Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 48
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Oieeee
Espero que gostem. O próximo sairá no domingo. Obrigadaaaaaaaaa



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   Pov – Carl

   Lanças e bastões, é com isso que esses caras acham que vão combater aquele maluco psicopata. Glenn está morto. Morto, depois de tudo que fez pelo grupo, ficamos lá de joelhos assistindo ele morrer.

   Atiro a bolinha na parede do casarão, ela retorna acertando meu braço. Malditos exercícios que só servem para provar a droga que é minha visão agora. Atiro de novo e dessa vez presto atenção, consigo pega-la. Suspiro um tanto cansado.

   Enid ainda não me perdoou por tê-la deixado trancada. Devia estar grata de não ter que como eu carregar na memória o que aconteceu com Glenn, devia estar grata por não ter terminado de joelhos, não me lembro de ter me sentido mais humilhado, nem quando fomos rendidos em Terminus, até aqueles malditos canibais tiveram mais respeito.

   Chuto umas pedras no chão. Agora estamos nessa droga de lugar. Ao menos meu pai parece começar a entender que eu não sou mais um garotinho e que preciso lutar.

   Não sei que tipo de homem ele teria se tornado sem Michonne. Difícil pensar, acho que estaria tão ou mais maluco do que ficou na prisão. Daquela vez foi Daryl quem cuidou de tudo e todos. Agora meu pai está ao menos focado e determinado, não falando com fantasmas. Isso já é bom.

   Ergo meus olhos a tempo de ver intrigado Hannah sair atrás de Douglas por uma fresta no muro. Fico um momento indeciso entre avisar e segui-los. A segunda opção parece mais inteligente.

   Sigo de longe os dois. Primeiro Douglas se reúne a dois homens. Vejo quando um deles se aproxima de Hannah. Quero chamar sua atenção, ela não parece percebe-lo. Me ergo para ajudar, mas então é tarde, ela está rendida e me encolho mais uma vez.

   Olho para os muros de Hilltop, até voltar, avisar e retornar com um grupo pode ser tarde. Eu apenas fico ali, olhando a conversa sem ouvir o que dizem. Vejo Douglas se alterar, as coisas vão mal e tenho certeza disso quando ele é assassinado e tem sua cabeça cortada diante dos meus olhos.

   Impossível não pensar em Hershel. Meu coração dói com a lembrança. Hannah é levada e só posso segui-los. A cabeça vai pingando sangue.

   Os acompanho até uma pequena estrada de terra, me preocupo quando vejo um jipe parado na estrada. Vou perder o rastro deles. Assisto ainda escondido quando entram no carro e ganham a estrada levantando poeira.

   Paro de pé no meio da estrada olhando as marcas que o jipe deixou. O que eu faço? Sei o que é correto fazer, minha mente grita para voltar e avisar o grupo.

   Acontece que eu sei como tudo vai ser, diálogos, um grupo de busca, pequeno enquanto Daryl tenta rastrear e mais mortes. Eu posso seguir. Posso acompanhar as marcas de pneus, descobrir onde eles estão e retornar com um grupo para a maldita batalha. Isso é muito melhor.

   Me apresso. Não tenho água, não tenho nada além de uma faca e minha pistola. O pente está cheio. Dá para fazer um pequeno estrago e desde que não seja uma horda eu posso derrubar muitos antes de cair. Basta me desviar de zumbis.

   Arrisco dizer que não terão muitos pelo caminho. Esses salvadores devem limpar a região, parece inteligente fazer isso e eles tem homens o bastante para isso.

   As marcas ainda estão fortes no chão depois da primeira hora de caminhada. Se for pensar bem essa hora talvez Daryl já esteja em uma trilha. Ele não é o tipo que senta e espera. Não mesmo.

   No fim parece meio tolice ter seguido sozinho, meu pai e Daryl não vão esperar, quando derem por minha falta e falta de Hannah as coisas vão se aquecer quem Hilltop. Nunca penso direito. Paro de andar pensando em voltar. Tanto tempo de caminhada perdido. Não, já estou aqui, eu vou continuar.

   A estradinha faz uma curva fechada duas horas depois. Eu diminuo meu passo e prefiro a mata, é mais fácil de me esconder. Depois da curva vejo sacos de areia fechando a passagem. A estrada da espaço para apenas um carro passar, estou perto.

   Aguço os ouvidos, quero ter certeza sobre estar sozinho. Caminho abaixado por entre as folhagens. Dois homens estão sentados lado a lado, fumando enquanto suas espingardas estão apenas encostadas ao lado.

   Eu devia derruba-los. Dois a menos, não vou achar oportunidade melhor e se meu pai estiver a caminho é mais seguro não ter homens ali para pega-los desprevenidos.

   Me posiciono, tenho que ser rápido e certeiro, quando o primeiro cair o outro vai se alarmar e não pode me achar antes que o acerte. Me escondo atrás de um tronco de árvore, destravo a pistola e o clique parece ecoar pela floresta. Fico imóvel com medo de ter sido percebido.

   Os homens estão rindo e não escutam. Minha respiração volta ao normal. Faço mira. Tento sentir algo, pena, medo, qualquer coisa, não sinto, simplesmente não sinto, eles não sentiriam por mim, as coisas são assim agora, você mata ou acaba morto, tudo sempre retorna. Não pode evitar, não pode fugir, só resta aceitar.

   Disparo e acerto o primeiro no meio da testa, ele cai, o companheiro se curva para ter certeza do que aconteceu, quando se dá conta tenta pegar a própria arma e atiro, acerta seu ombro, ele dá um tranco para trás, mas quando retorna, eu atiro mais uma vez e dessa vez o tiro acerta a cabeça e ele cai ao lado do outro corpo.

   Fico ali mais um longo momento, esperando por retaliação, nada. Estavam sozinhos, continuo pela mata, pulando galhos e evitando a pequena estradinha até que a floresta via ficando menos densa e posso notar asfalto e um pouco depois uma grande construção.

   Talvez uma antiga fábrica, seja o que for é ali que os salvadores se escondem. Podia sorrir não fosse a lembrança de que Hannah está lá dentro nas mãos deles, que é quase noite, e que pelo tempo que ela está lá talvez seja tarde.

   Um arrepio percorre todo meu corpo, isso mataria Daryl, mataria mais de nós com ele porque eu sei que ele simplesmente enlouqueceria. Já deve estar louco agora.

   Agora tenho que investigar o lugar. Os muros são altos, está começando a escurecer e não tenho mais a mesma visão, mas sei que não tem guardas nos telhados, talvez por que não tenha muito para se ver a noite ou porque eles se acham tão soberanos e inatingíveis que simplesmente baixaram a guarda.

   Me aproximo ainda curvado, vejo dois homens na porta. Um deles está concentrado em olhar a região, o outro parece distraído se acerta-los e correr, talvez na confusão eu consiga entrar e tentar achar Hannah. Quem sabe dar a volta enquanto os homens tentam me achar?

   Uso o mesmo modo de ataque, me escondo atrás de uma árvore frondosa. Destravo, espero e faço mira, primeiro no homem mais atento, sou bom de mira ainda, mesmo com apenas um olho, perco um pouco a visão do que me cerca, mas agora meus ouvidos estão mais atentos. Talvez por isso o clique da trava sempre me pareça reverberar por todo o ambiente.

   Atiro sem pensar muito nas consequências, o homem cai e o outro saca a arma dispara em minha direção, me escondo, são dois disparos e uma pequena bagunça de gritos, me volto e disparo, dessa vez a mira não sai como o esperado e acerto seu abdômen. Ele cai com a mão na barriga.

   É a hora para correr e chegar a lateral do muro menos de dois passos e uma faca gelada se encosta em meu pescoço quando uma mão me agarra a cintura.

   −Podia cortar sua garganta agora mesmo, mas tenho certeza que o chefe vai querer fazer isso ele mesmo. – Uma voz soa em meu ouvido. – Agora fica quietinho e solta a arma.

   Obedeço, sem escolha eu solto a pistola, não devia, se vou morrer como Glenn eu devia ao menos levar mais um comigo, mas penso em Hannah e acabo obedecendo. Ele me empurra em direção ao portão, dois homens carregavam o cara ferido para dentro.

   −Um garoto? – O ferido esbraveja. – É só isso? Um garoto? Sozinho? É tudo que eles mandaram? Eu mesmo vou matar você seu desgraçado. – Ele grita ao meu lado.

   − Não. – Aviso sem qualquer sentimento se não indiferença ao que vai acontecer com ele ou comigo. – Vai morrer na próxima meia hora.  Perfurei seu intestino e rim, está com hemorragia interna, o sangue está se espalhando por dentro de você. Vai tomar seus pulmões e vai morrer sufocado.

   Os homens o arrastam para longe. Sigo com os olhos até ele desaparecer em um corredor, um dos homens que apertam meu braço me chacoalha para andar. Volto meus olhos para frente e Negan está no fim do corredor, de pé, com o bastão apoiado no ombro e uma mão na cintura. No rosto um sorriso desenhado. Cada pequeno gesto dele é desenhado com exclusivo desejo de impressionar, aliados ou inimigos, tudo que ele quer é ser o centro das atenções.

   −Foi ele chefe. Apenas ele, estava sozinho. Matou três. Quatro se pensar no Jimmy. Ele não vai resistir.

   Pov – Hannah

   Quando o jipe para em frente a uma fabrica meu sangue parece congelar nas veias. Seja o que for vai ser logo. Dois homens em guarda se curvam para olhar dentro do carro. Ao me notarem sorriem, os dois fazem isso. Sorriem e isso me assusta, mas não intimida. Ergue meu queixo. Os homens se afastam arrastam o portão pesado e desse momento em diante eu presto atenção em tudo.

   Se tiver alguma chance de sair daqui eu quero levar o máximo de informação. O carro para, é um pátio de fabrica, com galões espalhados pelos cantos, homens aqui e ali armados, muros altos e nenhuma segurança no telhado. Janelas grandes, mas gradeadas. Portas de ferro.

   Passamos por elas, estão abertas, eles realmente não acreditam em inimigos. Do lado de dentro o piso faz barulho quando pisamos, são alguns corredores largos, portas de madeira e uma escada para o segundo andar.

   Caminho entre dois homens armados. Passamos por um pátio cheio de máquinas que agora estão empilhadas no canto. Uma mesa longa com bancos de madeira cumpridos. Mais salas e finalmente uma porta dupla na lateral.

   Um deles me dá um largo sorriso antes de bater na porta. Está ansioso pela encomenda que tem para seu líder. Só então vejo o saco com a cabeça em sua mão esquerda. Escuto o gruído que vem de dentro dela. Aquilo é ridículo.

   −Entre. – A voz que vem de dentro já me é conhecido e procuro controlar meu terror, ele nunca mais vai me ver dobrada. Não tem qualquer outra vida ali além da minha, então que se dane. Ele que faça o que quiser.

   As portas se abrem e ele ergue uma sobrancelha surpreso. Fica de pé e pega o bastão. Lucille. É curioso a relação que mantem com aquela arma. Um bom jeito de provoca-lo eu penso quando ele se aproxima. Não desvio meus olhos dos dele.

   −O que é isso. Que porra que fizeram na merda da missão do caralho que mandei vocês?

   −Douglas estava mesmo vivo. – O homem balança a cabeça. – trouxe como mandou.

   −Foda-se a cabeça. Tira essa porra daqui. Isso é nojento, está pingando porra de sangue de morto em tudo. Vai, leva isso. – Um dos homens sai apressado. – E ela?

   −Apareceu seguindo o Douglas.

   −O que ele disse. Que merda de acordo o desgraçado filho de uma puta queria?

   −Está morto. Não disse...

   −Imbecil! Estúpido. E agora? – O homem me olha. – O que? Ela? Quer que ela conte? O que acha? Acha que esse filho de uma mãe fez certo? Ou ele devia ter arrancado sua maldita cabeça junto.

   −Vai se ferrar! – Eu digo num ímpeto de vingança por tudo que ouvi calada da última vez. Ele se curva para trás numa longa gargalhada.

   −Deixa a gostosa aqui comigo. – O homem sai fechando a porta atrás de si. Ficamos eu e Negan numa grande sala fechada, tudo que tem ali é uma mesa e uma cadeira confortável em um canto, o resto é apenas espaço vazio. – Costumo dar uma esmagada em cérebros aqui. Por isso tanto espaço. Lucille é espaçosa.

   Ele ergue o bastão, passa ele de leve em torno do meu corpo. Sorri olhando direto em meus olhos.

   −O que o Douglas queria além de trair os amiguinhos é claro?

   −Não sei.

   −Escuta vadia. Eu não tenho tempo e estou pouco me fodendo para a o que tem no meio das pernas, ou não tem. – Ele sorri apertando meu braço. Ou fala logo ou esmago sua cabeça.

   −Vá em frente. Quer que fique de joelhos para se sentir mais poderoso? – Eu começo a dobrar a perna, ele aperta meu braço me obrigando a ficar de pé.

   −É uma vadia muito corajosa. Talvez tenha algo sim no meio das pernas. Diz aí, tem um par de bolas aí? Agora eu vou reformular a pergunta. O que fazia tão longe de Alexandria? Vê como já sei tudo sobre o mundinho encantado de vocês?

   Fico calada um momento, não posso deixar que suspeite do nosso plano. Preciso inventar algo.

   −Conhecemos Jesus. Seguimos ele, um pequeno grupo dos nossos, você fez exigências. Nos deu prazos, fomos atrás de suprimentos.

   −Bandidinhos. Que nojo! – Ele solta mais uma longa gargalhada ainda segurando meu braço. – Foram roubar e aquele gatuno os fez mudar de ideia? Aposto que fez.

   −Não sei, segui o homem e acabei aqui. O grupo já deve ter deixado aquela porcaria de lugar. Meu marido vai me procurar.

   −Marido? Tem um marido? O cara da besta não é? Acho que é mulher demais para ele. Vamos lá. Admita que não tem um orgasmo há muito tempo. Posso te fazer gozar a noite toda gostosa.

   −Me solta! – Puxo o braço com força, ele não impede. Caminha pela sala com o bastão balançando em sua mão.

   −Prefere se atracar com minha Lucille? Ela é mesmo possessiva e vive sempre com tanta sede.

   Ando até a janela. Os vidros são escuros e não vejo muito. Além disso as grades não me daria chance, o único jeito de sair é pela porta.

   Sinto o hálito quente em minha nuca e me viro, ele está quase colado a mim. Seus lábios se aproximam do meu ouvido e só consigo sentir nojo.

   −Podemos foder antes e conversar depois. O que acha?

   −Se vai me estuprar vá em frente. Não será o primeiro. – Ele se afasta. Seus olhos cintilam de ódio. – É o único jeito de conseguir o que quer.

   −Não permito isso. De jeito nenhum. As mulheres gostam de um homem como eu. Não preciso abusar. Forçar. Toda mulher quer um macho para fode-la com força e mantê-la viva.

   −Nem todas. Só as covardes e fracas. Uma mulher de verdade não se curvaria a um homem baixo como você.

   −Meus palavrões te ofendem? – Ele ri, ainda parado diante de mim. Ergue o bastão, passa por minha pele e depois o deposita no ombro. Me encara nos olhos.

   −Não vai conseguir nada de mim.

   −Lucille pode ser mais eficaz. Quem sabe marcar um pouco essa pele bonita até que decida falar. O problema é que quando ela começa não se controla. Não é mesmo querida? Me deixa de pau duro.

    −Sabe Negan. Essa sua obsessão por Lucille. Freud explica. É só ela ou todos os objetos fálicos te deixam assim? De pau duro.

   −Vadia filha da puta! – Ele ergue Lucille, sinto quando ela passa a centímetros do meu rosto para acertar propositadamente a parede ao meu lado e levar consigo um pedaço do reboco.

   Não consigo evitar. Simplesmente quero que ele fique furioso o bastante para acabar logo com tudo ou sair daqui e me deixar pensando num modo de fugir.

   −Você está com sorte. Vou dar uma mijada e já volto. Nossa conversa está longe de acabar.

   Ele deixa a sala. Vasculho a mesa, as gavetas, quase todas trancadas, forço, mas o barulho pode atrair alguém. Encontro uma faca na última gaveta. É melhor que nada. Prendo na bota imaginando que no fim. Quando ele se cansar vai me mandar ficar de joelhos e posso ao menos tentar. Se leva-lo comigo já vai ter valido a pena.

   Quando escuto o trinco eu retorno ao mesmo lugar. Ele entra sorrindo, traz uma bandeja com água e comida. Se senta na cadeira e depois de sorrir começa a comer.

   Não me dirige um olhar. Uma palavra. Saboreia a comida lentamente. Toma longos goles de água. Apesar do meu pavor eu podia rir de sua tentativa. Ele não pode ter ideia de tudo que já passei, da fome e da sede que já senti, isso está muito longe de começar a me afetar.

   Me sento o mais longe que posso, sinto o chão duro e as paredes frias me acolherem. Toco a bota. Não sou rápida o bastante para feri-lo mortalmente antes dele revidar.

   Ele termina de comer e empurra a bandeja, toma um gole da água e abre um livro. Aquele infeliz não parece ser capaz de ler nada além de pornografia, mas ele finge bem. Ficamos ali, eu no chão, ele na cadeira lendo, me cansando, me deixando com sede e fome, minando minhas forças, vamos longe com isso.

   Talvez Daryl chegue antes. Acredito nas marcas dos pneus na estrada, no sangue daquela cabeça que marcou o caminho. Se ele tiver a ideia de seguir aos fundos vai encontrar o corpo de depois pode chegar aqui. Apenas se souber que saí pelos fundos.

   O lugar é tão bem fechado, arame farpado em torno dos muros altos, seguranças na frente e janelas com grades. É uma missão suicida. As bombas seria ótima ideia. Os obrigaria a abrir os portões. Lutar, mas comigo aqui dentro ele nunca faria isso.

   A noite começa a cair, a sala começa a perder luz e minha mente não para de trabalhar. Então escuto tiros. Me alarmo. Ele me sorri. Parece vitorioso.

   −Já? – Ele tenta brincar. – Vamos ver. Tony! – Um rapaz magro de rosto pálido e dedos trêmulos entra na sala. – fica com ela. Vou ver que merda está acontecendo na porra do caralho do meu maldito portão.

   Quando fico sozinha com o rapaz me dou conta que é minha chance. Fico de pé. Ele está desarmado, nada além de uma faca no coldre. O rapaz me olha sem muito interesse. Escuto outro disparo e ele vai até a janela.

   Pego a faca e me aproximo. Meu coração dói pelo que tenho que fazer, parece tão jovem, tão pequeno e insignificante que só posso pensar que a vida o engoliu como um dia Merle disse que ela faria comigo, mas não vez.

   Antes que consiga se virar ao sentir minha aproximação eu passo a faca por seu pescoço. É um corte profundo, ele coloca as duas mãos no ferimento e logo elas estão cobertas de sangue. Todo ele está quando lentamente ele vai escorregando apoiado na janela e cai no chão sem vida. Uma poça de sangue se forma sob seu corpo.

   Corro para a porta. Está trancada. A maldita porta está trancada. Não foi ele, alguém trancou por fora.

   −Maldição! – Volto ao corpo caído, vasculho os bolsos, nada de chave. Me encosto na parede próxima a porta. Só me resta esperar Negam voltar e tentar a sorte.

   Aperto a faca com toda força quando o trinco começa a girar. Seja o que for acabou. E foi rápido demais para ser Daryl e nosso grupo.

   Negan entra e dou um passo para ataca-lo, mas depois dele vem Carl seguido por um homem que aponta uma arma para ele. Negan me olha e só posso soltar a faca. Não é mais sobre mim. É sobre um menino, um menino que amo e que veio me procurar.

   Trocamos um olhar. Ele está bem, inteiro, não sei como vamos sair dessa, mas seja como for agora as coisas são diferentes.

   −Matou o Tony? Caralho, será que vocês não sabem conversar? Tudo é matar? – Negan diz andando pela sala. – Eu estou fodasticamente bom hoje. Por que esse dia está me irritando. Cinco homens mortos? Que porra vocês pensam que estão fazendo? – O corpo caído começa a patinar no sangue, os gemidos chegam até meus ouvidos, olho para a faca no chão. Negan chuta para longe quando o zumbi consegue ficar de pé. – O que acha que devo fazer? Em vadia? Que merda você acha que eu devo fazer? Acho que devo alimentar o zumbi com a merda caralhada da sua carne gostosa. Você que fez a putaria toda.

   Tony começa a caminhar. Não pretendo permitir que ele me morda. Penso nas vezes em que assisti boa parte do grupo acabar com zumbis sem uma única arma. Posso fazer. Se ele se aproximar e ninguém me segurar eu posso fazer.

   Quando o corpo está a um metro de mim o bastão de beisebol surge acertando sua cabeça. É devastador o que ele faz, miolos espalhados por toda sala. Espirram em minhas roupas, nas de Carl e em toda sala. Negan me encara com olhos frios.

    −Parem de matar meu pessoal. Já tínhamos um acordo. Não conseguem parar com isso seus psicopatas.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSS