The servant and the prince escrita por moonabel


Capítulo 7
Capítulo 7: Crença


Notas iniciais do capítulo

Feliz 2016 ♥

Músicas:
piano - https://www.youtube.com/watch?v=Ivvt-sPKR2E
Acordeão - https://www.youtube.com/watch?v=q2UweAtj_Js



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''Eu não deixarei rastros

Talvez sejam invisíveis

Sútis palavras

Que fazem você

Não se defender

Caindo em alguns buracos rasos...

Se você tivesse conhecido

Esse poderoso remédio

Que só eu pude resistir...''

Eu encarava as teclas do piano sendo tocadas, me concentrando em manter minha voz estável. As quatro pessoas além de nós no quarto nos admiravam, caladas.

''...Nós podemos sempre nos esconder dentro dos jardins tensos,

Esperando eternamente a mistura do aroma do nosso suor que sinto que foi tomada''

A melodia chegou ao seu fim, e um silêncio mortal invadiu a sala. Meu nervosismo aumentou, e inconscientemente levantei o olhar para Kaito, que para minha surpresa, possuía toda sua atenção voltada a mim. Ficamos um tempo presos nos olhos um do outro, como se estivéssemos enfeitiçados.

– Obrigada, Mestre– falei sem pensar. Segurei sua mão e a beijei, curvado. Sua mão estava fria, e seus dedos, trêmulos. O rapaz deu um pulo para trás, com as bochechas rosadas.

Como eu o amava. Como eu sentia saudades de tê-lo para mim.

– Ah, isso foi tão lindo! A harmonia de vocês é invejável, como conseguem? - a voz estridente da princesa invadiu meus pensamentos, causando-me uma irritação instantânea - Quero ouvir mais uma!

Constrangido, esperei uma resposta do príncipe, que por sua vez, fechou a tampa do piano e se levantou bruscamente. Dando passos pesados até a porta, saindo sem explicação. A dor no meu peito só aumentou. Ele simplesmente foi embora, deixando-me sentado na plataforma sozinho.

–Bom , isso é o que chamamos de uma noite - Kiyoteru cruzou os braços, mastigando um último pedaço da torta.

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Tentei, sem êxito, dormir bem durante dias. Nunca mais eu vi o príncipe pelo castelo, mesmo nas refeições, ele não aparecia. Trancou-se no quarto e pedia para lhe entregarem comida, pelo menos foi o que eu fiquei sabendo. Deixar de vê-lo por um tempo ajudou a aliviar um pouco meu coração, porém toda noite eu tinha os mesmos sonhos. Aquele doce veneno que eu desejava tanto beber novamente, por mais que eu me esforçasse, não me abandonava. Eu tinha que dormir bem pelo menos naquela noite, já que amanhã seria o tão aguardado evento. Meiko falou sobre isso a semana inteira, e Yuma não parou de encher meu saco, curioso se haveriam garotas bonitas por lá.

Nessa noite sonhei com seu sorriso, uma coisa que eu amava tanto nele.

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–TA DOENDO YUMA!- acordar com os berros da morena atrás da porta do seu quarto a essa hora da manhã não era nada agradável. Ainda mais quando ela gritava algo como aquilo. Abri a porta, com os olhos pesados.

– QUEM MANDOU VOCÊ SER TÃO GORDA? - Me deparei com a cena de dois idiotas se arrumando. Yuma apertando o corset de Meiko, sem piedade.

– O que ta acontecendo aqui? – perguntei no meio de um bocejo.

–Gakupo! Me ajuda! - Ela gesticulava, arfando.

– Deixa eu fazer, assim você vai matar ela - Empurrei de leve o rapaz para o lado, tomando o laço das mãos dele, me abaixando - Não é força, é jeito. Primeiro você puxa as fitas de baixo uma por uma , e só depois as do meio, assim ela se encaixa na cintura. Por último, as finais, fazendo um laço assim.

Terminei, dando uma tapinha nas costas dela, me distanciando. Anos servindo a Rainha na minha adolescência serviram para algo, afinal.

– Uau, como um homem pode saber disso? Achei que estaria perdida, obrigada - ela suspirou aliviada, admirando sua nova cintura.

– Ah, tanto faz - Yuma deu de ombros - vai vestir o que hoje? - me perguntou.

– Uma túnica qualquer aí. Não é nada formal, correto? - arqueei uma sobrancelha, prendendo meus cabelos.

– Eu vou me arrumar bem, vai estar todo mundo lá! - Meiko disse, abrindo seu armário e tirando de dentro um vestido vermelho.

– Bom, vou me vestir, encontro vocês nas escadarias. - o rapaz saiu do quarto, e eu o acompanhei, em direção ao meu.

Nós três partimos em direção à cidade, que não ficava muito longe dali. A estrada era bem calçada, facilitando o trajeto. Ela passava por meio de bosques, a vista era bem agradável.

– Um dia, vou estar tão podre de rica que nunca mais precisarei andar. Terei meus próprios servos e uma carruagem de ouro. Comerei tudo o que eu desejar, a qualquer momento – a morena sorriu, segurando o vestido para não arrastá-lo no chão.

– Ah claro, seremos todos lordes - brinquei.

– Só fazendo um pacto com o demônio - Yuma bufou, colocando as mãos no bolso da calça.

O arco de entrada da cidade estava decorado com diversas flores, e o som da multidão se dirigindo ao local se ouvia de longe. Haviam barracas de comida, lojas expondo suas mercadorias e pessoas de todos os lugares e tipos reunidas. Mais distante, também tinham quatro palanques principais na extremidade direita, de frente para o evento, que ocorria na praça principal da cidade. Bandeiras eram hasteadas, com as respectivas cores representando os ocupantes de cada palanque: Azul, vermelho, verde e amarelo. Aparentemente, aquele seria o camarote da onde a realeza iria aproveitar o evento. Trancados como em uma gaiola, os quatro reinos mais próximos compareceram. Havia uma banda tocando abaixo deles, composta por instrumentos variados. Nunca vi tanta gente junta, tive que prestar muita atenção para não me perder. Meus dois companheiros admiravam cada detalhe, boquiabertos.

Meiko quis experimentar tudo, gastando suas economias em bijuterias e comida. Yuma parecia entediado, mas não reclamou momento algum.

Um som distinto chamou minha atenção. Procurei sua origem, avisando os dois que eu já voltava. Andei por um longo caminho nas ruas, até encontrar um palco improvisado num beco: Um rapaz tocava acordeão para uma moça dançando com a melodia, se apresentando por gorjetas. Era sem dúvidas bonita, com vestes decotadas e leves, tornando seus movimentos sutis e graciosos. Observei de longe, sem me manifestar. Várias pessoas estavam paradas apenas apreciando, uma vez ou outra jogando algumas moedas. Apoiei-me na parede vidrado com o incrível som, até a hora que ele acabou. A dançarina agradeceu o púbico, exausta. Os dois colheram as moedas do chão, enquanto as pessoas iam embora.

– Vocês estavam incríveis - sorri, me aproximando do casal.

– Obrigada - ela agradeceu sem jeito, arrumando uma mecha de seu cabelo verde atrás da orelha.

– Estou com uns amigos ali na feira, não gostariam de dar uma volta com a gente? - perguntei.

– Estamos indo para lá mesmo, dar uma pausa daqui - o rapaz guardou o instrumento numa bolsa e desceu da plataforma - Vamos Gumi?

– Ah, claro - ela assentiu, meio tímida.

Andamos os três até o local mais provável aonde os dois estariam, nas barracas de comida.

–Gakupo! Por que demorou tanto? -Yuma soou impaciente, virando-se para mim. Meiko estava ocupada devorando um bolo, distraída com o sabor dos morangos.

– Desculpe, acabei me encontrando com eles. Eles formam uma dupla incrível, você tem que ver eles se apresentando - apontei com a mão para os dois - Esses são Gumi e... perdão, não sei seu nome.

– Leon, não tem problema - ele sorriu, cumprimentando Yuma.

– Prazer... - os olhos dele não desviavam a atenção da garota, sendo o mais indiscreto possível. Ela apenas sorriu em retorno, ajeitando os braceletes no pulso.

Seguimos pelas lojas despreocupados, até que as cornetas reais soaram, ao longe.

– O rei do reino sul tem um anúncio importante! - a multidão comentava. Curiosos, fomos até o mais perto dos palanques possível, assim podendo ter uma visão mais detalhada de cada um: No primeiro, o nosso Rei e o príncipe, sentados. Segundo, uma bela rainha e seu rei, com uma filha. Terceiro a princesa Miku, Kiyoteru e o Rei. Por último, apenas uma jovem e um empregado, provavelmente a princesa que Luka mencionara um dia.

– Nossa, nunca tinha visto aquela princesa de vermelho! - Meiko comentou.

– Ela nunca tinha realmente saído em público, aparentemente tem uma saúde muito frágil - Leon explicou, observando as feições da garota. Seus cabelos se assemelhavam à flor de hibisco, e seu rosto era calmo.

O pai da Miku se levantou, acompanhado de seu conselheiro.

– Súditos! É com muito prazer que eu venho com boas notícias - a multidão se calou - Estaremos unindo o reino do Sul com o do Leste, dois reinos vizinhos, com um casamento!

Senti o meu mundo voltando a desabar, por mais que eu me esforçasse contra. Os dois príncipes se levantaram. Kaito com a cabeça baixa e Miku com um sorriso de orelha a orelha.

– O casamento acontecerá no mês que vêm, será organizado outro festival semelhante a esse - Kiyoteru acrescentou, arrumando seu óculos.

A multidão comemorou, aparentemente muitos iriam lucrar com a união.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi divertido de escrever, confesso. O ritmo da fic ta meio lento, mas foi apenas para as coisas se ajeitarem um pouco ;n;



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