Marcada escrita por Violet


Capítulo 22
Contrato!


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a mais um capítulo de...de...MARCADA!!! Antes de qualquer coisa...Olááá, pessoas, a quanto tempo, não? e.e Sim, você que está me xingando incondicionalmente, eu entendo...x_x Muitos acharam que eu tinha abandonado a história, na verdade, até eu mesma e.e "Mas Violet, sua imprestável, discarada, como você se atreve a abandonar a fic, sua vaca??" Então...Gente, não foi por falta de vontade, mas por falta de tempo e coragem mesmo, vocês que escrevem, vão me entender, as vezes a gente tem muita ideia na cabeça, mas pra passar a limpo, "tem é zé". Enfiiiim, respondendo o que mais importa! Não, eu não abandonei a fic, na verdade tenho uns planos bem maiores pra ela, muahahhahaha ò_ó To escrevendo aos poucos cada capítulo, mas acho que agora da pra retomar, vou ver se consigo postar pelo menos 1 por semana, yaaaaaaay õ/ Sem mais delongas, aproveitem o capítulo, e sejam felizes!!!
Ah, e diga não as drogas!!

#Violet



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Bem vindos a mais um capítulo sobre o meu “erro”, o capítulo ao qual eu realmente gostaria de não ter que narrar, mas vamos aos fatos...Você deve estar se perguntando o que houve depois que saí em disparada após ouvir a visão do meu irmãozinho Kaeth, bom...não fora como eu planejei. Após horas sobrevoando aquele céu solitário em sua busca, finalmente resolvi me render ao cansaço. Sentei sobre o chão frio a beirada de um lago que refletia a exuberância da lua, ali, sozinho, pela primeira vez comecei a pensar no que estava fazendo, desde quando exatamente havia cedido espaço para o impulso.

— Está uma linda noite, não é? – uma voz serena invade os meus tímpanos e meus músculos se contraem ao reconhecer aquela voz... – Eu particularmente sempre gostei de luas cheias, elas me inspiram a viver, não é incrível como ainda há coisas belas no Inferno? Que irônico... -  ela ria de seus pensamentos, seu olhar antes fixado no céu, agora pairava em algum ponto vazio.Estava mais linda que todas as outras vezes, não sei se o cenário que enalteceu sua beleza, ou se fora coisa da minha imaginação, mas estava tendo uma visão dos “céus”. Suas madeixas longas esvoaçavam com vento frio que rastejava sobre aquela pele macia, arrepiando seus braços, seus lábios rosados tão bem desenhados chamavam minha atenção descontroladamente, não conseguia pensar em dizer algo, só queria permanecer ali, admirando sua beleza pela eternidade.

— É linda! -  disse quase num sussurro, me referindo à ela, nem mesmo a lua cheia poderia alcançar a beleza que estava a minha frente.

— Queria mesmo falar com você, Ackles! – disse, enrijecendo a expressão e recobrando a postura antes desleixada.

O roçar de suas botas sobre a grama úmida indicavam aproximação,sua silhueta se tornava mais clara  sob a luz da lua, era como ver um anjo saindo das sombras. Mais uma brisa forte e seu cheiro de sândalo arrebatara minhas vias respiratórias e me deixo embriagar por aquele aroma.Seus joelhos tocam o chão, seus olhos encontram os meus, aqueles castanhos cheio de vida dão cor ao meu acinzentado solitário, a distância está curta demais, os comandos do meu cérebro estão com falha, uma pane? Braços e pernas dormentes, tento abrir a boca para pedir-lhe que se afaste, não consigo, morfina? Um espaço é aberto entre seus lábios, está prestes a falar, está hesitante, por favor não me force a olhar seus lábios, por favor...

— O que você quer de mim?

Tudo, eu a quero comigo, seja minha, por favor, quero me sentir vivo assim pelo resto dos meus dias, seja minha, Ana! – Não entendo o que quer dizer – as palavras saíam com dificuldade, era como arrancar uma flecha cravada ao peito devagar.

— Você sabe do que estou falando perfeitamente, Ackles! Não se faça de tolo! – seu olhar intimidador penetrava cada vez mais fundo, a dominância dela era notável. Sua postura era de ataque, suas palavras diretas e destemidas, seu olhar intimidador, ela estava lutando contra mim sem sacar a espada, e eu, era um completo perdedor implorando para que ela percebesse isso e abandonasse o campo de batalha, era humilhante demais para mim. – Vamos,me diga suas intenções, Ackles! – seu tom era ainda mais intimidador, ela aproximara mais o seu rosto, seu cheiro era inebriante, a mão que a apoiava sobre o solo já cercava a minha perna, estava imobilizado completamente. – Diga, Ackles, o que quer de mim?

— Você... – disse num sussurro tão fraco que mais parecia um pensamento e não uma fala.

— O quê? – a vi se afastar com uma expressão confusa.Droga! O que estou fazendo?!

— Eu já disse, não faço ideia do que está falando, e não deveria intimidar as pessoas assim, não lhe dei autoridade para isso. – sob algum esforço incomum, consegui esconder a voz trêmula sob o tom frio.

— Há! Aí está o Ackles que todos ouvem falar, o impetuoso e intocável! – ela já se levantara, e eu fazia o mesmo, encarando qualquer ponto cego a minha frente, menos o meu erro. – Ei! Onde pensa que vai? – já caminhava a passos largos, precisava sair dali. – Ei!!! Estou falando com você! – sua mão segurava o meu braço, seu toque era a gota d’água, não podia me segurar mais!

— Não me toque... -  disse com um pouco mais de pesar do que gostaria.Seus dedos  finos soltaram o meu braço gélido, e o toque quente da sua pele já se esvaía.

— És mesmo um intocável, então... – disse com um sorriso fraco.

Fiquei observando-a, havia uma enchente de sentimentos em mim, e eu estava me afogando lentamente, precisava de oxigênio, precisava ir até a superfície, precisa dizer-lhe o quanto a amava.

Mas ela não estava mais lá, havia ido embora e deixado apenas o cheiro de sândalo pairando no ar.

Algumas horas mais tarde...

O sol já se manifestava em um alaranjado que aos poucos ia monopolizando o céu.O silêncio nas ruas, nas casas, cada um vivendo em seus sonhos e pesadelos, mais um dia se passara no Inferno, não é como se existissem dias lá, o tempo não era contado, e nem mesmo existia, ao contrário dos mortais, que viviam em função dele, como seria viver assim? Ter o tempo como rei, preocupar-se com cada dia, viver cada dia como se fosse o último, fazer planos para o futuro como se fossem imortais, e ter seu tempo de vida interrompido subitamente, pensava Ana a cada vez que observava uma alma nova chegar ao Inferno.

Sentada na janela da sala ainda observando a calmaria de mais um “dia”, ela é desperta de seus pensamentos.

—  Acordada a essa hora? – a irmã surge com um livro de magia em mãos, e uma expressão abatida pela falta de sono.

— Talvez... – respondeu sem sequer alterar a expressão ou posição.

— Nem dormiste ainda, não é? – se aproximava a irmã tentando avaliar seu semblante

— Talvez... – retrucou.

— Quer conversar? – perguntou já deixando o livro sobre a mesa, e sentando-se ao lado da irmã que permanecia impassível.

Kristen, a segunda irmã, de cabelos castanhos, que se deslanchavam sobre os ombros estreitos, com algumas ondulações que cheiravam a caramelo. Seus olhos cor de mel, uma pele mais bronzeada que os demais irmãos, sua boca carnuda tão bem desenhada, as sobrancelhas naturalmente arqueadas exibindo quase sempre seu senso de superioridade, o corpo era mais magro, porém ainda dotado de curvas, seu maxilar era afilado, assim como o nariz, a vaidade sempre fora uma característica sua, assim como os humanos que a solicitavam. Sua especialização? Magia, mas não qualquer magia, sua magia era muito mais avançada do que as demais dos jovens de sua idade, era intensa, obscura, sua presença começava a trazer áureas sombrias, o que não era comum em sua idade.

— Ok, acho que alguém quer ficar sozinha. Só queria lembrar que, pode não parecer, mas nós ainda somos irmãs, pode me contar o que te incomoda quando quiser – insistiu a irmã ainda analisando a postura da mais velha.

— Não é isso, é só... – a fala cessara ao encará-la, e Ana desiste. – Não é nada! Mas e você, como vão as coisas? – seu tom era objetivo, e seu olhar fixo no livro que Kristen carregava dizia tudo.

— Vão bem, obrigada! – respondeu rispidamente, retomando em seus braços o livro e embalando-o como se fosse um objeto de estimação. – Irei trocar-me, com licença!

— Kris, espere! – chamou Ana já deixando a janela e recobrando a postura ereta.

— Sim?

— Eu sei que está se esforçando ao máximo para melhorar, e é nítido que está cada vez mais forte, sua solicitações aumentaram drasticamente, na verdade... me sinto sufocada com essa energia que você anda emanando recentemente.

— Eu sei! Não é maravilhoso? Em pouco tempo sinto que poderei superá-la! – disse com os olhos iluminados e um sorriso largo de empolgação.

— Esse é o seu objetivo? Me superar?

— Não, irmãzinha! Meu objetivo é outro, mas isso será consequência – seu tom era irônico e indiferente.

— Sabe, Kris, você é minha irmã e eu a amo muito, mas não estou gostando do que você está se tornando – repreendeu-lhe com o tom imperativo, mantendo sua sobreposição.

— No que estou me tornando? Está falando como “um lá de cima”, nós somos demônios,Ana, a parte ruim da história, os vilões. Nós somos as trevas – disse tão pausadamente que se podia ver sua língua entre os dentes. – E não se faça de superior, nós duas sabemos que não são só suas mãos que estão sujas de sangue, mas o corpo todo. As pessoas que me procuram têm a alma podre assim como nós, mas você...Quantos inocentes já vieram pra cá injustamente por sua causa?

— Tsc! – De dentes e punhos cerrados, Ana não mais a encarava, a veia do seu pescoço dilatava, seu maxilar contraía em raiva.

— Parece que acertei em cheio, não é? – sua risada sínica e petulante provocavam-na de tal maneira que estava por um triz de sair de si. – Bom, vou me trocar, melhoras, maninha! – conforme sua silhueta ia desaparecendo em meio ao corredor, a calma retornava à Anastacia.

Casa dos Ackles...

O sol  já se punha, a melodia do silêncio navegava entre os meus tímpanos enquanto girava continuamente aquela xícara de chá em sentido horário, o aroma da erva subia pelo ar em pequenas nuvens sem formas, encaro meu reflexo sobre aquele líquido em movimento e inconscientemente busco respostas nele, aquilo viera como um impacto profundo, e eu ainda estava paralisado...

Algumas horas antes...

— Sam, precisamos conversar! – ordenou meu pai com aquele tom frio e impenetrável, seu tom de voz ao falar comigo não era diferente do tom que usava para falar com seus subordinados, de inúmeros tipos de relações existentes, a nossa poderia ser várias, exceto a de pai e filho.

— Sim, senhor?

— Há algo que preciso lhe comunicar! – ele cruzava as pernas enquanto ascendia um de seus charutos, sempre com aquela expressão de ser superior e inatingível.Não tinha muito conhecimento dos seus trabalhos, mas bastava observá-lo por alguns minutos e dava para se ter certeza de que tipo de trabalho ele prestava.A barba crescida, nem desgrenhada e nem bem cortada, a pele oleosa e ainda que flácida não demonstravam fraqueza e sim experiência, experiências de alguém que já passou por mais coisas que você possa imaginar, seu semblante era sempre o mesmo, despreocupado.Sua voz impetuosa que só de ser ouvida impunhava medo, se fosse compará-lo com alguém, seria um daqueles poderosos chefões que são capazes de cometer massacres e dormir uma noite inteira tranquilamente como se nada tivesse acontecido, e assim era o perfil das pessoas que o procuravam.Mas há tempos que ele não era solicitado, “A paz na humanidade é ruim para os negócios”, ele dizia entre resmungos.Me pergunto em quantas guerras ele já havia se envolvido, e se era esse o legado que iria carregar comigo.

— Estou ouvindo, meu pai! – respondi-lhe no meu comum tom brando, sem demonstrar alguma curiosidade, eu realmente não tinha uma. Todas as ordens,todas as leis ditadas...Eu as seguia sem pestanejar, afinal, era essa minha finalidade, seguir os seus passos.

— Não farei muitos rodeios. Você será o meu sucessor e assumirá o trono da família, sabe disso, não sabe? – ele nem mesmo me encarava, aquele charuto lhe prendia mais atenção que qualquer fala minha, ele não se importava com as minhas respostas, não precisava de uma, apenas impor suas palavras, como sempre.

— Sim, meu pai, é para isso que venho me preparando.

— Até agora temos estado bem, mas nunca sabemos quando iremos enfrentar uma guerra novamente...Você sabe o que mantém um império de pé, Sam?

— Poder, meu pai. – retruquei mecanicamente.

— Exato! Poder...Sabe o que garante poder, Sam?Alianças, meu filho – me contive para não expressar o desconforto ao ouvir aquele pronome possessivo – Boas alianças é que garantem o poder que temos! E é por isso que não podemos correr o risco de ficarmos para trás... – ele tragava o charuto lentamente saboreando a fumaça que inalava.

— Acredito que já tenhamos bastante alianças por aqui, meu pai... – proferi recolhendo a xícara de chá e tomando um gole.

— Sim, é certo que temos boas alianças – ele emitia aquele sorriso nostálgico ao reconhecer o próprio legado – mas não é o suficiente! Por isso estou tratando de firmar mais uma aliança com um poderoso clã e você será uma excelente ferramenta para selarmos essa aliança! – ele finalmente me encarava, e sua expressão vitoriosa e coberta de expectativas decaía sobre mim, era isso que eu era para ele, uma ferramenta de poder.

— Não vejo como poderei ajudá-lo meu pai, mas seja o que for, eu farei! – fingi lealdade, tinha uma imensa prática nisso.

— Não será preciso esforço,meu filho! Na verdade, acho que será um trabalho até agradável para você. A família Mackins, ele são uma poderosa elite em ascensão, mas ainda são inexperientes, não posso deixá-los escapar, tenho alguns planos para eles. – ponderava, se livrando das cinzas do seu charuto, sob aquele olhar distante, sabia que haviam muito mais coisas do que sua boca estava disposta a falar.

— Entendo, e como eu seria útil nesses planos, meu pai? – fingi interesse.

— É simples! – tornava a me encarar recobrando o sorriso vitorioso – Eles têm uma filha, e não vejo melhor maneira de firmar uma aliança que não seja através do casamento, o que acha?!

“Não vejo melhor maneira de firmar uma aliança que não seja através do casamento, uma aliança que não seja através do casamento, através do casamento, casamento...”

Tentei abrir a boca e responder-lhe mecanicamente como sempre fazia, ou forçar uma expressão qualquer, mas não conseguia, meu corpo estava completamente paralisado por aquela palavra, “casamento”...Ela ressoava na minha mente e me bombardeava freneticamente. Seus lábios se moviam e seu olhar estava focado em mim, provavelmente esperando alguma resposta, mas não a tinha!Esperava qualquer um de seus planos sórdidos,egoístas e cruéis, mas aquilo não...De todos os sacrifícios e atitudes insanas, aquilo era a única coisa que não conseguia aceitar.Por quê? Por que nunca havia pensado em me casar antes? Mas aquilo não seria problema, casamentos eram apenas contratos no fim das contas, por toda minha vida fui sujeitado a coisas que não queria, e sempre as fazia sem refutar, normalmente aquilo também não deveria ser questionado.Normalmente eu aceitaria,casaria e firmaria o contrato, talvez tivesse algum problema para lidar com a mulher em questão, mas sempre usei de minhas artimanhas para me sobressair, manipular os outros era o que fazia de melhor, não deveria ser difícil no fim das contas, mas por algum motivo, alguma razão pertinente me impedia de aceitar, algo que me fazia hesitar nitidamente, mas o quê? Que razão circunstancial estava me prendendo daquela forma? Seria...

— Sam! – seus gritos me tiraram do transe e pisquei algumas vezes a fim de recobrar a consciência. – Escutaste o que vos disse? – seu semblante parecia impaciente, me perguntei a quanto tempo estava paralisado.

— Sim, claro! Perdão, apenas fui pego de surpresa! – menti.

— Entendo, leve isso como um pacto, ou um contrato, afinal, o casamento é apenas isso no fim das contas, um contrato! E creio que ainda terá alguns benefícios – ele sorria maliciosamente em menção companheirismo, senti meu estômago embrulhar com a ideia de ter relações com uma desconhecida.

— Sim, meu pai... – fora as únicas palavras que consegui assimilar naquele momento.

— Bom, eu tenho que ir agora. Não esqueça de comparecer à casa deles amanhã, irá dar tudo certo, apenas seja você! – ele tocava os meus ombros amistosamente antes de sair e forcei minhas bochechas numa espécie de sorriso.

Atualmente...

                As palavras de meu pai insistiam em ressoar a minha mente,normalmente eu não estaria preocupado, já havia passado por situações muito mais complicadas,confesso que nunca havia pensado sobre me casar ou algo do tipo,nunca havia ansiado qualquer mulher,logo, casar-me não seria nenhum infortúnio, e o alvo não importaria, mas de alguma forma, essa ideia estava se tornando um incômodo, e algo dentro de mim persistia em recusar.Há tempos que não tinha um conflito interno, na verdade nunca os tivera, somente depois de...Aquela mulher...Seria ela o motivo de toda essa hesitação? Seria ela a razão do meu inconsciente recusar outra mulher?A imagem do seu rosto retornava a minha mente, e meu corpo reagia aos estímulos daqueles pensamentos...Não tinha escolha, iria esquecê-la e seguir com esta outra, seja lá quem fosse, iria firmar o contrato com ela, assumir o meu clã e tirar o meu erro de vez da minha vida e do meu coração.

                               Como se isso fosse possível...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo! o/

#Violet



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