Buraddi Mūn escrita por L R Rondão


Capítulo 1
Capítulo 01 - A partida.


Notas iniciais do capítulo

Esse é mais um dos meus projetos e não será muito grande.
No máximo do máximo do máximo, terá vinte capítulos.

Como disse antes, Aproveitem.

E só avisando novamente: Naruto é uma garota.
Atente-se a isso ^-^



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Uma loira no auge dos seus dezoito anos, era iluminada pela luz da lua, em seus momentos de reflexão. Naruto tinha a sensação de paz. Sinceramente, era tudo que podia dizer.

Depois de finalmente ter alcançado a paz entre todas as Nações, ela podia dizer que também estava em paz com si mesma. Podia dizer ao seu pai, seu Sensei e seu Tio Nagato que havia conseguido.

Andava lentamente à noite por Konoha, enquanto sorria para algumas crianças e acenava. Claro, como havia ganhado o título de Gama Sannin, e ainda mais, como o de Heroína do Mundo, não poderia de ser diferente todo aquele carinho, que lutou tanto tempo para conseguir.

Entrou em seu apartamento que depois de reconstruído (por causa do ataque do Pain) tinha que admitir que estava bem melhor que antes. Também tomou vergonha na cara, e o mantém arrumado (ou muito menos bagunçado) que antes, mas isso se deve também ao fato de quase não ficar na vila, em missões diplomáticas.

Tem algumas desvantagens em ser tão famosa assim...

Mas sorriu tentando não pensar nisso, fechou a porta e fora para um banho. Pelo menos isso lhe rendia uma vantagem que nenhum dinheiro no mundo poderia pagar...

Poderia ver Gaara quase sempre.

Ela sabia que a situação dela era completamente complicada. Sendo a atual Jinchuriki de todos os Bijuus (por decisão deles, alegando que eles estariam mais seguros com ela do que em qualquer lugar), ela não poderia ficar realmente em uma única vila. Fora assim que ganhou uma inscrição e bandana de cada vila.

E ele... Bem, todos sabem. É o Godaime Kazekage.

Mesmo que pudesse, só em seus sonhos, ele ter se apaixonado por ela também por causa de toda a intimidade que eles tiveram no tempo que passou treinando com Jiraya, antes de voltar a vila e toda a confusão com a Akatsuki eclodir, eles nunca poderiam ficar realmente juntos.

Mas ela ficava feliz só em poder vê-lo mais vezes...

Suspirou com todos esses pensamentos, sabia que estava parecida com a paixonite de Sakura e isso a incomodava, por nunca ter concordado com a amiga. Pensou que um bom e demorado banho poderia ajudar.

Uma das melhores mudanças em seu apartamento, fora a inclusão de uma banheira. Era simplesmente revigorador o tempo que passava imersa, e graças a ajuda da Kurama, ela as vezes poderia adicionar o Aka no Chakra e deixar a temperatura como a de uma Fonte Termal...

E isso era maravilhoso.

Tirou calmamente seu vestido laranja claro, já que dessa vez ela não estava em missão para utilizar as roupas de sempre, e revelou sua roupa íntima branca. Suspirou mais uma vez em pensar que teria que comprar mais dessas, já que as suas estavam ficando apertadas.

Era complicado.

Colocou a banheira para encher e retirou o sutiã e a calcinha, indo mais uma vez olhar o espelho grande que tinha perto de seu armário. Não iria se admirar, nem coisa parecida.

Iria fazer algo que tinha virado quase rotina. Olhar novamente aquela cicatriz.

Ela era terrível, e tinha um tamanho considerável. Ocupava toda as suas costas. Um presente dado por seu “melhor amigo” Sasuke, que em um golpe de loucura (já que aparentemente ele não conseguia controlar bem o poder de Indra) atacou o Kazekage.

Por quê?

Porque ele sabia dos sentimentos dela, e sabia que esse era um dos poucos modos de realmente afetá-la. Simplesmente por isso, ela suspeitava que ele não estivesse tão louco assim.

Mas não importa. Ela tinha se metido na frente, e quase morreu. Mas uma porrada da Sakura no meio da cara dele fez ele “voltar a si” e desfazer o Jutsu. Mas aquela ferida fora na alma... Nem mesmo Kurama poderia curar algo assim.

Percebendo que perdera tempo demais e que a banheira poderia transbordar, voltou a realidade e fora evitar que tal desperdício de algo de fato acontecesse. Aqueceu a água e relaxou em sua Fonte Termal Particular.

Parece que alguém está ficando folgada. — Naruto sorriu ao perceber que Kurama resolveu puxar assunto. Agora que todos os irmãos estavam reunidos, ela não estava tão sozinha.

Mas acabou sendo cativada pela loira, então deu no que deu.

Com os olhos ainda fechados, não foi para a sua realidade mental. Não precisava. Era só realmente pensar, que poderia manter um diálogo.

Ah... Não fale assim, Kurama. É uma vantagem muito boa para não ser aproveitada. — pensou ainda sorrindo.

Hunf. Mas... Quando que vai ver o ruivinho novamente...? — perguntou novamente no intuito de perturbar a loira. Na verdade, estava do seu jeito tentando impulsioná-la a se confessar.

Mas você é abusada, né, Kitsune? — e como sempre, se uma fala, o outro tem que se meter. É como um imã: Kurama e Shukaku. — Deixe a vida sentimental dela em paz! Como sempre está querendo se meter em tudo!

Do que está falando, Baka Tanuki!? — e como o esperado, ela se irritou e as ofensas recomeçaram. — E não me irrite. Eu posso falar o que eu bem entender, na hora que eu bem entender. E você não seja o abusado que queira interferir nisto!

Mas olhe como fala comigo Orokana Kitsune! — Naruto pensava no quão irônico era ele ofender alguém como “estúpido”. — Abaixe essa bola para falar comigo!

Olha quem fala! Presta atenção que eu te coloco para dormir em dois toques! — e as ofensas viram ameaças. Tudo seguindo seu fluxo normal, inclusive o estágio de dor de cabeça.

Também tinha as suas desvantagens em ser uma Jinchuriki de mais de um Bijuu.

Pode vir então, Orokana! — e mais uma vez a ironia se faz presente.

Vou acabar com você, Baka! — três... dois... um...

Será que vocês poderiam calar a boca e se aquietarem!? — Matatabi, a mais calma de todas sempre se estressava em uma única hora. Quando eles discutiam. — Será que sempre vão deixar a Naruto Sama com dor de cabeça?

Quantas vezes vou ter que pedir para não me chamar assim, Matatabi? — a voz de Naruto finalmente voltou a se fazer presente. — E eu sei que isso é mais forte que eles, mas obrigada por me defender.

Não poderia te tratar de outra forma, pois sabemos que és a menina da profecia do velhote, e ainda mais... És a escolhida de Ashura. — tratou novamente com toda aquela formalidade que a loira simplesmente detestava.

Maa... Isso me faz me sentir velha’ ttebayo. Onegai... — pediu mais uma vez, mesmo que não tivesse mais esperanças que iria mudar.

Está tudo bem com você, Naruto San? — Son Goku perguntou ignorando a todos e qualquer confusão. As rotineiras dores de cabeça podem prejudicar a qualquer um e ele estava ficando realmente preocupado.

Tudo sim, obrigada. — não conseguiu enganar ninguém. Até porque eles sabiam que além de tudo, o pressentimento que ela teve o dia inteiro estava afetando-a.

Tem certeza que não quer falar sobre isso, Naru Chan? — Gyuuki (um dos poucos que a tratava realmente como amiga, e não como alguém a ser venerada) perguntou e ela finalmente se rendeu e fora para a sua realidade mental.

Era um lugar vasto, cada Bijuu pode escolher um lugar que realmente se sentiria confortável, como um mar para Isobu ou um deserto para Shukaku. Mas quando eles se reuniam assim, era sempre numa sala que Naruto sabia que era a igual a que eles se reuniram na última vez que viram o velho Harogomo.

Estava com um vestido branco, simples, que sempre aparecia quando estava em sua mente.

Maa... Eu não sei. Eu nem sei o que é esse pressentimento, na verdade. — admitiu se sentando no centro, vendo que nem todos estavam reunidos, mas não era realmente um problema.

Como assim? — Kurama instigou e Naruto suspirou. Iria acabar falando de qualquer forma.

A sensação que tenho é que vou passar muito... muito tempo sem vê-los. Mas não sinto tristeza ou algo parecido. É como se fosse... Necessário. — revelou um pouco incerta. Não sabia se aquilo fazia realmente algum sentido.

Hn... Entendo a sua incerteza. Mas qualquer coisa, nós confiamos em você, e sabemos que vai voltar, Naruto Sama. — Matatabi sorria e conseguiu exatamente o que queria: acalmar o coração da loira.

Ela, mais calma, devolveu o sorriso e saiu de sua realidade mental. Já estava há tempos demais na sua banheira.

Se levantou e liberou a água para sair, enquanto encontrava uma toalha — também laranja, óbvio — para se secar e outra para envolver seus cabelos e secarem.

Eles cresceram, notara a Uzumaki. Antes ele estava no meio de suas costas, mas agora, quando fora reparar de novo, ele media o início de suas coxas. Suspirou enquanto balançava a toalha sobre seus fios dourados e tirava o excesso de água, para poder escová-los.

Essa era umas das raras vezes que poderia vê-la sem ser de Maria Chiquinha.

Olhou para o relógio, e percebeu que eram quase nove horas da noite. Ainda era um pouco cedo para si, mas percebeu que algumas horas a mais de soneca seriam muito bem vindas. Decidida a ainda não prender o cabelo, também decidiu vestir a sua camisola vermelha e sem nenhuma roupa por baixo, pois agora só iria dormir mesmo.

Iria ser bem mais confortável.

Moow, Naru Chan. Você realmente tem um corpo de causar inveja a muitas mulheres, em. — Gyuuki brincou, acabando se lembrando de seu amigo pervertido.

Nhá, Gyuuki. Não exagere, tudo bem? Eu sei que com o pervertido do Bee já viu muitas mulheres mais... desenvolvidas. — comentou sem o mínimo de timidez, já que bem... Fora aluna de Jiraya. Não é como se não soubesse o que é perversão.

Ah, acredite. Você estaria entre uma das mais bonitas, e com certeza, desejadas. Mudou muito através dos anos, e mesmo que tenha amadurecido bastante na Guerra, você ainda tem um jeito brincalhão e bobo que atiça muita gente. — comentou, mas não é como se ele fosse uma desses afetados.

Bijuus são assexuados.

Ele só tinha experiência em saber o que um homem gosta, ou não.

Pelo menos, um pervertido.

Hn... Vou tentar acreditar. — brincou e acabou bocejando. Pegou um de seus travesseiros e abraçando com força. — Boa noite, gente.

Boa noite. — ouvira nove vozes juntas e sorriu.

Eles também estavam em paz.

• • •

Quando percebeu, ela estava novamente naquela sala onde esteve na Guerra. Mais especificamente, quando descobriu sobre seus poderes provenientes de Ashura e conversou com Harogomo Ootsutsuki, mais conhecido como Rikkudou Sennin.

— Olá, minha jovem. Bom vê-la novamente. — sorriu para ela que se sentara. Mais calma, sem toda aquela responsabilidade de antes, queria realmente conversar com ele.

— Sim. — sorriu. Agora o vendo, deu para entender mais ou menos o porquê de ter passado o dia meio angustiada.

— Vejo que já estendeu que não vim aqui só parabenizá-la sobre sua vitória na Guerra e por ter alcançado a paz. — ficou um pouco mais sério. — Eu... Ainda preciso de sua ajuda.

Parecia um pouco sem graça.

— Eu imaginei, velhote. Mas... Achei que tudo tinha se resolvido. — declarou um pouco inquieta. Não queria que seus amigos ainda estivessem em perigo.

— Não se preocupe, por aqui tudo está calmo. — ele percebeu o olhar dela e ficou um pouco confuso. Ela se pôs a explicar.

— Mais ou menos, ainda existem algumas pequenas vilas e alguns países independentes que ainda querem causas problemas. “Vilas” ilegais, não reconhecidas e formas por Nukenins que ainda trazem dor e ódio... Mas isso fica para depois, certo? — queria não devagar tanto nos ainda evidentes problemas.

— Alegre-se. O mais difícil você já fez. — acalmou-a. — Se tornou Hokage? — perguntou um pouco curioso.

— Ainda não, mas não acho que vá demorar. — sorriu.

— Pode demorar um pouco mais do que imagina... Se aceitar me ajudar. — ele novamente parecia um pouco incomodado.

— Me explique. — pediu.

— Então, o lugar que precisa urgentemente de paz e justiça, é em outra dimensão. Não existe Chakra, por isso e seu seria bloqueado, mas existe Teigus.

— Teigus? — mesmo um pouco insegura, quis que ele continuasse.

— Sim, armas criadas para poder aumentar o poder de alguém. No início, era para proteger o reino que você talvez vá, mas... Agora estão usando para seus próprios fins, as corrompendo. Corrompendo o motivo para que foram criadas. — seu tom era amargo.

— E você conseguiria uma dessas “Teigus” para mim? — questionou e o Sennin não pode deixar de se sentir aliviado já que ela realmente considerava aceitar.

— Não, mas... Algumas dessas armas foram criadas através de monstros, ou a partir de sua casca, ou a partir de seu sangue... Enfim. Mas não foram todos que conseguiram ser domados e transformados. Você teria que lutar com um deles, e conseguir o seu poder. — explicou.

— Me faz me lembrar um pouco meu antigo relacionamento com a Kurama, mas... Como iria fazer isso sem Chakra? — seu amadurecimento mais uma vez se fez presente, e se Kakashi ou Kurama ou até mesmo Iruka estivessem ali, eles iriam sorrir felizes pela Uzumaki.

— Esta seria a única luta que eu poderia intervir. Você poderia usar o seu Chakra, mas seria a última vez neste mundo. E tem mais um agravante. — ele voltou a estar preocupado.

Ele sabia que só teria desvantagens em ela ir, e só uma extrema bondade a faria aceitar.

— Qual?

— Seu corpo “rejuvenesceria”. Você voltaria aos dez anos, mas teria todos os seus poderes e habilidades nesta luta. — suspirou.

— Eu iria sozinha? Ninguém iria me acompanhar? — indagou, agora não tinha certeza se iria aceitar.

— Um colega seu está sendo chamado agora, mas não posso dizer seu nome ainda. Não quero comprometê-lo se ele não aceitar, acabando por poder fazer você se sentir traída. — explicou.

— Hn... Tudo bem. — ponderou um pouco. — Eu vou, mas e os Bijuus?

— Eles vão ficar, cada um em forma filhote ao tempo que você ficar fora. Eu falarei com eles e explicarão a todos. Mas o tempo que você passar lá, não será o mesmo aqui.

— Entendo... Mas e ai? Preciso me preparar para algo? — perguntou um pouco animada.

Sentia que iria viver muita coisa nova por agora.

— Sim, e seu amigo aceitou. — respondeu parecendo um pouco mais feliz.

— E ele se chama...? — indagou curiosa.

— Gaara. Sabaku no Gaara.

Ela quase teve um infarto.

— Ele? Sério? — sua inquietação ganhou outro nível.

— Sim, mas meu Chakra tem limites. Como são dois, serão duas lutas com Chakra, mas cada um lutará a sua batalha. Se reencontrarão depois disso. — sorriu e ela sentiu tudo apagar novamente.

E ficou curiosa, por que Gaara aceitou?

E ele, sabendo disso nela, não pôde deixar de sorrir ao lembrar-se da resposta.

Mas é claro que eu irei... Desta vez, eu que irei protegê-la.

• • •

Quando se deu por si novamente, estava menor.

Pelo visto, não poderia se despedir dos amigos, e de qualquer um. Bem, talvez assim seja melhor, só pelo lado de que Tsunade não poderia de algum jeito proibi-la, ou culpá-la depois.

Mas... Que ela levaria um cascudo por isso, levaria.

Pelo menos, ainda estava de laranja. Sorrira. E era a roupa que usava na época que era uma Gennin recém saída da academia. Até seu boné estava aqui.

Pelo menos isso a lembraria de casa, e era ótimo.

O mais surpreendente, era o fato de o colar da Tsunade também ter voltado, e isso ainda a deixava mais feliz.

O lugar que estava era uma floresta, e pelo pouco que podia sentir ainda, não tinha uma civilização humana a pelo menos... Vinte Quilômetros quadrados? É, acho que esse é o seu limite atual.

Suspirou enquanto vira uma caverna. Pelo que ouvira do Sennin, não precisava ser um gênio para deduzir que sua oponente estava ali dentro.

Andou lentamente, rezando para que seja algo mais fácil que o Juubi.

Por favor... Kami Sama...

Entrou... E quase riu com a ironia.

Uma raposa, sério?

Quem és tu? — com a voz imponente como achou que seria, ela se levantou. Sua pelugem era negra, e seus olhos brancos. Era bem parecida com a Kurama, mas não tinha nove caldas.

— Eu venho te pedir que me ajude, por favor. — tentou evitar a luta. Não sabia se realmente poderia vencer com este corpo e jamais tentaria tirar o poder de alguém a força do nada sem o mínimo de explicação.

Seu nome não é Uchiha Madara.

O que queres, humana tola? Achas mesmo que és digna de algo? — e tinha todo o orgulho da antiga Kyuubi, e isto iria ser um pouco mais complicado do que imaginou.

— Eu vim pedir para que me doe seu poder. Uma guerra se iniciará, e não poderei fazer isto sozinha... — fora direto, mesmo sem saber se realmente seria uma guerra.

Mas bem, isso era um pouco óbvio de se imaginar.

Queres que eu me transforme em uma daquelas armas? Conheças o seu lugar! Jamais iria me rebaixar a tal repugnância! ­— se irritou e ela teve que usar o Hiraishin e sair urgente da caverna.

Ainda bem que tinha deixado uma Kunai onde tinha aparecido pela primeira vez.

O rugido fora alto e causou uma ventania que destruiu algumas árvores.

Devia ter me expressado melhor.

Suspirou novamente, tirando o boné e retirando dali um pergaminho com todas as suas coisas Shinobis. Mesmo que tivesse feito isso, pois sabia que jamais esqueceria o boné, nunca fora tão útil.

Logo estava completamente equipada.

E pode perceber que os olhos alvos com uma única fenda negra lhe fitaram em ódio.

Pra quê tanta irritação...?

Humana tola! Se realmente fosses necessária em uma Guerra, jamais deveria ter vindo aqui... Pois não poderá nem ao menos chegar lá... — sentenciou a morte da Uzumaki que semicerrou os olhos.

Claro que ela seria subestimada.

— Kage Bunshin no Jutsu! — após um de seus Jutsus favoritos ela se afastou um pouco.

Lembrou-se de algo que aprendeu enquanto tentava “criar” o Rasen Shuriken: descobrir o padrão de ataque primeiro, atacar verdadeiramente depois.

Os seus clones utilizavam Taijutsu, mas nem chegaram perto, já que uma ventania os explodiu, e logo a verdadeira teve que desviar uma rajada.

Fuuton? Ai não... A “Teigu” dessa coisa é VENTO?

Respirou fundo.

— Okay então. Fuuton: Shinkū Bōru! (Vento - Esfera de Vácuo) — atirou três “balas” de vento a partir de seu dedo indicador direito e viu a cara de surpresa da raposa, principalmente por ser atingida.

Maldita! Como podes fazer algo assim? E ainda desejas meu poder? — esbravejou ainda mais irritada.

— Não poderei mais usar essa habilidade depois de hoje, e não desejo o “seu” poder em si. Eu desejo ter o poder para proteger as pessoas. Principalmente as inocentes que sofrerão com a guerra! — desabafou.

Como se uma criança soubesse algo assim... Não tentes me ludibriar! — e pela primeira vez o grande animal viu a raiva tomar conta da loira.

— NÃO SEI NADA?! NÃO. SEI. NADA? — tentou se acalmar, mas não deu. Liberou sua intenção assassina que realmente assustou a fera, principalmente enquanto a outro andava a caminho de si de uma forma tão imponente. — A guerra é algo terrível. Não serve para nada. Não tem honra. Não tem sentindo. Não trás nada que sirva. Só trás dor, sofrimento e ódio para todos os lados. Acaba com a vida de pessoas, e com a família de todos.

A raposa, se sentindo muito acuada, recuou tremendo.

Afinal, aquela sim era a Sannin.

— Ela só destrói. Ela só mata. Ela é o pior pesadelo de qualquer um. — parou em frente a sua oponente e encarou totalmente os olhos brancos arregalados em surpresa.

Criança... sua voz agora não continha deboche ou orgulho. Só espanto.

— Não quero que se torne uma arma, não quero ter que lhe usar. Só quero poder para proteger as pessoas disso. Só quero poder para evitar que mais gente passe por aquilo novamente...

A Intenção sumiu e ela caiu de joelhos.

Todas as lembranças voltaram. De toda a destruição da Guerra. E principalmente, um dos amigos mais íntimos que perdeu, Neji. Sua respiração ficou ofegante, e ela sentia vontade de chorar. Mas mais uma vez na sua vida, não conseguiu.

A raposa se recompôs, e tomou uma decisão.

Acertou com sua enorme garra o abdômen de Naruto, que antes frágil por suas memórias, não fora capaz de fazer nada. Cuspiu sangue por sua boca e xingava-se por dentro por todos os nomes desagradáveis que conhecia.

Como pôde ficar assim em um campo de batalha?

Agora, pequena, tens toda a minha habilidade com o vento. E também toda a minha resistência a venenos, vermes, viroses... Seja o que for. Nunca ficarás doente. — surpreendeu a loira que sentia que a feria se cicatrizava.

Não fora para matar. Fora para transferir os poderes.

Surpresa, ela resolveu gritar.

— Naruto! Uzumaki Naruto! — apresentou-se e sorriu e ao receber.

— Geiru Josei. — o nome era um pouco engraçado, mas quem era ela para julgar? Sorriu ao perceber que Rikkudou sorria e desaparecia.

Parte um, cumprida.

Agora era só esperar Gaara e saber o que vai acontecer...

Já o ruivo também pensava na droga da ironia que acontecia. Ele estava lutando com um Guaxinim gigante, mesmo que diferente de Shukaku, era a mesma espécie.

E ganha uma bala quem adivinhar o que ele controla.

Ding, ding, ding. Você acertou: areia!

A luta entre os dois estava se resumindo a grandes, quase colossais ataques de areia.

Humano ignorante! (parece que essa é a palavra favorita da espécie) Morra logo e quieto! — o dono da pelagem castanha e olhos roxos lançava um onda gigante de areia que cobriu a tudo.

Mas depois uma cúpula de areia sai calmamente do estrago causado e desmanchasse lentamente. Alguém conhecido com a defesa perfeita não iria ser pego tão facilmente, principalmente por um golpe que ele mesmo sabe fazer.

Por que insistes tanto...? Poderias somente ir embora, mas por que continuas a me enfadar? — se irrita, por mais que esteja curioso. Aquele humano tem o mesmo poder que ele mesmo, mas alega que não poderá mais utilizá-lo.

— Porque eu preciso desse poder... — respondeu simplesmente enquanto criava uma chuva de areia com um simples levantar de braço.

Ignorante... — irritou-se novamente, fazendo com que a areia que antes parecia um mar adormecido (utilizada no golpe anterior) ficasse em cima de si, o protegendo. Mas não utilizou, fazendo que o restante se tornasse uma espécie de “calda” bem parecida com a sua, acertasse a “bola” que cercava o Kazekage. — És como todos! Sempre querendo o poder dos outros para benefício próprio.

— Não me interprete mal. Não preciso para mim. Preciso para ela, para as pessoas que ela quer proteger... — disse enquanto abria um buraco debaixo de si, e por poucos metros caia, mas logo era sustentado por outra parte da areia, fora da “área de perigo”.

Protegê-la...? — sua curiosidade aumentou. Até porque, não poderia dizer que não gostou daquele humano. — Proteger a quem...?

— Naruto. Uzumaki Naruto. — respondeu simples, voltando a pisar no chão, mesmo que ele esteja quase entupido de areia.

Vejo que está apaixonadinho, criança... — suas mandíbulas foram enfeitadas com um sorriso quando percebeu o leve rubor na face do ruivo com um símbolo estranho na testa. — Ninguém enfrenta uma fera como eu sem ser por amor, seja a si mesmo e seus objetivos, conhecido como ganância, seja a uma mulher e seu dever de protegê-la. Pois bem, mas agora, é o fim.

Gaara não entendeu, mas depois pode perceber que seus braços e pernas tinham sido presos. Talvez fosse realmente um erro ele ter descido, mas o Guaxinim tinha parecido desistir de lutar.

Ele mentalmente se repudiou por ter acreditado tão fácil.

Claro que ele tentou se defender, mas não fora um ataque colossal. Fora um ataque com poucos grãos, que não se podia ser defendido. A areia fora entrando por sua boca, quase o sufocando. E ele pôde perceber que a fera nem se preocuparia em ver o que aquilo estava causando.

Era extremamente desconfortável. E ele realmente achou que iria morrer. De modo extremamente patético.

Mas então, parou.

Kami no Nintai, este é o meu nome.

Paciência divina? Gaara se perguntou, mas decidiu não entrar em detalhes sobre tal coisa.

— Sabaku no Gaara.

E fora a última vez que trocaram palavras.

• • •

Se reencontraram e o sorriso dela dizia que ela tinha conseguido. Sorriu minimamente com isso, mas ela sabia que ele não teria aparecido se não tivesse ganhado.

— Como é que foi? — perguntou se sentando em uma pedra. Havia uma cachoeira ali perto, e um rio se formava e alcançava a dupla que molhava os pés.

— Contra um Tanuki que controla a Areia. Mais irônico, impossível. — disse sem muito sentimentalismo. Não era frio, mas também não demonstrava muitas emoções.

— E eu que lutei com uma Kitsune que controla o vento? — ele se surpreendeu. — Isso é coisa do velhote, com certeza.

Ele ficou encarando a água.

— E o que faremos agora? — questionou para ela que não sabia muito que fazer.

— Ele nos largou em um lugar meio deserto, e não tem como saber para onde realmente devemos ir, mas... — suspirou.

— Mas o que, Naruto? — quis saber o que a loira pensava, mesmo que parece que ela não aprovava.

— Sabe, eu sou muito de seguir meus instintos, o que uma “vozinha interior” me manda fazer, mas isso... agora... acaba sendo um pouco complicado. — movimentava um pouco os pés, claramente desconfortável.

— E o que ela manda? — continuou instigando-a falar.

— Que... Nos separemos. — suspirou. — Não sei o porquê, mas alguma parte de mim acha melhor que nos afastemos, mesmo que tenha certeza que vamos nos encontrar novamente.

Que você irá me encontrar.

Gaara suspirou e olhou para frente. Ele podia ver o mar. Não que gostasse da ideia, mas ele sabia que pelo menos, por ali ele teria que achar pessoas. Com certeza.

— Nos vemos daqui a pouco, então. — começou a caminhar por entre o rio que naquela parte era bem raso, cobrindo só até o calcanhar.

— Você...

— Eu confio em você, Naruto. — se virou para ela. — E definitivamente, não importa quanto tempo demore... Eu. Vou. Te. Encontrar. — e voltou a seguir seu caminho, olhando para frente sem perceber que ela corou ao extremo.

Os dias da viagem com Jiraya definitivamente mexeram com ela.

Olhou para os lados, para trás, para frente... E não sabia realmente o que fazer. Decidiu subir em uma árvore e ter uma visão mais ampla.

Conseguiu ver, mesmo que um pouco longe, montanhas.

Saltou e com o vento aterrissou só com um pouco de dificuldades. Com certeza teria que treinar para controlar.

Começou a andar... Seria um longo caminho...

Passou três dias andando. Por sorte, todo o caminho era uma floresta, e ela sabia se virar bem com água e comida em um caminho assim. Até que chegou as montanhas. Foi muito difícil andar ali descalça, já que seus sapatos sumiram em algum momento que ela lutava com alguns daqueles monstros insanos que habitavam naquela floresta.

Se sentia mal por matar alguns deles, mas era ela, ou eles. E estava com fome.

E quando finalmente subiu, teve uma surpresa: tinham animais que viviam ali também.

Se afastou do golpe que provavelmente a mataria. Se tratava de um escorpião cinza com tamanhos desproporcionais, que quase chegava ao nível da Kurama. Quase.

— Droga, parem de me perturbar! — gritou se referindo a todos que a haviam a atacado sem motivo nenhum aparente, além da hostilidade notória.

Mas percebeu que não tinha muito que fazer, já que desviando do golpe, acertou uma pedra que quase furou o seu pé. Rangeu de dor, e percebeu que teria que agradecer a Kami por aquele animal não ter atacado com o ferrão, e só com a calda.

Mesmo que a tivesse mandado longe, e feito com que a ex-Jinchuriki quebrasse um pouco da rocha atrás de si, tamanha violência que fora acertada. Até que ela se lembrou que era imune a venenos e qualquer coisa do tipo.

Gemeu mentalmente por isso, e por fora, gemeu de dor mesmo.

Até perceber que suas pessoas a encaravam enquanto caia de joelhos. Um era claramente mais velho, beirando aos quarenta anos e tinha uma face meio carrancuda. Outro era um jovem de praticamente mesma idade que ela (dez) de cabelos castanhos e olhos verdes.

— De onde você surgiu? — o mais jovem perguntou e ela sorriu fraco. Ele parecia ser do tipo ingênuo.

Se limitou a apontar para o bicho que agora percebia que estava muito acima de si. Ele havia a tacado para longe e para baixo!

— Aquele bicho te jogou tão longe assim? — o homem se pronunciou pela primeira vez. — Tem certeza que está viva, criança?

Ela sorriu um pouco mais abertamente e desmaiou.

Mais uma vez agradecia o fato de ser Uzumaki e ter adquirido resistência durante os anos. Mas se comparar aos socos de sua querida “Baa Chan” ou sua melhor amiga Sakura, aquilo era quase fichinha.

.

Quando acordou novamente, percebeu que estava em uma cama. E aquele quarto tinha o cheiro do garoto que encontrou antes, então deu para deduzir que fora salva.

Ele entrou e a luz que invadiu pela porta incomodou os seus olhos.

— Que bom que finalmente acordou. — se aproximou e sentou-se ao lado dela. — Muito prazer, meu nome é Tatsumi. — sorriu.

— Naruto. Uzumaki Naruto.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? ^-^



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