I Love You, Idiot! escrita por Hazy


Capítulo 16
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo será bem explicado enquanto vocês lêem. Ele é excluxivaene focado nos sentimentos expostos da Hinata, e elafinalmente percebe o óbvio.
Era para ser um especial, e acho até que foi, por ser curto em relação aos outros.

A partir desse capítulo as coisas ficarão mais difíceis pra ela.

Obrigada a todos os reviewse eu responderei todos com carinho. Fiquei meio triste quando vi que nove leitores deixaram de comentar no último capítulo postado. Espero que vocês voltem logo. D:

Agradeçendo especialmente a Ledger pela última recomendação feita da fanfic. Obrigada por recomendar a história, Ledger!

Boa leitura.



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Capítulo 12 - Sentimentos

Kimi wo aishiteru,
Zutto aishiteru.
Ima nara sunao ni ieru
"...Kimi ga suki."

Eu te amo,

Eu sempre te amarei

Agora eu posso dizer sinceramente
"...Eu te amo."

Yappari Megumi Ga Suki - Miyavi

...

Quarenta e oito horas depois de eu ter sido resgatada das mãos daqueles sequestradores repugnantes, eu me encontrava deitada no sofá do apartamento dos Uchiha, zapeando os canais da televisão, sem encontrar nada que me interessasse.

Após a direção da escola ser informada do que ocorrera, permitiram que eu ficasse alguns dias em repouso para me recuperar física e psicologicamente. Meu corpo ainda estava cheio de hematomas doloridos e minha cabeça estava quase estourando. Eurealmenteprecisava desse descanso.

Mas havia uma pessoa que não me deixava descansar. Ou melhor, duas pessoas.

Itachi não calava a boca um minuto, sempre se culpando e se desculpando, por mais que eu repetisse diversas vezes que a culpa não era dele. Sasuke insistia em alfinetar cada vez que o Uchiha mais velho se desculpava, o fazendo sentir-se mais culpado ainda. Eu detestava isso.

 Mas o moreno mais novo também não me deixava descansar direito. Não, ele não ficava me incomodando ou se culpando de algo a cada cinco minutos. Às vezes falava comigo daquele modo irônico que eu não gostava, mas também não era isso. Eu apenas estava confusa. E o culpado de toda a minha dor de cabeça era ele.

Eu não conseguia entender os meus sentimentos. Eu gostava de tê-lo por perto, mas também desejava nunca mais vê-lo. Quando ele estava com outras garotas – lê-se Inoue – eu fechava a cara e me sentia traída. Não que eu tivesse algo com ele para me sentir desse jeito, mas eu não conseguia controlar. Quando Sasuke sorria eu sorria também. Quando eu percebia que ele estava triste, angustiado ou incomodado com alguma coisa, logo tudo isso vinha para mim. Era como se tivéssemos um laço.

E quando o moreno me beijou... Eu senti o meu coração saltar para fora e voltar. Mas eu tenho medo de tudo isso. Tenho medo desses prováveis sentimentos que estavam nascendo dentro de mim. Eu sentia que Sasuke não era a pessoa certa... que eu não devia me envolver com ele.

Eu admito que sinto algo mas forte por ele, mesmo não querendo.

Mas, sem mudar minha opinião... Eu não vou contar, assumir ou demonstrar isso para ele. Porque euseique eu não sou nada em especial para ele. É certo de que ele ficou bem preocupado comigo durante os últimos fatos, mas isso não era nada anormal. Vivemos juntos há quase quatro meses e é natural que ele se preocupe.

E nem eu estou certa de todos esses sentimentos confusos. É melhor deixar tudo como está e tentar afastar essas sensações antes que tudo cresça mais do que deve.

Agora era quase meio-dia e eu conseguia sentir um cheiro bom vindo da cozinha. Eu gostava mais da comida da minha mãe do que da minha própria.

À noite Uchiha-san e ela sairiam para um jantar de negócios. Isso até que era bem frequente, e eu já havia me acostumado.

...

Quase noite e nem sinal de Itachi ou Sasuke. O mais velho até costumava chegar tarde da noite em casa, mas Sasuke nunca passava das cinco. E agora eram seis e meia.

Neji estava focado nos estudos em seu quarto, pois teria uma prova de recuperação do bimestre no dia seguinte e ele precisava tirar uma boa nota. Sua média caíra muito desde que descobrira a doença da mãe. Ele já não era tão dedicado quanto antes e, com certeza, não era mais feliz. Pois a primeira coisa que era notada em seus olhos de manhã era uma melancolia assustadora. Eu me sentia muito mal por isso...

A porta da casa abre num estrondo e eu quase caio do sofá. Estava com a cabeça longe e o barulho me fez voltar de uma forma nada agradável. Sigo o olhar para a entrada e vejo o Uchiha mais novo entrando apressadamente e seguindo escada a cima, sem nem mesmo olhar pra a minha cara. Apenas reviro os olhos.

Decidida a preparar um lanche para meu primo esforçado, levanto e sigo com dificuldade até a cozinha. Mamãe deveria estar ocupadíssima em seu quarto, arrumando o cabelo ou algo parecido para o tal jantar.

Coletei algumas bolachas caseiras feitas pela mamãe, recém tiradas do forno. Fiz também um chocolate quente e reuni tudo em uma bandeja. Subi as escadas devagar, cuidando com cada degrau e finalmente cheguei ao segundo andar. Bati na porta duas vezes até que meu primo afirmou que eu podia entrar.

Quando a abri, visualizo um Neji totalmente descabelado, com os olhos vidrados nos livros postos à escrivaninha. O quarto estava bagunçado ao extremo e eu temia que pudesse haver algum rato por ali.

- Trouxe um lanche pra você – Informei, me aproximando e ignorando a atmosfera pesada. – Não saiu desse quarto desde que chegou da escola, Neji. Deveria parar um pouco. Estudar cansado não adianta muito.

- Obrigado, mas eu estou bem. – Ele disse, pegando a bandeja de minhas mãos e começando a mordiscar uma das bolachas.

- Se você precisar de algo...

- Tudo bem, Hinata.

Sem mais argumentos, saí cabisbaixa de seu quarto. Era muito triste vê-lo daquele jeito.

Desci as escadas rapidamente, um grande erro meu, pois eu estava com as pernas fracas e doloridas devido aos grandes hematomas. Para ficar bom, quando faltavam três degraus para eu chegar ao fim da escadaria, eu tropecei e cai, batendo o busto com força no carpete do chão.

E naquela hora eu chorei.

Eu não era uma pessoa que costumava chorar por dor física, mas aquele choque com o chão havia doídodemais. Não sabia ao certo se estava chorando por causa da queda, por causa de Neji ou de todas as coisas que eu passara nos últimos tempos. Toda aquela confusão de sentimentos...

Ignorando tudo isso, me levantei e andei até o sofá, apoiando-me nas paredes. Quando cheguei até o estofado, deixei meu corpo cair sobre ele e enterrei o rosto na almofada. Eu quase dormi ali mesmo, mas o barulho de passos apressados vindos das escadas me acordou quando eu estava adormecendo.

Virei o rosto encharcado de lágrimas e pude ver o moreno caminhando tranquilamente em minha direção. Mas a sua expressa mudou instantaneamente quando seu olhar caiu sobre mim. Novamente enterrei o rosto nas almofadas.

- Você... está chorando? – Ele perguntou com uma voz rouca, misturando preocupação e talvez até... pena. Eu juro que o odiei muito naquele momento.

- Não, estou treinando pra ser atriz. – Respondi friamente, a voz sendo abafada pelo fato de estar escondida.

- Ah, então tá tudo certo. – Sasuke disse ironicamente. - Vou jogar futebol, deixa a janta pronta.

- Vai catar coquinho, garoto! – Explodi. Eu não estava em condições naquele momento.

- Não gosto, ainda prefiro que você faça a janta. – A ironia novamente presente em sua voz.

Não me contive e arremessei uma almofada – a maior que eu achei – em direção ao rosto dele, mas o idiota conseguiu desviar.

Fechei os olhos e deitei normalmente no sofá quando finalmente o silêncio veio. Respirei fundo, disposta a dormir.

...

Despertei quando senti mãos quentes tocando o meu rosto e a minha testa repetidamente. Quando abri os olhos avistei um Sasuke meio suado, ainda com a roupa com que saíra para jogar futebol. Ele me olhava assustado e transbordando em preocupação.

Correu rapidamente em direção à cozinha e voltou com um termômetro em mãos. Levantou a minha blusa e o colocou sob o meu braço direito. Eu já me sentia bem quente antes daquilo, mas juro que devo ter corado mais ainda. Não notei segundas intenções naquele ato. Percebi que o meu rosto suava bastante, mas eu estava com frio.

O moreno retirou o termômetro e os olhos arregalaram-se ao ver os tais números.

- Trinta e nove e meio de febre... Você está ardendo em febre, Hinata!

Tentei me levantar, mas não consegui me apoiar nos braços. Eu nem sequer conseguia suportar o peso do meu próprio corpo. Me sentia cada vez com mais frio, a cabeça girava e estava difícil assimilar alguma coisa. Minhas vistas ficaram embaçadas e o som da voz do moreno, cada vez mais distante.

...

Sasuke Pov.

Após levar a Hyuuga até seu quarto, preparei uma compressa úmida e coloquei em sua testa, a fim de abaixar a sua febre. Eu havia pensado em dar um banho frio nela, mas não sabia muito bem se eu sairia vivo quando ela retomasse os sentidos.

Eu nunca havia ficado tão assustado e preocupado em toda a minha vida. Sua respiração estava irregular e ela suava frio. A febre deve ser sintoma de algum resfriado forte, com certeza por ela ter ficado seminua naquele cativeiro durante vários dias de inverno rigoroso.

Eu a cobrira com vários cobertores e percebi que não tremia mais. Troquei a compressa e medi novamente a sua temperatura. Trinta e oito. Havia abaixado, mas não o suficiente.

A morena abriu os olhos lentamente e, quando tentou se levantar, eu a impedi.

- Você precisa repousar. Seu corpo está fraco e você provavelmente irá acordar com um forte resfriado amanhã. Descanse. – Falei, entrelaçando a sua mão esquerda com a minha fortemente.

- Que... droga. – Ouvi ela resmungar baixinho e a olhei, confuso. Ela percebeu o meu olhar e hesitou, falando provavelmente algo que não pretendia. – Odeio... ficar resfriada. – E desviou os olhos para as nossas mãos unidas.

- Durma... – Pedi. Avistei o relógio na cabeceira da cama e constatei que já era quase meia-noite. – Eu acho melhor eu sair... Você poderá descansar melhor.

Soltei sua mão e quando ia me afastar, sinto um leve puxão na manga da camiseta. Encontrei seus olhos suplicantes.

- Por favor... fica. – Sorri e ela devolveu um sorriso fraco, porém lindo. Me aproximei, cogitando a ideia de deitar ao seu lado. Mas ela me puxou para seu lado com a pouca força que tinha naquele momento. Eu pude perceber que seus olhos misturavam dor, tristeza e medo. E eu já estava pensando demais.

...

Pov’s Hinata

Eu só podia ser masoquista. Não havia outra explicação.

Mesmo com toda a dor e cansaço físico que eu sentia, ainda insistia em me machucar por dentro. Não pensei nisso quando puxei Sasuke para deitar ao meu lado, mas agora, enquanto fingia dormir abraçada a ele, eu coloquei os pensamentos em ordem.

Com certeza ele não estava tão preocupado com parecia estar. Era tudo coisa da minha cabeça esperançosa. E eu insistia em tê-lo por perto, por mais que soubesse que o moreno não sente nada forte por mim e que eu me machucaria no final. E cá estou eu, começando a sentir o peso das consequências.

Dormir era o melhor a se fazer.

...

Acordei com a porcaria do sol batendo contra o meu rosto. Abri os olhos lentamente e avistei Itachi, Ino e Sasuke sentados em cadeiras afastadas da cama. Eles conversavam sobre algo e eu instintivamente fechei os olhos, querendo ouvir tudo. Isso poderia ser errado, mas pouco me importava.

- Droga... tudo isso é culpa minha. – Itachi começou com seu discurso cansativo.

- Sim, é tudo culpa sua. – O moreno mais novo falou, e eu fechei a cara.

- Como ela está? – Ouvi a porta ser aberta devagar e mamãe perguntar.

- A febre baixou consideravelmente. Ela não delira mais e não sente frio.

Espera... Delirar? Droga. Eu devia ter falado cada porcaria inconscientemente durante a madrugada...

A porta fechou-se novamente e eu pude ouvir a voz da loira.

- O que ela falou enquanto dormia, Sasuke?

- Ela dizia coisas como “Eu não posso” e “Neji está sofrendo.” – Suspirei baixinho. – Ela também falou o meu nome. – E pude perceber uma pitada de convencimento em sua voz. Itachi bufou alto. Eu estava nervosa. A última coisa que eu precisava era de um Sasuke interrogando sobre o que eu falei.

- Eu vou buscar algo pra tomar. – Itachi informou e bateu a porta fortemente.

- Sasuke... – Ino parecia hesitar. – Você acha que... Hinata e você poderiam dar certo algum dia?

Gelei naquela hora. O que Ino queria perguntando aquilo?

- Acho que não, Ino. – Meu coração sofreu a pior dor possível quando ele proferiu aquelas palavras. – Hinata tem uma personalidade muito forte, e eu também. Nós vivemos brigando e não concordamos em quase nada.

- Mas você se preocupa com ela. Até demais, Sasuke. Nunca vi você desse jeito. – A loira insistiu, e eu prestava atenção em cada reação do Uchiha.

- É... Eu não sei. Ela é diferente, Ino. Especial, talvez. Mas eu não sinto nada mais que um... carinho por ela. Está longe de ser paixão, muito menos amor. – A cada palavra meu peito doía mais.

- Não pode nem tentar?

- Não vou me envolver, Ino. Não sinto nada forte por ela.

- Até alguns meses atrás você não precisava gostar de alguém para se envolver. – Ino comentou sarcasticamente.

- Não quero machucá-la. – Ele bufou.

Mas ele já havia me machucado.

Ouvir de sua boca que nós nunca poderíamos ficar juntos, nem ao menos tentar, era demais para mim. Naquela hora, chorando silenciosamente sob as cobertas, eu tinha certeza de que estava perdida. Eu não podia me apaixonar, mas já era tarde demais. Toda a preocupação e carinho que Sasuke mostrara a mim durante a madrugada havia apenas me ajudado a confirmar meus sentimentos. A dar uma esperança ao meu coração. Mas eu me enganara e agora estava profundamente machucada, como eu já previa.

E eu o odiava por ele ter dito todas aquelas palavras, por mais que fossem verdadeiras. Eu o odiara quando o vi se divertindo com a Inoue no outro dia. Eu o odiara quando ele me beijou na casa de Ino. O odiara quando fiquei sabendo do que ele fez com a loira. O odiava pela forma como me tratou desde o primeiro dia em que o vi.

Mas eu o amava mais que isso. O amava por se preocupar comigo. O amava por ter me contado sua história enquanto passávamos a noite naquela sala velha do colégio. O amava pelo beijo na casa de Ino – por mais confuso que isso pareça. O amava quando vi os seus olhos ardendo em raiva quando os homens tentaram abusar de mim na praia. O amava quando soube que ele foi o primeiro a tomar a iniciativa de me procurar quando fui sequestrada. O amava pelo beijo que ele me deu durante o resgate. Pela forma que ele sentiu ciúmes por causa da minha relação com Kiba. O amava pela noite que ele passou cuidando de mim.

Mas agora eu estava machucada, quebrada.

Eu o odiava, e ao mesmo tempo o amava. Alguma coisa nos unia, e eu gostaria de cortar esses laços para sempre. É difícil suportar a dor de saber que você ama uma pessoa que nunca irá lhe amar, alguém que você sempre pensou odiar. Viver sob o mesmo teto que ela pode ser insuportável - parece ser uma boa prova de resistência, física e mental. 

Fim do capítulo  12.


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Notas finais do capítulo

Então, Hinatinha finalmente assumiu os sentimentos.

Pretendo fazer mais Pov's do Sasuke de agora em diante, pois, já que a Hinata percebeu o que sentia, está na horado moreno. Mas ele é lerdo e ainda demora. A Hina ainda sofre muito.

Como viram, a parte da Sinopse apareceu. :)

Espero que estejam gostando e,como eu acho que a fanfic não demora muito para acabar, eu estava cogitando a idea de uma segunda temporada, onde eles já são universitários e talz. Daí depende de vocês. O que acham?

Se encontraram algum erro, avisem por favor, pois estou sem beta.

Espero que tenham gostado, e desculpem pela tensão e pelo capítulo meio 'emo'.