No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 30
Supostos Heróis


Notas iniciais do capítulo

Oiie ♥
Gente, obrigado por todos os comentários! Vocês são demais! Espero que gostem desse capítulo ♥
Enjoy!
PS.: Gente, não sei se vocês sabem, mas a Marvel tem algumas séries que já estão disponíveis para assistir e outras que ainda vão ser lançadas. As que vão aparecer nos próximos capítulos são Jessica Jones e Demolidor, que também estão disponíveis na Netflix, caso alguém queira assistir ♥



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Se eu achava que aquela parte de Central City era isolada e perigosa, Hell’s Kitchen era o inferno na Terra. Mesmo que eu tivesse conseguido um apartamento barato e rapidamente, eu tinha quase absoluta certeza de que um de meus vizinhos era traficante de drogas. E, embaixo do meu apartamento, ficava um bar. O dono dele era o dono do apartamento, por isso fui obrigada a trocar algumas palavras com ele. Ele era uma pessoa de bem, que parecia gostar do que fazia e estar no lugar errado. Por isso, ele me ofereceu um emprego como bar tender, que pagaria o meu aluguel. Foi uma troca de favores.

O bar ficava aberto o dia todo e parte da noite. Não era a melhor vida, - eu recebia cantadas de velhos nojentos quase o tempo todo – mas era a vida que eu podia pagar.

Eu estava começando a conseguir controlar quando eu queria ouvir pensamentos e quando não queria. Era como uma espécie de barreira mental que eu havia conseguido formar. Porém, se eu não me concentrasse em outras coisas, as barreiras eram desfeitas e as vozes voltavam. À curto prazo, eu estava bem.

— Está tudo bem? – Luke perguntou, enquanto limpava um copo de vidro.

A noite estava fria e o bar estava fechando. Havia ainda dois bêbados ali, esperando para serem enxotados por Luke. Ele não sabia que eu tinha apenas 17 anos, graças a minha habilidade de achar pessoas com habilidades incríveis que podem fazer uma carteira de identidade falsa. Para ele, eu tinha 22. E ele não desconfiava de nada, graças a minha habilidade de parecer ser cinco anos mais velha do que eu era. Sempre foi assim, mesmo antes de eu... Bem de eu provar que a teoria das cordas era verdadeira.  

— Estou apenas cansada – limpei a pia com um dos panos brancos. – Foi um longo dia.

Ele ia falar algo, mas foi interrompido por um dos bêbados que estava começando uma briga. Luke suspirou e foi apartar a briga. Jogou os dois para fora e fechou a porta do bar, virando a plaquinha que indicava quando estava aberto ou fechado. Terminei de limpar a pia e fui atrás de uma vassoura e uma pá, eles haviam quebrado duas garrafas de vidro.

Comecei a varrer os cacos de vidro enquanto Luke limpava as mesas. O silêncio era bom e confortável. Mas eu ainda dava alguns deslizes e acabava lendo alguns de seus pensamentos. Em geral, eram apenas reclamações sobre a sua vida.

— Pronto – ele suspirou. – Bar fechado, mesas limpas. Se quiser viver sua vida, pode ir.

Olhei para ele. Eu não tinha uma vida, mas uma garota de vinte e dois anos em Nova York deveria ter. Assenti e desamarrei o meu avental, pendurando ele em um dos cabides que ficavam perto da prateleira de bebidas.

— Ou eu posso comprar uma bebida e ir até o meu apartamento, o que é muito melhor – peguei a minha gorjeta que havia ganhado de um bêbado. – Uma garrafa de vodca, por favor – estendi o dinheiro para ele.

Ele sorriu de lado e balançou a cabeça. Pegou o dinheiro da minha mão e me entregou uma garrafa fechada. Sentei de frente para o balcão, me inclinei e peguei um copo. Abri a garrafa e derramei um pouco do conteúdo. Peguei outro copo e derramei mais um pouco.

— Toma – entreguei um copo para ele. – A menos que tenha algo melhor para fazer.

Ele pegou o copo da minha mão e se sentou comigo. Sorri para ele. Nós dois bebemos o líquido, fazendo minha garganta arder. Fiz uma careta horrível, que fez ele rir.

— Isso queima – eu disse, dando risada.

— Sim, queima – ele sorriu de volta.

Coloquei mais um pouco no meu copo e virei de uma vez, sentindo uma leve tontura.

— Querendo descontar algo na bebida? – Ele perguntou, colocando mais um pouco em seu copo.

— Todos estamos, não é? – Suspirei.

Ele não respondeu, apenas ficou olhando para o chão. Peguei outro copo e virei. Minha vista já estava um pouco embaçada. Virei outro copo.

— Ok, já chega para você – ele tomou o copo de mim. – Vem.

Ele me pegou pelo braço e me arrastou para o meu apartamento. Minhas pernas estavam meio bambas, por isso não conseguia andar direito.

— Você não costuma beber muito, não é? – Ele perguntou, sem esperar uma resposta.

A verdade era que eu quase nunca bebia. Uma vez ou outra com os amigos e sempre em pequenas doses. Mas eu queria descontar as minhas frustações na vodca, o que não foi uma boa escolha.

Ele me jogou na cama e tirou meus sapatos. Observou-me por alguns segundos e depois saiu. Ele não esperou que eu dormisse, então eu acabei não o fazendo. Ao invés de dormir, eu apenas fiquei deitada observando o teto.

Fiquei relembrando cada memória. Eu queria que o tempo passasse depressa. No entanto, fui obrigada a ver cada segundo de cada de hora. Cada coisa que eu já havia vivido, descontada em cada lágrima que descia pelo meu rosto. E eu nem sabia porque estava chorando tanto. Eu sabia que sentia falta da minha família e dos meus amigos, mas não sentia falta de... bem, eu sentia uma certa falta dos Vingadores e Wanda havia se tornado uma grande amiga. E também sentia falta de Oliver.

Droga, por que raios todos os meus pensamentos sempre voltavam para Oliver? Não queria acreditar na teoria de Barry, mas estava começando a achar que ele estava certo. Talvez ele estivesse certo. Qual seria a outra explicação para ele não sair de meus pensamentos?

Mas eu não queria aceitar. Não podia aceitar, principalmente porque, se aceitasse, eu iria sofrer com isso. Sabia que ele não sentia o mesmo. Oliver e Felicity foram feitos um para o outro. Eu sabia que gostar de Oliver significaria sofrer com isso. Por isso, reprimi o sentimento de dúvida e fui dormir, esperando pela ressaca no dia seguinte.

(...)

Não houve ressaca no dia seguinte. Então, quando Luke me perguntou se eu queria uma folga, eu recusei. Ficar sozinha um dia inteiro não era a melhor pedida. Eu precisava estar perto de pessoas – mesmo que fossem pessoas bêbadas.

Então, como em todos os dias, eu desci para o bar e comecei a atender pessoas. A televisão estava ligada, por isso era possível ouvir as notícias. Eram apenas notícias sobre uma tal de Hope que havia assassinado os pais, um homem que se chamava Wilson Fisk sendo preso, alguns assaltos, mortes... enfim, as coisas de sempre. Mas foi só quando uma notícia sobre os Vingadores passou que eu comecei a prestar atenção.

Em sua última missão na América do Sul, o grupo conhecido como Vingadores deixou alguns destroços para trás. Em algumas imagens, podemos notar a falta de alguns membros como Thor, Homem de Ferro, Fênix e Hulk. O governo tem sido pressionado pelo povo para criar uma lei que torne essa equipe estatal — a repórter falava. – O que você acha disso Robert?

— Essa equipe, esses supostos “heróis”, não são melhores do que policiais apenas porque têm habilidades. Eles deveriam se responsabilizar por seus atos. Temos o registro de Sokovia para provar. O Ultron foi criado porque estes heróis não estavam sendo controlados — um homem velho comentou. – Nós não temos a localização de Hulk, Thor ou Fênix. Se um general perdesse três bombas atômicas, ele com certeza seria cobrado por isso. Por que eles não são?

A mulher voltou a falar as notícias e eu voltei a servir a mulher na minha frente. Ela observava a televisão como um leão observa sua presa.

— Revoltante, não é? – Comentei, chamando a sua atenção. – Eles salvam o mundo e as pessoas ainda querem achar algum defeito.

Ele olhou para mim com cara de poucos amigos e voltou a beber sua bebida. Fiquei quieta, antes que ela me batesse. Ela parecia observar Luke, com um certo interesse. Havia tido uma ideia, uma ideia um tanto perigosa, e queria testá-la. Queria saber se, ao me concentrar, eu conseguiria. Então tentei.

Olhei bem para a mulher e pensei apenas em ler sua mente. Concentrei-me apenas em entrar em sua cabeça. Então, eu o fiz.

Primeiro vi um acidente de carro, senti sua dor. Então a via com uma garota loira. Ela segurava uma pia de mármore que deveria pesar toneladas e pude sentir sua angústia. Então a vi andando pela rua de noite, salvando uma mulher de um assalto e pude sentir sua felicidade. Mas então a vi ser controlado por um homem que usava apenas as palavras para tal feito. E a vi sendo estuprada, fazendo coisas que ela não queria e pude sentir o seu pavor, a sua dor. Depois a vi matando alguém com apenas um soco e pude sentir sua tristeza.

Então, quando voltei a mim, eu estava encarando a mulher, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Ela me encarava de volta, como se eu fosse algum tipo de aberração.

— Eu... eu... – tentava falar, mas as palavras não queriam sair da minha boca. – Eu sinto muito.

Toquei em sua mão. A mesma recuou instantaneamente. Respirou fundo, como se estivesse muito brava e confusa, jogou uma nota de dez no balcão e saiu pela porta. Limpei rapidamente as lágrimas, antes que Luke as visse.

Continuei a secar a louça, mas não conseguia mais me concentrar. Havia algo naquela mulher, algo diferente. Ela era diferente e havia passado por experiências muito ruins. Mas algo realmente havia me intrigado nela. A mulher que ela havia matado, estava, de alguma forma, ligada ao Luke e eu podia sentir aquilo.


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Notas finais do capítulo

E então?



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