O Herói Fantasma escrita por Cris de Leão


Capítulo 5
Mãe Guerreira


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo beleza! Mais um capítulo legal. Aqui saberemos quem é a visita desagradável. Boa leitura.



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Ao abrir a porta, Percy tem uma desagradável surpresa.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou Percy alarmado se afastando da porta.

– Ora, ora Perseu, vim visitar um velho amigo, não posso? – disse a visitante adentrando a sala com passos lentos. – O que foi não gostou da minha visita?

Percy dava passos para trás tateando os bolsos. Não era possível. Ele achava que depois da guerra teria um pouco de paz, mas pelo visto estava enganado. Kelli, a empousa estava diante dele com uma cara faminta. Não era de hoje que ela o perseguia. Sempre que se encontravam o monstro o atacava. Outras vezes ela sempre estava acompanhada, mas desta vez ao que parecia estava só. Isso não era nenhum problema para Percy.

– Você nunca desiste não é? Cadê suas parceiras? Você nunca vem só – disse o herói já com a caneta na mão.

– Elas tiveram um contratempo durante a guerra, mas eu consegui escapar – disse o monstro sorrindo.

– Então, você quer se juntar a elas? Eu posso providenciar isso – disse Percy atacando, mas Kelli se desvia tentando acertar o herói com sua adaga. Os dois entram numa luta épica destruindo tudo que está em seu caminho. Numa manobra que surpreendeu Percy, Kelli consegue enfiar a adaga em seu braço fazendo com que ele largue a espada. Ela avança para atacar de novo, mas Percy consegue se afastar a tempo. No entanto, seu braço estava ficando dormente e ele ficando tonto.

– O que foi herói? Cansou? Agora que estava ficando bom – disse o monstro se aproximando.

Percy estava com a vista turva. O que estava acontecendo? Ele não conseguia se mexer. Seu corpo estava todo dormente. Então caiu, mas não perdeu a consciência. Kelli aproximou-se e disse:

– Está se sentindo dormente querido? Você vai ficar assim por um bom tempo até seu coração parar – disse o monstro olhando para a adaga. – Isso é veneno de píton, logo, logo você estará mortinho da silva - disse ela com um sorriso de satisfação. – HAHAHA! Eu não acredito, finalmente consegui te pegar herói, você não imagina o quanto sonhei com isso. HAHAHA!

Sua alegria é interrompida pela chegada de Sally que vê seu filho caído e seu apartamento destruído. Ela imediatamente pega a espada de Percy que estava perto da porta e aponta para o monstro.

– Sai de perto do meu filho, monstro – diz Sally sem medo.

Kelli se levanta e diz com deboche.

– Ah, a mamãezinha chegou. Que pena, o filhinho está morrendo. Talvez queira se juntar a ele – diz Kelli se aproximando.

Percy se desespera, sua mãe estava em perigo. Ele não podia se mexer, não podia ajudar. Droga. Ele vê Kelli cercando sua mãe, mas a senhora Jackson não estava dando chance para ela se aproximar enquanto estivesse lhe apontando a espada. Mas ele sabia que era questão de tempo e o monstro atacaria.

No mesmo instante em que pensou nisso, Kelli ataca estendendo a adaga envenenada na direção de Sally, mas ela consegue aparar com a espada e dá um chute na barriga do monstro que se surpreende, então Sally aproveita para atacar dando uma estocada que quase acertou, mas que surtiu efeito. O monstro se afastou e olhando surpresa para sua oponente sorriu.

– Ora veja só, a mamãe sabe lutar. Quem diria! Estou impressionada.

– Guarde o deboche para si mesma – disse Sally faiscando de raiva.

– Como queira – diz Kelli avançando novamente. Desta vez foi mais rápida, mas Sally já estava pronta. Ela não deixaria aquele monstro sair vivo dali, nem que para isso fosse junto.

Kelli continuava investindo contra Sally, mas a mesma não dava brecha. Kelli já estava ficando irritada com a perseverança da mulher. Como uma maldita mortal podia lhe dá tanto trabalho? Isso teria que acabar agora.

Sally, por outro lado, se defendia como podia. Lembrando as aulas que Percy lhe dera nos dias em que ficara com ela. Paul também recebeu essas aulas, mas ele não estava ali para ajudá-la, embora ele não pudesse ver os monstros.

Percy assistia tudo com o coração apreensivo, mas ao mesmo tempo orgulhoso de sua mãe. Ela aprendeu direitinho tudo que ele havia ensinado. Essa luta era a prova de fogo dela. Não era a primeira vez que sua mãe enfrentava um monstro numa luta corpo a corpo. Da primeira vez que isso aconteceu, foi quando o Minotauro atacou. Ele a pegou e quase a matou. Mas ela tinha desaparecido, fazendo com que ele pensasse que o monstro a tinha matado. Percy furioso matou o monstro com seu próprio chifre. Depois foi um alívio saber que sua mãe estava viva, mas presa no submundo sob a tutela de seu tio Hades. A outra vez foi na guerra contra Cronos. Ela e Paul se saíram muito bem na luta. Agora estava aqui lutando com uma empousa vingativa. Seus pensamentos foram interrompidos por uma voz furiosa.

– Maldita! – gritou o monstro. – Você me paga! – e vai com toda a fúria em cima de Sally.

Sally havia conseguido desarmá-la, o que fez Kelli ficar cega pelo ódio e avançando sem conseguir acertá-la. Sally então usando uma das manobras que o filho lhe ensinara investiu pelo flanco direito fazendo com que o monstro pensasse que atacaria por ali quando na verdade foi pelo esquerdo dando-lhe um golpe certeiro. Kelli nem teve tempo de chiar, pois teve sua cabeça cortada. Antes que caísse ao chão se dissolveu em pó, logo em seguida o corpo teve o mesmo fim.

Sally ofegava, largou a espada e correu até Percy que estava caído.

– Percy – disse num sussurro com a voz cansada. – Meu filho, você está ferido? – ela pergunta sem obter resposta. Então vê o braço do filho sangrando com um ferimento profundo. – Percy, por que não responde? Filho – ela continua falando, mas ele não reage. Então, três luzes brilhantes aparecem diante dela.

– Ele não pode responder, está paralisado – respondeu uma voz conhecida.

– Poseidon? – falou Sally. – O que quer dizer? Por que ele está paralisado?

– Ele foi envenenado, por isso não consegue falar ou reagir, embora ele possa ouvi-la – disse o deus do mar.

– Temos que agir rapidamente ou o veneno vai paralisar o coração – disse Apolo começando o tratamento ali mesmo. Enquanto Hestia curava seu ferimento.

– Venha sente-se um pouco – Falou Poseidon arrastando Sally para um sofá todo destruído. – Vamos deixá-los trabalhar.

Sally não protestou, estava exausta. A luta com aquele monstro a esgotou.

Poseidon não conseguia esconder sua admiração por Sally. Ela sempre foi uma mulher forte, destemida, sacrificou a própria felicidade casando com um homem horrível para proteger o filho dos monstros. Ele ficou surpreso com esse lado guerreiro dela. Parecia uma leoa protegendo a cria.

– Você se saiu muito bem – disse ele. – Confesso que fiquei surpreso com sua atitude. Não sabia que você era uma guerreira – disse ele sorrindo.

Sally o olhou aturdida. Só então entendeu o que ele quis dizer. Corou.

– Ah, bem, o Percy me deu algumas aulas enquanto estava comigo. Eu só não pensei que fosse usá-las para defendê-lo. Até agora estou espantada. Nunca pensei que fosse lutar com um monstro de verdade – disse ainda sem acreditar no que fez.

– Agora você entende o que o Percy tem passado. A vida de um semideus é incerta. Eles sempre estarão em perigo, por isso eles precisam aprender a se defender.

– Achei que depois da guerra isso não fosse mais acontecer.

– A maioria dos monstros, foram derrotados na guerra, mas alguns remanescentes ainda estão vagando por aí. É por isso que os semideuses não podem abaixar a guarda. Percy foi pego de surpresa, o monstro resolveu pegá-lo no próprio lar ao invés de esperá-lo sair.

– Maldita. Ela parecia saber que Percy estava só. Como isso é possível?

– Provavelmente ela já estava vigiando-o esperando o momento certo para atacar. E quando esse momento chegou ela entrou em ação. Kelli sempre odiou o Percy, não queria perder essa oportunidade.

Enquanto Sally e Poseidon conversavam, Apolo e Hestia tentavam conter o veneno do corpo de Percy. Mas parece que não estavam conseguindo, pois já havia se espalhado pelo organismo rapidamente. Eles demoraram demais para ajudar. Só podiam esperar que o herói não morresse. Pelo menos puderam conter o avanço contínuo do veneno.

Apolo se levantou e disse:

– Fizemos tudo o que podíamos, mas o veneno se espalhou rapidamente causando a paralisia. Ele terá que ficar em observação. Conseguimos conter o avanço, mas quanto à paralisia só com o tempo irá voltar ao normal.

– Quanto tempo? – pergunta Poseidon.

– Não posso calcular. Talvez dias, semanas ou meses, até anos. O veneno era muito forte. Só vai depender dele agora.

– Oh meu Deus! – disse Sally já chorando.

– O Percy é forte. Ele vai sair dessa – disse Hestia.

– O que você sugere Apolo? – perguntou Poseidon.

– Ele vai precisar de cuidados constantes, como monitoramento cerebral, cardíaco, respiratório. Portanto, eu sugiro que ele seja levado ao Olimpo. Pelo menos lá ele terá mais chances.

– Não! – protestou Sally. – Eu quero ficar perto do meu filho. No Olimpo eu não posso entrar. Meu filho ficará aqui onde eu possa vigiá-lo – ela disse firme.

Poseidon ia argumentar, mas Sally não arredou o pé. E acabou sendo salva por Hestia.

– Neste caso podemos montar uma UTI aqui mesmo. Que tal no quarto do Percy? Assim a senhora poderá ficar perto dele. Dois campistas de Apolo poderão ficar como enfermeiros cuidando do monitoramento. O que acham?

– Boa ideia tia – disse Apolo. – Podemos fazer isso.

– Obrigada – disse Sally aliviada.

– Bom, então vamos começar – disse Poseidon.

Assim, fizeram uma reforma no quarto de Percy. Sally retirou os pertences do filho e os levou para o seu quarto aumentando o espaço. A cama foi modificada para ficar parecendo a de hospital. Apolo montou os monitores, enquanto Hestia abastecia a despensa e a geladeira, pois os dois campistas iriam praticamente morar com Sally e Paul de agora em diante. Poseidon ficara na sala vigiando Percy o tempo todo.

Quando tudo já estava preparado, Poseidon leva Percy para o quarto e deita-o na cama tirando-lhe a parte de cima da roupa de modo que seu peito fique exposto. Apolo, então, coloca os eletrodos no peito e nas têmporas do herói e depois ligando os aparelhos e vendo o que acontecia. Por enquanto tudo normal.

– Ok. Agora irei ao acampamento buscar dois de meus filhos – disse Apolo sumindo num brilho laranja.

– Senhora Jackson, já abasteci a geladeira e a despensa, mas se por acaso precisar de algo mais é só pensar que aparecerá – disse Hestia.

– Obrigada Lady Hestia – disse Sally agradecida.

– Eu já vou indo, mas virei visitá-lo todos os dias – disse a deusa sumindo num clarão de fogo.

– Sally. Preciso voltar não se preocupe, eu coloquei um campo de proteção ao redor do prédio. Isso impedirá qualquer monstro de entrar – disse o deus do mar.

– Obrigada. Não quero ter outra surpresa – disse a mulher lembrando o episódio agora pouco.

– Isso não vai acontecer. Eu volto no fim de semana. Não posso vir todos os dias se não Zeus vai implicar – disse o deus. – Então, até lá e cuide-se – ele diz sumindo num brilho verde com cheiro de brisa marinha.

Sally volta para o quarto de Percy e fica aguardando a chegada dos semideuses.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam da Sally? A Kelli levou farelo. O que os deuses acharam disso, hein? Vejam o próximo capítulo.



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