Os 98 caras escrita por Emma e Jazzy


Capítulo 7
Os números 7,8 e 9


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente! Resolvi que pra não deixar a história muito longa, iria resumir alguns namorados em um capítulo só. Espero que gostem ;)
—Emma



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Naquele mesmo ano do meu primeiro beijo, namorei outros dois caras: Greg e Finn. O primeiro era realmente muito bom em criar brincadeiras, tinha um talento nato e uma imaginação muito fértil. Imagino que tenha crescido e se tornado um roteirista de filmes ou produtor de desenhos animados.
Greg e eu nos tornamos amigos e de tanto brincar de "faz-de-conta" nossa relação ficou real. Éramos uma dupla e tanto, nos aventurávamos numa escavação arqueológica, matávamos zumbis, liderávamos uma expedição pra encontrar a cidade perdida das sereias e também salvávamos o mundo de vez em quando com nossas habilidades de agentes secretos.
Nunca nos beijamos, depois do número 6, beijar um garoto era a última coisa que eu queria fazer no mundo. Mas Greg era um cara criativo, eu era apaixonada pela sua imaginação e por isso pedia para que brincássemos de vez em quando de organizar o nosso casamento, já que eu tinha certeza de que ele era o cara certo pra mim.
Mas infelizmente não funcionou muito bem, na nossa terceira semana juntos eu pedi para que brincássemos de casar e Greg começou a colocar aliens e a CIA no meio da cerimônia. Acho que não era pra ser, então terminei com ele no mesmo dia.
Logo em seguida, eu namorei o Finn. Ele foi o meu primeiro namorado estrela, trabalhava como modelo infantil para uma marca de roupas, mas desde bebê já fazia comerciais de fralda. Finn era muito bonito, a imagem perfeita de um anjinho e pelo jeito que se vestia, você podia dizer que ele seria um cara extremamente estiloso quando crescesse.
Eu gostava do fato dele aparecer nos catálogos das lojas que eu ia, sempre pegava os panfletos para lhe mostrar e ficávamos discutindo em qual look ele ficou melhor. Uma vez, sua mãe até me levou para umas das suas sessões de fotos.
Nós deveríamos ter ido tomar sorvete depois, mas a mãe dele disse que o Finn tinha uma dieta muito rigorosa e por isso não dava pra comer doce. Fiquei um pouco chateada na hora, mas como ele era um modelo mirim super famoso, compreendi.
Um dia, ele fez uma campanha pra uma marca de roupas unissex. Tinham várias fotos dele com diversas meninas diferentes, se abraçando ou dando as mãos. Dei um ataque quando vi a propaganda na loja e fui direto pra casa dele tirar satisfações.
– Emma, isso é só pras fotos! - Ele tentou se explicar, mas eu não caia naquele papo.
– Você parece feliz demais pra tá fingindo!
– É porque me disseram pra sorrir! Eu não quero namorar essas meninas, eu namoro você!
– Não, Finn. Acabou, não posso te dividir com modelos mirins famosas.
– Mas...
– Acabou!
Joguei o catálogo na cara dele e fui embora. Apesar dele ter aparecido lá em casa algumas vezes pra se desculpar, não cai no seu papo e o mandei logo embora. Não estava preparada pra um namorado estrela ainda, preferia continuar com os meninos normais. Foi por esse motivo que aos oito anos eu comecei um relacionamento com o Dylan.
Ele era um garoto bem normal que estudava na minha sala, o fato de preferir a companhia de plantas do que de humanos me deixava muito tranquila. Os seus pais tinham uma estufa em casa e gostavam de flores raras e malucas. Ele sabia de cabeça o nome de cada flor e as suas respectivas características.
Ficávamos horas na estufa, ele me ensinava tudo o que sabia sobre o reino vegetal e sempre me presenteava com alguma planta. Eu adorava aquilo, não tinha nada mais romântico do que dar flores à uma menina, principalmente se elas vêm recheadas de significados.
– Uma tulipa vermelha pra você. - Ele disse, estendendo-me a flor. - Elas significam amor verdadeiro e eterno, como o nosso.
Ele sorriu e as sardas em seu rosto ficaram mais evidentes. Peguei o meu presente e retribui o sorriso, dando-lhe um beijinho na bochecha em seguida.
Porém, por mais que eu amasse o Dylan e achasse seus presentes lindos, plantas atraíam insetos nojentos e depois de alguns dias morriam, deixando só uma sujeira enorme pra se limpar. Além disso, Tyler era alérgico à pólen, o que tornava quase impossível eu manter as flores do meu namorado em casa.
Depois de um tempo, passei a jogar tudo fora. Assim que saía de sua casa e ia na direção da minha, jogava o presente que tinha recebido em alguma lata de lixo próxima. Até que um dia ele me viu fazendo isso e começou a dar um ataque, dizendo que eu não tinha o menor respeito pela mãe natureza e as suas belezas.
Tentei explicar porque não podia guardá-las em casa, mas Dylan não quis saber da minha história. Então nós terminamos ali mesmo, mas eu tinha ficado tão brava com a incompreensão dele que duas semanas depois eu coloquei uma cigarra na camisa de escola dele. Foi muito engraçado ver o número 9 se contorcer pra tentar se livrar do inseto, acho que no fim Dylan tinha razão. Eu não estava nem ai pra mãe natureza e as suas criaturas.


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