10.
– Eu não tenho mais o direito de permanecer no país, o meu visto venceu Emma, e eu terei que voltar para o México.
Nove meses já havia se passado desde que chegamos em Nova York. Procuramos desde o início fazer tudo certo, tomando a devida atenção para toda parte burocrática que existe para essa questão de mudança de país, eu não conhecia qualquer erro ou motivo no qual Regina teve seu visto vencido. Depois que Regina me contou que havia recebido o comunicado que teria que voltar para seu país de origem ajudei na procura em uma solução para o problema, mas não obtive resposta para possíveis soluções. Ela estava aflita com tudo isso, era compreensível, sua nova vida que levava aqui em Nova York estava em risco, principalmente o seu emprego. Afirmei que nunca a abandonaria, onde quer que ela tivesse que ir eu iria junto. Juntas arrumaríamos um modo para resolver tudo isso.

11.
Ruby, assim como Regina era uma grande amiga, há alguns meses decidiu dar um tempo ao trabalho e viajar para conhecer novos lugares, pessoas e culturas diferentes. Nos conhecemos em Nova York antes da minha mudança com meu pai para o México, mas nunca nos distanciamos, quando voltei com Regina para Nova York Ruby nos ajudou em todo processo, como na escolha na compra do apartamento, na documentação de Regina, e até nos recomendou o médico que cuidaria da inseminação da gravidez.
Ruby me ligou e combinamos de nos encontrar em um café que ficava perto de casa. Ruby me contou dos lugares que conheceu, dos acontecimentos na viagem e depois me entregou os presentes que havia comprado para o bebê, Ruby estava muito animada com a "novidade" de Regina e eu termos finalmente conseguido. Agora com quase quatro meses já se poderia ver a barriga de gravidez se tomando forma. Abro os presentes e vejo que Ruby exagerou nas compras de roupas para o bebê.
– Recém nascido cresce rápido, não sei nem se ele vai conseguir usar tudo isso, mas de qualquer forma obrigada. - Ruby dá de ombros com o meu comentário. Faço uma nota mental de me controlar nas compras para o bebê com roupas menores, e principalmente controlar Regina. Tiro foto dos presentes de Ruby e mando para Regina que está no trabalho, já que as gravações para a segunda B começaram. Ela me responde dizendo que Ruby poderia ter escolhido mais peças na cor rosa, dando ênfase na ideia de que estamos esperando uma menina. A respondo com "Não se engane". Me despeço de Ruby e sigo para casa.
No caminho ligo para meu pai para saber como ele esta e como estão as coisas no hotel. Assim como eu, meu pai acredita que estou esperando um menino, o que lembro que tal ideia gera discussão entre Regina contra meu pai e eu, com esse pensamento me lembro de perguntar sobre os pais de Regina e ele me informa que estão bem, peço que mande lembranças aos dois e me despeço de meu pai e encerro a ligação.
Ainda no caminho de volta para casa, penso sobre as mudanças desde que mudei para Nova York com Regina, e principalmente dos acontecimentos após a descoberta da minha gravidez.
Há alguns meses Regina me conta que deveria fingir um relacionamento com seu colega de trabalho, apenas para o aumento de audiência da série, semanas depois aquele relacionamento entre os dois não parecia falso, Regina não respondia todas minhas perguntas feitas em relação ao "seu namoro", eles também não pareciam felizes juntos. E há algum tempo eu desisti de entender o que se passa entre os dois. Para ser exata foi depois de uma discussão que eu e ela tivemos, eu não aceitava o papel que Regina se submetia em relação a esse homem, Robin as vezes parecia tão frio com Regina, principalmente quando o assunto era minha gravidez, e quando Regina contou toda nossa história e planos de ter o bebê não foi diferente, ele pareceu não ligar, a frieza dele parecia descaso, ficaria menos chocada se ele tivesse uma crise de ciúmes. Para piorar Regina sempre agiu com essas reações dele como se estivesse tudo bem, aquela não parecia a minha Regina. E agora tinha mais a questão da documentação da morena, por algum motivo acredito que Regina está tentando resolver todo o caso sozinha, pra falar a verdade sinto que tem sido assim nesses últimos meses em todos os outros casos e atitudes feita por ela. E antes de concluir mais alguma coisa chego ao meu destino.

12.
Escuto o celular vibrar e da tela vejo uma nova mensagem de Regina.
"Emma, tome um banho, se arruma que hoje você vai à um jantar comigo"
Assim como na festa em que a torta de maça de Regina foi parar nos sapatos de Robin - que no caso foi meu vômito - não sinto vontade alguma de comparecer ao convite que Regina me fez.
Mesmo assim Regina chega em casa e me obriga dizendo que tem um comunicado importante a fazer. E que quer todos seus amigos próximos e eu em especial esteja nesse jantar.
De fatos todos seus amigos próximos estavam presentes. O restaurante foi reservado exclusivamente para apenas os convidados, não tinha ninguém no local além das pessoas na mesa e os garçons. O que eu concluo ser na metade do jantar, Robin se levantou e pediu a atenção de todos, neste momento eu quis poder levantar da mesa e ir embora sem nem ao menos ficar sabendo o que Robin queria dizer, sem que ele prosseguisse. Mais um vez eu já sabia o que estava por vir.
– Eu pedi Regina em casamento, e ela aceitou.
Ótimo, realmente maravilhoso, Regina iria se casar eu soube como se fosse qualquer outra pessoa. A encarei esperando uma resposta e ela entendeu. Então fiz o que eu tanto desejava, me levantei e fui embora.