Capítulo IV

“Até que estou bem na nova escola. Achei que eu não conseguiria me socializar com ninguém, mas consegui até juntar um casal (na verdade foi meu irmão, mas isso é detalhe. Ninguém precisa saber). Tenho quatro grandes amigos. São “poucos”, mas me proporcionaram grandes memórias, mesmo a maioria sendo besta.”.
– Alana? – fecho o caderno rapidamente.
– Thomas!
Vou de encontro ao seu corpo, dando-o um abraço apertado que logo foi correspondido.
– Quanto drama. Parece que não me vê a uma eternidade.
Ele riu um riso curto, mas de verdade. Quanto tempo não o via sem ser apenas uma “Oi.”. Lembrar-me disso fez com que eu o abraçasse cada vez mais forte.
– Mamãe e papai estão pedindo para você descer porque querem dar notícias.
– O que eles vão dizer?
– Não sei. Querem dar a notícia com todos os filhos presentes, até mesmo o Nícolas.
Saímos do meu quarto e atravessamos o corredor. Descendo as escadas, observo que só faltamos Thom e eu, os outros três estão nos esperando sentados no sofá. Sento-me entre Nico e meu irmão mais velho.
– Então... Com a grande quantidade de quartos vazios nessa casa, decidimos ocupa-los por um período. Não por muito tempo, claro.
– Vão alugar os dois quartos? – Arqueio a sobrancelha.
– Não. Sua tia Adélaide e seu tio Francis ficarão aqui até encontrarem uma casa para eles e seus filhos.
– A Ambre vai vir para cá? – digo animada – O Nath também? Eles podem ficar no quarto ao lado do meu?
Meus pais se olharam.
– Achamos que seria mais complicado...
– Mas foi mais fácil do que pensamos. – concluiu meu pai.
– Meus primos vão estudar na Harmoy também? – pergunto esperançosa.
– Vão.
– Não acredito! – me levanto em um pulo – Esse tempo vai ser tão legal! Quando eles chegam?
– Daqui uns três dias.
– Thomas! Nícolas! – viro-me para meus irmãos – Nós três vamos poder brincar com eles, como quando eles ainda moravam aqui! Não é legal? – os olhava bastante animada com a ideia.
– Vai sim, La! – Nico se levanta pula junto comigo, segurando minhas mãos.
– Não vou poder. Desculpa.
E toda a minha alegria se esvai. Thomas desceu o olhar.
– Como assim, Thom? Nossos primos vão vir e você não vai poder ficar com a gente?
– Infelizmente não, Lana. A faculdade me toma tempo. Eu posso tentar abrir uma brecha para aparecer mais vezes em casa.
– Mas faz tempo que você não brinca com a gente. – olho-o desesperançada – Nesse último ano a gente quase não se vê por mais de dez minutos. Tiveram vezes que nem cinco foram.
– Desculpa. Não tem muito que eu fazer.
Então ele se levanta e sobe as escadas