POV dos Deuses

Os dias passaram e Percy continuava na mesma. Ele teve que ser sedado, pois precisaram entubá-lo. Os músculos torácicos haviam paralisado e por isso ele não conseguia respirar sozinho.

Sally pediu demissão da lanchonete onde trabalhava só para cuidar do filho. A dona não queria lhe dá a demissão, pois Sally era uma boa funcionária e por isso lhe deu férias. O que Sally agradeceu. Alguns semideuses vinham visitá-lo e oferecia ajuda a ela, caso precisasse. Nico era quem mais vinha sempre à noite, ele foi nomeado líder temporário do acampamento. Hestia vinha todos os dias conforme dissera. Ela era uma amiga constante, Sally começou a se acostumar com a presença da deusa. Ela falava de Percy quando pequeno, de seus sonhos, das brincadeiras e riam das atrapalhadas do garoto.

– Sabe, quando o Percy saía por aquela porta, eu pedia para seu pai protegê-lo durante a viagem até o acampamento. Eu sabia que a partir do momento em que ele pusesse os pés pra fora de casa ele estaria em perigo. Mas eu tinha confiança de que ele chegaria são e salvo.

– Seu filho se tornou um grande guerreiro, admirado pelos dois acampamentos e devo dizer também por nós deuses. Ele sempre consegue escapar dos perigos em que se mete. Eu confio que ele escapará dessa. É uma questão de tempo.

– Eu também quero acreditar nisso.

– Apolo me disse que sendo Percy muito forte o veneno não o matou imediatamente. Se fosse outro semideus teria morrido logo. Ele acha que o poder de Hera o salvou.

– Como assim?

– Veja bem, Hera, além de ser a deusa do casamento e da família é também deusa da vida. Por isso Percy sobreviveu.

– Oh! Agradeça a Lady Hera por mim.

Elas estavam no quarto de Percy enquanto os dois semideuses que cuidavam dele estavam na cozinha comendo. Sally se aproximou do filho e ficou olhando para ele com os olhos marejados pegou em sua mão e acariciou-lhe os cabelos. Hestia sorria, apesar da situação. Sally era uma mãe amorosa. Agora podia entender por que Percy recusara a imortalidade. Ela lembra o que aconteceu durante a batalha com a empousa.

Lembrança on

No Olimpo, todos estavam reunidos na sala dos tronos, os 14 mais os menores, menos Leo, que estava em Ogigia com Calipso. Eles assistiam a luta de Percy com o monstro. Quando Percy cai e não se mexe mais, Poseidon se levanta com a intenção de ajudar o filho, mas é impedido por Zeus.

– Onde pensa que vai? – pergunta Zeus.

– O que você acha? Vou salvar meu filho – disse Poseidon.

– Sabe que não pode interferir – argumenta Zeus.

– Você acha que eu vou ficar aqui parado enquanto meu filho morre? Ele não tem muito tempo – fala Poseidon nervoso.

Todos na sala queriam fazer o mesmo que o deus do mar, mas sabiam que não podiam fazer nada.

Annabeth olhava angustiada para Zeus. Ela queria estar ali com Percy. Sempre foi assim, ela e Percy ajudavam um ao outro quando havia um combate. Ela com a estratégia e ele com a habilidade de guerreiro. Eles faziam tudo juntos, mas agora Percy estava sozinho. Ao vê-lo desamparado daquela maneira Annabeth se arrependia de sua escolha. Sem a permissão de Zeus não podia fazer nada.

– Pai, por favor, se não fizermos nada será tarde demais – diz Apolo apreensivo.

– Irmão – fala Hestia.

– Não. Vocês sabem que é contra as Leis Antigas. Não podemos interferir na luta de um semideus – teima Zeus.

Os deuses sabiam, mas não estavam em guerra por que não podiam ajudá-lo? Os deuses olhavam para a tela enquanto o herói estava impossibilitado de se mexer e o monstro se gabando da sua vitória. Mas algo aconteceu, chamando a atenção dos deuses. Poseidon voltou a sentar quando ele viu quem entrava em cena.

Sally Jackson pegou a espada do filho e enfrentou o monstro.

– Sai de perto do meu filho, monstro – disse apontando a espada.

Kelli então levanta e se aproxima de Sally e ataca, mas a mulher consegue aparar o golpe com a espada e dá um chute na barriga do monstro deixando-a surpresa. Sally aproveita e investe pra cima do monstro, mas erra por pouco. Mas conseguiu fazer o monstro recuar.

Os deuses estavam apreensivos, até Zeus, embora ele não quisesse admitir. Então eles ouvem o monstro falar.

– Ora, ora, a mamãe sabe lutar, estou impressionada.

– Guarde o deboche para si mesma – rebate Sally furiosa.

– Como queira.

O monstro avança dessa vez mais rápida, mas a senhora Jackson já estava preparada e não deu chance. Quanto mais Kelli atacava mais Sally se defendia sempre mantendo a guarda alta. Todos notaram que o monstro já estava perdendo a paciência e isso a deixou desleixada. Na ânsia de querer vencer ela avançava de qualquer jeito, o que foi uma vantagem para sua oponente que esperou a oportunidade de atacar. O que não demorou muito, Sally deu uma investida inesperada arrancando a adaga venenosa da mão do monstro.

– Maldita – gritou o monstro. – Você me paga – diz contra-atacando furiosa.

Sally então usa uma manobra bem conhecida de alguns dos deuses menores presentes. Ela faz que vai atacar pela direita, mas na verdade ataca pela esquerda dando um golpe na lateral do monstro e numa virada decepa-lhe a cabeça. Sally tinha vencido.

Os deuses estavam mudos. Como uma simples mortal foi capaz de tal combate e ainda vencer? Eles se assustaram quando Ares soltou uma estrondosa gargalhada.

– HAHAHA!! A MÃE DO PEIXINHO É BOA. ISSO É QUE É LUTA! – fala o deus da guerra.

Então todos falam ao mesmo tempo. Até Zeus mandá-los calarem as bocas.

– Poseidon, vá – diz Zeus ainda atordoado.

Poseidon se levanta e chama Apolo.

– Vamos Apolo – e os dois somem.

– Eu também vou – diz Hestia sumindo antes que Zeus impedisse.

Annabeth suspira aliviada. Mas o estado de Percy a preocupava, não conseguia acreditar no que acabara de assistir. A manobra que a sua ex quase sogra usou era a marca registrada de Percy, que ela conhecia muito bem. Ela sorriu. Percy era incrível, ensinou à mãe as suas técnicas.

Os deuses comentam o feito da mortal. Cada um tinha sua própria opinião sobre o ocorrido.

– Tô impressionado – disse Jason. – Nunca podia imaginar que a mãe do Percy soubesse lutar.

– Isso só foi possível porque ele a treinou – disse Hazel. – E pelo que eu pude ver ela aprendeu direitinho.

– Verdade, aquela manobra eu já vi antes, ele a usou na batalha quando o Acampamento Júpiter foi atacado – disse Frank.

– Essa técnica é muito eficaz. Percy sempre a usou quando tinha que enfrentar um oponente forte – disse Annabeth.

– Ela daria uma boa caçadora – diz Artemis.

– O Jackson tem sorte de ter uma mãe assim. Agora eu posso entender por que ele recusou a imortalidade – comentou Demeter com a mão no queixo sem se dar conta do que disse.

Os deuses se calaram e olharam para ela. A deusa estranhando o silêncio olhou ao redor e quando viu que todos olhavam pra ela perguntou:

– Que foi?

– Você disse algo que tirou as nossas dúvidas – disse Atena.

– Que seria?

– Que Perseu recusou a imortalidade por causa da mãe – disse Atena.

– E não é verdade? Esse menino é impressionante. Ele sabia que se aceitasse a imortalidade não poderia mais ver sua mãe. Ele pensou nela antes disso – comentou Deméter.

– Sim ele pensou na família – disse Hera olhando para Annabeth e Piper. Além do Percy, as duas semideusas têm famílias mortais. – Foi por isso que eu o abençoei.

As duas meninas abaixaram a cabeça.

– Tomara que Apolo consiga salvá-lo – disse Hera.

Lembrança off

Sim daquele dia em diante Sally Jackson caiu nas boas graças dos deuses. Principalmente de Ares que gostou da luta da mortal como ele mesmo disse.