

– Também te amo senhorita Jasminne- dei adeus a ela e embarquei, procurei uma cabine vazia e quando entrei em uma fiquei de queixo caído. Era uma enorme suíte com camas fofas- Acho que não vou querer desembarcar.

A viajem era longa, era de mais ou menos um dia. passei a manha brincando com Moozy, depois dormi por um tempo. Até que alguém bateu na porta e disse que estávamos chegando e que era para nos vestirmos e quando estivermos prontos era para entrar em uma fila para desembarcar.

Vesti o uniforme da escola, era todo azul, era muito lindo. Logo depois fui para a fila atrás de uma garota de cabelos negros e um pouco mais baixa que eu.

– Olá, me chamo Antonelle, é o meu quarto ano aqui, não me lembro de tê-la visto antes.

– Olá, meu nome é Ravenna, mas pode me chamar de Lira, e com certeza não me viu, fui transferida de Hogwarts para cá.

– Seja bem vinda, você vai adorar aqui, tudo é muito lindo em Beauxbatons. Quando digo tudo é tudo mesmo- disse ela apontando para um garoto alto de cabelos castanhos que estava de costa com uma roda de amigos- ele é Pietro, é o garoto mais lindo daqui, mais não liga para garota nenhuma.

– Deve ser muito conservador, ou tímido.

– Merlin, ele esta vindo para cá- disse a garota toda eufórica.

Me virei de costas para olhar, ele era sim muito bonito, e estava vindo para minha direção, possivelmente para a fila.

– Olá, senhorita.

– Oi- respondi meio abobada.

Desçam de vagar, em ordem, sem correria. Logo atrás do trem haverá uma carruagem que os levara ao palácio- disse uma garota loira que parecia ser a monitora.

Quando fomos para traz do trem carruagens lindas com cavalos brancos as levando.

– Senhoritas- disse Pietro estendo a mão para nos ajudar a subir na carruagem, Antonelle parecia se derreter toda, eu disfarçava o riso para não chamar atenção.

A carruagem começou a andar e a cada cavalgada dos cavalos revelava o lindo jardim que havia no caminho ao palácio.

– Então, você é a aluna nova não é mesmo? Me chamo Pietro Valentin, prazer em conhece-la- disse estendendo a mão.

– Sou sim meu nome é Ravenna Evans.

– Ravenna Evans? Então é verdade, você não havia morrido- perguntou a garota, neguei rindo.

– Por que transferiram você?- perguntou Pietro.

– Bem, duas escolas me admitiram essa e Hogwarts, mas só soube desta quando meu antigo diretor me disse, e por motivos de bagunça e por bancar uma heroína Dumbledore iria me expulsar e quebrar minha varinha, mas me deu a opção de vir para cá.

– Interessante- disse ele. Olhei para o alto onde uma arvore revelou a escola e eu fiquei maravilhada com que vi.

– É lindo- disse encantada. O palacio parecia ser feito de gelo, parecia ter saido de um conto de fadas.

– Ele é muito lindo- disse Antonelle olhando para Pietro.

– O palácio é muito lindo. Acho que vou me acostumar rapidamente com essa escola.