Welcome to my World! escrita por KAT


Capítulo 8
Você acha que vou conseguir te perdoar?


Notas iniciais do capítulo

Genteee, mil desculpas pela demora, mas tudo parecia conspirar contra esse capítulo. haha. Mas aqui está elee, novinho pra vocês. Espero que curtam! *--* Ah e outra coisa: Muito obrigada pelo review`s, mas, sei que tem leitores fantasmas escondidos ainda, se manifestem ou então esfolo a cara de vocês... Com muito amor; claroo!!! hahaha. Não liguem, estou só brincando :3



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— Melhor nós pararmos! – Me levantei rapidamente, fazendo-o cair pro lado.

— Verdade. Agora temos trabalho em dobro! – Disse, sem graça, se levantando também. Eu ainda estava tentando raciocinar. – Mas se bem que foi divertido. –Ele disse, me fazendo gargalhar.

— Eu realmente não acredito que estava brincando de guerrinha de água, ainda mais com você... Isso foi ridículo, Vitor! –Dessa vez foi ele quem gargalhou.

— Olha só, estamos avançando na nossa relação... Essa foi uma das poucas vezes que você não me chamou de "De La Riva’’. –Disse ainda rindo, e eu fiquei irritada.

— Primeiramente, não temos relação alguma e isso foi apenas um deslize.

— Tudo foi só um deslize? –Ele perguntou. Mesmo entendendo que ele estava falando do nosso “quase beijo”, preferi ficar calada. Então, quando ele percebeu que eu não iria respondê-lo, continuou ele mesmo – É, você tem razão. Mas de qualquer forma, foi legal não brigar com você por pelo menos alguns minutos.

— Sim, mas não se iluda. Isso foi apenas uma trégua! Você continua sendo um babaca e eu continuo não te suportando. –Deixei claro e ele sorriu novamente, balançando a cabeça em concordância.

— O que acha de continuarmos então? - Ele sugeriu e eu concordei. 

Horas depois...

Cheguei em casa um pouco mais de duas horas da tarde, subi para o meu quarto e me joguei na cama, eu estava extremamente cansada. Ouvi meu celular tocando e, bufando, tateei a mão pela cama e o peguei.

—O que é!? –Atendi, resmungando.

—América? –Respondeu uma voz que eu conhecia bem demais para não reconhecer.

—Pai? –Perguntei, espantada.

— Sim... Sou eu minha filha. –Ele deu uma pausa– Como você está?

— Estou bem... –Falei, de uma maneira não muito convincente.

— E como está sendo morar com a sua mãe?

— Está sendo péssimo, papai. –Lamentei, esperando comovê-lo.

— Aposto que você não está dando nenhuma chance para a sua nova família também, não é, América?

—O senhor é minha família! Eu não tenho mais ninguém, só confio em você! –Eu disse com sinceridade, mas ele não pareceu se importar.

—América, não vamos voltar a falar nesse assunto. –Ele deu uma pausa e depois continuou, mais animado que antes – Eu te liguei para dar uma notícia.

—Pode dizer... –Não insisti no assunto, por mais que quisesse convencê-lo a me tirar dali.

—Você vai ter um irmãozinho! –Ele exclamou parecendo estar muito feliz.

—Eu vou o que?! –Gritei, quase o deixando surdo.

—Bem, desde que você foi embora eu já planejava trazer a minha namorada para morar aqui. Agora ela está grávida e eu serei pai! –Ele contou, emocionado.

Agora eu havia entendido tudo. Ele tinha me despachado para o Rio de Janeiro a fim de recomeçar a vida, construir uma nova família, da qual eu não faria parte. Pensei em xingá-lo, gritar com ele e fazer escândalo, mas refleti um pouco e percebi que ele estava certo em se desfazer de mim. Eu era um estorvo, nada mais que isso. Ele fez o que qualquer um faria. E eu, vendo o quanto ele estava feliz, decidi não fazer nada daquilo que eu havia pensado. Senti meus olhos arderem devido às lágrimas que se acumularam ali, mas não as deixei cair.

—Fico feliz por você, pai. –Disse, engolindo o choro– Tenho que desligar.

Não o esperei responder e desliguei o celular, sentindo meu corpo amolecer, cai sentada na cama tentando me recuperar do choque. Sabia que as lágrimas estavam ali, mas, naquele momento, eu me sentia incapaz até mesmo de chorar. Respirei fundo e após vestir minha roupa de ginástica  peguei meu skate, saindo sem avisar ninguém. Eu já estava cansada de fazer vários nadas, precisava espairecer um pouco e, acredite, malhar é a melhor forma de fazer isso. Fui andando pelas ruas da cidade, sem nem me preocupar em ser atropelada pelos carros que passavam na avenida. Pra falar a verdade, eu não lembrava sequer que eles existiam. Ali, era apenas eu e o meu mundo. Ainda estava perdida em meus pensamentos quando parei em frente a academia. Conversei com a recepcionista e paguei a mensalidade do mês, dispensando assim as últimas economias que eu tinha. Após uma hora e meia no máximo de treino, saí de lá, totalmente suada. Foi quando eu ouvi uma voz  dizer meu nome:

—América? –Olhei para o lado e vi Daniel entrando na academia.

—Dan, o que você está fazendo aqui? – Perguntei.

—Vim malhar um pouco e você?

—Eu também, mas já acabei.

—A gente podia ir tomar um sorvete. –Sugeriu.

—Sorvete?

—É. Tem uma sorveteria ali na praça.

—Mas você não ia malhar agora? –Perguntei rindo.

—Eu posso deixar o treino pra mais tarde. - Disse e piscou pra mim.

—Tudo bem. –Concordei. Peguei meu skate e fomos andando em direção à uma praça que ficava não muito longe dali.

Lá tinha algumas crianças brincando no parquinho, enquanto seus pais ficavam vigiando, ou as empurrando no balanço. Aquilo me fez sentir um pouco mais triste do que eu já estava. Queria ter passado por isso, mesmo que fosse chato ter alguém no seu pé o dia inteiro, era melhor do que não ter ninguém pra te apoiar.

—Você vai ter que pagar pra mim, eu gastei o dinheiro que trouxe com a academia. –Decidi deixar a tristeza de lado e falei, normalmente, me sentando.

—Você é uma folgada mesmo, não é? Mas tudo bem, dessa vez eu vou ser bonzinho. –Ele disse se sentando também.

Assim que nos sentamos, uma garçonete se aproximou nos oferecendo dois cardápios. Eu pedi um milk-shake de Ovomaltine e ele um açaí com leite ninho, sonho de valsa e leite condensado.

—Seus pais realmente não se importaram com você ter sido suspenso? –Perguntei, tentando puxar assunto.

—Claro que não, a minha mãe ficou algumas cinco horas falando na minha cabeça, mas isso é uma coisa insignificante. –Respondeu, ironicamente e eu sorri.

— Sabe, meu pai me ligou hoje à tarde. –Comentei.

—É mesmo? E o que ele disse? –Daniel perguntou, animado, provavelmente pensando que havia sido alguma coisa boa.

—Disse que vai ter um filho. –Eu respondi, seca, acabando com toda a expectativa dele.

— Ah, nossa... –Ele ficou sem graça– Mas você tinha me dito que ele estava solteiro, certo? –Perguntou, franzindo a testa.

—Certo. –Concordei– Porque eu pensei que ele estava.

—Ele não tinha te contado nem que estava namorando?! –Ele indagou, indignado.

—Nem que levou a vadia pra morar com ele. –Continuei, me inclinando sobre a mesa.

— Converse com ele de novo, deve ter uma explicação. Aposto que vocês vão se resolver logo. – Disse fazendo carinho em meus cabelo ruivos.

— Sério mesmo que você acha isso? –Perguntei e ele continuou em silêncio. –Vamos parar de falar sobre esse assunto? –Sugeri, assim que a mesma garçonete de antes deixou os nossos pedidos em cima da mesa.

—Tudo bem –Assentiu– Como está sendo a escola sem mim?

—Normal. Tirando o fato de que tem uma novata chamada Sophia que só sabe me encher o saco.

—Ah, você também é novata!

—Mas não sou tão irritante quanto ela –Afirmei, fazendo ele levantar uma sobrancelha. – Vocês dois formariam um belo casal, ela é tão chata quanto você.

—Eu posso ser chato, mas eu sei que você me ama. –Ele disse rindo.

— Olha essas bochechas gente, que coisa gostosa! – Brinquei, um pouco alto demais, visto que o pessoal que estava a nossa volta se virou para olhar.

— Acho melhor eu ir pra academia logo... Por que quando você começa essas suas crises de loucura, melhor correr! – Ele disse, rindo sem parar.

—Tudo bem, acho melhor mesmo. –Disse, me levantando da mesa, sendo acompanhada por ele. Nos despedimos e cada um foi pro seu lado.

*

A "família" estava toda reunida em volta da mesa na hora do jantar. Vitor lançava alguns olhares estranhos para mim, me fazendo sentir algo igualmente estranho, entretanto, que estavam me fazendo derreter totalmente o coração. Clarisse tentava comer enquanto mexia no celular, mas de vez em quando errava o garfo e deixava a comida cair. Seria engraçado se eu não estivesse tão abalada.

— Como está sendo a escola, minha filha? –Minha mãe perguntou, se referindo a mim.

—Normal. ­–Respondi, seca.

—Ah, sim. Onde você esteve à tarde? – Perguntou.– Você saiu sem nem me avisar. 

—Não é da sua conta. – Fui mais ríspida que o costume, fazendo as outras pessoas presentes na sala me olharem desacreditados.

—América, nós não podemos continuar assim. Eu quis que você viesse morar comigo justamente para podermos nos aproximar, não para você me odiar mais. –Ela disse, me fazendo ficar com raiva. Eu não ia perdoá-la tão fácil assim.

—Eu estou aqui contra minha vontade! Nunca vou te perdoar!

—Já basta, América! Por que você não tenta pelo menos se dar bem comigo? Eu sou a sua mãe. –Ela gritou, parecendo mais alterada do que de costume.

— Ah, claro. Agora você se lembra de que é minha mãe? Na hora de ir embora e me abandonar você não pareceu ligar para isso. –Retruquei.

—Tente compreender a dor que eu senti. Seu pai era tudo para mim, ele era o centro da minha vida, se não fosse pelo Peterson até hoje não sei o que seria de mim.

—E eu era a sua filha! –Exclamei, dando ênfase na palavra "era’’, deixando bem claro que não me considerava mais como filha dela – Se você se sentiu magoada pela traição do meu pai, imagine eu? Eu me senti traída por ele e por você. Meu mundo inteiro, toda aquela base de contos de fadas foi destruída junto ao casamento de vocês!

—Mas América, tudo o que eu queria é que você conseguisse seguir em frente assim como eu e ele seguimos. – Ela parecia prestes a chorar.

—Seguir em frente? Pra você e para ele foi muito fácil, apenas precisaram achar uma nova paixonite que chamam de amor e já estava tudo resolvido. Mas pra mim não! Nos momentos que eu mais precisei você não esteve comigo. Você acha que é fácil? De verdade: você acha que vou conseguir te perdoar? Você imagina a dor que eu sentia ao ver que todas as pessoas tinham uma mãe com quem conversar e eu não? Mães até chatas, mas elas estavam ali, pra eles! –Eu disse, com a voz embargada.

—Acalme-se, América. –Minha mãe disse, mas ela mesma não parecia ser capaz de fazer isso.

—Eu não posso manter a calma! Não posso aceitar que você seja tão cínica a ponto de agir como se nada tivesse acontecido. Não posso manter a calma sabendo que não tive uma mãe presente nos momentos importantes da minha vida. –Eu gritei, deixando as lágrimas que havia segurado mais cedo escaparem ali mesmo.

—Eu cometi um erro, um erro grave. Mas agora estamos juntas! Eu nunca mais vou deixar você. Eu sei que ainda podemos mudar as coisas, eu sei que ainda posso ser a mãe que você sempre sonhou em ter! - Eu respirei fundo, juntando forças para respondê-la.

— Você está enganada. Qualquer relação que um dia tivemos foi destruída, já não existe mais. E hoje, o único sentimento que posso sentir por você é o ódio! –Eu disse e senti um grande aperto em meu coração. Eu não queria ter dito isso, não com exatamente essas palavras tão duras. Minha mãe começou a chorar tanto que Petterson se levantou para ampará-la.

E eu apenas saí correndo daquela casa que já estava me sufocando! Assim que me vi livre daqueles portões, corri até meus pulmões arderem, para bem longe dali. Eu queria distância de tudo. Queria apenas desaparecer, sumir por um tempo. Corri tanto que em um momento o ar começou a me faltar, então quando eu não estava mais suportando cai de joelhos no chão.

—América... –Ouvi uma voz conhecida me chamar e quando olhei para o lado pude ver Vitor me encarando, com muita pena.

Levantei-me imediatamente, não suportava ver as pessoas sentindo pena de mim.

“O grande problema do orgulho é que a gente nunca tem ideia se ele está nos impedindo de ser trouxa ou de ser feliz.” — Autor desconhecido.


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui sem chorar, parabéns, você é guerreiro(a) por que eu escrevendo esse capítulo chorei tanto que vocês não tem noção, talvez eu seja um poucooo(MUITO) dramática, mas enfim..Faz parte haha! E ai? Mereço reviews? :3 Se não merecer comente mesmo assim. Bjos! :*



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