Marcada escrita por Violet


Capítulo 5
Bem-vinda!


Notas iniciais do capítulo

Hello boys, hello girls... Bem vindos a mais um capítulo de Marcada! >.< Esses dias estão meio corridos, trabalho e etc.. Então vou tentar postar pelo menos dois capítulos por semana, ok? Pra você que não tem paciencia de estar atualizando o tempo todo, selecione a opção acompanhar história. Assim você será avisado(a) quando sair caps novo. Sentem nas suas poltronas, preparem seus chocolates quentes, e aproveitem a leitura. Kyaaaaaa!!
Besos da tia ~Violet



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— Andem, tragam a menina – Ordenava a morena que já isenta do uniforme de enfermeira

— Então é ela mesma? – Quis saber um dos Noturnális, de estatura baixa,careca e de barba espessa

— Isso, vamos comprovar agora – todos analisavam Jessie, focando na marca em seu braço – Será que temos algum voluntário?

— Eu! Eu! – se pronunciou outro noturnális levantando o braço nervosamente. Esse tinha uma aparência u pouco mais frágil, não parecia forte como os outros. De estatura media, não tinha um porte físico como o restante

— Hum? – a mulher vira-se lentamente analisando o rapaz com desdém – Acha mesmo que vou deixar um reles demônio como você provar desse poder? Tsc! Que audácia – zombou entre gargalhadas que ecoavam no lugar

— Não devia nos desprezar tanto assim Anakin, é graças a gente que vocês irão fazer o ritual – interveio o primeiro Noturnális

— É mesmo? – disse com seu tom sensual e irônico se aproximando do homem que já se retraía por dentro – E se não fosse nós, os Anakins, vocês ainda estariam naquela merda de pântano comendo as larvas e os restos de carnes pútridas. E agora, olhem só em volta, finalmente saíram daquele submundo nojento e estão em volta de um verdadeiro banquete, podem se alimentar a hora que quiserem e sem ninguém desconfiar, graças a quem? Hum?

— A vocês – o homem sussurra relutante

— Isso mesmo, bom garoto! – parabeniza-o com tapas leves no rosto

— Podemos viver na miséria, mas nossa força é pura. Sobrevivemos com os restos do submundo sim, mas sempre respeitamos as regras. Nosso povo persevera desde a antiguidade, e com o pouco que tivemos nos tornamos mais fortes, isso nos faz honrados. Ao contrário da sua raça imunda que se fortalece as custas dos outros, merecem morrer pela espada de Tyrael! Morte aos Anakins! – gritou

Um silêncio se teve ali. Todos se entreolhavam esperando uma resposta, observavam intensamente Isabel. Ela analisa o homem uma última vez, e o dá as costas. Caminha a passos largos com aquelas botas de couro cano-longo, o macacão também de couro preto, se ajustavam perfeitamente naquelas curvas, e o decote em “v” lhe favorecia ainda mais. A única resposta que se teve ali fora um sorriso de canto da morena, um estalar de dedos, e um Noturnális implodindo e seus restos mortais sendo lançados ao ar.

— Mais alguém quer discursar? Estou ansiosa pra ouvir – silêncio... – Rody! – gritou, e um homem alto apareceu. Esse tinha uma aparência mais tenebrosa, tinha um ótimo físico, com abdômen e bíceps bem definidos, uma barba bem feita, os cabelos negros voltados pra trás e os óculos escuros traziam um estilo guarda-costas bem treinado e assustador. – Vá em frente – ordenou apontando com a cabeça pra garota desmaiada a frente. Ele hesita por dois segundos, após confirmar a aprovação com o olhar de Isabel, ele acata suas ordens.

                Jessie ainda estava com sua camisola azul turquesa de hospital. Sua pele estava mais branca, e pálida, as mechas ruivas pesadas se espalhavam pelo gramado sujo a beira da estrada. O homem se aproxima, e para equilibrar a altura, dobra um dos joelhos. Com uma manobra rápida ele retira um punhal do bolso, o mesmo tinha algumas runas escritas ao longo da lâmina. Ele para, busca mais uma vez a aprovação da mulher, e continua. Com a praticidade de um cirurgião profissional, ele abre um corte vertical no braço da garota, acima do pulso. Rapidamente seu sangue começa a escorrer pela pele branca.Todos a encaram fixamente. Ele aproxima a lâmina da marca, e ambas, a marca e a runa do punhal começam a brilhar intensamente. Ele encara Isabel novamente...

— C-continue! – Já não conseguia conter a satisfação que reluzia naqueles dentes brancos que se mostravam num largo sorriso

                Acatando novamente as ordens, ele se volta para a ruiva. A lâmina continuava a emitir o brilho junto com a marca, e eis que o Anakin arrasta a lâmina pelo sangue que escorria livremente dali. Após analisar um pouco mais o objeto e a garota... Ele rasteja a lâmina pela língua retendo todo o sangue nela contida. Todos param para observá-lo, uns com receio, outros com medo, e Isabel com expectativa, uma enorme expectativa. Mas nada acontece, ele repete o feito algumas vezes, mas nada se altera. O olhar de expectativa de antes é substituído por decepção e raiva. Ele se levanta, recua alguns passos para dar passagem a Isabel, que se aproximava a passos duros da garota.

— Mas que merda! Garota imbecil! – chutava fortemente suas costelas – Por que não está funcionando?! Ande, faça a droga desse seu sangue servir pra alguma coisa, sua vadia! – continuavam os chutes.

Até que o som da lâmina indo de encontro ao chão a fez parar. Todos se voltaram para o homem que tinha acabado de soltar o punhal.Rody cambaleava um pouco ao mesmo tempo que segurava a cabeça entre as mãos, e gemia de dor. Os gritos aumentavam cada vez mais, alguns quiseram se aproximar, mas foram impedidos... Ele se contorcia no chão, seus olhos já haviam mudado de cor, as pupilas já dilatadas estavam brancas, como se tivesse perdido a visão.

— Rody? – interveio Isabel – O que você está sentindo?

— Poder! Eu sinto poder! Um êxtase inexplicável. Como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa!

— E o que mais?

— Eu...eu---

                Os gritos retornam, dessa vez com mais intensidade. Rajadas de vento esbarram nos galhos, e levantam folhas. Depois de um tempo, os gritos param, o vento volta a circular normalmente. Mas Rody não, ele levanta, seu olhar parece vago e inconsciente. Com um movimento rápido, ele corta o ar a sua lateral direita somente com o braço, e forma uma lâmina invisível que  lança todos longe. Com a mesma praticidade ele ergue o braço e todos os que haviam acabado de cair são erguidos no ar de uma só vez, com mais um movimento  na vertical rapidamente, e na mesma velocidade todos vão ao chão bruscamente, nenhum deles levantou, ou sequer sobreviveu. O restante não parava de se entreolhar hesitantes, até aquela voz romper o silêncio.

— Rody, seu imbecil! O que você pensa que ta fazendo, seu idiota?! – Ele se volta para ela, e como um animal irracional avança e repete os movimentos, dessa vez com mais velocidade. Isabel desvia num salto ágil, os menos ágeis são atirados longe e têm o mesmo destino dos primeiros.- O que vocês estão esperando? Matem ele! – ordenou de cima de um dos galhos

— Ele está muito forte, não vamos dar conta

— Mas que merda vocês estão fazendo aqui, seus inúteis! – gritava enquanto o demônio ia em direção aos outros para terminar o serviço – É como dizem, quer um trabalho bem feito, faça você mesmo!

                A anakin salta do galho onde estava, e ainda no alto sob a luz daquela lua cheia é refletido um par de asas negras que se desprendem das suas costas. Já em postura de ataque, ela desembainha duas espadas de um ponto abstrato à suas costas, as runas das lâminas brilharam intensamente, e num impulso, elas cortaram o ar e o que estava nele em “x”. E o demônio rapidamente se transformou em cinzas que foram carregadas pelo vento. Em uníssono todos suspiraram em alívio, ou os que restaram.

— Andem, limpem essa bagunça antes de irmos, vamos! - *telefone toca* - Alô? Sim meu senhor, pegamos a garota! Bom... A boa noticia é que é realmente é ela, a má é que... perdemos alguns dos nossos homens. - .......- Sim, sim... É, eu sei, mas acontece que--- tapava o celular com  a palma da mão – levem a garota pro carro, agora! – Oi? Não, tava falando com os inúteis aqui, sim sim...- continuou a conversa já se afastando

                Já passava da meia noite, e seus homens cederam as ordens, tomando Jessie nos braços, um deles já quase jogara no porta-malas do carro quando foi impedido por outro cara, esse era um pouco mais alto, usava uma jaqueta de couro preta com o capuz que cobria-lhe o rosto.

— Deixa que eu  levo ela , cara – pediu

— Não precisa. Posso fazer isso sozinho, agora sai da frente – negou o Anakin

— Você... não entendeu – insistiu pondo a mão com um pouco mais de peso no ombro do homem – Eu disse que vou levar ela, entendeu? – sussurrou

— Quem é você? – o Anakin já  buscava alguma arma presa a cintura, mas foi lento demais. Antes que pudesse tocar o cabo da espada, já havia outra cravada no seu peito, estava morto.

— Isso é o que acontece quando não se deixa ajudar, amiguinho – concluiu pegando a ruiva no colo,e imediatamente a marca começou a brilhar ao mesmo tempo que queimava a sua pele

— Ei, o que você ta fazendo? – gritou outro Anakin lá de trás, o que chamou a atenção de todos os outros

— Merda! Hora de ir – E num impulso saltou entre as árvores, e com uma velocidade sobrenatural a carregou consigo

— O que ta acontecendo? Como deixaram ele escapar, seus idiotas?! Vão  atrás dele! Peguem a garota custe o que custar, antes que eu arranque a cabeça de cada um de vocês, seus inúteis de merda! – gritava Isabel

                Avistando uma camionete a frente, Derick com ajuda da força bruta, alguns chutes, e golpes de artes marciais, ele consegue chegar até seu destino. Por sorte, a chave estava lá dentro, e o acelerador foi esmagado por seu pé,que já avançava todos os limites possíveis de velocidade. Mas não demorou muito para que os alcançassem. Logo apareceram mais três, que com um chute, conseguiram quebrar as janelas do carro. O primeiro, Derick conseguiu se livrar. Antes que ele pudesse entrar totalmente na caminhonete, Derick faz uma curva intensa, e joga a lateral do carro pra cima de uma árvore, e esmaga o Anakin. O segundo ainda conseguiu deferir-lhe alguns golpes no rosto, mas Derick após alguns chutes, consegue jogá-lo pra fora do carro. O terceiro foi mais esperto, entrou pela porta de trás a fim de pegar a garota, não parecia querer briga. Derick tenta golpeá-lo fazendo algumas manobras, mas ele resiste, não dá pra travar uma luta ali. Ele pisa mais fundo, dessa vez... fora da pista. O carro já desgovernado bate bruscamente contra algumas árvores, o Anakin é jogado pra frente ficando preso entre os vidros do para-brisa. Derick pega a garota,mas ao sair do carro, é surpreendido por mais Anakins.

— Merda – tenta uma manobra de escape por trás, mas mais anjos dessem dos galhos, estão cercados. Antes que pudesse perceber, outro Anakin vem de encontro a ele já empunhando a espada, veloz demais. Não há tempo para desvio, podia-se sentir a lâmina rasgando o ar. Ela é jogada metros a frente. Sob aquela escuridão, é possível ver o reflexo daqueles olhos azuis

— Kaeth! O que você ta fazendo aqui?

— Não é óbvio? Te impedindo de se matar, seu imbecil!

— Como sabia? Você teve alguma visão?

— Não, só minha intuição e meu conhecimento do quão idiota você é, me levaram a conclusão que ia dar merda– Outro Anakin tenta golpeá-lo mas é arremessado pelo loiro. Outros dois se aproximam, mas Derick consegue saltar entre os dois, e cortá-los ao meio, o número já havia reduzido – Leva ela, eu assumo daqui – ordenou

— O quê? Não, eu vou---

— Porra, Derick! Dá pra você me ouvir uma vez na vida? Leva a garota, que eu cuido desses, rápido! – Ainda relutante, o irmão confirma com a cabeça, já tomando a ruiva nos braços novamente. A marca volta a queimar, dessa vez mais forte. Mesmo inconsciente Jessie começa a soltar baixos gemidos de dor.

— Kaeth...- Derick para, percebendo o estado da garota

— Mas que merda, Derick! O que você ta fazendo? Vai logo, antes que cheguem mais – gritou golpeando mais um com o cotovelo, e depois cortando sua cabeça

—  Ela ta queimando, Kaeth! A marca dela ta queimando, tem alguma coisa errada!

— Isso não é hora pra isso. Ela deve ta com febre, sei lá.Só leva ela daqui!

— Não dá, ela vai morrer assim. Ela ta queimando, cacete! O que eu faço?

— Deixa que eu levo ela, então! – disse saltando por cima de mais dois e finalizando-os com a espada

— O que? – A resposta é relutante

— Fala sério, cara! Eu sou mais rápido  que você, é mais difícil eles me pegarem. Você cuida das coisas por aqui, ok? – a resposta foi um aceno de cabeça – Joga ela pro alto quando eu disser três. – Surgia mais um Anakin do alto – Um...- Kaeth dá um longo salto para trás, se apoiando num galho da onde tira impulso e o corta em “x” – Dois... – Três Anakins subiam por entre os galhos a fim de pegá-los por trás. Com um longo giro, Kaeth faz um pequeno redemoinho com a espada, cortando todos de uma vez. – Três!! – Ele grita, já saltando novamente, e se transformando no ar. Derick joga a ruiva, e ela cai exatamente montada sobre o lobo branco. Antes de partir, já alguns metros a frente, o lobo volta a encarar o irmão que passa a seguinte mensagem, não por voz, mas apenas por pensamento: “Cuida  dela”, e a resposta foi um aceno afirmativo do lobo, mas que para Derick era um “Pode deixar!”.

— Bom, acho que ta na hora da festa – disse com empolgação, já desembainhando a espada e se voltando para o mini exército de Anakins que se aproximava.

                Alguns minutos depois, não muito distante dali...

                Não sei se acordei com o frio que estava corroendo minha pele, com remexer do meu corpo, ou com o barulho de cavalgadas. Só sei que o que vi quando abri os olhos mais parecia um sonho, ou um tremendo pesadelo. Tive que piscar várias vezes, espremer os olhos umas cinco, até realmente cair em mim. Eu estava no meio do nada, montada num...num... lobo branco? Isso mesmo?! A minha primeira reação foi gritar, e a medida que fui assimilando a cena, passei a gritar mais alto, e sem pensar direito, acabei dando impulso demais, e caí. Rolei alguns metros neve a baixo, até que bati contra uma árvore, estava pegando prática nisso. Comecei a me beliscar fortemente inúmeras vezes, minha pele sangrava e eu não tinha acordado babando no travesseiro, ainda estava ali, era real. Lembrei do lobo negro, o qual tentou me matar e eu salvei. Será que existiam mais deles? Mas por que raios estava montada num lobo no meio do nada? A primeira coisa que faria depois de sair dali, seria ir ao psiquiatra, eu mesma pediria pra que me trancassem num manicômio longe de quaisquer resquícios de lobos, assombrações e afins. Olhei ao redor, apenas neve. Tentei me apoiar na árvore mas não conseguia mexer o tornozelo, ótimo... mais um pra lista de “desastres de Jessie Parker”.

— Problemas pra levantar? – ouço uma voz atrás mim, me assusto. Mas quando o vejo surgir na minha frente, logo me acalmo. Ele era o homem mais bonito e fofo que já havia visto, era como um anjo. Ele era alto, seu rosto era de uma beleza sutil e delicada,  terna assim como a sua voz. Aqueles fios de cabelos loiros que escapavam e caiam em uma pequena e lisa franja que escondiam um belo par de olhos azuis. Não era qualquer par de olhos azuis. Eu podia enxergar o mar naqueles olhos. E aquele sorriso, seus dentes brancos e perfeitamente alinhados se mostravam pra mim, era um sonho, eu estava frente a frente com um anjo grego de sorriso incrível. Espera... ele estava rindo pra mim, ou de mim? Voltei a realidade e pigarreei um pouco pra mostrar sobriedade.

— Quem é  você? – tentei fazer expressão séria e assustada, quando na verdade queria pular naqueles braços gregos

— Bom, o que acha da gente deixar as apresentações pra depois, e você vir comigo? – ele encarava intensamente o lugar atrás de mim

— Ir com você? Mas eu nem te conheço! Espera, faz tempo que você ta por aqui? Você viu o lobo?

— Oi? – parecia confuso

— Escuta, você tem que pedir ajuda! Tem um lobo branco gigante por aqui, ele pode aparecer a qualquer momento, precisa chamar alguém, rápido! – tentei parecer mais séria, mas acho que fez o efeito contrário. Pois ele caiu em gargalhadas, e por mais que eu amasse apreciar aquela cena dele se divertindo e sorrindo, não era legal quando o motivo era eu – Por que você ta rindo? É verdade, você precisa---

— Olha, gatinha... Eu entendo que você esteja confusa, mas nós realmente precisamos ir agora,ok? – concluiu estendo a mão a qual eu recusei veemente

— Olha você! Eu não vou a lugar nenhum com você, seu...seu esquisito! – ele riu mais um pouco, e pôs a franja pra trás num movimento fofo e sexy. Meus Deus, que homem!

— Tudo bem – o vi suspirar – Meu nome é Kaeth, Kaeth Ackles. Eu sou o lobo que você viu

— Você o que? – gritei assustada

— Sim... Olha, é uma longa história. Sabe aqueles filmes de ficção? Imagine que aqui é um, mas de verdade, entende? – continuava olhando pra ele com um imenso ponto de interrogação que já me sufocava por inteiro – Pode parecer loucura, eu sei. Mas você vai entender com o tempo. Agora eu realmente preciso que você venha comigo

— Ir pra onde? E por quê?

— Vou te levar pra casa. Tem uns caras... uns caras que querem pegar você

— Me pegar? Mas por quê? Eu não tenho nada de valor

— Ah tem sim – ele apontou pra minha marca o que aumentou mais ainda minha confusão

— O que eles querem comigo?

— Isso eu não posso te falar agora, mas você vai saber em breve, eu prometo! Mas o que você precisa saber agora é que esses caras são bem fortes, e se você não vier comigo logo, eles vão nos alcançar e matar nós dois!

                Eu devia estar louca. Tinha todos os motivos do mundo para não confiar. Estava tudo muito confuso. Várias coisas sobrenaturais acontecendo, coisas que nunca pensei que existissem. Ele era um completo desconhecido, mas por algum motivo, algum instinto burro e inexplicável, me fez querer confiar nele. Talvez tenha sido aqueles olhos cor de mar, ou aquele sorriso sedutor... Putz, como nós mulheres nos tornamos frágeis com mocinhos bonitos. Seja lá o que fosse, eu acenti. Ergui minha mão e ele a pegou, mas na hora de levantar, meu tornozelo torcido reclamou. Ele pareceu perceber logo do que se tratava, e antes que eu pudesse me explicar, já estava sendo carregada por aquele príncipe. Mamãe, me perdoe por morrer de forma tão burra, mas acredite... está valendo a pena!

— Eu vou precisar me transformar ok? Preciso que você suba em mim e segure firme em minha volta – observando minha relutância, ele interrompeu os passos e passou a me encarar fixamente, poderia me perder naquele mar  de pupilas – Eu sei que é estranho, gatinha... Mas vai ficar tudo bem, só confie em mim – acenti

                Ele me pôs no chão, e não demorou muito para acontecer. Como em mágica ele se transformou, aquele príncipe se moldou em uma imensa fera branca. Seus pêlos macios se confundiam com a neve que caía, e os olhos eram os mesmos, um lindo par de olhos azuis no meio daquele pêlo branco. Não era só a sua forma humana que era linda, mas sua forma animal também, estava hipnotizada... e cometendo zoofilia também, mamãe, perdão! Percebendo meu estado de hipnose, ele se aproximou de mim, e passou a cabeça pela palma da minha mão, e a ergueu me convidando para subir, e o fiz. Depois de correr por alguns quilômetros, e eu quase arrancar seus pêlos por segurá-los tão forte, ele reduziu um pouco o ritmo. Estávamos frente a uma imensa casa, casa não, uma verdadeira mansão isolada, no meio da floresta. Ele parou, e eu desci. E quando parei de observar a mansão a minha frente, ele já estava em sua forma humana caminhando alguns passos a minha frente.

— Ei, ei! Onde a gente ta? Você disse que ia me levar pra casa!

— Sim, mas não a sua. Vamos entrar, ta frio aqui fora – puder notar o vento frio saindo da sua boca enquanto enterrava as mãos nos bolsos de sua calça jeans.

.............................

— Como sempre você se deixando levar, Derick! Quantas vezes vou ter que dizer pra não seguir a droga dos seus instintos! Eu falei que ia pensar em algo até amanhã, você não tinha que ter ido atrás dela!

— Eles já estavam com ela. Seria tarde demais, eles já poderiam ter entregue ela ao Morphet! Não podia esperar!

— Não podia, ou não quis esperar?! Eu não to nem ai pro que você faz da sua vida, contanto que não mexa com a família. Papai me deixou tomando conta das coisas por aqui, você tem que----

— Eu não tenho que fazer nada, cacete! Só por que você é o mais velho, ou por que o pai te deixou tomando conta das coisas, não te torna o líder. Você não é meu dono pra eu te obedecer. Não vou ficar sentadinho acatando as suas ordens, não vou! Agora... se você quiser resolver isso como homem de verdade, eu  posso dar um jeito

— É assim que você quer resolver os problemas, Derick? Na base da força? Mas que diabos! Você deixou seu lado animal subir a cabeça, e agora só age irracionalmente! Por causa dos seus “instintos”, perdemos a garota, e agora eles sabem que também a queremos, seu idiota!

— Ela ta bem, ta legal? Ela ta com o Kaeth, ele já deve es----

— Opa! Escutei meu nome?!

— Kaeth! Onde você--- - Derick para, todos param, e observam a ruiva que surgia lentamente como um animal indefeso por de trás de loiro – Parece que chegamos em boa hora, hein gatinha!

                Me  aproximei  mais um pouco, minha aparência não estava lá as melhores. Ainda estava  com a bata do hospital, mas o casaco xadrez que Kaeth havia me dado momentos antes , disfarçava um pouco. Minhas  mechas ruivas esvoaçaram por um momento em que o vento arrebatou a sala. Nossos olhares se encontraram, memórias vieram a minha mente. Aqueles olhos cor de mel, aqueles mesmo olhos, mas em corpos diferentes. As cenas voltaram como um flash... A noite em que o conheci, ele rasgando aquelas sombras com as presas, e me pedindo para correr, o lobo dos meus sonhos, aquele apareceu na vidraça da minha janela, o que eu vi refletido no espelho da escola, o que tentara me matar, mas que por ironia do destino eu salvei. Aquele par de olhos castanhos amarelados não mais naquela fera negra, mas num perfeito homem, ali na minha frente. Sim... era ele!


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