Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeee
Espero que gostem. Obrigada!!!



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Pov – Hannah

   O caminhão está cheio, todos os moradores acomodados da melhor maneira possível, na caminhonete vão com Rick, Carl, Mich, Beth com Judy e Brook. Eu e Daryl na moto e na frente Sasha segue num carro com Rosita, Eugene e Spencer.

   Abraham dirige o caminhão. Tudo está pronto e quando eu e Daryl fechamos os portões de Alexandria meu coração se aperta.

   −Shiva! – O grito de alegria de Brook vindo de dentro do carro me faz virar. Jesus e Ezequiel se aproximam. Antes que alguém possa fazer qualquer coisa Brook salta do carro e corre de encontro ao tigre. Não é possível que vou ter que me acostumar com essa amizade esdrúxula. Minha garotinha e um tigre.

   −Estão todos em Hilltop. Douglas está odiando. Maggie está colocando ordem nas coisas. – Jesus avisa antes de se curvar e beijar Beth que está dividida entre olhar para ele e para o animal que parece ronronar para minha Brook agarrada a seu pescoço uns metros de nós.

   −Ele comeu hoje? – Beth pergunta um tanto assustada. Ezequiel se dobra para rir, seu cajado fincado no chão. Troco um olhar com Daryl, ele é tão excêntrico, isso me deixa sempre tensa.

   −Shiva adora essa garotinha. Acho mesmo que me trocaria por ela sem problemas.

   −Quer morar comigo Shivinha? Que lindinho. – Brook beija e aperta tanto o pescoço do bicho me minhas pernas bambeiam.

   −Prontos? Podemos ir? – Rick convida. Olho mais uma vez para o portão. Quero voltar, tudo que quero é poder voltar.

   −Vamos. – Ezequiel se acomoda com Shiva na carroceria da caminhonete, Brook nos olha.

   −Nem pensar. Vai lá dentro, olhando ele pelo vidro. – Ela faz bico para Daryl, mas obedece. – Já fui o caçador, agora aquele olharzinho de admiração foi todo para o gato gigante. – Ele reclama e gosto de ver seu leve ciúme. Montamos na moto e pegamos a estrada. Seguimos na frente.

   É sempre bom garantir a segurança estando na frente e podendo antecipar os perigos. Não é uma viagem tranquila. Ao menos não para mim. Todas as pessoas que nos importamos estão ali, correndo todo tipo de risco. Pouco antes de escurecer o céu fica pesado.

   Tudo que não precisamos é de chuva. O terreno molhado próximo a Hilltop vai criar problemas para o caminhão pesado com todos os moradores de Alexandria. Meus pedidos silenciosos são ignorados e a chuva despenca quando o céu começa a escurecer.

   Daryl diminui a velocidade. Escuro e chovendo, não falta mais nada. Sem mencionar o frio. A agua gelada penetra minhas roupas e congela meus músculos. Pelo menos a maior parte deles está abrigada.

   −Merda! – Daryl diz fazendo a volta e logo entendo a razão de sua irritação. O caminhão atolou. Estamos tão perto de Hilltop. Ele não podia ter colaborado mais uns minutinhos?

   A chuva agora se foi. Restou apenas o frio de congelar o corpo molhado. Quando nos juntamos ao grupo vejo Shiva saltar da caminhonete, se balançar todo espirrando água para todo lado, meus pés afundam na lama.

   −Vai ter que descer todo mundo. Muito peso para desatolar. – Abraham avisa.

   −Acho que posso liderar o grupo para Hilltop a pé enquanto resolvem isso. – Jesus avisa, é boa ideia. Não podemos ficar todos na estrada. Isso convida os mortos.

   −É o jeito. Rosita você segue de carro com os idosos que não vão poder caminhar. Beth te indica o caminho. – Rick avisa. As portas do caminhão se abrem.

   Começa aquela pequena desorganização de perguntas e nos distraímos decidindo quem pode ir a pé, quem vai de carro e quem fica para desatolar o caminhão.

   A noite está pesada e escura por conta do temporal, tudo que clareia o ambiente é o farol baixo da moto voltado para o pequeno comboio. O grupo que vai a pé se aglomera encolhidos por conta do vento gelado.

   Rosita e Beth organizam algumas pessoas dentro do carro. Todos eles insistindo na própria capacidade de caminhar. É reconfortante saber que estão todos empenhados na tarefa de fazer o melhor por Alexandria.

   O resto de nós se distrai em busca de madeira para desatolar o caminhão. O murmurinho da organização acaba ecoando pela pequena estrada e penso no quanto isso pode ser perigoso. Já estamos parados a pelo menos dez minutos.

   Um alerta dispara sem razão em minha mente, ergo meus olhos em busca de Brook. Vejo Shiva de pé ao lado de Ezequiel, meu coração dispara ao me dar conta que ela não está agarrada ao animal.

   −Brook! – Digo em voz alta varrendo o lugar e chamando atenção de todos. Ela está no acostamento, se curva em direção ao chão em busca de qualquer coisa que não enxergo.

   Um mundo de pequenos eventos acontecem ao mesmo tempo, dou um passo em sua direção. Daryl ergue a besta, Shiva rosna alto, Brook tropeça num pequeno susto, um zumbi sai de dentro da floresta, outro logo atrás, ela cai sentada e uma boca apodrecida se dobra em direção a sua perna.

    O tigre avança numa corrida que lembra um ballet, elegante e preciso salta por sobre Brook, uma de suas patas destroçam o pequeno zumbi ao mesmo tempo que os dentes alongados e afiados arrancam a cabeça do outro e sangue e entranhas se espalham em torno de Brook paralisada no chão.

   Shiva não se alimenta dos corpos, ao contrário disso toma uma postura de alerta diante de Brook. Como se nada, nem ninguém pudessem se aproximar dela.

   Meus olhos marejam quando me dou conta que posso amar esse animal, ele salvou minha vida quando protetor salvou a de Brook. Quero ir até lá, mas meus pés estão grudados no chão. Um silencio assombroso toma conta de todos.

   O tigre está furiosamente silencioso, olhos atentos, a flecha de Daryl voa certeira e um zumbi cai uns metros de mim. Não o vi, não vi nada além de Brook. O susto me trás de volta a realidade. Meu coração volta a bater.

   Brook fica de pé limpando a roupa suja de lama. O tigre a lambe protetor. Eu e Daryl caminhamos juntos em sua direção enquanto os outros vasculham a possibilidade de mais zumbis.

   −Obrigada Shiva. – Digo ao animal que parece olhar dentro dos meus olhos. Enquanto Brook envolve seu pescoço tomo coragem para tocar seu focinho. Ele não parece resistir. – Obrigada. – Uma lagrima escorre quando vejo Brook se afastar do tigre e envolver o pescoço de Daryl.

   −Não vi o zumbi tio, estava ajudando a pegar madeira. O shiva que me salvou.

   −Está tudo bem. – Daryl diz beijando Brook e a apertando, depois ela me estende os braços, enquanto a abraço vejo Daryl tocar o tigre tão grato quanto eu.

   −Amo você minha menina. – Aperto Brook, a imagem do quase ataque se repete em minha mente e eu a aperto como se com isso pudesse evitar o ocorrido. – Não pode ficar sozinha, desculpe me distrair.

   −Agora eu posso ficar com o Shiva? Viu como ele é bonzinho?

   −Vi meu amor. Ele é mesmo muito bonzinho. – Sorrio para o tigre que passa a língua da boca limpando um resto de sangue escuro grudado nos pelos. Um tanto nojento, mas gratificante. – Shiva já tem alguém para cuidar dele. O Ezequiel, vocês vão ter que ser apenas amigos.

   −É.

   −Agora fica aqui do lado dele. Vamos liberar o caminhão e partir.

   O grupo que vai a pé parte na frente. Rosita também leva de carro outra parte do grupo e nós ficamos. Não deixo Brook ir com ninguém. Ela fica ao lado do tigre e decido que posso confiar sua vida a ele.

   Levamos quase duas horas para desatolar o caminhão. Eu e Mich derrubando zumbis que surgem na estrada enquanto os homens fazem o trabalho e Brook fica encostada no carro ao lado do tigre.

   Finalmente podemos seguir viagem. Não demora dez minutos para os portões de Hilltop surgirem. Me esqueço do frio, do medo que senti, tudo vai embora por um momento quando aqueles portões se fecham atrás de nós e me sinto realmente segura mais uma vez.

   Maggie arrumava espaço para as pessoas, homens e mulheres descarregavam o caminhão e os carros.

   Douglas assistia tudo pela janela de seu gabinete. Tem os olhos frios e penso se ele nos trairia. Talvez seja bom ficar de olho nele. Beth me contou sobre enfrenta-lo, ele foi desbancado por Jesus e depois por Maggie. Orgulho ferido pode ser algo perigoso.

   O dia começava a clarear quando o trabalho termina. Me sento ao lado de Daryl nos degraus do casarão. A construção é antiga e bonita, a comunidade é agradável e as pessoas gentis, mas não é nosso lar e quero voltar para casa.

   −Cadê a Brook? – Ele me pergunta.

   −Pegou no sono na carroceria da caminhonete abraçada a Shiva. – Aviso e ele balança a cabeça preocupado.

   −Não está sendo generosa demais? Dormir abraça ao bicho?

   −Fico pensando se pode ter lugar mais seguro. – Ele sorri. – Não consegui reagir. Não enxerguei mais nada.

   −Tudo bem Hannah. Já salvou Brook tantas vezes, já manteve os olhos abertos e atentos, uma falha...

   −Pode matar. – Eu completo e ele me envolve mais. Beija meus lábios. – Vai passar, foi só... Você sabe. Coisa de mãe.

   −Sei. Sentiu. Ergueu os olhos como se tivesse soado um alarme em seus ouvidos, me alertou, ergui a besta sem saber bem o que estava vindo, mas sabia que tinha algo vindo pelo modo como você e o tigre ficaram alertas. Isso é chocante.

   −Dois animais. – Eu brinco sorrindo.

   −Sim. No melhor sentido da palavra. – Morgan se aproxima. Sorrimos para ele, é bom revê-lo. Ainda está com seu bastão.

   −Morgan. É bom te ver. – Ele afirma. Olha a movimentação agora mais lenta de poucas pessoas caminhando aqui e ali, uma rodinha em torno de uma fogueira tomando algo quente.

   −É bom estar de novo com todos, não tinha ideia disso até ver todo mundo, mas senti falta. – Balanço a cabeça concordando. – Devia colocar uma roupa seca. Vai acabar doente.

    −Vou fazer isso. Carol, como está?

    −Não sei bem como isso vai ser, fisicamente ela está praticamente curada, mas não sei como ela vai lidar com todas as mudanças que estão acontecendo com ela. Não pode viver sozinha, não consegue mais viver com as pessoas.

   −É uma fase. – Daryl diz fingindo tranquilidade. – Ela sempre se refez e não será diferente agora.

   −Tomara que esteja certo. Sobre essa guerra...

   −Vai lutar? – Precisamos de todas as forças. Ele balança a cabeça concordando.

   −Tive que fazer concessões, entendi que ás vezes não existe outro modo, no Reino me contaram histórias sobre esses salvadores, acho que não tem como evitar isso, mas não acho que se possa contar com a Carol.

   −Ela pode ficar aqui. Não tenho duvidas de que se o perigo chegar ela vai agir. Ela é assim. – Daryl avisa e desejo que esteja certo.

   −Hannah. – Maggie me chama. Caminho até ela. – Deixei um quarto para vocês, Brook pode ficar comigo e Enid quanto estiverem lá fora, mas enquanto estão aqui fiquem juntos. Melhor recolher suas coisas e ir até lá. Precisa se trocar.

   O quarto é pequeno, duas camas de solteiro, Daryl deixa Brook ainda dormindo em uma delas. Eu tiro a roupa molhada e ele faz o mesmo, deixamos secando sobre uma cadeira e nos deitamos sob as cobertas.

   −Agora está perto de começar. Vamos explodir os postos avançados em dois dias. Eugene trouxe tudo e só precisa montar as coisas.

   −Ele é bem atrapalhado, espero que alguém supervisione isso. – Daryl me abraça rindo.

   −Rosita vai ficar com ele. Dorme um pouco. – Me volto em sua direção para beijar seus lábios e então pego no sono.

   Acordo com o dia alto. Olho pela cortina aberta e deve ser quase meio dia. Me visto enquanto os dois dormem. Eles precisam mesmo descansa. A roupa agora seca. Pego minhas armas e deixo o quarto em silencio.

   Hilltop está tranquila. Dois guardas no portão. Algumas pessoas trabalhando e as pessoas de Alexandria possivelmente descansando. Jesus surge ao meu lado e me assusto com sua chegada silenciosa.

   −Gostando?

   −Não tenho certeza. Onde está o tigre?

   −Num quarto trancado com Ezequiel. Nem todo mundo fica a vontade com u tigre como sua sobrinha.

    −Nossa! Ele foi grandioso, eu também podia beija-lo, só pelo que ele fez.

   −Só o vi defender assim o Ezequiel, mais ninguém. Aquilo foi incrível.

   −Foi. – Andamos lado a lado pelo pátio. – Jesus, sobre o Douglas, como estão as coisas?

   −Quero expor isso ao Rick, não acho boa ideia ele participar das reuniões, não confio nele.

   −Ele não sabe como encontrar o Negan, não teria como nos denunciar.

   −Eu não tenho nenhuma certeza sobre isso, sobre os acordos escusos que fizeram, não mesmo. Melhor garantir.

   −Então faremos exatamente isso.

   −Vou ver a Beth. – Ele me sorri. Só dizer o nome dela e logo um sorriso vem junto.

   −Matar a saudade. Vai, ela está morrendo de saudade também. Vou caminhar um pouco, explorar o lugar.

   −Divirta-se. – Nos despedimos e eu caminho solitária pelo lugar. Não tem muito para se ver. O lugar todo é apenas um cercado de terra com uma mansão antiga e alguns trailers estacionados, uma pequena plantação e alguns galpões.

    Assisto Eugene atento ao trabalho de um homem com uma forja, ele faz perguntas interessado. Sorrio da porta e depois deixo o galpão, Daryl e Brook devem estar prestes a acordar e decido seguir de volta para o quarto.

   Caminho por trás do casarão, paro de andar quando vejo Douglas sair apressado, seu andar cabisbaixo e o sobretudo pesado dão impressão de algo escondido. Algo em mim desperta. Ele olha em torno de si, ergue a gola do casaco e atravessa o pátio em direção a uma fenda no muro.

   Eu sabia que Hilltop devia ter uma saída de emergência além dos portões da frente, mas agora o que importa é que Douglas está saindo sozinho e isso é muito suspeito.

   Fico dividida entre ir atrás dele e avisar os outros, a ideia de que ele pode estar indo ao encontro dos salvadores nos denunciar toma a decisão por mim e o sigo a distancia. Passo sorrateira pelo portão. Rezo para alguém ter me visto sair e estar dando algum alarme.

   Douglas subia um pequeno morro e o sigo me escondendo entre a vegetação. Depois do morro, no declive, dois homens o aguardavam, só de olhar para eles eu já sei que são Salvadores.

   A surpresa dos homens em vê-lo é visível. Eles não contavam que Douglas estaria vivo já que levamos sua cabeça naquele plano de atacar um dos postos avançados. Mesmo não restando nenhum deles agora eu sei que o grupo se comunicava pelo radio e possivelmente avisaram Negan sobre a cabeça.

   −Cadê ele? O recado era para ele vir. – Douglas se apressa assustado.

   −Acha que ele não tem nada para fazer? Nem acreditamos que o recado era seu mesmo. Você devia estar morto, essas foram as ordens, pelo visto Hilltop decidiu se rebelar.

   −Me levem até ele, quero falar direto com ele. Tenho um ótimo acordo a oferecer.

   −Diz o que quer e contamos a ele. – Douglas vai nos vender por proteção. O maldito covarde vai entregar nossos planos. Toco a pistola. Não atiro bem o bastante para matar os dois antes de ser descoberta. Olho para trás, ninguém a caminho. Meu coração acelera com a ideia de que tenho que agir sozinha.

   Quando me volto para ver o que os homens e Douglas decidiram uma arma está apontada em minha direção.

   −Sabíamos que era covarde demais para vir sozinho. – O homem me pega pelo braço, não ofereço resistência e sou colocada ao lado de Douglas.

   −Eu o segui, não vim com ele. – Meus olhos encontram os de Douglas e sinto o quanto está assustada. Covarde maldito, já deve estar arrependido do que fez.

   −Onde está o Peter? Ele foi encontrar vocês no local de sempre e não voltou.

   −Deu seu recado, achamos que era mentira, afinal pelo que sabíamos estava morto, então ele foi punido por mentir. Ops! – O homem ri. – Está morto.

   −Idiota covarde! – Eu acuso Douglas, os dois homens riem.

   −Agora sabem que estou vivo, nos libertem e voltem com Negan. Conto tudo.

   Como esse idiota pode ser tão estúpido? Com que tipo de gente ele acha que está lidando?

   Um deles se aproxima de mim, é grande, gordo e tem uma barba cumprida e cinzenta. Me tira minhas armas e sorri, faltam dois dentes em sua boca. Desvio meus olhos quando termino desarmada e a mercê deles.

   Ninguém vai saber onde estou, não vão nem mesmo desconfiar do que pode ter acontecido, minha mente trabalha rápido, mas não consigo pensar em nada.

   −Contar? Não se preocupe. – O homem segura meu braço me afastando de Douglas. – Ela vai fazer isso, Negan vai preferir ouvir dela. Sabe como ele adora uma garota bonita.

    −Quem não adora. – Ou outro concorda rindo, é mais magro, baixo e os cabelos loiros e ensebados escorrem pelo rosto fino. – Você também vai Douglas, ou pelo menos parte de você. A parte que o Negan pediu e seus homens fracassaram em obedecer. Como você é idiota. Eles salvaram sua pele seu ingrato. Agora aguente.

   Sem esperar qualquer reação e num movimento rápido o homem enfia uma faca no pescoço de Douglas, um jato de sangue jorra, ele leva a mão ao pescoço com olhos arregalados e no segundo seguinte cai.

   −Mas que merda Carson. Para que atingir o pescoço? Sabe que essa merda jorra sangue para todo lado. – Fico imóvel, pensando se vou ser a próxima. Os dois discutindo enquanto assisto Douglas morrer agonizando diante de mim.

   −Vai Kevin, corta logo a maldita cabeça. A moça está enjoando! – Eles riem. O homem pega o machado que traz com sigo, precisa de três golpes para soltar a cabeça, não queria olhar, mas simplesmente tenho os olhos pregados na cena. Ele enfia a cabeça num saco  de tecido, ergue pelos cabelos. – Daqui a pouco a cabeça acorda. – Ele ri. – Essa merda toda é nojenta demais. Vamos.

   −Não vou. – Me recuso quando um deles me puxa pelo braço.

   −Você não tem escolha, pode ir sobre as próprias pernas, ou pode ir num saco como o Douglas aqui. – O homem balança o saco com a cabeça e sangue escorre.

   Me ponho a caminhar com esperança que o sangue seja um rastro bom o bastante para Daryl seguir. Se ele pensar em fazer isso.

   Andamos pela vegetação por uma hora até chegarmos a uma pequena estradinha onde um jipe está estacionado, eles me atiram no banco de trás e aceleram.

   Penso em saltar enquanto estão em movimento, mas a ideia de conhecer finalmente o locar onde os Salvadores se escondem me atrai demais. Posso tentar fugir, se conseguir temos uma vantagem, vou saber onde vivem e aí temos realmente uma chance de vencer.

   Me encosto no banco e espero o encontro com aquele monstro. O rosto de Glenn surge em minha mente e não sei se vou ter sangue frio para lidar com essa situação. A cabeça num saco ao meu lado no banco traseiro começa a emitir sons. Isso é absurdo. Desvio meus olhos. Daryl não vai suportar, não vai dar continuidade ao plano, vai largar tudo e tentar me caçar, mais uma vez. Brook vai ficar lá, sem nenhum dos dois. Sinto medo, por mim, por ele, por todos nós.

   Junto forças para ser a mulher que me tornei. Não vou sucumbir, é sobre Brook ficar segura e nem mesmo aquele bastão maldito vai me intimidar. Por minha boca aquele maldito não vai saber de nada.


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Notas finais do capítulo

Beijossssssssssssssssssssssssssssss



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