Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 50
Capitulo 50


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Sabem que está acabando né? Mais dois capítulos, talvez três, depois temos o bônus que prometi.
obrigada.



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Pov – Daryl

   Meus olhos se prendem nos dela enquanto minhas pernas simplesmente param de funcionar. Imaginei uma guerra para tê-la de volta, mas ela caminha ao lado de Carl, vem para mim, linda e inteira. Viva. Minha mulher.

   Carl desembesta a correr, quando penso que vai abraçar o pai envolve Michonne em um abraço. Se esconde nos braços dela e não me lembro de ter visto Michonne tão vulnerável e desnuda.

   −Mãe. – a voz dele sai estrangulada, é quase um gemido e ela o aperta nos braços. Chora, nunca vi essa mulher extraordinária chorar, nem Rick sorrir assim, largamente. Levemente, não quando uma guerra sem precedentes nos aguarda.

   Volto meus olhos para ela que caminha ainda em minha direção, secando uma lagrima teimosa. Gosto quando sua fragilidade fica a vista, me lembra a garota do Walmart que vive dentro dela e que não tomei nos braços como devia.

   −Daryl. – Ela finalmente está comigo, em meus braços, com seu cheiro, seu gosto num beijo longo, cheio de pressa, saudade e alivio. – Sabia que me encontraria.

   Toco seu rosto, investigo sua pele, procuro por marcas, agressão qualquer coisa que ela não possa dizer, mas nada, Hannah está inteira. Linda como todos os dias.

   −Como conseguiram fugir? Eles estão atrás de vocês? – Michonne afasta Carl para puxar a espada em alerta. Mataria por ele, morreria também. Como apenas pais e mães podem fazer, sem culpa ou arrependimento.

   −Calma. Tudo está bem. Ele nos libertou. Vamos contar tudo. – Hannah avisa e relaxamos. – Melhor caminharmos logo para casa. Quero abraçar minha menina. Lá reunimos todos e explicamos o que aconteceu.

   Uns metros depois a caminhonete de Hilltop se aproxima. Beth e Jesus estão nela. Vai ser bom termos carona. Tem muito acontecendo, muito em jogo, temos pressa.

   −Subam. – Ele pede e saltamos na caçamba, Jesus faz a curva. Beth e Hannah se olham pelo vidro traseiro, colam as mãos com ele entre elas. Sorriem. Hannah tem tudo de volta, tem em dobro agora, uma família que a irresponsabilidade de Charlie e Merle tiraram dela.

   Depois ela se encosta em mim. Envolvo seu pescoço. Carl está calado e sombrio como sempre, quero saber tudo, mas posso esperar, meia hora de viagem não é nada perto do que tínhamos em mente.

   −Como Brook está?

   −Querendo você. – Ela sorri. – Abraçada ao tigre, sob minhas ordens acredite se quiser. Eu pedi a ela para ficar perto dele. – Um arrepio passa por meu corpo e ela sorri.

   −Confio loucamente naquele animal para cuidar dela. Por mais estranho que parece tem algo entre eles.

   −Eu sei. Por isso pedi a ela, segurei a língua para não me dirigir diretamente a ele e pedir que cuidasse da minha menininha. – Hannah me beija, volta para meus braços. Rick, Mich e Carl estão em silencio, vejo quando Rick procura a mão de Mich e entrelaça a sua. Ele tem de novo uma família, eu tenho uma e aquele maldito não pode nos tirar isso.

   −Brook está segura com ele, por mim ele ficava lá e protegia ela enquanto atacamos.

   −Ele não pertence a ela Hannah, vai partir quando tudo acabar, pertence ao Ezequiel e ele não vai abrir mão dele.

   −Eu sei. – Ela se encolhe. Não podemos fingir que a guerra não vai acontecer, não podemos acreditar que vamos ficar todos de pé. Pode ser qualquer um de nós, pode ser todos. Não há garantias e isso machuca. Quero pensar em outra coisa.

   −Sua garotinha estava num mal humor. Muito teimosa e respondona. Precisa dar um jeito nela.

   −Puxou seu irmão. De um jeito você. – Hannah brinca e suspiro sem saber como fazer isso.

   −Nunca pude controlar Merle, não vejo como segurar aquela tigresa. Nem sei como vai ser quando for uma mocinha. Vai ser dona do mundo.

   −Se tiver um mundo. – Hannah admite abatida.

   −Vamos garantir que tenha um. – Rick diz firme. Ela o encara sem muita fé.

   Os portões de Hilltop se abrem. Assim que o carro para Brook corre para os braços de Hannah, ao lado dela o tigre corre junto. Espera paciente que tia e sobrinha se abracem. Ezequiel olha de longe seu fiel amigo escapar-lhe por entre os dedos, perdido de amores por minha menina.

   −Tia, eu pensei que estavam mentindo para mim, que ia morrer, que nunca mais eu veria você. – Brooklyn chora. – Você trouxe ela tio.

   −Claro que sim, mas ela fez isso sozinha.

   −Senti sua falta meu anjo. – Hannah acaricia seus cabelos, toca seu rosto. – Está bem? Ficou segura?

   −O Shiva gosta muito de mim e ficamos conversando um pouco, mas eu estava querendo você e meu tio. – Ela me abraça, beijo seus cabelos, me lembro do tempo que era o caçador, que não sabia o que fazer com ela, como toca-la, como demonstrar o quanto me importo e como hoje eu apenas posso amar Brooklyn sem medo.

   −Acho que tem que ficar mais um pouco com ele. Vamos ter que reunir o grupo e conversar querida.

   −Coisa de guerra, já sei dessas coisas. Eu fico aqui. – Os olhos marejam. – Tenho medo tia.

   −Eu também meu anjo. Acontece que precisamos fazer isso. – Ela balança a cabeça. – Depois quando acabar vamos para casa em Alexandria.

   Hannah beija o rosto de Brook e caminhamos para o meio da roda de homens e mulheres que já se formam.

   −Douglas está morto. – Ela começa. Carl se junta a nós, para ao lado de Hannah como se estivesse ali para confirmar sua história. O rosto erguido os olhos mortos.

   −Como sabe? O que aconteceu? – Uma mulher questiona.

   −Vou contar tudo e temos muito agora, informações importantes, que podem mudar essa história.

   As pessoas prestam atenção. Todos em torno de Hannah e Carl. Interessados em tudo. Se isso nos der uma chance que seja então eu quero acreditar.

   −Vi o Douglas saindo por uma fresta nos fundos, eu o segui. Carl também viu de outro ponto e nos seguiu. Douglas se encontrou lá fora com uns homens. Salvadores, queria um encontro com o Negan. Pelo que entendi o próprio Negan devia vir, esse era seu plano. Entregar nossa união, contar ao Negan tudo em troca de segurança. Nesse ponto eu fui vista e me prenderam com ele, os homens não queriam mais que a cabeça de Douglas e foi o que fizeram, pouco interessados no que ele tinha para dizer e acreditando que eu diria mais tarde. Levaram a cabeça para Negan e junto eu fui como refém. Carl me seguiu. Cheguei primeiro, fiquei presa. Não fui machucada, não sofri nada, disse que estivemos em Hilltop dispostos a roubar vocês. Para pagar o que Negan nos exige. Ele pareceu aceitar isso.

   −Conseguiu chegar lá sozinho Carl? – Maggie questiona.

   −Sim. Matei alguns homens dele. Fui pego e eles me levaram direto para Negan e Hannah. – Carl conta a todos.

   −Ele é terrivelmente vaidoso, tão arrogante que não consegue resistir e nos levou para um passeio pelo santuário. Posso desenhar como é tudo por lá. Eu e o Carl prestamos muita atenção em tudo. – Isso é bom, nos dá mais uma vantagem além da surpresa.

   −Como fugiram? – De novo a mesma pergunta, dessa vez é Jesus a questionar.

   −Ele nos libertou. Negan fez isso. Nos deixou numa sala a noite toda e pela manhã nos mandou partir.

   −Depois de matarem mais homens dele? Negan simplesmente os deixou ir?

   −Sim. – Ela avisa e todos ficam receosos. Claro que ficariam. É estranho.

   −Não entendo a mente desse homem. – Beth diz confusa. Ezequiel anda com seu cajado de um lado para outro. Noto Carol ali, ao lado de Morgan. Fraca, mas finalmente de pé e atenta a conversa.

    −Ele é um negociante. – Carol diz ganhando atenção. – Esse mundo para ele não passa de sua chance de se dar bem. Não nos vê como pessoas, somos máquinas de fazer dinheiro, ou o que o valha nesses dias. Ninguém quer uma máquina quebrada. Ele nos quer todos vivos para trabalharmos para ele.

   −Negan é um vaidoso, arrogante e está tão certo do terror que implantou nas pessoas que nesse momento se sente seguro, tão seguro que não consegue nem mesmo sonhar que alguém é capaz de desafia-lo, de enfrenta-lo. É isso que torna esse momento precioso. – Ezequiel diz com sua voz firme e sonora. Suas palavras vibram e dão força as pessoas a sua volta. – Essa é sua fraqueza e por isso estou aqui, por isso trouxe minha gente.

   −Ezequiel está certo. Esse é o momento. O único momento. Não podemos esmorecer, temos que lutar agora. – Rick toma a frente. – É nossa única chance. Precisa ser uma luta sem recuar. Sem esmorecer. Se ele ficar de pé. Se seus homens puderem se reagrupar então nunca mais ele vai baixar a guarda.

   As pessoas vibram decididas. Hannah procura minha mãe e aperto dando esperanças a ela, mesmo que não encontre as minhas. Posso cair, só não posso vê-la cair, apenas isso me mataria. Ver minha Hannah me deixar.

   −Talvez ele seja mesmo assim. Um vaidoso sem limites, acho mesmo que é. Assim como acho que nos deixou sair porque tinha seus planos. Ele nos acha fortes e tem esperanças que um dia nos juntemos a seu bando, mas é um homem com um exercito e ninguém constrói aquele exercito sem um cuidado, apenas contando com a sorte. – Hannah diz e agora ela domina as atenções de todos. – Acho que ele pode ter mando alguém atrás de nós. Não devemos perder tempo. Não temos outro momento, se descobrirem o que estamos armando perdemos a única coisa que pode nos dar vantagem. A surpresa.

   Maggie surge com papel e caneta. Ao seu lado Earl carrega uma mesa de armar. Todo é colocado a frente de Hannah.

   −Mostrem tudo que viram. Como é lá dentro, cada detalhe que se lembrarem pode ser importante.

   Maggie pede e sem demora Hannah e Carl começam a riscar o papel em uma planta simples, mostrando quantos homens, o que tem lá dentro, o que eles podem ter atrás das portas. Comida, armas, um quarto com suas esposas.

   −Um quarto com mulheres, quer dizer, temos que protege-las. – Maggie diz preocupada.

   −Não sejam inocentes, são guerreiras como os homens, matam como eles, foram essas esposas que quase te mataram Maggie. Você e a Carol. – Jesus avisa. Um problema a menos. Melhor que elas estejam dispostas a lutar do que sejam apenas inocentes em meio a uma guerra, não é tão simples lidar com o que vamos fazer.

   Depois começamos a fechar o plano, dividir os homens e organizar o ataque, devemos estar prontos para os zumbis, os que deveriam ser nossos únicos inimigos virão com o barulho e se por um lado podem nos ajudar pegando alguns homens dele. Zumbis não fazem distinção e acabamos tão vulneráreis quando eles.

   Está tudo decidido, é pegar as armas e partir. O ataque aos postos deve estar perto de acontecer. Se tudo for sincronizado e certo vencemos, e se isso acontecer então podemos recomeçar até que um outro inimigo se levante, eles sempre virão, mas vamos estar sempre prontos.  

   −Anda! – A voz de Abraham soa alta, nos viramos e ele surge com Dwight amarrado. O atira no meio do grupo. Quero eu mesmo acabar com o desgraçado. – Aí está. Olha se o Negan é tolo. Mandou um espião.

   −Não estou sob suas ordens. – Ele diz de joelhos no meio do grupo. Ando de um lado para o outro, tento avançar, mas Rick segura meu braço.

   −Calma! – Rick me pede. – Vamos ouvi-lo.

   −O que esse infeliz pode ter a dizer? Ele nos entregou ao desgraçado. Todos nós. Glenn! – Eu grito me soltando de Rick e acertando um soco no maldito espião. Hannah me puxa.

   −Daryl calma. Vamos ouvi-lo.

   −Sei o que fiz. – Ele diz com o nariz sangrando, as mãos amarradas de joelhos diante de todos. – Acham que não queria ser pego e trazido até aqui? Me viu porque me deixei ser visto, não lutei. Lutei? – Ele pergunta a Abe que balança a cabeça. Confirmando sua versão. – Olhe para mim Daryl, para o meu rosto. Me viu antes disso. Se lembra? Quem acha que fez isso?

   −Aquele desgraçado que você serve feito uma vadia! – Digo querendo avançar sobre ele mais uma vez. Hannah envolvendo meu braço para me impedir.

   −As mulheres, minha mulher. Cherry, todas as mulheres são dele, tudo que importa, que tem valor, tudo pertence a ele. Foi isso que eu ganhei por aquela fuga. Ele me queimou diante de todos. Cherry tem que servi-lo.

   −Ele garantiu sempre que não há estupro. Que não permite. – Jesus afirma. – Hannah esteve lá e nada aconteceu. – Todos olham para Hannah, nem consigo pensar nisso.

   −Ele não me forçou a nada. Não me tocou. – Ela me olha. – Se insinuou, é um narcisista que se acha irresistível, mas aceitou minha recusa. – Odeio pensar nisso. Fecho meus olhos um momento, mas me refaço do ódio.

   −Tem muitos modos de ter o que quer, quando não te dá escolhas, quando prova sua superioridade, ele... – Dwight baixa a cabeça, está ali de joelhos declarando que sua mulher pertence a Negan. – É isso ou morrer ou ver a pessoa que ama morta. Por que acha que estamos ali. Não fui o único a ser punido por ele. Não sou o único cansado.

   −O que você quer? – Rick questiona. – Por que acha que confiaríamos em você?

   −Arrisquei tudo. Quero uma chance.

   −Ouviu o que está acontecendo. Sabe dos nossos planos, vai contar tudo. Esse é seu objetivo? Nos enganar e nos entregar. – Rick se abaixa diante do homem de olhos assustados, não consigo sentir pena. – Por que acha que vai sair daqui vivo?

   −Me escute ao menos. – Dwight pede suado, assustado, começo a desconfiar que ele pode mesmo ser útil.

   −Deixa ele falar Rick. – Eu peço, Rick continua a olhar para ele de perto.

   −Fala. O que você quer.

   −Eu sabia que ele deixaria os dois vivos, sabia disso por que no fundo Negan teme você. Ele sabe que não pode subjuga-lo como fez com os outros grupos, sabe que um passo em falso e vai se rebelar contra ele. Assim como eu sabia que já estavam fazendo isso. Vi o que Daryl fez, vi que tipo de pessoas são.

   Dwight me procura com os olhos, nos enfrentamos um momento. Tudo intenso entre nós. Ele me enganou uma vez, me tirou minha moto, minha besta e não contente atirou em mim, estamos nos enfrentando faz um tempo.

   −Talvez não saiba, mas quando atirei no seu ombro estava salvando sua vida. Sabia que Negan mataria um de vocês, sabia que ele iria preferir um dos homens e sabia que evitaria os feridos, não por piedade, mas por que na cabeça dele um homem ferido faria menos falta, seria quase um alivio e ele queria o show, o drama, queria o que conseguiu. Por isso atirei. Acertei minhas contas com você.

   −Não está nem perto disso. – Penso em Glenn e ele vai morrer sem ser o bastante pelo que ajudou Negan a nos tirar.

   −Consegui falar com Charry, disse que viria, que seguiria o grupo até aqui e tentaria um acordo, ela não vai lutar. Quando atacarem vai se esconder com algumas mulheres de confiança, que assim como nós não quer ser mais escravo dele, tem homens que me seguiriam, que se renderiam e acabariam do nosso lado. O que quero é apenas que me deixe partir com quem se render e não fizer parte da luta. Facilito a entrada de vocês. Eles estiveram lá. Sabem das dificuldades.

   É um bom plano se pudermos confiar, ele nos ajuda, depois parte com o bando e seguimos nossas vidas com Negan morto.

   −Como posso confiar em você.

   −Não pode Rick, tem que confiar, é um risco. Me arrisquei vindo aqui, sei que ou confia em mim ou me mata, mas estou aqui, ajudo com os detalhes, sigo com vocês, não antes, nem depois, junto, entro uns minutos na frente, o bastante para confundir os homens e abrir os portões, depois deixo que lutem, derrubo os que puder do lado de vocês e se vencerem então deixo vocês em paz, fico com o grupo, conheço a floresta, posso sim fazer uma horta, matar zumbis, um dia talvez possamos negociar.

   Ficamos um segundo nos encarando. Sem saber direito o que pensar. É um risco, mas é também uma grande vantagem, a maior de todas.

   −Me responsabilizo por ele. – Morgan pede. – Rick precisamos disso, de confiar nas pessoas, nem todo mundo precisa morrer, ele perdeu a mulher, ele está marcado para sempre. Já falamos sobre isso, podemos viver sem tanto ódio.

   Rick cede, Hannah me olha, afirma e só posso assim como ela confiar. Que escolha temos?

   −Saimos em meia hora, se despeçam, levem água, ele vai amarrado até lá. –Rick diz a Morgan que afirma. Ajudando Dwight a ficar de pé.

   Eu e Hannah seguimos para Brook, ela está com Maggie. Hannah abraça Maggie primeiro. Sem palavras as duas se olham longamente, é inútil pedir a ela que cuide de Brook, sabemos que se perdermos essa guerra então ele virá e nada nem ninguém vai restar.

   −Já vão sair de novo? – Brook pergunta e me sento com ela no colo. – Tio eu quero ir para casa. Quero ficar lá no meu quarto com minhas bonecas. Chega de lutar com esses homens maus.

   −Falta pouco mocinha, logo vai para casa. Preciso que fique segura aqui, sabe como é? Se proteger dos zumbis, se esconder se for preciso e esperar. – Sinto um nó na garganta. Tenho medo que espere para sempre. Ela se encosta em meu peito e fico com ela um longo momento. – Amo você pequena. Muito, é a pessoa mais importante do mundo todo para mim.

   −Também te amo tio. Promete que chega, depois vamos embora?

   −Prometo. Vai ficar com a Maggie está bem?

   −O Shiva vai também?

   −Precisamos dele meu amor. Da força dele. – Ela balança a cabeça e lagrimas correm. – Desculpe.

   −Vou pedir para ele ser bem bonzinho e ajudar bastante.

   −Obrigado Brook. – Beijo sua testa e fico de pé. Hannah a abraça chorando. São mãe e filha sinto isso toda vez que as vejo juntas.

   −Minha princesa. – Hannah sorri por entre as lágrimas. – Cuida da Lyn, não chora, respeita a Maggie, brinca, corre, ri, não deixe de ser corajosa, Shiva vai voltar e ele chegará aqui primeiro, quando ele chegar fica com ele, dá água para ele e um bom abraço, ele vai ficar do seu lado.

   −Está certo tia. Volta logo, não quero ficar sem você e meu tio. Só o Shiva não adianta. – Ela soluça. As duas se abraçam. Hannah não promete voltar e sinto raiva. Ela não está indo para morrer, eu nunca vou deixar isso acontecer. Nunca.

   Hannah beija Brook meia dúzia de vezes e depois segura minha mão, acenamos para nossa menina, para Maggie de pé a seu lado, com uma mão no ventre e outra no ombro de Brook.

   Nos viramos. Jesus ajuda Beth a vestir o tipo de armadura que os homens do reino vestem, ele mesmo usa uma, podia sorrir se aquilo não me lembrasse Maggie e Glenn com aquelas roupas ridículas de soltados na prisão.

   −Calma Baby, já vai se despedir da sua irmã, só falta uma tornozeleira, é muito magrinha.

   −Que ótimo Paul, adoro esse tipo de elogio quando já estou me sentindo bem ridícula.

   −Impossível Baby, você é linda, mesmo assim toda... vestida para guerra. – Eu e Hannah nos olhamos. Jesus se afasta dela um momento. – Baby, você está sexy.

   Sigo com Hannah para o portão, se sobrevivemos vou dizer a Beth o quando esse apelido é ridículo.

   −Você vai voltar Hannah. – Digo a ela no portão, ainda do lado de dentro, prestes a marchar para uma guerra.

   −Apenas se você voltar Daryl, ou vivemos os dois, ou morremos os dois. – Aquilo me assusta, ela olha para Brook que nos acena ansiosa. Não é justo que viva sempre por um fio. – Não posso dizer a ela que perdi você, não posso, então além de me proteger, precisa ficar vivo. Faça isso, porque se tentar morrer para me salvar saiba que me enfio na frente da primeira bala.

   Eu a abraço. Aperto Hannah e a beijo. Um longo beijo, talvez o último beijo, ela me deu vida, razão, esperança, vive com ela os mais intensos e perfeitos momentos da vida, se morrer então pelo menos agora posso dizer que sei o que é ser feliz e inteiro. Devo isso a Hannah, ela me ensinou, disse que faria e fez.

   −Eu te amo Hannah.

   −Eu também te amo Daryl e vamos criar Brook juntos. – Seco sua lágrima, ela sorri. – Foi a última que derramei, prometo.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSS