Welcome to my World! escrita por KAT


Capítulo 5
Essa zona de conforto em que você vive é mínima perto do grande mundo que te espera!


Notas iniciais do capítulo

Oi cupcakes! Aqui está o capítulo novo. Eu estava poética no dia que fiz esse capítulo então não reparem, melhor reparem sim! *_* shauhsuasa. Eu recomendo que vocês leiam o cap ouvindo essa música aqui o: https://www.youtube.com/watch?v=s2KNXQQle-k
E claro, eu não poderia deixar de agradecer a LINDA Angel Girl pela recomendação que ela deixou na história, eu amei! Melhor recomendação Ever! Podem ler agr. :3



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Eu estava tomando um banho de banheira maravilhoso, para tentar organizar a minha cabeça, quando Clarisse entrou no banheiro sem mais nem menos. Fiquei constrangida, mas, ao mesmo tempo, com raiva. Agora meu quarto e meu banheiro eram públicos?

— Me mandaram vir perguntar se, por acaso, você se esqueceu do almoço. — A minha ‘’irmã’’ disse, com a mesma cara de poucos amigos de sempre.

 — E eu estou me perguntando se, por acaso, você se esqueceu da sua educação. — Eu falei, bufando logo em seguida.

Ela não pareceu ligar muito para a mal resposta que eu dei, apenas continuou a falar.

— Desça logo. Ninguém aqui está por sua conta. 

 Logo em seguida ela saiu, deixando-me sozinha novamente. Pensei em não ir e ficar relaxando naquela banheira enorme até a hora em que o Dan aparecesse. Porém, meu estômago insistia em me contrariar. Saí da banheira a contragosto, fui até a porta e a tranquei, não queria que mais ninguém entrasse aqui de repente. Me vesti com um short jeans preto com a minha blusa do AC/DC, calçando meu all star vermelho de cano longo logo em seguida. Passei minha maquiagem de costume e deixei meus cabelos soltos. Olhei meu reflexo naquele espelho que ia até o teto do banheiro. Tudo ali era muito chique, não estava sendo fácil me adaptar. Apesar de tudo, me senti bonita.

 Saí do meu banheiro, passando pelo quarto e descendo as escadas com o maior ânimo da minha vida, resumindo, nenhum. Cheguei na sala de jantar e reparei que havia mais alguém na mesa, alguém que eu não conhecia.

 — Foi mal pela demora. — disse me sentando na mesa.

 — Tudo bem, querida — Respondeu minha mãe.

 — Essa é minha irmã, Meredith, que veio nos visitar hoje — Esclareceu meu padrasto com uma expressão de quem acabara de receber uma péssima notícia.

 Observei a senhora que ocupava o lugar à minha frente na mesa e percebi que ela realmente não era muito animadora e que ter ela como visita realmente era uma péssima notícia. Ela possuía um semblante sério e se vestia com roupas sociais escuras. Seu cabelo estava preso em um coque demasiadamente apertado. Não havia nenhuma mecha solta. Seus óculos estavam parados na ponta do nariz, e seus olhos de um verde extremamente escuro avaliavam atentamente cada um presente naquele lugar. Apesar de toda essa pinta de bruxa do século vinte e um, ela era muito bonita para a idade que aparentava ter.

 — Olá — Ela  cumprimentou, dando um sorriso amarelo e logo sendo servida por uma mulher vestida com um uniforme preto e branco que parecia estar prestes a sair correndo daquele lugar.

— Clarisse, olhe como você está comendo — A bruxa do século vinte  repreendeu Clarisse, que estava raspando o garfo no fundo do prato. Eu não havia visto nada de errado naquilo, porém Meredith continuou — Se estivéssemos em um restaurante eu iria fingir que não te conheço. Aprenda a segurar os talheres corretamente. Ela praticamente humilhou a garota. Achei aquilo um absurdo, mesmo não gostando daquela criatura. Fiz uma cara feia, desfazendo-a assim que pensei em um plano.

— Concordo. — Eu disse e Clarisse me lançou um olhar assassino — Ora, não ficou sabendo da nova moda? Talheres são coisas de gente ultrapassada —Eu continuei a falar, fazendo as pessoas que estavam na mesa se perguntarem o que diabos eu estava dizendo. Logo em seguida, eu larguei o garfo e a faca ao lado do prato e enfiei a boca na comida. Sim, eu tinha feito isso. Continuei comendo normalmente deixando minha boca extremamente suja. Oh céus, eu estava parecendo um daqueles homens da caverna.

 Vitor e Clarisse começaram a rir descontroladamente, enquanto minha mãe e Peterson tentavam se manter sérios diante daquela situação. Limpei minha boca no pano de mesa branco com rendinhas e respirei fundo, agindo como se nada daquilo tivesse acontecido.

— MAS ISSO É UM ABSURDO! — A bruxa explodiu.

— Meredith, olhe o jeito que você está gritando — imitei a velha, enquanto os outros riam mais ainda– Se estivéssemos em um restaurante eu iria fingir que não te conheço. Aprenda a falar corretamente — Completei, vendo que Clarisse e Vitor estavam roxos de tanto rir.

— Peterson, exijo que tome alguma providência. Isso é inaceitável! Exigiu a bruxa do século vinte e um, se levantando da mesa de súbito.

—Tudo bem, fique tranquila. Irei conversar com a América. — disse Peterson tentando se manter sério. Meredith se retirou da sala de jantar soltando fumaça pelas orelhas, subindo as escadas furiosamente.

— Você não deveria ter feito isso, América. — Peterson me repreendeu, enquanto os dois adolescentes sentados na mesa continuavam rindo — Eu sei que minha irmã é complicada, mas temos que respeitá-la, esse é o jeito dela.

— Oh-oh, tarde demais. — Caçoei.

 — Tudo bem, mas ela passará a semana conosco e gostaria que vocês três — Ele se referiu a Vitor e Clarisse também– se comportassem e tentassem não irritar Meredith.

— Vou tentar evitar — Menti, ainda pensando nas palavras ‘’Ela passará a semana conosco’’. Peterson me encarou satisfeito e depois disso continuamos a comer como se nada tivesse acontecido.

Olhei para Clarisse, que se sentava ao meu lado, vendo a mesma dar um sorriso de canto, mesmo contragosto eu retribui, dando uma piscadela para ela. Agora havíamos nos tornado cúmplices!

Algumas horas depois...

Eram um pouco mais de três e quarenta e cinco da tarde quando ouvi a campainha tocar. Peguei meu celular e desci as escadas, me deparando com um Daniel sorridente conversando com Vitor.

— E aí, Dan? — O cumprimentei assim que o vi na sala.

 — E aí, priminha? — Daniel me cumprimentou de volta — Vamos, então?

— Partiu. — Concordei, andando em sua direção e ficando ao seu lado.

— Falou então, cara. — Vitor se despediu e os dois fizeram um toque estranho. O toque só não era mais estranho do que o fato de que os dois estavam conversando normalmente após aquela briga feia que eles tiveram. Depois Daniel teria que me explicar aquilo direitinho.

 Entrei no carro em silêncio, virando meu rosto para o lado oposto de Daniel, encostando minha cabeça no vidro do carro enquanto observava a paisagem do lado de fora da janela. Ele até tentou puxar assunto comigo, mas eu respondia secamente todas as perguntas que ele fazia.

 — América, o que você tem? — Ele finalmente notou que tinha algo errado.

— Eu não tenho nada. — Menti, dando de ombros.

 — Eu sei que tem algo errado. Me diz o que aconteceu, anda logo! — Ele insistiu e isso me deixou nervosa.

 — Não acredito. Você notou que tem algo errado? O menino do mundo colorido?! Uau! — Exclamei, revirando os olhos na última palavra.

 — Será que a senhorita poderia abaixar a armadura? Eu não sou seu inimigo, América. — Lembrou ele, sorrindo. Todos aqueles sorrisos constantes estavam começando a me irritar.

 — O que você acha, hein? Que é só dar esse sorriso encantador que pronto, os problemas somem? Acontece que não é assim Daniel, você me irrita com esse jeito fácil de lidar com tudo. — Esbravejei.

Percebi que havia sido grossa demais ao vê-lo se virar para a frente e continuar dirigindo sem me perguntar mais nada. Pensei que ele havia ficado magoado com isso, mas ele logo começou a rir, a gargalhar na real.

— Você está assim por que me viu falando com o Vitor, não é? — Perguntou, ainda sorrindo.

— Nossa, jura que você percebeu? — Fui irônica.

 — Relaxa, América. Nem tudo é tão complicado como você pensa.— Argumentou Daniel, respirando fundo.

 — Nem tudo é tão simples como você pensa, Daniel. A questão é essa. Você está suspenso por culpa daquele garoto e eu vou ter que fazer trabalhos voluntários junto com ele. Então, você resolve agir como se nada houvesse acontecido. — Discordei.

 — Ah, a gente se resolveu América. Não vale a pena perder uma amizade por uma briguinha sem importância. — Ele tentou me convencer, continuando a dirigir. Sem importância? Balancei a cabeça sem poder acreditar no que eu tinha ouvido.

— E para você, qual seria um bom motivo para perder uma amizade?

— Nenhum. — Ele disse, franzindo as sobrancelhas.

 — Essa é a resposta mais estúpida que eu já ouvi. — Cuspi as palavras, indignada.

— Para de marra, menina. Acho que você tinha que parar de ver tudo dessa forma tão fechada. Você se cega por orgulho, mas saiba que isso não te leva a nada. Somente a solidão. — Ralhou.

— Então o orgulho está se saindo muito bem, adoro a solidão! — Eu disse começando a me sentir desconfortável com tudo aquilo.

 — Você adora a solidão por que não sabe o que tem por fora dela. Não sabe as pessoas maravilhosas que você poderia conhecer se saísse dessa sua bolha.

— Não. Eu adoro a solidão por que ela é linda e confortável. —Tentei levar as coisas para a brincadeira, mas não deu muito certo — E eu conheço sim o que tem fora dela. Um mundo cheio de dores e sofrimento, pessoas falsas que não valem a pena. Um mundo de fantasia, um mundo falso, um mundo de papel! Em que as pessoas insistem em acreditar que existe amor e paz escondido em algum lugar. — Ao proferir essas palavras, senti como se um peso enorme sumisse das minhas costas.

Daniel dirigiu em silêncio por mais alguns minutos por um caminho totalmente diferente do caminho que ia em direção a sua casa. Ele estacionou na frente de uma praia e eu realmente não entendi o motivo. Ele deu a volta no carro e abriu a porta para que eu descesse.

 — Por que diabos você parou aqui, Daniel? — Questionei, confusa.

 — Só faça o que eu disser, ok? — Ele não esperou eu responder, já foi me puxando em direção a areia. Desde que eu tinha chegado no Rio De Janeiro não tinha ido ali ainda.

— Feche os olhos! — Ele ordenou e eu, sem muitas alternativas, obedeci. Me sentindo a maior idiota do mundo, com os olhos fechados no meio da praia mais linda do Rio De Janeiro — Agora abra novamente. Devagar, sem pressa. — Ele mandou e eu obedeci novamente — O que você vê? — Ele abaixou o tom de voz.

— Como assim? — Perguntei, mais confusa do que de início.

— O que você vê? — Ele repetiu a frase, dando ênfase em cada palavra.

— Essa pergunta é meio óbvia, Daniel. Eu vejo a mesma coisa que você! O mar, o Sol brilhando, a areia refletindo a luz do Sol... Pra que isso mesmo?

— E as pessoas? O que você vê? — Ele me perguntou, ignorando a minha pergunta.

 — Não estou entendendo a onde você quer chegar, Daniel. — Falei, respondendo a pergunta dele em seguida — Ali tem duas crianças brincando com a areia, um casal jovem que parece... Apaixonado nadando, e dois velhinhos conversando com sorrisos fáceis.

 — Você me descreveu duas coisas: a natureza e as pessoas. Agora me diga: O que os dois têm em comum?

— Os dois são bonitos — Concluí, agora percebendo o que Daniel estava tentando fazer – Mas não pense que vai me convencer assim. A natureza pode até ser bonita, mas as pessoas não. Elas são bonitas apenas por fora. É tudo pura falsidade, somente isso.

— Como isso pode ser falsidade se a natureza é apenas o reflexo dessas pessoas? — Ergui a sobrancelha sem entender o que ele quis dizer. Ele percebeu e continuou — Pense comigo, quanto mais poluição o humano produz mais desgastada a natureza fica, não é? — Balancei a cabeça em concordância, me esforçando para compreender os pensamentos do meu primo — É apenas seguir a lógica agora. Pense quantas pessoas já estiveram nesse mar imenso! Quantos casais apaixonados já observaram o mesmo céu que estamos vendo agora! É assim que as coisas são... Tente imaginar em quanto amor tem espalhado pelo mundo, começando pela natureza até chegar às pessoas. É tudo uma questão de situação, é tudo por um ponto de vista. O mundo é grande demais para ficar dentro de um conceito só, América. Todos os seus sonhos, seus objetivos, seus pensamentos, estão soltos por esse mundo. Você vai ter que correr atrás da sua felicidade uma hora, e ela está aqui fora, junto com tudo que você espera, junto com todas pessoas que você ama! Sabe, essa zona de conforto em que você vive é mínima perto do grande mundo que te espera!

 Eu olhei encantada para Daniel, nunca tinha escutado palavras tão belas. Ele não parecia estar mentindo para mim. Então eu o abracei forte e ele retribui da mesma maneira... A forma que ele via o mundo era completamente diferente da minha, e de fato, era realmente inspirador.

         

‘’Incrível se pudéssemos parar alguns minutos por dia e observar apenas o que é belo... Assim teríamos certeza do quando esse nosso mundo ainda pode ser maravilhoso.’’—Autor desconhecido.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? eu fiquei chateada pelo Vitor não ter aparecido mas enfim... nem precisou, o cap foi lindo(eu acho) haha
Bjos e não esqueçam de deixar a opinião de vcs pfvr!