21.
– Li que nosso bebê era como o tamanho de um pêssego, depois uma maça se transformando em um abacate, agora estamos já no abacate.
Sussurro para a Regina que esta do meu lado na maca enquanto esperamos as informações da ultrassom que agora estava sendo feita por um médico radiologista no qual ainda não conhecíamos. Regina sorri com o que falei.
– Um abacate?
Murmuro apenas um "uhun". E ela alarga o sorriso ainda mais
E aí, as borboletas voltaram.
– Está sentindo o bebê chutando? - O médico diz interrompendo.
– O quê? Não, ainda não.
– Ele está chutando agora. Às vezes é difícil notar logo, mas minha esposa disse que parece com borboletas.
Por mais que eu tentasse não haveria descrição para o que estava sentindo, não com palavras exatas, eu estava transbordando alegria. Então todos aqueles momentos era ele ali, mostrando estar ciente de tudo, podendo sentir o ambiente e minhas emoções e ele respondia a tudo isso.
Peguei a mão de Regina que parecia estática com a notícia de que o nosso bebê já estava se mexendo e pousei sobre minha barriga.
pude ver pelo seu sorriso e seu olhar surpreso que pode sentir ele se movimentando.
Regina se inclina e beija meu rosto. Escuto ela dizer bem baixinho um "obrigada".
– Os batimentos do coração estão ótimos, e dentro de poucas semanas já poderão saber o sexo do bebê.
O médico levanta e pega uma toalha para que eu pudesse limpar o gel que está por toda extensão da barriga.
O agradecemos e logo após saímos do local.
Seguimos caminho até um restaurante onde os amigos e colegas de trabalho de Regina nos espera - só Zelena, Belle, Victor e Tinker dessa vez - . Dentro do espaço fizeram uma pequena comemoração ao saberem dos movimentos do bebê brindando com seus copos, e também a saúde do mesmo e até discutiram sobre o sexo, a maioria sendo três acreditavam ser menino.
– Se for menino Emma terá que ficar grávida e ter os bebês quantas vezes for necessárias até que venha uma menina para Regina. - Victor comentou rindo sobre a morena acreditar e desejar que seja uma menina.
– Vocês falam assim mas eu só quero esse bebê bem e saudável, não importa se for menino ou menina.
Regina olha nos meus olhos enquanto fala, e lá esta nosso filho se movimentando outra vez.
– Ta acontecendo de novo, ele está se mexendo.
Logo sinto quatro mãos sobre a minha barriga, todos da mesa vieram para poder sentir, exceto Regina que não encontrou espaço para mais um mão e alegou ter muito tempo ainda para poder senti-lo. uma cena engraçada mas muito carinhosa, sinto que essa criança será muito amada por todos, na verdade já esta sendo.
Vejo Ruby caminhando em direção a mesa em que estamos, Ruby pergunta antes de chegar se é o bebê e eu afirmo com a cabeça que sim, ela corre para poder sentir a movimentação. Todos por fim dão espaço para que Ruby passa acompanhar o bebê mexer. Logo ele sossegou e seguimos com os assuntos anteriores. Por um momento me distrai, pensamentos me tomaram por completa. Lembranças de toda a trajetória até aquele momento.
A vida é um grande universo de surpresas. A inseminação e o bebê vindo, juntamente com o relacionamento que Regina teve com Robin, e seu quase casamento. Foram momentos difíceis, tive vontade de ir embora, assim era quando eu fui pra o apartamento de Ruby. Mas se eu tivesse feito isso nada iria se comparar a estar com Regina agora, eu nunca encontraria meu lugar, seria um vazio em mim. Tudo por uma dor que acabou sendo passageira. Que aliás, graças aos céus passou com rapidez. Tudo em mim já se cicatrizou.
Temos a mania de viver momentos colocando uma grande intensidade nos sentimentos, as vezes tornamos coisas menores em maiores, como alimentar uma dor "desnecessária", quando na verdade só devemos intensificar momentos bons, devemos lembrar que tudo sempre passa, a dor não vai ser pra sempre, com esperança e persistência tudo se ajeita. Como um jogo, e tudo depende como você joga.

22.
– Antes que eu seja procurada pela polícia com o visto vencido podemos voltar para Acapulco?
Sorrimos juntas com isso.
– Você tem certeza disso?
– É o que eu mais quero agora.
Ela se aninha ainda mais em mim. Já é noite e estamos no meu quarto deitadas para enfim ter uma noite de sono.
– Voltaremos então.
Beijo seus lábios e fecho os olhos procurando já dormir.
– Emms.
– Oi? - digo em um sussurro.
– Eu te amo.