O amor nos tempos da escravidão. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
A lua de sangue e o segredo de Elizabeth.




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P.O.V. Elena.

Sei que ela esconde algo de nós. Ultimamente ela tem estado mais irriquieta, elétrica e muitas vezes enjoada. Creio que Elizabeth esteja esperando um filho.

–Elizabeth?

–Sim senhorita Gracey?

–Quantas vezes já lhe pedi para chamar-me de Elena?

–Muitas, é que eu me esqueço.

–Tudo bem.

–Você está... carregando um filho do senhor meu irmão?

–Não. Acredite não há a menor possibilidade de eu estar grávida.

–Como pode ter tanta certeza?

–Minhas luas já desceram.

–Oh! Pode estar doente, melhor ver o médico.

–Acredite, estou perfeitamente saudável. Mais saudável do que nunca.

Durante a noite fiquei de tocaia, esperando pra ver se ela saia. Dito e feito, ela saiu. Segui-a até uma clareira onde ela começou a posicionar velas.

–Phasmatos Incendea!

As velas acenderam me fazendo dar um pulo.

–Fes Matos Sal Vis Nas Ex Malon, Terra Mora Vantis Quo Incendis, Et Vasa Quo ero Signos.

Ela ficava repetindo essas palavras sem parar e cada vez mais rápido. Vi a chama das velas subir numa altura impressionantemente alta.

Eu me aproximei.

–Você é uma bruxa!

–Elena. Eu não sou ruim.

–Não é ruim?!

–Elena, me ouça com atenção.

Disse ela pegando as minhas mãos.

–As bruxas são servas da natureza, é nosso dever manter o equilíbrio. Cuidamos das vidas humanas, da natureza. O nosso poder é bom e puro, vem da terra.

–Como?

–Para se ser bruxa tem que nascer bruxa. É um dom, mas na maioria das vezes é uma maldição. Quanto mais bruxas vocês matam, pior a situação fica.

–O que quer dizer?

–Essas doenças que se espalham como fogo em palha seca não são obra das bruxas, mas sim da própria natureza. Vocês matam aquelas que são responsáveis por manter o equilíbrio. Acharam mesmo que a natureza não iria revidar?! Acharam que iriam ficar impunes?!

–As bruxas não são afetadas pelas pragas.

–Claro que não! Estamos do lado da natureza Elena, ela não vai nos ferir, estamos á serviço dela e não contra ela.

–Ela está nos punindo por matar as bruxas?

–Exato. Se as bruxas pararem de ser queimadas a praga cederá. Acredite.

Saber que ela era uma bruxa esclareceu várias coisas. Como o fato dela ser corajosa, ela tinha o poder de revidar.

–Por isso revidou. Por isso mordeu meu pai quando ele tentou abusar de você.

–Não. Até um cão tem coragem de revidar quando as pessoas o atacam.

–Tem razão.

–Não usamos a magia para ferir humanos. Apenas vampiros.

–Vampiros?!

–Uma bruxa os criou. Ela amava tanto seus filhos que não pode suportar perdê-los.

–Que bruxa foi essa?

–Amarantha Petrova. Sua ancestral.

–O que?!

–Você e suas irmãs são fruto do efeito cascata do pecado de Amarantha. Duplicatas, a maneira que a natureza encontrou de restabelecer o equilíbrio.

–O que são duplicatas?

–Eu sombra. Você e suas irmãs são versões humanas e mortais de Amarantha.

–O que está dizendo?

–Elena, você é puro sangue, cem por cento bruxa. Uma bruxa duplicata.

–Isso me torna... sobrenatural. Me ensina.

–Ensinar o que?

–Me ensina a fazer magia.

–Elena...

–Por favor.

–Não é tão simples, uma vez que você entra neste mundo não há retorno. Isso domina sua vida, isso acaba com você. Não tem saída, você nunca mais vai ter uma vida normal.

–Eu não quero ser normal. Quero ser como você.

–Com grandes poderes vem grandes responsabilidades. Você terá que fazer o ritual de iniciação e o voto perpétuo.

–Voto perpétuo?

–Se quebrá-lo ele te consome e você morre.

–E o que eu tenho que jurar?

–Lealdade ao seu coven.

–Coven?

–Um grupo de bruxas é chamado de coven. Agora vamos, o sol está quase nascendo.

Retornamos ao Solar Gracey e eu fiquei matutando sobre o que ela disse.

–Elena!

–O que?

–Em que mundo estás irmã?

–Perdoe-me eu estava apenas pensando.

–Sobre o que?

–Nada, apenas algo que sonhei.

–E o que sonhaste?

E agora? O que vou dizer?

–Sonhei com uma bruxa horrível de feia. Um pesadelo terrível.

–Não se preocupe irmã. Todas as bruxas serão exterminadas e a praga vai ceder.

–Está errada. Quanto mais bruxas morrerem, mais a praga avançará.

–O que está dizendo?!

–Acredite Katerina, as mortes tem que parar. A praga é a maneira da natureza revidar, as bruxas não são afetadas porque a natureza está defendendo elas. De nós.

–Você tá louca Elena?! As bruxas são servas do diabo!

–Elas são servas da natureza! Eu vi, com os meus próprios olhos.


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