The servant and the prince escrita por moonabel


Capítulo 8
Capítulo 8: Orgulho


Notas iniciais do capítulo

Advinha quem ficou até as 4 da manhã escrevendo...eêe
Nossa, esse ficou um pouco mais longo kkk
Espero que gostem ♥



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Assim quando o Rei acabou de se pronunciar, a multidão, comemorando, voltou aos afazeres do festival. Músicos voltaram a tocar, crianças a brincar e vendedores a anunciar promoções.

– Achei os dois príncipes tão fofos juntos - Gumi sorriu para Leon, com os braços na cintura.

– Não estou mentalmente preparada para aguentar a princesa todo dia lá no castelo depois do casamento... - Meiko rosnou, revirando os olhos - ainda bem que ela vai embora depois de amanhã.

Permaneci em silêncio. Qualquer coisa que eu poderia falar no momento me daria motivos para ser preso, e isso certamente não seria agradável.

–Er, qual música que vocês tocam mesmo? - Yuma cortou o papo, virando-se para o casal.

– Acordeão - O loiro apontou para a bolsa que carregava nas costas - é bem comum na nossa cidade, mas pelo o que eu percebi não é muito aqui...

– A gente precisa vir aqui visitar mais vezes, estou encantada com a beleza desse reino - a garota de cabelos verdes comentou enquanto se dirigia à uma barraca de livros, atrás da gente.

– P-por favor, vocês serão muito bem vindos aqui - Yuma seguiu-a, que nem besta.

Continuamos conversando e passeando até o final da tarde, até que nos despedimos dos recém conhecidos, marcando um próximo encontro, e voltamos ao castelo, cansados de tanto andar.

Soprava uma leve brisa do oeste, balançando os galhos das árvores. Pela hora que entramos no saguão do castelo, o sol começou a se pôr. Meiko jogou as sacolas de compras em cima do balcão da mesa da cozinha, sentando-se à mesa e retirando os sapatos, reclamando da dor que lhe causaram.

– Meiko com raiva parece um velho bêbado - Yuma riu alto, apoiando-se na parede.

– Cala boca - ela jogou o sapato na direção do rapaz, não conseguindo segurar a risada.

– Diz aí Yuma, qual é o lance entre você e aquela moça? - provoquei, aproximando-me deles. O rosto dele se tornou da cor do seu cabelo, e ele recuou, mantendo a postura.

– Achei ela bonita, o que tem? - Ele fez um bico.

– Convide ela amanhã para sair! - A morena se empolgou.

– Não posso, não tenho... - ele percebeu os nossos olhares de expectativa, pressionando-o - Tá, eu tento.

– Ai, que emoção, meu bebê vai se casar! - Meiko deu um soquinho no ombro dele - Rapazes, sei que adoram minha companhia, mas eu preciso ir preparar o jantar, pois a família real daqui a pouco volta. Vejo vocês mais tarde- ela piscou, saindo descalça para se trocar.

Quando ficamos sozinhos na cozinha, Yuma me perguntou:

– Você vai querer voltar lá amanhã?

– Não.

– Não precisa ir, tire uma folga para descansar amanhã - ele soou sério - amanhã digo à Meiko que você não está se sentindo bem, por isso preferiu ficar.

– Obrigada - eu disse, me despedindo e indo até meu quarto.

Eu estava exausto, então tomei uma ducha e me deitei, rapidamente pegando no sono.

Acordei em algum momento perto da hora do almoço, com o castelo vazio. Passei o dia procurando livros na biblioteca e andando pelo jardim, finalmente me sentindo em paz. No final da tarde, fui-me até o hall da entrada do castelo, esperar os dois chegarem.

–Gakupoooo! Você não acredita! - a moça entrou correndo, acompanhada de Yuma,andando atrás dela, de cabeça baixa.

– Se divertiram? O que aconteceu? - andei na direção deles.

– Yuma deu seu primeiro beijo! - ela gritava, empolgada como nunca, rodopiando em volta do rapaz. Ele coçou a cabeça, envergonhado.

– Finalmente, é uma benção! - ergui as mãos para cima, zoando o mais novo.

– Eles dois se afastaram mais um pouco do grupo, e quando eu percebi, eles estavam lá, no maior amasso - ela riu, com a mão na frente da boca.

–P-para Meiko, o castelo todo vai ouvir - nunca vi Yuma tão tímido assim.

– Preciso te contar tudo! - a morena agarrou meu braço, me puxando para os jardins.

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Uma semana se passou desde então, e o castelo voltou como era antes, apenas o príncipe e seus empregados. Ocasionalmente um almoço ou outro com o Rei, mas nada formal. Uma certa noite, acordei de madrugada,inquieto. Estava com um sentimento ruim, e não conseguia voltar a dormir. Vesti uma roupa qualquer e fui dar um passeio pelo castelo para fazer hora antes das tarefas. Encontrei Neru no hall principal, que me cumprimentou com um lindo sorriso:

– Acordou cedo hein? - virei-me para ela.

– Os animais acordam cedo, não tenho escolha.

– Faz tempo que eu não te via, como andam as co - Fui interrompido pelo som de cornetas se aproximando do portão.

– Visitas? A essa hora? Não tenho conhecimento de ninguém que está por vir!

Corremos até a entrada, preocupados. Oito homens em armaduras pesadas arrombaram o portão, forçando a entrada na propriedade. Saí do castelo, descendo as escadas.

– O que pensam que estão fazendo? Isso é propriedade do Rei! - Protestei.

– Estamos aqui em ordem da Rainha. Seu Rei está sob custódia - o homem que parecia estar no comando ergueu a espada em minha direção.

– O que querem de nós?! - Neru gritou atrás de mim.

– Seu príncipe. Ordens são ordens.

– Isso não faz sentido. Que rainha? Isso é declaração de guerra! - Dei um passo à frente, sem muita noção que eu poderia ser morto.

– A rainha Rin. Você está atrapalhando, saia do caminho - a agressividade em sua voz me causou calafrios.

– O príncipe não está. E-Ele foi...caçar. Sou o responsável enquanto ele estiver fora, se quiser, me leve – Boa Gakupo. Que merda eu acabei de falar?! Neru segurou meu braço, em desespero. Suas unhas me machucavam, mas achei melhor não falar nada. Os soldados esmagavam a grama com os pés, em desprezo.

– Escuta garoto. Estamos com pressa, temos muito a resolver. Não temos tempo pra discutir. Lhe dou até meio dia para entregar o fedelho, ou vocês todos morrem. Não adianta escapar, temos vigias a estrada toda - E com isso, eles saíram pelo portão desnecessariamente arrombado, marchando.

–Oh, Gakupo, O que faremos?! - ela estava pálida.

– Eu não tenho idéia!

– Rin é aquela menina que assumiu o trono? Por que ela nos está atacando?!

– Temos que fugir! Avise a todos - Me virei, sem pensar direito. Corri até o terceiro andar, encontrando com os dois:

– Acordamos com o barulho do portão, o que aconteceu?! - Yuma perguntou.

– Estamos sob ataque! Eles já têm o Rei como prisioneiro! - minha voz estava rouca.

– Como? E os guardas?! - Meiko não parecia entender absolutamente nada.

– Todos mortos, provavelmente! Se o rei foi preso, o reino Verde foi o alvo principal, ele estava lá! Depois que marcharam para cá - Em qualquer circunstância, Yuma mantinha a calma, admiravelmente.

– Temos até o meio-dia para entregar o príncipe, ou morremos - olhei em volta, procurando algo útil para me defender.

– Vá buscar o príncipe. Buscaremos a carruagem para fugir - a morena ordenou.

– M-Mas... - protestei.

– Vai Gakupo. - o rapaz falou num tom tão sério que eu não tive escolha. Subi outro lance de escadas, relutante. Isso me lembrou o dia que eu o beijei pela primeira vez. É , eu não tinha me acostumado ainda.

Vi rapidamente a cidade, da vista da janela do corredor. Uma fumaça se erguia, e várias casas eram queimadas. Isso rapidamente chegaria aqui, se não pensássemos rápido.

– Vossa Majestade - abri a porta, com força. Minha voz soou firme, mas eu tremia todo.

– Gakupo?! - ele estava sentado na cama, de pijamas ainda.

– Estamos sob ataque. Temos de fugir o mais rápido possível. - Eu não estava preparado pra isso. Não era mentalmente saudável para mim.

– Mas o quê? Que tipo de brincadeira é essa? - levantou-se, levemente irritado.

– Olha , por mim eu nem viria aqui. Tem guardas em todos os lados, e já prenderam seu pai e sua preciosa esposa. Quer vir logo e me poupar a dor de cabeça? - Toda minha mágoa se transformou em raiva há um tempo atrás , e todo esse sentimento explodiu em uma frase. Nunca me imaginei falando desse jeito com ele, nem com ninguém para falar a verdade.

Não sei uma palavra certa para descrever a cara que o príncipe fez, mas minha frase deu conta do recado.

Ele simplesmente levantou , boquiaberto, e me seguiu pelos corredores.

Encontramos-nos com o resto no estábulo, arrumando bolsas com comidas e suprimentos.

– Gakupo, é verdade que atacaram o reino Verde? - Neru soluçava, com os olhos inchados de chorar - Meu pai está lá, eu te imploro, faça alguma coisa!- Meiko segurou a mão da garota e entregou-me uma faca de cozinha.

– Vão vocês três. Sigam pela pequena estrada ao lado do riacho. Do lado dela só tem fazendas, então se sintam livres para parar para descansar. Eu fujo com ela pela floresta. Yuma não é tão inútil assim, ele saberá pilotar a carruagem. Nenhum desses imbecis da Rainha sabe o terreno como nós , portanto serão bem mais lerdos em nos seguir - ela explicou, com a voz trêmula.

– Vocês vão ficar bem? E o resto dos empregados? - O príncipe segurou o ombro da morena, preocupado.

– S-sim, Majestade - ela abaixou a cabeça - Eles fugiram pela estrada.

– Ótimo, vamos então. Gakupo, vá buscar o cavalo enquanto eu carrego os sacos para dentro - ele me ordenou, apontando para a baia onde o animal ficava. Yuma buscou os aparelhos para amarrar na carruagem, e Meiko me ajudou. O veículo era pequeno e quadrado, pintado de preto. Seu alcochoado era vermelho, escondido por debaixo de uma camada de sujeira.

Quando estava tudo pronto, nos despedimos:

– Cuide bem da velha aí, tudo bem? - Sequei as lágrimas da menor com o polegar, fazendo um carinho em seu rosto. - Vocês sabem o lugar do encontro?

Meiko fez um sinal com a cabeça e abriu o portão dos estábulos para passarmos. Nos abraçamos os quatro, desejando-nos sorte. Subi na carruagem, e me sentei no banco de trás. Uma estreita cabine para duas pessoas. Tudo o que eu precisava. Ele se sentou do meu lado, ajeitando seus cabelos azuis, com vergonha.

Yuma açoitou o cavalo, fazendo-o disparar. Agora que caiu minha ficha que poderia ser a última vez que eu veria tudo o que eu aprendi a amar. Por que tudo é tirado de mim assim, sem piedade? O sol finalmente começou a nascer, anunciando o início de outro dia estressante.

– Em direção ao mosteiro - eu disse, abrindo a pequena janela, que dava pras costas do rapaz que dirigia - Vamos fazer uma visitinha surpresa à Luka - eu concluí, com um sorriso fraco no rosto.


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Notas finais do capítulo

Bom, finalmente a história tomou seu rumo, to animada pra continuar dasfdsf



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