Eu aceitei, é claro que aceitei, por que não aceitaria? No fundo eu sabia que nutria sentimentos por Regina desde sempre. Eu tenho certeza, eu a amo.

19.
– Vou almoçar com Robin em um restaurante aqui perto, eu pedi pra que houvesse uma última conversa.
– Quer que eu vá com você?
Caminhei para poder ficar de frente à ela. Um dia havia se passado - concluindo, o dia pós a estadia no hotel - e voltamos para o nosso apartamento. Acabamos de acordar e agora estávamos fazendo nossa primeira refeição - ou seja, café da manhã - que consistia em frutas, e tudo o que poderia ser considerado "saudável" pois Regina me fazia seguir todo um cardápio, ela prezava muito a saúde do bebê e a minha também, na verdade ela sempre me controlou em questão de alimentação, mas iniciou a controlar principalmente agora.
– Não, tudo bem, até acho melhor que seja apenas eu e ele. Robin está chateado, o que é normal devido as circunstâncias, e me colocando no lugar dele acredito que sua presença não agradaria muito, Emms.
Ela me caricia com sua mão meu braço enquanto se pronuncia, em uma forma de me "tranquilizar", talvez para que eu não fique chateada, o que não aconteceria pois eu entendo, de fato minha presença não seria agradável para Robin, reconheço e admiro Regina - se é que é possível admirar ainda mais - por pensar como seria se os papéis estivessem invertidos. Eu até acredito que a sós seria melhor o entendimento dos dois, para uma melhor finalização do caso.
– Certo.
– E depois eu vou para uma reunião no set, seguindo minha intuição e linha de raciocínio, acredito que será decidido o futuro das gravações, da série no geral.
– Eu sei que pra você não é fácil, sua carreira, seu emprego e tudo o que você sempre sonhou e agora isso tudo corre risco, mas eu te conheço bem, e sei que suas atitudes foram as melhores, você não age de um modo precipitado, tudo vem de coração, você age colocando a alma por inteira. Tudo irá retornar certo, tudo ficará no eixo. Não perca a sua fé.
Ela sorri de lado e encosta seu rosto de lado no meu ombro colocando os braços em volta da minha cintura, formando um abraço.
Depois de todo ocorrido era provável que os produtores da série tomariam uma atitude. Regina não se casou para poder permanecer no país, ainda pior - no meu caso posso dizer: ainda melhor, de certa forma - ela deixou Robin esperando na hora da cerimônia.
Ela começa a rir ainda colada ao meu corpo e eu fico confusa pelo gesto.
– Sabe que há boatos da nossa relação?
Murmuro um "uhum" ainda esperando uma explicação. Ela se desvencilha de mim e caminha até a mesa onde estava o seu celular, vejo ela procurar por algo e logo estica o braço com o aparelho na mão.
– E sabe que meus fãs são os melhores, mais criativos, então já temos "fanfic" e várias "fan art". Selecionei algumas pra você ver.
Peguei o celular de sua mão e vasculhei seu rolo de câmera, nele continha desenhos de nós duas, alguns como animação outras mais realistas, feitos por fãs realmente talentosos.
– Incríveis.
Eu observava aqueles desenhos deslumbrada. Puxei Regina pela cintura, que antes me olhava com um sorriso no rosto, me observando olhar os desenhos no celular. Captei seus lábios em um beijo.
– E pelo que sei fanfic são estórias bem interessantes.
– Você não imagina o quanto. - Ela me responde com um sorriso malicioso nos lábios e volta a me beijar.
Eu sabia o quanto "elaboradas" essas estórias feitas pelos fãs costumam ser, até já cheguei a ler algumas, e só de lembrar me despertou desejo pelo corpo da morena - ainda mais, pois sempre a desejo. - E pelo visto nela também. Ela puxa meu braço e me arrasta até o banheiro, e pelo caminho me chama para um banho. Ela trabalha em tirar nossas roupas enquanto eu trabalho em explorar seu corpo com as mãos e com a boca, dando beijos e mordidas.
Colamos nossos corpos nus com o chuveiro já ligado, a água morna caia como fria em meu corpo que era quente por tamanho desejo.
Minha vontade era devora-la por inteira, meu corpo gritava de sede de seu corpo.
– Tengo ganas de ti.*
Como se pudesse ler meu pensamento ela sussurra em meu ouvido. Talvez ela sentisse parcela da minha vontade transmitida pela temperatura em que meu corpo estava. Saber que a vontade de Regina só ajudava elevar a minha.
A viro de costas, e então ela coloca as duas mãos sobre o box e eu dou a volta em sua cintura com um braço para enfim tocar seu sexo inchado com a mão, a estimulo lentamente enquanto ela rebola em meus dedos. Seus gemidos chegam aos meus ouvidos como uma bela melodia. Com a outra mão passeio pela sua cocha e bunda, apertando cada parte.
– Emma.
Seu tom é de súplica. Ela aperta seus próprios seios enquanto continua a rebolar sobre meus dedos em sua intimidade, até então eu não havia invadido seu sexo por completo, apenas a estimulei. Pude entender seu pedido.
– Por favor. Emma.
Introduzo dois dedos, e a vejo apertar ainda mais seus seios e morder os lábios, abafando o som de prazer provocado pela ação feita por mim.
Seu líquido logo se junta a água que cai, gozo junto com Regina, mesmo sem ser tocada.
Ela se vira e me beija ainda em um beijo quente. Terminamos o banho. ela se troca e se arruma para poder ir ao almoço marcado. Logo ela parte para seu destino e eu permaneço no apartamento.

20.
– Quando você vai começar a se mexer ai? Não estou te apressando, esteja no seu tempo, pois te espero o tempo que for necessário, mas já tá na hora.
Sorrio da contradição na frase feita por eu mesma. Desde que descobrimos a minha gravidez eu e Regina costumávamos conversar com o nosso bebezinho. Regina até comprou livros infantis para que pudesse ler para ele, na nossa primeira consulta uma das milhares de perguntas feitas por Regina foi quando o neném teria a capacidade de audição, a médica disse então, que segundo pesquisas e informações isso já era possível no quarto mês de gestação, que no caso é o período em que estamos passando.
Acostumei dormir e acordar com Regina cantando, conversando ou acariciando a barriga. Uma de minhas visões favoritas.
Ouço o barulho da chave e a maçaneta da porta de entrada, direciono o olhar a entrada e Regina entra ao local carregando um sorriso em seus lábios.
– E então?
Ela tira os saltos e senta ao meu lado no sofá, enquanto espero sua resposta.
– Robin não me parece muito mal com tudo que passou, conseguimos uma conversa amigável. E sobre a série, ela terá um tempo de pausa agora, e esse tempo será maior do que de costume.

Enfim tudo estava se encaminhando. Regina transparecia sua felicidade por isso em seu sorriso. E minhas borboletas pareciam gostar de seu belo sorriso.