Welcome to my World! escrita por KAT


Capítulo 28
Vamos quebrar o preconceito/ Salve-a De La Riva!


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE A REUNIÃO FAMILIAR QUE EU ENROLEI TANTO
nem vou dizer muito aqui, já enrolei o suficiente com esse capítulo, então apenas leiam *--*



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— Se não for legal, eu te dou o que você quiser - Vitor sugeriu.

 - Você para de ser idiota? - Clarisse perguntou, começando a rir.

— Vai ser um pouco difícil, mas eu vou me esforçar. - O De La Riva respondeu, sendo irônico.

— Então tá! - A menor concordou.

— Escuta, isso vai sair meloso, mas... Eu te amo! - O garoto disse, sorrindo e em seguida,  bagunçou os cabelos da irmã.

— Você é o pior irmão desse mundo, mas eu também te amo! - Clarisse revidou, também sorrindo e tentando arrumar suas madeixas.

 Após isso eles se abraçaram. Nesse momento a culpa por estar espiando atrás da porta foi-se embora. Afinal, para ver essa cena valeu a pena.

— Você já pode sair de trás da porta agora, América. - Vitor disse.

Nessa hora eu congelei. Como eles sabiam que eu estava ali?

 - Oi... - Sai de trás da porta, meio sem jeito. Acenei com a mão quando os vi e soltei um sorriso forçado. - Eu não estava espiando, só vim chamar vocês - Tentei me explicar.

— Vou fazer um esforço para fingir que acredito, pode ser? -Vitor sugeriu, fazendo-me revirar os olhos. -Eu vou descendo então, aposto que geral lá em baixo mal podem esperar para me ver. - ele continuou, fazendo com que eu e Clarisse revirássemos os olhos. Logo após, ele saiu do quarto.

— Então acho que nós já podemos ir também, né? - balbucio completamente sem jeito. Clarisse não disse nada, apenas sorriu se aproximando de mim, e em seguida, me abraçando de modo desajeitado, fazendo-me ficar surpresa com tal atitude. - Eu não gosto de abraços. - Avisei, sem me mover.

 - Obrigada... Obrigada por tudo que você tá fazendo por mim, ok? -Ela sussurrou, e em seguida saiu do quarto também.

Há observei se afastar por alguns segundos, e em seguida, soltei um sorriso bobo, para mim mesma. Talvez eu tenha achado isso fofo, e apenas talvez, eu tenha gostado desse abraço de agradecimento.

Ora, só me faltava essa! Ando mais idiota que nunca esses últimos tempos.

(...)

Desci as escadas, e lá estava: Toda minha família e alguns amigos; Todas as pessoas com que eu havia convivido desde que cheguei aqui. Todas essas pessoas que de certo modo, significam mais pra mim do que quaisquer outras pessoas já chegaram a significar.

 Minha mãe estava sentada em um banco, esperando pacientemente algo acontecer. Já Clarisse estava do outro lado, tentando não ser notada por ninguém, provavelmente ela não sabia o que fazer, nem como agir. Se eu tiver que fazer algo, tem que ser agora!

 -Hey, dá pra vocês prestarem atenção em mim um pouco?! -gritei, mas todos estavam ocupados demais conversando, então se quer me ouviram, por um lado entendi, afinal, havia tanto tempo que a família inteira não se reunia que deviam ter mesmo muitas novidades para contar.

 Vitor, percebendo meu desespero para fazer alguém me notar, pegou uma taça e uma colher, e começou a batê-las, mas as pessoas só prestaram atenção mesmo quando ele utilizou força demais, quebrando-a sem querer.

—Brother, dá próxima vez pega um copo de plástico. -Daniel disse rindo e Vitor apenas franziu o cenho.

Isso seria complicado.

—A América quer falar! Então se vocês preferirem prestar atenção nela e não na taça que eu quebrei, agradeço. -disse Vitor, coçando a nuca e abaixando a cabeça.

—Você sabe o quanto essa coleção de taças custou? Você terá que ir a Paris buscar outra, garoto inconveniente. -Meredith gritou. Ela estava tão irritada que parecia ter sido possuída por algum demônio da impaciência.

—Desculpa aí, vovô. -Vitor respondeu sarcasticamente, fazendo Meredith se irritar ainda mais.

 Respirei fundo, já cansada de tudo isso e comecei a falar:

 -Eu acho que vocês sabem por que eu reuni vocês aqui, então apenas... Oi - disse sem graça, fazendo todos me olharem sem entender. Engoli seco, eu estava nervosa e suando frio. Não sou muito boa com palavras quando elas não estão no papel. - Vamos falar um pouco sobre diferença. Quem aqui nunca chegou a algum lugar e teve que conferir se não tinha tomate no dente, ou então se a blusa estava do lado errado, pois todos te encaravam como se fosse você fosse estranho... Se isso nunca aconteceu com vocês, eu definitivamente estou na família errada, pois isso já aconteceu comigo mais vezes do que eu posso contar - Falei, sem jeito e todos gargalharam. - Pra mim sempre foi muito difícil confiar nas pessoas. A vida não me ajudou muito nisso. A questão é: Isso sempre me tornou diferente. Maior parte das pessoas com quem eu convivia, nunca tentavam ter algo comigo, afinal, eu era apenas a garota esquisita que queria distância de todos. Mas, quando eu cheguei aqui, eu conheci algumas pessoas, e tive algumas experiências que me mostraram que eu não preciso me esconder por que eu sou diferente. Não preciso me excluir da maioria apenas por que não sou como eles. Eu sinceramente acredito que a diferença é o que nos torna belos, então, pra que esconder isso? É tão difícil virar pra esse mundo cheio de padrões e regras e ter coragem de dizer: Eu sou diferente. É difícil. Provavelmente a coisa mais difícil que todos nós vamos ter que fazer um dia. Por isso, eu sinto tanto orgulho da Clarisse por ter tido coragem de mostrar quem ela é... Então, eu vou pedir uma coisa: Vamos apoia-la. Não apenas ela, vamos apoiar cada nova diferença que surgir no outro. Provavelmente o que vou dizer agora é coisa mais idiota do mundo, e eu tenho certeza que a tia Meredith vai odiar... mas, vamos fazer uma coisa: sabem essa taça que o Vitor quebrou sem querer? Cada um pegue outra igual e quebre! -Nesse momento todos arregalaram os olhos, como se eu fosse maluca. - A mesma reação que vocês tiveram agora, é a reação que a sociedade tem quando dizem para quebrarem os preconceitos, então pessoal, vamos mostrar que somos diferentes! Provavelmente essa é a simulação mais besta que vocês já fizeram na vida, e mais cara também, levando em conta o preço dessas taças... E eu espero mesmo que a tia Meredith não me odeie depois disso, mas, vamos lá... Vamos quebrar o preconceito! - Quando eu terminei de dizer, todos se surpreenderam quando observaram Meredith ser a primeira a pegar uma taça e quebrá-la.

— Vamos quebrar o preconceito! - Ela sorriu pra mim, fazendo-me rir também, meus olhos estavam cheios de água, e pela primeira vez não me incomodei por isso, afinal, também pela primeira vez essas lágrimas representavam felicidade, emoção, ou, seja lá como se diga e não tristeza, então que se dane. Deixei uma lágrima cair, e depois fui a segunda a quebrar a taça que estava ao meu lado.

Logo todos ali estavam fazendo o mesmo. E algum tempo depois aquele conjunto de taças não existia mais. Nem a briga de minha mãe e Clarisse. Conclui isso quando vi minha mãe aproximando-se da garota com lágrimas nos olhos e abraçando-a. Meus olhos brilharam as observando.

 É... Apesar de todos os desencontros e confusões. Eu tenho a melhor família.

(...)

 Eu estava servindo pizza para todos, entretanto, quando fui entregar Paula, ela recusou, fazendo-me revirar os olhos.

— Estou de dieta - Foi tudo que ela disse.

— Ok, mal pra você, pois isso aqui está uma delicia! - Eu disse, pegando um pedaço da pizza e mordendo. - Olha esse queijo derretido, meu Deus, uau... - Falei, enquanto experimentava.

— Eu odeio você, América! - Ela reclamou, e em seguida, pegou um pedaço de pizza também.

— Todos me odeiam! - Avisei, soltando um sorriso, contente por ela ter pegado, aliás, ninguém recusa pizza na frente de América Collins.

 Paula colocou aquele pedaço delicioso na boca com uma vontade imensa. Até fechou os olhos enquanto saboreava, fazendo todos gargalharem. Após isso, sentei-me com todos em volta da fogueira.

— Só está faltando uma coisa - Afirmei e todos me encararam sem entender. - Música! Toca pra gente, Daniel. - Pedi, encarando-o.

 - Sabe... O De La Riva toca bem melhor que eu, além de cantar muito! - Encarei o Vitor e franzi o cenho, eu nem sabia que ele tocava.

 - Ok, já entendi o recado - Vitor disse, pegando o violão e logo ele começou com aquele solo que eu conhecia muito bem: "bossa" do Tiago Iorc.

Eu amo essa música e na voz do Vitor ela parecia ficar melhor que já era. Ele realmente mandava muito, fiquei o observando por um tempo, mas logo não resisti e comecei a cantar junto com ele, e sem que percebêssemos todos que estavam ali também já cantavam feito loucos.

" Atenção, as pessoas não precisam ser iguais as outras.

Aceite ou não, mas você é única no mundo assim.

Uns são mais coordenados, determinados, obcecados

e outros atrás vão levando a vida e quem ousar dizer que é pior...

Há quem construa os aviões, escreva as revistas, outros dedilham violões

 Eu digo: Hey, você que sabe tudo, me diga como perguntar

Se eu não sei você que pensa em tudo, me mostra o quanto pode amar (x2)

Atenção, as pessoas não precisam ser iguais as outras."

 

 Um tempo depois...

Já haviam se passado umas duas horas, mas, aquela "reunião familiar" estava tão boa que ninguém mais queria ir embora, não é como se eu fosse a garota que mais preza pela união de uma família, mas tenho que admitir que eu estava gostando disso.

Essas pessoas são minha família. Com algumas delas já vivi coisas incríveis, como o Daniel, outras me resolvi há pouco tempo, como minha mãe, outras não via a muito tempo como os pais de Daniel, outras eu sequer conhecia, como Meredith, Clarisse e Vitor, e outras nunca me dei bem, como Paula... O mais irônico desse momento, é exatamente isso, todos nós estávamos conversando e nós tratando como amigos, mesmo as pessoas que se odeiam, deixaram isso de lado, aliás, todos nós deixamos um pouco os problemas pra trás nesse momento. Com certeza estava fazendo bem para todos, não só para Clarisse, então sinceramente fico feliz por ter causado isso.

Eu tinha ido buscar mais bebidas para todos, mas, quando eu estava prestes a voltar para fora, ouvi duas vozes conhecidas conversando na sala: Daniel e Vitor.

 
Já era a segunda vez no dia que eu estava indo espiando alguém. Agora sim estou me sentindo mal por isso. Mas, realmente não resisti quando os ouvi mencionar meu nome. Escondi-me bem atrás da porta, dessa vez não corria o risco deles me pegarem ali. 


— Você tá me dizendo que a América foi estuprada? - Arregalei meus olhos quando ouvi Vitor dizer isso. Não, o Daniel não podia ter contado isso para ele. 


— Fale baixo, De La Riva, se a América souber que eu te contei isso ela me mata. - Me segurei bastante para não entrar ali agora mesmo e dar um soco bem na cara desse idiota. Ele havia me prometido que nunca tocaria nesse assunto com ninguém. 


— Por que me contou isso tudo então? - Vitor perguntou. Era justamente o que eu também queria saber. 


— Após tudo isso acontecer com a América, eu jurei que nunca mais um homem a machucaria, prometi que a farei sorrir sempre. E você a fez chorar mais de uma vez. Eu nunca vi, mas sei disso, pois ela realmente sente algo por você e, pra ser sincero, vocês dois são complicados demais para não tentarem impedir isso e acabarem se machucando. Você é o meu melhor amigo, e eu conheço você, eu sei que você não leva desaforos pra casa, por isso sempre revida os ataques dela. E você também tem esse orgulho enorme, que não te permite lutar por esse amor, enquanto ela insiste em dizer que te odeia e que não precisa de você... Mas, eu tenho que te dizer uma coisa: A América é marrenta e tenta fugir do amor por medo. Medo de sofrer de novo. Mas, se alguém merece ser feliz, é aquela ruiva. Ela merece mais do que ninguém. E eu sei que ela só alcançará a felicidade ao seu lado, por que o amor de vocês dois, apesar de tudo, é verdadeiro. Qualquer cego percebe isso. E o amor é a única coisa que nos salva de tudo. Salve-a De La Riva. 

"Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar." - Carlos Drummond de Andrade. 


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Notas finais do capítulo

Podem assumir que foi fofo que dói esse capítulo, mas...
E AGORA?
Qual vai ser a reação da América pelo Daniel ter contado tudo pro Vitor?
Será que ela vai matar ele? KKK.
Nós vemos em breve.
Beijos,
Gostou ou não? Deixe-me saber.
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