No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 5
Eu Não Sou A Mulher Dele


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Espero que gostem desse capítulo! Vocês são muito legais comigo e devo dizer que amo escrever essa fic!



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Depois do abraço, nós dois fomos dormir, sem dizer mais uma palavra. Tudo aquilo estava confuso demais para mim. E eu não conseguia deixar de pensar se as pessoas da minha Terra estavam preocupadas comigo. Como eu sentia falta dos meus amigos, dos meus irmãos, dos meus pais... Até mesmo do meu ex-namorado. E olha que eu realmente queria me vingar dela.

Mas acho que se eu voltasse naquele momento, sentiria falta de Oliver, Felicity, Diggle e até mesmo de Sara. E eu sabia que estava ali por algum motivo. Eu precisava consertar alguma coisa, como o próprio Damon havia dito.

O dia amanheceu quente. Um sol irritante batia no meu rosto, me fazendo lembra que eu havia esquecido de fechar a janela. Levantei-me sem pressa. Não havia o menor motivo para isso. Andei até meu guarda-roupa e coloquei algo mais decente do que o meu pijama. Um short jeans e uma camiseta branca. Fiquei com meu chinelo e escovei meus dentes. Depois passei um pente no meu cabelo e me olhei no espelho.

— Você pode fazer isso – disse para mim mesma. - Logo você vai voltar para o seu mundo. Você só precisa fazer algo impossível. O que não te mata, te deixa mais forte.

Tomei um gole de coragem e sai pela porta. Ouvi vozes vindas da cozinha, uma era a de Oliver. A outra eu não conhecia. Mas era uma garota. E parecia brava.

—... saiu de casa e espera que eu ache que está tudo bem? Algo aconteceu Ollie, algo... – Thea Queen parou de falar quando me viu. Acho que eu fiz merda. – Quem é essa?

Ele me olhou e eu percebi que realmente havia feito merda. Ele me olhou como se eu fosse ser morta depois daquilo.

— Essa é... – Ele tentou encontrar alguma palavra, mas não achou nada que pudesse me descrever.

— Eu sou a Lucy – eu estendi minha mão para ela. – Eu sou prima do Diggle, o motorista do seu irmão. Eu só estou aqui porque o Oliver me achou ontem andando por aí e achou melhor eu vir para cá do que ir para casa sozinha – eu pensei rápido e Oliver ficou surpreso com o meu jogo de palavras. – Bom, foi um prazer te conhecer, mas eu tenho que ir agora. Tchau Oliver, obrigada por me acolher!

Eu sorri para ele e fui em direção a porta antes que algum deles pudesse protestar. Sai pela porta e percebi que aquela tinha sido aquela melhor coisa que eu já tinha feito. Pela primeira vez pude respirar desde que Oliver decidiu ser o meu pai.

Caminhei pelas ruas de Starling por algumas horas até que um carro preto começou a me seguir. Primeiro eu não havia notado ele ali. Mas então eu comecei a andar mais rápido e, conforme a minha velocidade, o carro andava mais rápido. Comecei a correr e entrei em um beco. Péssima ideia. O beco era sem saída e o carro logo estacionou no lugar por onde eu havia entrado.

Um homem de terno e um tapa olho saiu de dentro do carro. Slade Wilson estava vindo na minha direção e não havia nada que eu pudesse fazer. Comecei a suar frio. Eu sabia que ele era o pior vilão que o Oliver já havia tido.

— Olá senhorita – ele sorriu malignamente quando parou na minha frente. – Soube que você é a nova protegida de Oliver Queen.

— Eu não sei do que você está falando – eu menti, mas com certeza aquilo soou falso. Eu estava nervosa demais para conseguir mentir bem.

— Eu a vi saindo do apartamento dele. Oliver Queen é um homem de muitas mulheres – ele chegou mais perto de mim, me fazendo encostar a cabeça na parede de tijolos atrás de mim.

— Eu não sou a mulher dele – eu disse, ríspida.

Ele se aproximou ainda mais de mim e tocou em meu queixo.

— Não é o que parece – senti seu hálito bem perto de minha boca. – Não é como se você fosse uma fedelha. Tem um corpo muito desenvolvido para ser daqui. Você definitivamente não é daqui. Americanas não tem um corpo como o seu – o olhar dele e me fez sentir nojo.

— Isso não é da sua conta – cuspi as palavras, fazendo ele ficar bravo.

Ele desceu sua mão para o meu pescoço e me colocou no ar, pressionando a minha garganta com força. Senti dor e falta de ar. Ele estava me sufocando.

— Isso é só um aviso – ele murmurou. – Diga para Oliver que vou arrancar tudo dele. Incluindo a nova ninfeta dele. Vou arrancar tudo dele, vou fazê-lo implorar por misericórdia. E quando ele souber como é ter tudo de mais precioso tirado dele, eu vou enfiar uma flecha no olho dele.

Então ele me soltou, me fazendo cair no chão. Fiquei sem reação por um tempo, mas assim que ele se virou, tive que dar o troco.

— Sabe qual o seu problema Wilson? – Balbuciei, levantando-me. – Você me subestima.

Estendi minha mão e o fiz parar no ar. Mal podia acreditar que aquilo tinha realmente funcionado. Fiz ele virar para mim e percebi o medo que havia em seus olhos. Trouxe ele para perto de mim com uma vontade incontrolável de quebrar o crânio dele ali mesmo.

— Isso é só um aviso – debochei de suas palavras. – Nunca mais me chame de ninfeta – quebrei sua mão. – E eu não sou a mulher de Oliver Queen.

Soltei ele no chão. Passei por seu corpo caído a tempo de ouvir ele dizer:

— Isso ainda não terminou. Eu vou te achar! E vou te matar!

Olhei para ele com um sorriso irônico no rosto.

— Acho que você não deveria contar com isso – eu disse e voltei a seguir meu caminho, de volta para o apartamento.

(...)

Quando cheguei, Oliver estava sentado no sofá ao lado de Diggle. Os dois ficaram aliviados quando me viram passar pela porta.

— Você ficou louca? – Oliver despejou o começo de sermão.

— Acho que seria melhor eu ter falado para sua irmã que eu era a sua mulher, seria mais normal – eu ironizei. – Seria a terceira vez que ouço isso.

Oliver pareceu confuso. Então contei a eles tudo sobre o meu encontro com Slade. Oliver ficou furioso, mas Diggle parecia não acreditar.

— Não consigo imaginar você quebrando a mão de alguém – ele debochou.

— Ele queria me matar – eu me defendi. – E ele me chamou de ninfeta. E de “mulher do Oliver Queen”. Não aguento mais me chamarem disso.

Diggle deu risada, mas Oliver continuava furioso. Ele andava de um lado para o outro da sala, esfregando as têmporas.

— Não acredito que ele foi atrás de você – ele parecia indignado.

— Eu acredito – Diggle caçoou. – Do jeito que vocês dois andam juntos parece que estão casados.

 Nós dois olhamos para Diggle com olhares mortais. Se eu tivesse o poder de atirar raios pelos meus olhos, Diggle já estaria morto.

Uma batida na porta nos fez ficar em silêncio.

— O que é agora – Oliver foi furioso em direção a porta e a abriu.

Era Coulson. Phill Coulson da SHIELD. Eu juro que se esse mundo ficar só um pouco mais louco eu me jogo da ponte pensei naquele momento. Ainda bem que essa foi uma promessa que eu nunca cumpri.

— Quem é você? – Oliver perguntou, bravo.

— Sou o Agente Coulson da...

— SHIELD – Diggle completou, parecendo um pouco surpreso com o homem ali.

Coulson olhou para dentro e viu Diggle e deixou um sorriso escapar.

— John – ele disse.

— Phill – Diggle respondeu com um sorriso indo cumprimentar o amigo.

— Vocês se conhecem? – Oliver parecia tão confuso quanto eu.

Mas ele achou melhor deixar Coulson entrar, já que Diggle confiava nele, ele não teria motivos para não confiar. Oliver confiava em Diggle como em seu próprio braço.

— A ARGUS e a SHIELD já fizeram uma missão juntos – Diggle explicou enquanto mostrava para o agente onde se sentar.

Eu o analisei por alguns minutos e me sentei na bancada que dividia a cozinha e a sala. Ele olhou para mim e me analisou também, mas Oliver logo se colocou entre nós, interrompendo os olhares. Ele se encostou ao meu lado na bancada como se dissesse para o Phill “se você ousar encostar um dedo nela, eu juro que te mato”. Exagerado.

— Por que você está aqui? – Oliver foi direto ao ponto.

Coulson suspirou e me encarou.

— Por causa dela.

— Por causa dela – falei ao mesmo tempo que ele, revirando meus olhos. Ele me encarou confuso. – Estou acostumada a ouvir isso – expliquei.

— O que você quer com ela? – Oliver estava na defensiva.

Phill segurava alguns papéis e os entregou para Oliver, mantendo uma distância segura de mim como se eu fosse uma bomba ou algo assim.

— Existe um projeto secreto da nossa organização chamada Iniciativa Vingadores – Coulson começou. – É a ideia de reunir um grupo de pessoas extraordinárias para que elas possam travar as batalhas que nós não podemos.

Eu ouvia tudo aquilo com atenção, mas tinha medo de saber aonde ele queria chegar.

— Uma recente... Ameaça chegou na Terra há pouco tempo. Ele planeja começar uma guerra e precisamos dela – ele terminou.

Um silêncio que parecia interminável se fez presente na sala. Então era isso. Loki já havia chegado na Terra e Phill Coulson queria me recrutar para os Vingadores.

— Como assim “chegou na Terra”? – Oliver perguntou, sério.

— Ele veio de outro planeta – Phill explicou, fazendo Oliver rir.

— E por que você espera que eu acredite? – Ele perguntou.

— Por que ele está falando a verdade – eu me intrometi.

Oliver olhou para mim, assim como Coulson e Diggle.

— Ele está falando a verdade e eu vou com ele. Você não pode me impedir – eu disse, como se só houvéssemos nós dois naquela sala.

— Não posso deixar você ir – ele começou.

— Não estou pedindo sua permissão – eu retruquei.

— Você é minha responsabilidade – ele completou.

— Não sou. Você não é o meu pai – falei, brava.

— Você é muito teimosa – ele se aproximou.

— E você é muito mandão – eu senti meu rosto ferver.

— Infantil – ele se aproximou ainda mais.

— Babaca – eu retruquei.

— Mimada – senti sua respiração perto da minha boca.

— Idiota – respondi.

Alguém pigarreou fazendo nós dois virarmos o rosto e nos lembrarmos de que não estávamos sozinhos.

— Podemos voltar quando vocês tiverem terminado de discutir a relação – Diggle zombou, me fazendo enrubescer.

Só então notei o quanto Oliver e eu estávamos perto um do outro. Ele se afastou, caminhando até a poltrona.

— Faça o que você quiser – ele bufou, olhando para mim. – A vida é sua.

Achei estranho ele ter mudado de ideia tão rápido.

— Ainda bem que você sabe – provoquei.

— Se for para ir, você vai hoje. Mas eu não vou te acolher de novo. Finalmente vou me ver livre de você – ele cuspiu as palavras.

Sinceramente? Elas me magoaram um pouco. Mas eu não ia deixar barato.

— Ninguém te obrigou a me acolher aqui – eu retruquei, descendo da bancada.

— Só vai embora – ele bufou.

— Vou arrumar minha mala – disse séria. E depois me virando para o Coulson, disse: - Nós vamos hoje.

(...)

Entreguei minha mala na mão de Coulson. Felicity, Oliver, Sara e Diggle estavam na sala de estar do apartamento. Dei um abraço demorado em Felicity e depois um em Sara. Olhei para Diggle apertei sua mão, mas nós dois logo rimos e acabamos abraçando um ao outro. Os três foram em direção a cozinha, enquanto Oliver ia comigo em direção ao elevador. Coulson me esperava lá embaixo.

— Obrigada – eu disse, antes de entrar no elevador. – Apesar de ser chato, controlador e arrogante, você sempre tentou me proteger. Nunca ninguém quis me proteger antes, então só posso agradecer.

Ele pareceu surpreso com as minhas palavras.

— Você não é tão infantil quanto eu pensava ser – ele sorriu.

— É assim que você elogia os outros?

— Você me xingou de chato, controlador e arrogante. Estamos quites – ele deu uma piscadela e, pela primeira vez, nós dois rimos juntos. – Foi mal por ser controlador.

— Tudo bem – eu disse, apertando o botão do elevador. - Até um dia desses Oliver Queen – entrei no elevador.

— Até um dia desses Lucy King – ele disse enquanto as portas se fechavam e eu vi, por uma última vez, seu sorriso.


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Notas finais do capítulo

E então?



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