Buraddi Mūn escrita por L R Rondão


Capítulo 2
Capítulo 02 - Mate a Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Então, estou eu aqui com mais um capítulo. ^-^

"Larissa, como conseguiu postar tão rápido? 'o'
Você demora anos! 'o' "

Bem, além de eu ter entrado de férias, eu quero muito terminar essa Fanfict logo para poder seguir com as outras e não ter mais "pendências".
Sim, as outras estão em um "mini hiatos" porque eu simplesmente não estou conseguindo escrever os próximos capítulos, mas como eu agora vou ter mais MUITO tempo disponível para escrever, não creio que irá demorar.

Bem, aproveitem ^-^



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— Andem logo seus fracotes, isso é tudo que vocês têm? — Burijji dizia enquanto desviava dos golpes de Naruto e Tatsumi que se esforçavam ao máximo para atingir o velho soldado, mas não adiantava muita coisa.

Eles deram uma pausa, para poder recuperar o fôlego. Por mais que percebessem a cada dia que estavam mais rápidos, eles ainda não podiam derrotá-lo.

Mas não é como se eles estivessem desanimados.

— Êh? fala isso para o idiota do Tatsumi... — provocou com um sorriso de raposa. — Eu já te acertei umas sete vezes...

— Como se isso fosse grandes coisas! — reclamou. — Eu já acertei cinco, e se você não se ligar, vai ficar para trás!

E como se fosse um estímulo, logo os dois voltaram a atacar com mais firmeza que antes, sem saber o orgulho que causaram no mais velho. Ele tinha que admitir que havia treinado muitos jovens quando trabalhava para o império, mas com a determinação daqueles dois?

Jamais.

— Como se vocês pudessem falar algo! — reclamou enquanto se abaixava desviando de um chute voador da loira. — Me façam suar e comemorem depois!

Decidiu atacar e avançou para o menino que sempre parecia estar mais distraído. Ele conseguiu bloquear o primeiro soco, o segundo... Mas quando o professor girou o corpo para atacar com um chute, tudo que Tatsumi fez foi se atingido e voar por alguns metros.

— Isso deve ter doído... — Naruto comentou com uma gota, porém não teve muito tempo para pensar.

E como Burijji sabia que ela era mais habilidosa, não se segurou tanto. Seu primeiro soco fora de baixo para cima, com a força da gravidade para ajudar, só que ela se afastou com um pulo para trás.

Não perdendo tempo, imitou o movimento de seu Sensei há pouco tempo atrás e girou o corpo, para também acertá-lo, mas ele com o seu braço esquerdo defendeu. Procurou segurar a perna dela com o braço que tinha avançado com o soco anteriormente, mas ela chutou com a outra perna para cima, com o intuito desviar e atrapalhar.

Conseguiu com louvor.

Ele preferiu se afastar novamente e analisá-la mais uma vez. Pelo que lembrara, ontem ela tinha caído em um golpe parecido com esse agora e quase sorriu mentalmente. Ela era realmente do tipo que ficava mais forte a cada luta.

Tatsumi também era, mas ela... Era como ela já tivesse experiência, e realmente soubesse o que era um campo de batalha. Ele desde a primeira vez que a viu sabia que escondia muita coisa naquele sorriso infantil.

— Acho melhor não ficar muito confiante... — abaixou um poucos os joelhos com as pernas separadas e pegou impulso.

A loira engoliu a seco, já que sabia o que viria a seguir. Aquela sequencia insana e quase interminável de socos exageradamente rápida que só terminava quando o alvo voava atingido. E ela era o alvo.

Desviava como podia e nem se quer ousava em pensar contra atacar. Ela sabia o quanto aquilo era assustador, por mais que soubesse que aquilo ajudara muito com reflexos através dos anos.

Mas não deu outra, pouco tempo depois estava cheia de dor estirada ao lado de Tatsumi.

— Esse tipo de habilidade é uma crueldade... — o jovem reclamava enquanto esperava a garrafa d’água tomada de sua mão “gentilmente” pela amiga.

— Bem, mas eu ainda acredito que um dia consigo desviar dos socos dele até ele finalmente desistir. — disse enquanto observava a sua arma, uma faca de duas lâminas com um suporte no centro marrom. Simples, mas mortal nas mãos dela.

— Você diz isso há três anos, desde quando fiz isso pela primeira vez com vocês. — Burijji estava em pé um pouco mais a frente dos dois, observando a sua volta. A segunda parte do treinamento começaria daqui a pouco, era só ele achar o que queria.

— E já treinávamos há dois anos com ele. — Tatsumi devolvia a garrafa enquanto pegava sua fiel espada que tanto estimava, o primeiro presente que havia ganhado de seu Sensei.

Sim, agora os dois tinham quinze anos. Ele como sempre extremamente simples, com sua camisa bege e calça marrom. Ela já vestia uma roupa quase tão simples quanto: uma calça meio colada azul e uma blusa grande de manguinha, que ia até a metade das suas coxas laranja bem clarinho.

Para completar, ele utiliza um sapato fechado preto e ela uma bota da mesma cor que vai até cinco dedos abaixo do joelho.

— Achei, a missão de vocês é caçaram aquele Kyodai Tokagereddosukin (Lagarto Gigante da Pele Vermelha) agora! — e mesmo um pouco desanimados, eles se levantaram.

Tinham motivos para não querer lutar com aquela coisa. Primeiro: ela tinha quase o quádruplo do amanho deles. Segundo: estava a quase um quilômetro de distância. Terceiro: aquele bicho tinha um ataque com a calda extremamente habilidoso e era um pouco complicado de vencer. Por último: tem um veneno extremamente capaz que o fez entrar na lista de dez animais não lendários mais perigosos do deserto.

Bem, ali era uma montanha, mas ele também pode ser encontrado no deserto e... Olha, é um pouco inútil falar sobre isso.

Eles começaram a correr em direção ao bicho, mesmo que soubessem que teriam que diminuir o passo depois para não chamar atenção.

— Tatsumi, presta atenção, tudo bem? — pediu completamente séria. — Eu posso ser imune a venenos, mas você não...

— Acha mesmo que eu vou ser acertado por esta coisa? — perguntou um pouco convencido, mas estava querendo tranquilizá-la mesmo. — Preste atenção você, ou quando se der por si, a luta já vai ter terminado.

Avançou mais a frente com um sorriso da loira, que fechou os olhos pensando no quão idiota era o seu amigo.

.

— Aquele imbecil... — suspirou fundo enquanto se deitava para observar a lua no objetivo de descansar.

Deu completamente errado a luta. Mais ou menos, tudo estava indo bem até o final, quando em um golpe de sorte do animal, ele conseguiu acertar Tatsumi. Dois segundos depois fora fatiado ao meio pela loira.

Ela correu para a vila, onde tinha a sua própria curandeira, outra Sensei sua que tinha aproveitado o fato dela ser imune para ser sua aprendiza. Esta habilidade ajudava muito a contensão de muitas epidemias por lá.

Enfim, ao chegar à vila ele fora tratado imediatamente, sendo quase todo trabalho feito pela loira, já que Medikaru estava tratando outro paciente na hora. Depois de três horas de trabalho intenso, ele finalmente fora salvo, devidamente tratado com os antídotos e ela pode se dar um alívio para toda aquela tensão.

Mas com isso já haviam dado sete horas da noite e a lua já reinava imponente, mesmo que vermelha. Aquele era o tipo de lugar que escurecia cedo e amanhecia tarde.

— Então você está ai... — Burijji sentou-se ao lado da Uzumaki. — Obrigado por ter salvado ele.

— Era minha missão protegê-lo. — disse um pouco fria.

— Era sua missão matar o bicho. — respondeu sério.

— Sim, mas mais importante que tudo, protegê-lo. Assim como ele tem a missão de me proteger. É algo mútuo, que não precisa de palavras, mas que é sempre evidente. — fechou os olhos, não estava entendendo muito onde ele queria chegar.

— Entendo... — ele se deitou ao lado dela. — Eu vi... As suas costas.

Ela se levantou em um supetão. Uma das coisas que achava estranho era exatamente o fato de que mesmo que todo o seu corpo tivesse “voltado”, a cicatriz não tinha desaparecido.

E ela morria de vergonha daquilo, já que era a prova que não tinha conseguido salvar o seu amigo.

— Como...?

— Não foi intencional. — respondeu levantando e olhando para a cara dela. — Mas me preocupou um pouco, já que provou o que eu já imaginava.

— O que? — ela mordeu o lábio inferior. Aquele homem era praticamente sua família além do Tatsumi neste mundo.

— Que seu passado foi bem mais difícil do que sua carinha infantil demonstra...

Naruto deu língua: odiava ser chamada, compara ou qualquer coisa do tipo com criança, mas logo sorriu triste.

— Se eu te contasse, você não acreditaria... — mas no fundo queria contar, odiava ter que manter segredos dele. De sua nova “família”.

— Tenta... — pediu e ela suspirou.

Quando terminou de falar, já era quase meia noite. Ele não tinha falado nada, apenas absorvendo cada detalhe daquela história fantasiosa, que incrivelmente parecia ser completamente sincera. Bem, o tom de voz de Naruto que levava a isso.

— Eu... — deu uma pausa.

Claro que uma parte de si não quer acreditar. Ela dizia que veio de outra dimensão! Só que ele sabia que a loira esperava que ele não acreditasse, e que estava sofrendo com isso. Os olhos dela só transmitiram dor por muitos momentos, porque ele entendia: estava compartilhando algo muito importante de si, mas para qualquer seria meramente fantasia.

Decidiu tentar acreditar.

—... Se isso realmente for verdade, você é a pessoa certa para cuidar de Tatsumi. — sorriu. Aquele era um bom começo.

Nunca expressara verbalmente, mas aquele garoto era como se fosse o próprio filho dele. Não que ela ficasse atrás, mas Burijji tinha mais confiança na responsabilidade dela. É como se Naruto fosse a irmã mais velha.

— Obrigada...

Devolveu o sorriso e com conversas mais leves voltaram a deitar e admirar a lua.

• • •

Cuspiu sangue no chão. Era inacreditável que tinham o achado ali.

— Renegado Burijji, renda-se logo. — os soldados da capital diziam ao cercá-lo. Ele já estava machucado, sem o braço direito... Mas se tinha levado vinte, decidiu que até sua morte acaba com esses outros quinze.

Mas antes que qualquer um fizesse algo, um ventou apareceu misteriosamente no lugar. Dez morreram literalmente fatiados, e os cinco que sobraram estavam gravemente feridos.

— Que diabos aconteceu? — perguntou um meio desesperado.

— Isso é uma Teigu? — outro questionou assustado.

— Ele tinha algo assim desde o início? — alguém continuou com as perguntas, mas logo todos pararam para ver uma garota de mais ou menos quinze anos andando lentamente para o local de batalha com uma expressão assustadora.

O que também chamava atenção era que o braço direito dela brilhava. Não ele todo, mas o que parecia ser uma tatuagem. Ela sempre achou estranho o fato de ter conseguido uma depois de adquirir a sua Teigu, só que como ela só fica "brilhando" assim quando utiliza sua habilidade, nem deu muita confiança.

Como vocês se atrevem fazer isso com o meu Sensei? — sua voz transbordava raiva, e seus cabelos “voavam” lentamente atrás de si. Certamente era uma Uzumaki, e mais ainda, filha de Kushina.

— É- é apenas uma garota?! — gritaram apavorados.

— Naruto... — se acalmou. Depois de tanto treinar ela, sabia que não perderia para aqueles fracotes. Ele só estava naquele estado por que além de ter sido uma armadilha com trinta e cinco oponentes, tinha um cara relativamente forte antes.

Bem, agora ele deve estar dando trabalho para o diabo.

— Permissão para acabar com esses imbecis? — perguntou com a voz baixa, e automaticamente os oponentes se puseram em posição de ataque.

— Permissão concedida. — e não demorou três segundos. Assim que ele terminou de falar ela avançou, e sua lâmina junto ao vento matou os cinco homens que já estavam se tremendo de medo.

— O que tinha acontecido? — perguntou enquanto o levava para encostá-lo em uma árvore. Ela não era idiota, ele muito menos.

Sabiam que era a última conversa que teriam.

— Eu descobri uma fraude na capital, tentei alertar as autoridades e fui caçado. Consegui fugir... Até hoje. — cuspiu sangue novamente.

— Fraude? — perguntou enquanto lutava para não demonstrar seus sentimentos. Por enquanto tinha que ser forte, e depois poderia desmoronar. Só depois.

— Sim, o Ministro queria matar o Imperador. — sorriu irônico. — Se eles me acharam aqui, é porque a essa altura ele já deve ter conseguido.

— Na capital? — ficou preocupada. Tatsumi e seus dois amigos estavam querendo ir justamente para lá e ajudar a vila.

— Sim... Por isso... Tome conta deles... Não poderei fazer mais isso... — pediu com a voz ficando mais fraca.

— Não precisa se preocupar. — apertou a mão esquerda dele, vendo o seu último sorriso antes de morrer.

Pronto, agora poderia se afastar e vomitar. E tremer. E entrar em desespero.

Ela tinha perdido o controle por seus atos. Tinha visto aqueles caras atacarem seu Sensei, sabendo que eles iriam matá-lo e... Simplesmente quando voltou a si, já tinha os matado.

Já tinha pedido para matar. Já tinha pedido para se tornar uma assassina.

Vomitou novamente.

Já tinha sido Shinobi, mas sempre soube que missões de caça e assassinato eram designadas a ANBU. Sabia que ela nunca tinha matado ninguém, talvez tenha matado um Akatsuki, mas era totalmente diferente.

Quando tinha desvirtuado-se tanto da antiga Naruto? A Shinobi “Cabeça Oca Número Um” totalmente inocente que jamais chegaria perto de fazer algo assim?

Suspirou... Respirou fundo e por vários minutos tentou se acalmar...

Provavelmente foi na guerra... Mas é algo a mais, além disso... Respirou fundo mais uma vez. Voltou para onde o corpo repousara e o levou para vila, enterrando dentro de si o segredo dele, não contando para ninguém.

Ele tinha morrido para os bandidos e ela não sabia nada sobre o imperador, e nada sobre a capital. Sabia que a viagem estava sendo marcada para daqui a seis meses e não iria estragar isso.

Até porque ela tinha motivos pessoais o suficiente para caçar esse “Ministro”...

• • •

Naruto tinha chegado junto a Ieyasu e Sayo a capital. Perdeu a conta de quantas vezes acabou salvando a vida dos dois, e como eles foram estúpidos ao perderem completamente seu dinheiro para bandidos imbecis.

— Owh... Aqui realmente é tudo muito... grande... — o único menino pronunciava-se de maneira meio idiota, mas Naruto não se importava. Mesmo que tinha passado por Konoha, ou Kumo que era a vila mais desenvolvida em relação à “decoração de espaço”, ali era realmente impressionante.

— Idiota. Aqui é a capital. O que esperava? — Sayo suspirou, mas logo percebeu que sua amiga tinha começado a andar a frente, sem pronunciar uma única palavra - o que era meio estranho.

— Oe, Naruto. — o moreno falou em um tom mais alto, no intuito de chamar a atenção, mas bem, ela o ignorou completamente. Então os dois passaram a segui-la em silêncio.

Eles não eram tão amigos quanto ela e Naruto, mas não podiam dizer que eram desconhecidos. Principalmente depois que marcaram a tal viagem, e que ela deu um tempo na insana rotina de treinamento, eles fizeram mais coisas juntos.

Foram tentar se inscrever no exército, mas como Naruto imaginou (ao olhar a cara de poucos amigos e mal amada do responsável pelas inscrições) foram completamente rejeitados.

— E agora? Antes, com nós três, teríamos dinheiro para subordiná-lo, mesmo que fosse só para a Naruto entrar primeiro. Mas agora... — Ieyasu suspirou e Naruto se sentiu um pouco incomodada.

Aquilo era claramente uma corrupção, e parecia que tudo neste lugar exalava algo assim. Veja bem, ela não podia usar Chakra, mas uma vez conectado a natureza, não se “desconecta” mais.

Eles são quase que um, e a natureza daquele lugar exalava... morte.

Tristeza. Corrupção. Maldade. Choro. Injustiça. Latrocínio. Naruto poderia passar horas falando tudo de ruim que aquele lugar exalava, e ele só sentira algo parecido na guerra. Ela quase estava passando mal, mas se concentrava bem.

Só sabia que se não fizesse algo logo, acabaria ficando louca.

Estava mais do que óbvio que era por causa deste lugar que ela e Gaara foram enviados a essa dimensão.

Gaara... Há quanto tempo não o via? O que ele andaria fazendo? Será que ele já chegou a capital? Será que fora enviado a outro reino que precisaria dele também? Será que nunca mais o veria? Ou a qualquer de seus outros amigos nas Nações Elementares?

Eram tantas perguntas sem respostas que sua mente vagava sem ao menos perceber.

Até tomar um tapa no meio da testa.

— Você que morrer, idiota? — perguntou friamente ao seu amigo que por um segundo pareceu realmente ameaçado. Mas depois voltou ao normal, já que ela era somente sua amiga e não iria fazer isso.

Certo?

— Naru Chan, estávamos tentando discutir o que iríamos fazer agora, mas você parecia ter viajado... — Sayo interferiu sabendo quantas vezes teve que fazer um curativo no rosto de seu amigo por causa das pancadas que ele já levou no rosto.

E nunca aprendeu.

— Chegaram a uma conclusão? — decidiu esquecer apenas essa vez o tapa. Apenas essa vez.

— Ainda não. — a mais nova suspirou.

— Então sugiro que arranjamos um emprego por aqui, por enquanto sabe? Temos que nos montar e com as nossas habilidades, com certeza chamaremos a atenção do exército. Mesmo que devagar. — a loira falou e eles sorriram.

Agora não estavam mais as cegas.

— Isso seria muito bom, até porque temos que encontrar o Tatsumi ainda, certo? — Ieyasu se animou e eles logos se cumprimentaram com um soco entre os três, um costume.

— Certo! — as duas meninas sorriram largamente e saíram em busca de um lugar para se alojarem e depois procurar algum emprego, pensando contentes em quando vão rever o amigo.

O menino somente acompanhou as duas, sem querer atrapalhá-las e colocou os braços em volta do pescoço, passando a admirar mais a sua volta.

Ao chegar a noite, ainda não tinha encontrado um hotel que dê para os três dormirem, até porque nenhum aceitou que fosse um quarto para os três (única coisa que o dinheiro pagava), que contavam como um golpe.

— Droga, quem diria que as coisas aqui seriam tão difíceis?! — o moreno reclamava suspirando e se sentando no chão.

— Todo mundo, idiota. — Naruto se sentou ao lado deles. — Temos que tirar essa cara de “estrangeiros”, ou pelo menos camuflá-la. Sinceramente, isso tem atrapalhado bastante.

— E como iríamos fazer isso? Nós somos estrangeiros. — Sayo se sentava ao lado de sua amiga suspirando profundamente. O fato de ainda não terem dinheiro o suficiente para os três ainda era mais um empecilho.

— Não sei... Ainda temos um pouco de comida aqui... Mas amanhã temos que dar um jeito. — decretou ainda um pouco nervosa, se sentindo completamente inútil ao fato de não poder ajudá-los.

Estava pensando em seriamente revelar seu segredo.

Fora alertada a não sair explanando até o último momento que é uma usuária de uma Teigu (ou mais ou menos isso), mas estava pensando em chegar para o exército e mostrar suas habilidades, que serão certamente úteis.

Tinha que cuidar deles, a final, era realmente a mais velha dali, mesmo que não parecesse.

— Olá, tudo bem? — uma loira de aparência juvenil apareceu sorrindo para os três. Seu vestido era azul e branco, e seu sorriso, doce.

— Er... — Murmuraram sem graça.

— Acho que não estariam dormindo aqui se estivessem, então me desculpem a indelicadeza. — ela, que tinha se agachado e se apoiado nos joelhos, se levantou.

Um do que parecia ser empregados dela chegou mais perto.

— A Aria Sama não consegue ignorar pessoas como vocês, então por favor, aceitem a generosidade dela. — falou um pouco formal, beirando um pouco ao rude. Mas não que incomodasse eles, o que não faltou neste dia fora gente “rude” com eles.

— Generosidade? — Ieyasu arqueou a sobrancelha.

— Gostariam de dormir na minha casa? — o sorriso da loira (não tanto quanto a Naruto) aumentou.

— Er... — os três se olharam, e decidiram que seria melhor do que dormir na rua.

E Naruto se prometeu que qualquer que acontecesse, ela cuidaria deles.

E não sabia o quanto se arrependeria disto.

• • •

Tatsumi corria no meio daquela confusão. A menina que tão caridosamente tinha o salvado (por ter perdido todo o seu dinheiro com aquela loira tão peituda quanto sua amiga Naruto) junto com sua família estavam em perigo.

Ela e sua família eram extremamente gentis, e além de parecerem interessados em sua história, eles ainda o colocaram como guarda daquela família, para poder recuperar o seu dinheiro e depois tentar novamente ir para o exército e voltar ao seu plano original de conseguir bastante dinheiro para sua vila.

Nunca tinha entendido de verdade o porquê de tantos guardas, mas agora sentia no fundo do coração que não ia ser o suficiente. Sabia que a mãe de Aria tinha saído e que a filha iria atrás, correu o mais rápido possível.

Achou ter ouvido algo como “celeiro”, mas era incerto. Era um pouco como se não fosse certo ele ouvir, mas logo descartou a ideia. Aquele era o tipo de família acima de qualquer suspeita.

Não achou a mãe, mas achou a filha. E acabou percebendo que teria que protegê-la das assassinas. Se não pudesse fazer isso, é claro que não conseguiria proteger a sua vila!

Mas antes que entrasse em combate (novamente) com a menina que tinha estranhos olhos vermelhos, que parecia um pouco surpresa dele ter sobrevivido, escutou um baque proveniente da porta do celeiro.

Desta, a mulher que conhecia como “mãe da Aria” voava sem pudor algum até uma das árvores daquele lugar, passando até mesmo do local que Akame e Leone estavam.

— Mas o que...? — Tatsumi já estava pronto para defender a garota de mais algum evidente perigo, quando uma voz o surpreendeu mais do que qualquer coisa naquela noite.

— Gostou dessa, vadia? — Naruto aparecia um pouco mais pálida que o normal, mais magra do que qualquer vez que ele já a tenha visto na vida e sem o brilho no olhar que ele tanto conhecia. — Pode apostar que de onde veio esse, tem mais!

Sua pose de durona não demorou muito tempo, caiu de joelhos ao chão e cuspiu sangue. Seus braços tremiam e sua visão estava embaçada.

— Naruto!? Por Kami! O que aconteceu?! — ele logo a apoiou em si, que respirava forte, mas sorriu fracamente ao rever o amigo.

— Tatsumi... Você demorou. — aceitou grata a ajuda, mesmo com toda a resistência que tinha, todos os experimentos realizados nela acabaram consigo e não sabia se iria durar muito tempo.

— O que... Está acontecendo...? — o dono dos olhos verdes perguntou confuso. Ele sabia que se ela estava se esforçando tanto para acabar com a raça daquela mulher, ela merecia.

— Nós fomos pegos na armadilha dessa mulher. Eu, Sayo e Ieyasu. — murmurou ainda um pouco fraca, e a loira que quis escapar lentamente, teve seu caminho bloqueado por Leone.

Achou melhor e mais prudente continuar ali.

— Eles... Estão aqui? — Naruto olhou para baixo, morrendo de vergonha.

— Acho melhor... Você não saber. Bem, o fato é que você sabe da minha resistência a doenças, né? — tentou enrolá-lo um pouco, não podia deixá-lo entrar naquele lugar.

— Sim, não importa qual vírus, ou qualquer coisa que seja, seu corpo parece imune. Tanto a isso, quanto a venenos. Por isso você se tornou uma aprendiza da única médica da vila. Como não podia pegar doenças, podia tratar os outros mais tranquilamente.

— Sim, então... — tossiu e cuspiu sangue. — Essa mulher... Loca e cachorra... Achou isso “interessante” e ficou utilizando o tanto de doenças que ela tinha na merda daquelas seringas que eu nem sei como ela tinha uma merda dessa e ficou colocando em mim, para saber até onde eu aguentaria. — se embolou um pouco enquanto falava, mas isso não era o mais importante.

Levantou-se.

— O que...? — interrompeu Tatsumi.

— Eu não sou um rato de laboratório Tatsumi. Nem eu, nem o Ieyasu. Eu posso estar aqui, mas ele não vai durar muito tempo, não importa o que façamos. — disse para a surpresa dele, principalmente por perceber que nos olhos dela havia um pouco de umidade. Ela queria chorar, mas não conseguia mais, como tinha dito. — Essa cadela vai pagar muito caro, nem que seja a última coisa que eu faça.

A tatuagem que o menino sempre achou estranha começou a brilhar, e então... Começou.

A ventania movimentou a tudo ali, folha de árvores, grama, cabelo, roupas. Não era algo normal, e todos sabiam que a culpada por tal fenômeno era a loira de olhos anil.

— Uma Teigu... — Leone assoviou surpresa, bastante interessada com o que iria acontecer ali.

A ventania continuou, e Naruto que parecia estar subitamente revigorada, caminhou imponente para a mulher que parecia ter acordado do desmaio provocado pelo golpe anterior.

— Que... Tipo de demônio é você? — gritou totalmente desesperada, vendo que ninguém ajudaria. Muito menos poderia ou iria querer.

— Um que você criou. — respondeu com a voz firme, sem a fraqueza de antes. Esticou a mão e lâminas de vento rápidas e precisas cortaram o corpo do alvo que nem teve tempo de se mexer.

Quando tudo acabou, o que antes era um ser humano, agora não passava de um monte de carne espalhada, destruída e irreconhecível. E não só isso, quando tudo realmente acabou, Naruto desmaiou.

E só não bateu a cabeça no chão, pois Tatsumi conseguiu a segurar a tempo.

Feliz, reparou que não estava morta, que apenas perdeu a consciência.

— Eu preciso ver... Eu preciso ver com os meus próprios olhos o que transformou você em uma assassina...

— Tatsumi... — Aria falou em seu tom doce, apenas para tentar enganá-lo por mais tempo, para que ele a protegesse, mesmo que morresse tentando.

E então, ele abriu passou pela porta destruída.

E seus olhos não queriam acreditar no que via. Sayo, sua melhor amiga estava claramente morta, exposta com um gado em um açougue, pronto para ser retalhado ou qualquer coisa pelo dono do lugar.

Olhou para o lado, onde ouvira o seu nome, e pelo comentário anterior, sabia um pouco da situação.

— Ieyasu... — murmurou completamente abalado, mesmo ainda não demonstrando e com sua espada o tirou daquela maldita prisão, e o levou lá para fora.

Ele não merecia passar seus últimos momentos naquele inferno.

— Você... Torturou a Sayo até a morte... Não...? — perguntou tentando se controlar. Acho que nunca sentiu tão fortemente tantos sentimentos. Ele nem sabia que isso era possível.

— Qual é o problema?! — esbravejou finalmente revelando a sua verdadeira face. — VOCÊS SÃO TODOS CAIPIRAS DO INTERIOR! SÃO COMO GADO! E NÓS DA CAPITAL SOMOS SEU DONOS! PODEMOS FAZER O QUE QUISERMOS COM VOCÊS! E AQUELA MULHER! MESMO QUE FOSSE SÓ UM GADO INSIGNIFICANTE, SEU CABELO ERA PERFEITO! VOCÊS SABEM O QUANTO EU SOFRO PARA MANTER O MEU CABELO ASSIM!? COMO ELA OUSA FAZER ALGO ASSIM COMIGO? EU SÓ GARANTI QUE ELA SOUBESSE O SEU LUGAR!

Cale a boca! — Tatsumi gritou, e antes que qualquer um fizesse qualquer coisa, ele pegou a sua espada e a matou com um único golpe. — Maldita...

E para surpresa de todos, Ieyasu riu.

— Acho que alguém queimará no inferno agora. Obrigado, Tatsumi. — voltou a ser amparado por seu amigo. Não adiantou muita coisa, acabou cuspindo muito sangue pela boca.

— Ieyasu! — seu desespero começou a tomar conta.

— Esse já é o estágio final da Lubora. A patroa gostava de drogar suas vítimas e escrevia isso no diário. — Leone explicou.

— Eu não quero nem saber o quanto essa loira sofreu nas mãos dela, já que pelo que você disse, ela era imune. Deve a ter deixado louca. — Akame revelou.

— Naruto... Ela queria tanto nos proteger. Por muitas vezes eu a vi tentando escapar. E os nomes que eu ouvia eram o meu e de Sayo, que também não se rendeu até o último minuto para essa cadela de cabelo loiro. Agora... Eu acho que é minha vez... De me despedir tão legal quanto elas... — sorriu.

— A sua amiga loira não está morta. — Leone explicou para ele, que sorriu ainda mais.

— Que bom, assim ela não deixe Tatsumi sozinho. — olhou para o amigo. — Você é muito cabeça dura. — segurou na mão dele. — Mas não se esqueça de cuidar muito bem dela, ouviu? Eu não vou estar mais aqui para fazer isso.

E então, ainda sorrindo, morreu.

Tatsumi se levantou inconsolável, mas estranhou ao perceber que a loira peituda estava colocando sua amiga nas costas.

— Ei! O que você está fazendo!? — reclamou, mas não pode evitar a surpresa quando percebeu que fora agarrado pela camisa com o outro braço livre.

— Estou levando vocês conosco. Além de você ter sorte, coragem e um pouco de habilidade, ela tem uma Teigu. O que vai ser muito valioso.

— Teigu? — questionou incrédulo.

— Explicamos depois. — e literalmente carregou os dois dali.

— Ei... Espera...! Espera! — se debatia como podia, mas não deu outra. Fora carregado problemas algum.

O que diabos vai acontecer comigo...?


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? :3



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