Marcada escrita por Violet


Capítulo 6
O que quer de mim?!


Notas iniciais do capítulo

Kyaaaaa, Olá leitores lindos de meu Deus. Bem-vindos a mais um capítulo de Marcada! >.< Estou tentando ser bem breve nos intervalos das postagens. Espero que estejam gostando do rumo da história. E você, leitor que acompanha a historia, mas não comenta, Deus está vendo, e eu também! u.u
Peguem seus cobertores, seus óculos e se estirem na cadeira ai, vamos a leitura!
Beijos da tia ~Violet



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— Você.. – disse tentando conter todas aquelas emoções que me bombardeavam

— O que essa garota ta fazendo aqui, Kaeth? – ele me interrompeu

— Ué, você mandou levá-la pra casa

— Sim, mas não pra cá, seu imbecil!

                Não fazia ideia do que estava acontecendo ali. Num instante estava numa cama de hospital, no outro estava montada num lobo branco que se transforma em homem, e agora estava numa casa estranha cercada de caras gatos  que podiam me matar, é, eu estava ferrada. Fiquei em silêncio por um tempo tentando acompanhar a discussão ali, mas não entendia nada. O mais alto de terno e óculos falava em tom tão baixo e formal que mal podia ouvir o que ele dizia, mas parecia estar dando sermão nos outros dois. O loiro já conhecia, apesar de ainda estar desconfiada, ele tinha sido gentil comigo, era o mais próximo de confiável que eu tinha ali. E o terceiro... Bom, eu nunca o tinha visto, ele era um pouco mais baixo que Kaeth, mas tinha um físico bem mais saliente, estava com uma blusa preta de botões meio social, com as mangas dobradas até o cotovelo o que acentuava ainda mais aqueles bíceps tão bem definidos, parte da manga deixava transparecer um pouco de uma tatuagem que ele tinha no ante-braço, não consegui não observar aquilo.Seu tom de pele era um pouco mais escuro que os demais, era meio bronzeado e sexy.Vestia uma calça jeans escura não muito justa. O cabelo era diferente também, os fios soltos e bagunçados que escondiam parte daqueles olhos, aqueles olhos... Se eu não estivesse louca, diria que eram exatamente os mesmos olhos daquela fera negra, e levando em conta que o loiro se transformava em lobo... Será que....

— Kaeth, leve-a para cima – ordenou o mais alto de tom frio

— Ei, ei! Eu não vou pra lugar nenhum! Eu quero ir pra casa, eu já disse, não tenho nada de valor, por favor, me deixem ir pra casa – pedi

— Olha gatinha, lembra quando falei que tinham uns caras meio fortes e que estavam atrás de você? É perigoso se você for pra casa agora, precisa ficar aqui. Nós vamos proteger você – disse Kaeth (acho que era esse seu nome) com um tom tão terno como uma criança pedindo um favor com aqueles olhinhos azuis tão irresistíveis

— Não posso, tenho que ir pra casa! John... Ah meu Deus, John deve estar louco atrás de mim – me virei procurando minha bolsa, mas fui interrompida por seu toque

— Gatinha, confia em mim. Nós vamos proteger ele também, mas por enquanto você tem que ficar aqui – lá estava eu de novo cedendo aquele mar de olhos

— O que vocês querem de mim, afinal? – voltei a encarar todos eles

— Por enquanto, que ligue para o seu padrasto e diga que está bem. Dê uma desculpa plausível justificando sua ausência por alguns meses – disse o metido a “intelectual” como se fosse meu chefe ou algo assim

— O quê?! – disparei num tom um pouco mais alto do que pretendia – Meses? Eu vou ficar presa aqui por meses?

— Se tudo correr bem, sim – ele concluiu simplesmente como se tratasse da coisa mais normal do mundo

— Eu vou embora! – falei já me virando e abrindo a porta, mas assim que a abro levo um susto daqueles. O indivíduo miseravelmente sexy estava de frente pra mim – Como? – tentei falar algo mas não consegui, ele estava se aproximando a passos lentos e firmes, quando bateu a porta atrás de si ainda me encarando senti meu coração ir na garganta e voltar

— Você sabe quem nós somos? – perguntou me observando com aquele olhar estreito, neguei com a cabeça – Você tem noção de onde está agora? – neguei novamente tentando me apoiar numa mesa cuja esbarrei atrás de mim – Eu não te culpo, o Kaeth te salvou não foi? Foi até gentil com você, deve achar que somos os heróis da história, não é? – ele se aproximava mais e mais, e eu não tinha mais para onde recuar – Mas deixa eu te falar uma coisa... – erguia uma das mãos lentamente em direção ao meu rosto. Não sabia se estava mais desesperada pelo medo que estava sentindo ou pelo tesão que aquela proximidade estava me dando – Nós não somos os moços bonzinhos que salvam a donzela em perigo. Se você está viva ainda, é porque precisamos de você, ao menos por enquanto. Mas é melhor você colaborar sabe... – aquela mão enorme estava encaixada perfeitamente no meu pescoço, e a medida que sua força aumentava, menos conseguia respirar

— Derick, você ta machucando ela, cara – ouço um deles falar

— Estou? – ele encara os outros e depois volta a me observar sadicamente aumentando a pressão de sua mão. Começo a travar uma guerra contra mim mesma pra tentar respirar, toco no seu braço e tento puxá-lo, sem sucesso. Tento mais uma vez, mas quando o toco minha marca começa a arder violentamente – Isso, é só uma pequena demonstração do que vai acontecer se você não colaborar, eu fui claro? – tentei consentir com a cabeça, mas sentia minhas veias explodirem dentro de mim

— Você vai matá-la, Derick!

— Fala sério. Ela é só uma humana, e é bom que saiba logo o seu lugar – ele me ergueu no alto com apenas uma das mãos, já não conseguia aguentar a dor que sentia no braço, ela já se espalhava pelo meu corpo todo. E num movimento inesperado com a mesma mão que me segurava,  ele me arremessou como uma bola de baisebol, a última coisa que senti antes de desmaiar foi a pancada na cabeça contra algum objeto, mais nada.

— Mas que merda você fez, Derick? – Kaeth corria na direção de Jessie, já caída contra a parede

— O que foi, Kaeth? Virou defensor da humana, agora?

— Não, mas não precisava ter feito isso. Ela não podia fazer nada contra a gente

— Que seja. Não precisamos de uma adolescente patética tagarelando no nosso ouvido. E ela é só um receptáculo mesmo, não vai durar muito

— Ela não pediu pra isso acontecer, não é culpa dela, caramba! – replicava tentando enxugar o sangue que escorria da testa da garota

— Azar o dela, ué. Qual é, Kaeth? Tá querendo comer a ruivinha, é? – sua risada foi o bastante para fazê-lo parar o que estava fazendo e prostrar em posição de confronto

— Chega, os dois! O Derick está certo.

— Ora, ora! O senhor capitão me dando razão... Me senti lisonjeado, de verdade – forçou um sorriso acompanhado de uma continência

— Me poupe das suas ironias. Mas você está certo, quanto menos ela souber sobre tudo isso, melhor. Principalmente agora que viramos alvos dos Anakins. Vamos mantê-la sedada até que eu termine estudar sobre a marca, e depois... decidimos o que fazer com ela

— Bom, meu trabalho aqui já terminou. Pedindo licença para me retirar, senhor!

— Espera---

— Deixa ele, Kaeth. Ele está frustrado, só isso. Leve-a pro quarto, algo me diz que vamos ter muito trabalho ainda

                Em algum lugar longe dali...

— Como isso foi acontecer? Se fossem demônios, ou seres sobrenaturais de outra dimensão... tudo bem. Mas uma adolescente humana? O que ela fez? Gritou até vocês saírem correndo, seus imprestáveis! – gritou atirando um copo de uísque pela metade

— Não meu senhor, foram os Ackles, dois deles. Chegaram de surpresa e acabaram levando a garota, tentamos pará-los, mas... um deles foi mais rápido e acabou escapando – respondeu a morena cabisbaixa

— E que merda vocês estão esperando pra ir lá e matar todos eles?

— Já estou reunindo os melhores do nosso clã para trazer a garota de volta

— É bom que tragam-na até o pôr do sol de amanhã. Quero essa menina viva, e a cabeça dos três bastardos numa bandeja. Senão, serão as cabeças de vocês que estarão rolando pelo salão, inclusive a sua, Isabel!

— Sim, meu senhor. Como quiseres

— Agora, saia! Não aguento mais olhar pra essa sua cara inútil de incompetente. – *fecha a porta* - Ah Serafim, como sempre atrapalhando os meus planos... Quando não é você, são os idiotas dos seus filhos, parece que terão o mesmo destino da mãe deles – colocava uma nova dose de uísque em outro copo – Mas com ou sem Ackles, a profecia irá se cumprir, e você será minha novamente, Lily! – tomava um gole do uísque

                Casa dos Ackles, 01:45

                Lá estava Derick, no seu exílio mais comum. Pessoas normais quando queriam ficar sozinhas procuravam lugares um pouco mais isolados. Como seus quartos, escritórios, até mesmo banheiros... Mas Derick não, seu exílio eram telhados. Estava deitado sobre seu próprio telhado, com as mãos atrás da cabeça, apoiando-a. O vento da madrugada balançava aqueles cabelos negros, e a gola da camisa, cuja já tinha metade dos seus botões abertos, e os olhos cor de mel se focavam fixamente em cada pontinho branco em meio aquela imensidão azul.

— Não perde a mania, hein? – surgia o irmão mais novo por entre as escadas que davam acesso ao lugar – Não entendo por que você gosta tanto de telhados, você é um lobo, não um gato!

— Vai ver tenho espírito de gato – brincou sorrindo ainda focado – E ai, já parou de servir o nosso chefe?

— Para com isso, ele só ta tentando ajudar, sabe... manter nossa família de pé

— Nossa família já “caiu” há séculos, Kaeth.. Só você não vê

— Não sei, as vezes acho que ainda temos salvação – ponderava o loiro se juntando ao irmão

— Salvação? Que salvação? Só falta você dizer que a humana é a nossa salvação...

— Não sei, e se for? Sei lá... Quando olho pra ela consigo ver um pouco da humanidade que tínhamos no começo

— Não há salvação pra gente, Kaeth. Não adianta você bancar o herói com ela buscando ser salvo. Nós não somos os mocinhos, nunca fomos,e nunca seremos. Essa maldição que a gente carrega vai nos acompanhar por toda a eternidade. E isso nunca vai mudar

— Pode ser... Mas ainda acho que ela vai ser nossa redenção

— Quem sabe... Ainda não sabemos o poder que ela carrega. Vai que é algo luminoso, cheio de brilho e purpurina que vai nos fazer ficar bonzinhos

— Não to falando do poder da marca dela. To falando dela em si. Não sei, mas acho que aquela garota vai ser nossa redenção sim

— Você ta louco, isso sim. Onde já se viu, uma adolescente birrenta daquelas ser a salvação de três demônios amaldiçoados

— Bom, louco ou não... vamos pagar pra ver! – concluiu já se levantando

— Onde você vai?

— Sair com uma gatinha da faculdade

— Não acredito que você ta frequentando isso

— O quê? É legal, tem umas coisas legais, é um cardápio de gostosas

— Você sabe que não pode se envolver com os humanos assim, vai acabar se ferrando

— Ah, é só um passa tempo. E mesmo comendo algumas, eu não me alimento delas – a única resposta foi uma sarcástica arqueada de sobrancelha de Derick – Tá, isso foi estranho, mas enfim. Não me esperem, ok?

— Ah, Kaeth!

— O quê?

— Nada não – disse após uma longa pausa hesitante

— Ela ta legal

— O quê?

— A ruivinha, é sobre ela que você quer saber, não é? Ela ta bem, desacordada ainda, mas bem

— Mas eu não----

— Tchauzinho! – despediu-se já saindo de fininho

                Alguns instantes depois, Derick volta a sala de estar, onde encontra um bilhete simples a sua espera: “Fui resolver algumas coisas, aqui está o sedativo, insira junto com o soro que está nela, tente não pôr fogo na casa até eu voltar.              Sam”

— Parece até prescrição de médico, com letra feia e tudo. Ai ai, vamos ver isso aqui – pegava o frasco ao lado analisando-o

                Ao entrar no quarto, Derick hesita por um momento. Jessie estava deitada na cama, com um soro do lado que a mantinha hidratada pela veia. Suas roupas haviam sido trocadas, vestia uma camisola de seda, branca e com o busto coberto por algumas rendas. Ainda de madrugada, Jessie se remexia entre os lençóis, os seis graus negativos se manifestavam em rajadas de ventos que arrebatavam a janela entre aberta e revestiam a pele descoberta da ruiva. Derick vai em direção a janela, e com um pequeno esforço destrava uma das fechaduras e a fecha por completo. Jessie se portava como uma criança sonhando, singela e inocente. Num movimento que chamou a atenção do moreno, ela vira de costas e deixa suas longas mechas ruivas se espalharem pela cama, deixando suas costas nuas e  a mostra. Derick se aproxima, e lentamente ergue o edredom até a altura de seus ombros, resgatando uma mecha ruiva que lhe cobria o rosto, e pondo atrás da orelha. Instantaneamente ela toca o seu braço, aqueles dedos longos e finos cercavam-no como se tivesse lhe pego no flagra. O toque a faz estremecer, como se tivesse tocado numa panela quente, ela acorda, ele se afasta.

— O que você ta fazendo? – pergunta recuando até a cabeceira

— Eu? Nada que te interesse – ia em direção ao outro lado do quarto

— O que pretendia fazer comigo?

— Isso! – erguia o frasco que tinha acabado de apanhar

— O que é isso?

— Uma coisinha que vai te fazer dormir e assim não me encher o saco – abria o frasco e pegava a seringa

— Por que vocês estão fazendo isso comigo? Eu não fiz nada contra vocês! Por favor, me deixa ir pra casa, eu imploro!

— Você acha mesmo que está aqui porque eu quero? Por mim você estava a léguas daqui. Tenho muitas preferências de companhias, e você com certeza, não é uma delas

— Você é ele, não é? O lobo negro

— Não sei do que você ta falando – continuava analisando o frasco tentando retirar o líquido de dentro

— Sabe sim, o Kaeth pode se transformar em lobo, e você também

— O Kaeth é o renegado da família, ele foi mordido por um lobisomen quando criança, e ficou assim, hilário não?

— É você sim! O lobo que me salvou aquela noite daquelas sombras-----

— Caramba, como coloca esse negócio? – continuava sem dar-lhe atenção, já enchendo a seringa

— O lobo que aparecia nos meus sonhos, o que me observava da vidraça da minha casa, o mesmo que apareceu refletido pra mim no espelho da escola

— Ahá! Consegui – comemorou já preparando a seringa para inserir junto do soro

— O mesmo que tentou me matar naquela noite, e eu salvei. Você poderia ter me matado depois que eu desmaiei, mas não o fez. Disseram que eu estava num barranco, mas não lembro de ter caído em nenhum barranco. Foi você, não foi? Você que me arrastou até lá, você me salvou!

— Sim, era eu! – voltava-se para ela irado – eu sou o lobo negro que você viu. E se não fosse por aquele merda de Anakin, você estaria morta agora! E se eu te poupei foi porque tinha um propósito. Mas não se deixe enganar, não é porque te salvei aquela noite que sou o herói. Tentei te matar uma vez, e nada me impede de tentar de novo. E acredite – se aproximava fuzilando-a com o olhar – dessa vez eu não iria falhar! – Após uma longa pausa entre ambos, ele retoma a posição e se prepara para aplicar-lhe o sedativo.

— Eu o perdoo

— O quê? – exclamou depois de aplicar o sedativo

— Eu disse que o perdoo. Não sei por que você fez aquilo, mas eu te perdoo – já caía em sono lento

— Você acha mesmo que preciso do seu perdão? – se aproximava da cama – Pois saiba que eu não me arrependo de nada, e faria de novo. Só o que me faltava, uma mísera humana me perdoando, como se eu precisasse disso e--- ei! – já de olhos fechados, a ruiva sorria solenemente para ele – Do que você ta rindo? Hein? – se aproximava mais ainda a fim de encará-la, mas já estava em sono profundo, havia adormecido com os lábios curvados para cima. O que o fez observá-la por longos instantes hipnotizado.

— Atrapalho? – pigarreio

— Não, achei que não fosse voltar

— Fez o que pedi? Ou será que se distraiu no processo – apontava para a garota ao lado

— Fiz, sim senhor. Já terminei o serviço. Aqui seu remedinho – jogou o frasco contra o peito do irmão

— Derick? – interrompe os passos – Não estou fazendo isso por mim, mas por todos nós. Não quero ser o líder do clã, apenas estou tentando nos manter a salvo e... juntos. Espero que entenda

— Claro, irmão. O que seria de nós sem o nosso segundo pai – se esvai

                Alguns quilômetros à frente...

                Já se passava das duas da madrugada, e Kaeth estava na estrada, em sua BMW regulando seu som, que tocava Eminem -  Lose Yourself. Num tom meio desafinado, ele seguia o refrão da música, enquanto ajeitava a gola do casaco em frente ao espelho do carro. Imagens turvas surgem na sua mente, uma freada inesperada, o carro sai numa curva forçada e pode-se ouvir o derrapar dos pneus na estrada molhada. Ele estava tendo uma visão: A casa de Jessie, John abrindo a porta, tudo na mais completa escuridão. Uma mulher sentada em seu sofá, ele ascende a luz da sala de estar, vários caras de terno surgem. John é espancado fortemente por um deles, um lobo se aproxima do alvoroço, ele luta contra os homens de terno. Um deles está segurando John pelo pescoço. O lobo salta em direção ao homem que está a frente do que está com o refém. Ele desvia rapidamente, o de trás joga John, o lobo avança em cheio no humano, uma mordida forte o suficiente para arrancar sua cabeça, que já rolava no chão ao lado de seu corpo ensanguentado.


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