The servant and the prince escrita por moonabel


Capítulo 9
Capítulo 9: Estigma


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, vou ficar um tempinho fora, mas aqui está um capitulo para me redimir, espero que gostem ♥



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– Carruagem apertada né? - Kaito deu uma risada tímida, com as pernas tremendo pelo movimento do veículo.

– É - resmunguei uma resposta atravessada, causando-lhe desconforto. Nossos quadris quase se tocavam, e eu tive de me curvar um pouco para caber ali.

– Já andou de carruagem antes? - ele insistiu.

– Sim.

– Gakupo... tá tudo bem entre a gente né?

– O que você acha? - encarei-o, franzindo o cenho.

– Eu queria que estivesse - ele fez um bico, desviando o olhar.

Puxei a ponta da cortina, espiando pela janela. Os campos normalmente cheios de vida e cores pareciam estar desertos. Todos se esconderam em suas casas, temendo o pior.

Yuma cantarolava tranquilo, apoiando os pés no encosto de madeira à sua frente. Não demorou muito para que chegássemos ao nosso destino, escondido atrás de altos pinheiros.

Desci, abrindo a porta com amargura para o príncipe. Dirigimos-nos os três até a grande entrada, toda de mármore. A casa era grande, coberta de trepadeiras. Bati o pequeno sino preso na coluna para sinalizar minha presença, e logo a porta se abriu.

– Bom dia, com o quê poderíamos lhes ajudar? - Uma mulher com o rosto coberto por um pano me olhou de cima a baixo, com olhos duvidosos.

– Sou o príncipe Kaito, muito prazer - ele se apresentou saindo de trás de mim, com as mãos na cintura.

– Oh, mil perdões, não lhe reconheci! Entrem, por favor!

Um tapete de veludo vermelho cobria as duas escadas, e no meio do salão, um pedestal alto, com várias cadeiras em volta. O andar se dividia em três, O caminho do meio era fechado por uma porta, enquanto os dois do lado seguiam por um longo corredor.

O lugar inteiro cheirava a madeira velha e mofo, me deixando nervoso, com vontade de limpar. A senhora nos guiou até uma sala com várias prateleiras e uma mesa de chá no meio, onde nos sentamos.

– Vou chamar a Madre responsável no momento, aguardem um momento - disse, saindo.

– Meus cumprimentos - Uma moça com um longo vestido negro entrou, fazendo-me levantar da cadeira com um pulo.

– Luka?! - Yuma e eu exclamamos em uníssono.

– Meninos! Há quanto tempo - ela sorriu, abraçando-me. Ela parecia mais madura agora. Meu coração doeu ao sentir saudades de seu espírito alegre de antes.

Kaito permanecia sentado, sem entender nada.

– Vossa majestade - ela lhe cumprimentou, segurando a borda do vestido - Há algum motivo especial da vinda de vocês?- perguntou-nos ,segurando minha mão.

– O Reino Amarelo nos atacou - Yuma respondeu, com desdém.

Como?! - Ela se tornou pálida.

– É o que vamos descobrir, por enquanto, vim lhe pedir um favor. O príncipe ficaria mais seguro do que em qualquer lugar, ele poderia ficar aqui? - lhe pedi.

Meu quarto dava vista para o pátio. Uma grande fonte com a estátua da Divina estava no centro, com limo cobrindo-a. Moedas jogadas dentro dela refletiam a luz do sol, e os pássaros voavam, cantando. Um lindo dia para se estar no meio de uma guerra.

– Seus lençóis limpos, senhor - uma garota entrou no quarto, colocando as coisas em cima da mesa. Eu estava sendo servido? Esse sentimento era bizarro. Saí para tomar um ar fresco, andando até os aposentos de Luka, que ficavam no final do corredor.

– Então, quando vai me explicar o seu novo cargo, Madre? - apoiei-me na porta semi aberta, cruzando os braços.

– Ah, que susto - riu - Minha mãe era a responsável. Quando cheguei aqui, foi questão de tempo para que eu herdasse seu posto - explicou.

Nunca havia me dado conta de como seu sorriso era bonito. Meu coração deu um pulo.

– Parabéns, eu acho – Tentei não ser grosso - Sua condição melhorou, espero.

–Sim, não se preocupe – respondeu, alinhando os livros perfeitamente na prateleira.

– Obrigada por tudo, não sei o que faria sem sua ajuda - confessei, coçando o pescoço.

– Qualquer coisa por você - ela apoiou a mão na cadeira, inclinando as costas.

Por mais que vê-la novamente fosse reconfortante, eu ainda guardava um leve rancor do abandono repentino. Nenhuma carta, notícia ou muito menos uma visita, como prometido. Um sentimento estranho de solidão me preencheu. Luka sabia como eu dependia dela.

Visitei a cozinha e a sala de jantar, guardando para mim a saudade. A maioria dos quartos se encontravam vazios. Resolvi sair um pouco.

Ele estava sentado no banco do pátio, segurando uma flor do campo, tirando pétala por pétala. Com o olhar perdido, para não dizer triste. Encarei-o, do arco que ligava os dois corredores, aberto ao ar livre. Metade de mim queria chegar perto, metade queria abandonar aquilo tudo e viver uma vida normal. Aparentemente, não sei me controlar.

Bem me quer, Mal me quer? - disse, assustando o garoto.

– N-não! Não sou mais criança - envergonhado, jogou a flor despedaçada no chão.

Ficamos em silêncio, se entreolhando. Ótimo, e agora? Arrependi-me do que fiz no mesmo instante. O que aconteceu com o Gakupo irritado de antes?

– O que faremos agora? - ele perguntou, encolhendo-se.

– Não sei. Esperarei um pouco, e então irei até a cidade, para me situar das coisas.

– Irei com você.

– Está louco? Preciso de você seguro, preciso de você...- minha voz foi diminuindo, conforme eu percebi a bobagem que eu deixei escapar. Tentei disfarçar - O reino precisa de você.

– O reino, é? - ele deu uma risadinha de lado, se levantando.

Corei, semicerrando os olhos.

Antes que percebesse, estávamos passeando juntos pelo pátio, sem falar muito. Ele mechia no cabelo, nervoso.

– Er, você tem planos para hoje à noite?

Meu coração parou. Eu estava novamente caindo na tentação. Ele não tinha claro o que queria, mas eu tenho certeza que quem iria sair mais ferido seria eu. Não podia deixar isso acontecer. Cerrei o punho. Ele tinha a esposa dele, eu não tinha ninguém. Quem ele acha que é para brincar comigo assim? Vou ignorá-lo.

– Não, quer fazer algo? - respondi.

–----

O luar novamente me assombrava. Uma coisa tão simples e tão comum, ao mesmo tempo carregando um peso de memórias. Iluminava seu rosto, me lembrando o oceano, onde qualquer um poderia se afogar. Ele se apoiou na sacada, sorrindo para mim.

– Estava com saudade de ficar com você. Deve me odiar agora, né?

Não consigo me entender. Eu suava, mantendo certa distância dele.

– Não - balancei a cabeça.

– Me perdoe. Eu não tive escolha. Foi para o seu bem que eu me afastei, começaram a suspeitar de nós.

Me arrepiei. Não soube o que responder, apenas o observei.

– Me perdoe... - ele falou com uma voz mais fina do que o normal, pulando para me abraçar. Segurou meu tórax com força, dificultando a respiração. Droga, droga, droga. Mais uma vez, me senti perdido. Não pensava direito, apenas sentia. Sentia dor, mágoa. Mas acima disso, paixão. Uma paixão, que acima das circunstâncias, permanecia ali, me torturando.

Beijei sua testa, fazendo-lhe um carinho no rosto.

–---

Quando recuperei os sentidos, minha boca estava dormente, minha mão me apoiava na parede, e uma pessoa indefesa estava sob o meu controle. Beijávamos-nos com uma força reprimida. Nosso ritmo seguia rápido e até um pouco violento, mas eu não conseguia parar. Ele gemia, agarrando minhas costas. Lentamente, escorreguei minhas mãos pelo seu pescoço, sentindo seu corpo se desabrochar aos meus toques. Continuei lhe segurando firme, lhe beijando intensamente. Parei para respirar, sem me afastar do seu rosto. Seu sabor era tão intenso, tão viciante. Ele segurou a manga da minha túnica, puxando meu braço para baixo, até encontrar seus quadris.

– Gakupo... – seus lábios rosados me chamaram.

– Como você é lindo - sussurrei, mordendo sua orelha.


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