Welcome to my World! escrita por KAT


Capítulo 6
Resolveu sair da sua caverna?


Notas iniciais do capítulo

Oii, poiis é estou rápida de serviço agora, nem passou-se uma semana e já está aqui o capítulo! haha. Podem ler, não vou ficar enrolando não. #Desfrutem



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Horas Depois...
— Foi muito bom revê-la, América — Disse a mãe de Daniel, que se chamava Viviane, me abraçando pela milésima vez.
— Com certeza. O Daniel sentiu muito sua falta desde que mudamos pra cá, ficava falando de você o tempo todo. — Disse o pai dele, sorrindo.
— Ele está mentindo, América. –Daniel disse sem desviar a atenção do videogame.
— Eu sei que você me ama, Dan. Não precisa esconder. — Brinquei.
 — Sim, mas isso é mentira. Não senti tanta falta sua assim, okay? Apenas fiquei com pena de você. Afinal, quem ficou chorando rios no aeroporto quando eu vim embora mesmo, hein? — Brincou de volta após deixar a manete do videogame de lado.
 — Cala a boca, Daniel. — Disse, envergonhada — Agora eu tenho que ir —Avisei olhando a hora no meu celular.
—Ok, eu vou te levar. Mas antes tenho que te dar uma coisa. –Disse Daniel e me puxou até o quarto dele.
 Ao chegar, algo chamou minha atenção. Aquele violão velho que Daniel tocava quando éramos mais jovens estava ali, em cima da cama dele. Fiquei nostálgica ao vê-lo.
— Você ainda toca? — Me sentei em sua cama pegando o violão.
— Claro que sim — Respondeu como se fosse a coisa mais obvia de todas — Mas passa esse violão pra cá, ele não é brinquedo não. — Ele me repreendeu, pegando o violão de volta com um cuidado desnecessário.
— Eu não ia quebrar nada. — Respondi achando graça do ciúmes que ele tinha com tudo que era dele — Tenho muita pena da sua futura namorada. Você deve ser o namorado mais ciumento do mundo!
— Que namorada o que, minha ‘fia` — Disse e guardou o violão, rindo como se eu tivesse dito a coisa mais idiota do mundo.
— Ué, não é você o menino romântico que acha que existe amor de verdade, acredita em alma gêmea e essas coisas?
— Claro! Mas não pra mim, não agora. Eu fui feito para o mundo não para ser um senhor responsável de casa, até por que não me imagino assim. Se eu me apaixonasse, seria daqueles amores bem loucos e sinistros — Ele deu de ombros. Em seguida, ele abriu o guarda roupas e tirou um skate  lá de dentro.
— Pra você. — Disse.
— O que? — Perguntei, confusa.
— O skate. Pra você. — Ele respondeu, simplesmente.
 — Não faz isso Daniel — Falei — Sabe que nunca pude ter um... Além do mais esse é o seu favorito, não é?
— Estou te dando porque fiquei com pena, você não faz nada naquela casa e agora seu pai não está aqui para te impedir de ter um. — Disse rindo — E ele deixou de ser meu favorito quando ganhei esse daqui — Ele tirou outro skate do guarda roupas e me mostrou. Esse tinha o autógrafo de Rodney Mullen, um dos maiores skatistas que existem.
— Onde você conseguiu isso? — Peguei o skate encantada. Fitando aquele autógrafo que brilhava ali em letras douradas.
— Meu pai conseguiu pra mim — Disse mexendo no cabelo, como se fosse a pessoa mais sortuda do mundo. Mas o pior é que ele realmente era. — Eu nem tive coragem de andar com esse skate ainda...

— Você é muito sortudo. — Entreguei o skate de volta para ele — Sendo assim, eu aceito esse daqui então — Completei.
— Claro que sim. Você iria aceitar de qualquer forma! — Disse rindo.
— Obrigada, ok? — Disse pegando o skate — Você é um ótimo primo, ótimo amigo e uma ótima pessoa — Eu disse, empolgada.
 — Eu sei.  — Exibiu-se, sorrindo.
(...)

Agora eu estava na rua, andando no meu novo skate. O vento zumbia batendo no meu rosto, fazendo meus  cabelos ruivos esvoaçarem para trás. A rua estava praticamente deserta. Eu estava aproveitando aquele momento. Nunca pude ter um skate por causa de meu pai, que dizia que não era coisa de moça. Eu sei, eu sei... Meu pai era um puta de um machista. Mas fazer o que né?
 Eu avançava pelas ruas da cidade distraída com os meus pensamentos. Ah, os pensamentos... Lugares profundos e confusos que minha imaginação me levava meio que do nada, fazendo-me espairecer, imaginando uma vida que eu nunca teria, imaginando alguém que não sou. Isso tudo me fazia muito bem, mas também fazia eu me desconhecer. Enfim, eu sou uma adolescente antissocial de mal com a vida ou uma sonhadora imbecil? Talvez uma mistura dos dois?

Não faço a mínima ideia.

(...)
  Cheguei em casa um pouco mais de oito horas da noite, deixei meu skate no quarto e depois desci pra sala.  Deitei-me no sofá liguei a TV, pensando que poderia relaxar um pouco. Engano o meu.
— Resolveu sair da sua caverna? — Perguntou Vitor, debochando de mim, sentando-se em uma poltrona ao meu lado.
— Sai daqui, garoto – Pedi, tentando me controlar.
— Eu quero ver TV também. — Ele insistiu, pegando o controle da minha mão. — Se quiser saia você.
— Eu não vou sair daqui, imbecil. — Arranquei o controle dele, fazendo nossas mãos se encostarem por um segundo.

Uma vontade estranha invadiu meu peito. Eu gostaria de ter suas mãos tocando as minhas por mais tempo, era loucura? Com certeza!

Afastei-me dele rapidamente, assustada com essa sensação. Tentei me concentrar no programa que passava e também tentei ignorar a presença do De La Riva ali, porém o mesmo ficou me olhando o tempo todo e isso me deixou nervosa. O que esse cara tinha?

Não ia parar de me olhar?

 — Está olhando o que, hein? — Perguntei, sem um pingo de educação.

— Perdeu o cu na minha cara?

 — Só estou observando o quanto você é bonita! Sem falar parece até um anjo. Sabe, deveria ficar calada mais vezes. — Disse me encarando e eu fiquei totalmente sem reação —Sabe América, acho que poderíamos nos divertir ás vezes... — Concluiu passando a língua entre os lábios e logo em seguida os mordendo de uma forma excitante.

 

Isso fez com que me sangue subisse mais ainda, acima de tudo o filho da puta era sexy. Levantei-me subitamente do sofá e o encarei com um olhar mortal.
— Você ficou maluco, seu imbecil!? — Gritei pra todo mundo ouvir.
— Por quê? Eu duvido muito que você seja dessas mocinhas que se dão respeito. — Disse me puxando pela cintura, tentando se aproveitar de mim.

Não pensei duas vezes antes de dar um belo um tapa na cara dele, que logo foi seguido por outro e depois mais um .
— Para de me bater! — Vitor exclamou e se afastou de mim rapidamente.
— Isso é pra você aprender a não brincar comigo. Eu não sou quem você pensa! — Gritei com ele. Eu estava fora de mim. Acabei deixando algumas lágrimas caírem, aquelas situações sempre me deixavam estranha, mesmo que não tivessem tanta importância. Era impossível impedir.
O De La Riva ficou em silêncio me observando por alguns instantes com um olhar que eu não consegui decifrar. Até que ele de repente resolveu abrir a boca:
— América, me desculpa, sério. Eu não queria ter falado essas coisas, é que você me faz muito mal. Você me faz sentir coisas que eu não gosto. — Contou, engolindo seco —Se eu te trato assim é culpa sua, é você que me faz agir dessa forma.

— Eu não quero saber o que eu causo em você ou não! Eu só quero que você suma. — Engoli o choro e fui até o meu quarto batendo os pés.
Assim que cheguei, bati a porta com toda minha força.

O Vitor deveria ter algum problema mental ou algo assim. De qualquer forma, isso só aumentou mais meu ódio por ele e minha vontade de destruí-lo.
Horas Mais Tarde...
Eram mais de duas da manhã e eu não conseguia dormir, pensando em tudo aquilo que havia me acontecido nesses últimos dias. Saí do meu quarto a contragosto indo em direção à cozinha para pegar um copo de água. Porém, quando eu estava andando pelo corredor, vi que a porta do quarto de Clarisse estava entreaberta. Resolvi parar e espiar. Não que eu fosse uma enxerida ou algo do tipo, mas como eu a vi sentada no chão tive que ver o que ela estava fazendo. Então fiquei escondida atrás da porta, observando-a.
De início, ela apenas ficou observando seu reflexo no espelho – que era maior que ela, inclusive – com uma expressão um tanto estranha, enquanto penteava os cabelos. Percebi que ela ficava bem melhor assim, com pelo menos, os cabelos penteados. Após um bom tempo dessa forma, apenas arrumando os cabelos, de repente, ele tacou a escova que segurava no espelho, fazendo-o se despedaçar em mil pedaços.

Eu sempre pensei que a Clarisse tinha aquele jeito mais despojado porque era o estilo dela. Mas, naquele momento eu percebi que não. Fiquei com pena dela.

Pobre Clarisse;

Espantei esses pensamentos e voltei para o meu quarto, esquecendo-me totalmente do copo d’água que eu ia pegar.
Dia Seguinte…

Eu realmente esperava que o segundo dia de aula fosse melhor.

Não havia dormido bem naquela noite, quando o despertador tocou, eu já estava acordada. Desci as escadas depois de pronta, encontrando com todos sentados na mesa, menos Petterson e a "tia" Meredith.

— Bom dia, filha! - Cumprimentou minha mãe.
— Oi — Revidei de volta sem ânimo algum, pegando uma maçã em seguida, parei meu olhar por alguns segundos em Vitor, mas, quando percebi que ele também estava me encarando, desviei o olhar rapidamente.

— Sente-se meu bem, tome seu café da manhã direito. — Pediu minha mãe, sorridente.
— Não precisa, nessa mesa tem gente demais. — Provoquei Vitor, que não deu muita bola.

Ele devia compreender que eu estava com muito ódio dele. Virei-me para sair quando minha mãe me chamou novamente.

— América!
— O que é? — Perguntei, ainda de costas.
— Espere o Vitor e a Clarisse terminarem de tomar café. O Vitor vai te levar para a escola hoje de novo. Afinal, ontem ele te levou e te trouxe, não foi? — Ela perguntou, como se estivesse desconfiada de algo.

Vitor engoliu seco, afinal, ele não tinha me trago de volta para casa.
— Sim, ele me levou e me trouxe. — salvei a pele dele, mesmo não tendo motivos para isso —Acontece que eu não quero ir mais para a escola com ele.
— Por quê? Não me diga que agora você quer ir de ônibus! — Ela pareceu não gostar muito da ideia.
— Eu vou de skate. — Avisei pra ela e vi Clarisse levantar o olhar. Pelo visto eu havia ganhado mais um ponto com ela, não que isso fosse importante para mim.
— E desde quando você tem um skate? — Perguntou minha mãe Emily, confusa.
— Ganhei do Dan ontem!

— Você já encontrou o Daniel, então? — Ela sorriu.
— Sim, ele estuda na mesma escola que eu. — Eu respondi, já me cansando de todas aquelas perguntas.
— Eu sei, ele é amigo do Vitor.

Asim que ela terminou de falar, subi as escadas e fui até o meu quarto, pegando meu skate que estava ao lado do meu criado-mudo. Voltei correndo até a porta e assim que a abri dei de cara com Clarisse de braços cruzados, encarando-me.
— Você vai me ensinar a andar no seu skate. — Ela não perguntou, afirmou.
— Calma aí. Não é porque te ajudei com a bruxa que somos best friends forever.
— Claro que não. — Ela concordou, fazendo uma careta — Mas acontece que eu quero muito aprender e você tem que me ajudar!
— Pra inicio de conversa, não se faz um pedido dessa forma, maninha. —Brinquei, mas ela não sorriu — Eu vou pensar, sou muito ocupada pra ficar dando aulas pra você.
— Se você quiser eu posso te dar algo em troca. — Ela sugeriu, e eu pensei melhor.
—Tudo bem — Concordei — Mas, em troca vai ter que deixar que eu te arrume hoje!
— Como assim? Eu já estou muito bem assim! — Disse Clarisse.
— Não está não. Eu quero te arrumar e te deixar mais bonita! — Respondi.
— Claro que não. Eu estou bem assim! — Ela insistiu, cruzando os braços novamente.
— Pensei que você quisesse aprender a andar de skate. — Retruquei, esperançosa — Eu quero que você veja a beleza que existe em você. Apesar de tudo, você tem uma beleza, ela apenas está escondida aí, mas não deixa de existir por isso. Olha, há muitas coisas que eu não sei, muitas coisas que eu não acredito. Eu também não sou a melhor pessoa, mas uma coisa eu sei. Não há nada melhor do que se sentir bem com você mesma.

Clarisse ficou me observando por alguns segundos, parecendo não saber o que dizer.
— Eu vou pensar — Ela respondeu e logo em seguida ouvimos Vitor buzinando lá fora —Tenho que ir.
Então, ela se virou de costas para mim e saiu correndo em direção ao carro.

Sorri satisfeita, eu não tinha ido para aquela casa com a missão ou objetivo de ajudar ninguém, muito pelo contrário. Porém, eu precisava fazer isso.

Por ela, e por mim também. Merda, onde eu vou parar assim?


``Seu jeito estranho me estressa, só uma pessoa tão estranha como eu para te entender.``—Gustavo Costa.


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Notas finais do capítulo

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Quanto mais comentários, mais rápido sai o próximo, não sejam fantasmas por favor! Bjão!



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