No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 3
Não Preciso De Novidades


Notas iniciais do capítulo

Oiiie pessoinhas.
Estou amando os comentários que vocês estão deixando! São todos tão fofos e tão perfeitos!
Vocês são demais, sério!
Capítulo novo, personagem novo. Espero que você goste



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Assim que Sam e Dean foram embora, Oliver e eu começamos a procurar por um apartamento. Confesso que fiquei um pouco triste por ter que me despedir deles, mas sabia que eles tinham coisas mais importantes para fazer, como tirar o demônio de alguma garotinha.

Então, naquele momento eu estava dentro de um táxi com Oliver Queen. E ele parecia furioso. Talvez estivesse mesmo. Também, não era para menos, uma garota de dezesseis anos caiu no mundo dele, abalando tudo a sua volta. Fazendo ele mudar de casa e prorrogar suas atividades como vigilante. O pior disso tudo, era que a temporada em que eu estava era a temporada que tinha o Slade como vilão.

(...)

Depois de mais de cinco horas procurando, finalmente encontramos um apartamento. Ele era bonito. Tinha dois quartos grandes, cada qual com seu banheiro, uma sala e uma cozinha que eram divididas por um balcão, mas que eram grandes. Havia também uma sacada que tinha vista para a maioria dos prédios da cidade.

O apartamento já era mobiliado. Os quartos eram simples: uma cama de casal, um criado-mudo com uma luminária em cima, um guarda-roupa branco, um banheiro e uma mesa de computador. A vista da minha janela era para a cidade e para o rio. Se eu prestasse bastante atenção, podia ver Central City ao longe.

Nossos quartos ficavam um de frente para o outro. Ainda bem que havíamos achado aquele apartamento, porque senão teríamos que dormir em um hotel. E eu nunca me dei bem com hotéis.

– Amanhã vamos comprar algumas roupas para você – ele disse para mim.

Nós estávamos sentados nas pequenas cadeiras que haviam ao lado do balcão. Eu estava com meus braços apoiados na pedra e meu queixo apoiado nos meus braços.

– Tudo bem – eu respondi. Não estava com clima para começar uma briga.

Eu sentia falta da minha família. Sentia falta dos meus amigos. De todas as pessoas que me conheciam. Estar ali era como um sonho para mim, mas estar ali também era tão estranho. Por mais que eu me sentisse bem, em casa, como nunca havia me sentido quando eu estava realmente em casa, eu ainda sentia falta da minha casa.

– Está com fome? – Ele perguntou.

– Na verdade, não – eu suspirei. – Vou para o meu quarto se você não se importa.

Assim que disse isso, sai da cozinha e fui para o “meu” quarto. Sentei na minha cama e deixei as lágrimas tomarem conta do meu rosto. Era difícil estar ali. Nunca achei que sentiria tanta saudade de casa. Mas eu sentia. E nada, nem mesmo se o Damon Salvatore aparecesse na minha porta, me faria sentir melhor.

(...)

Acordei com a cabeça latejando e os olhos inchados no dia seguinte. Sabia que não devia ter chorado tanto, mas foi mais forte do que eu.

Levantei-me com uma certa dificuldade já que sentia meu corpo mais pesado do que o normal. Estava usando uma camiseta que Oliver havia me emprestado e um de seus pares de chinelos. Sai do meu quarto quase me arrastando porta a fora. Da cozinha, vinha um cheiro bom.

– Bom-dia – Oliver me cumprimentou enquanto jogava bacons para o alto, sem camisa.

SEM. CAMISA. Se isso fosse funcionar, ele precisava urgentemente de regras básicas de convivência. Eu não sei se conseguiria me segurar olhando para aquele deus grego.

– Oliver – eu disse, enquanto me sentava em um dos banquinhos – se for para isso funcionar você tem que ficar de camisa.

Ele me encarou e soltou um sorriso de deboche.

– Por que? Sou só eu. Você não vai me agarrar ou coisa assim – ele debochou.

– Eu não posso prometer isso – murmurei, séria.

Ele me olhou, um pouco assustado.

– Tudo bem, eu ponho a camisa. Mas depois, porque agora eu vou comer. E vou fazer isso sem camisa – ele provocou.

Revirei meus olhos. Nós havíamos trocado de papéis? Eu era quem deveria estar provocando e não ele.

– Eu vou ter que comer sua gororoba? – Eu zombei de suas panquecas.

– Ou você pode morrer de fome. Eu prefiro a segunda opção – ele retrucou, colocando duas tiras de bacon e cinco rodelas de panquecas em um prato para mim.

Revirei meus olhos novamente. Coloquei uma tira na minha boca e, devo confessar, acho que naquele momento meu paladar foi ao céu e voltou. Eu simplesmente não conseguia (e ainda não consigo) entender como Oliver Queen poderia cozinhar tão bem.

– Acho que está bom, pela cara que você está fazendo – ele debochou, me fazendo voltar a realidade.

– Pelo menos não tem o gosto de chulé que eu achei que teria – retruquei, fazendo ele revirar os olhos.

Nós seguimos o resto do café da manhã em silêncio. Liguei a TV assim que terminei e o jornal falava sobre a explosão dos laboratórios Star. Mostrei para Oliver e ele pareceu preocupado. Ligou para Felicity e confirmou o que eu já sabia: Barry estava em coma. E ficaria assim pelos nove meses seguintes. Pelo menos eu já não estaria mais ali para vê-lo se tornar o Flash.

(...)

Depois de voltarmos das compras – que fizemos para comprar roupas novas para mim – nós nos sentamos no sofá e ficamos vendo televisão.

Eu já estava ficando incomodada com o fato de que Oliver precisava estar grudado em mim todo o tempo. Mesmo que eu pedisse que ele fosse viver a vida dele e lutar contra os vilões da cidade dele, ele não me ouvia. Por isso estávamos os dois assistindo TV.

– Oliver – disse eu, fazendo ele virar a cabeça em minha direção. – Você não sente falta da sua família?

– Eu vi elas ontem – ele respondeu, sério.

– Mesmo assim, você deveria estar com a sua mãe. Eu já disse que sei me virar sozinha. Vai lutar contra o mal – eu insisti, me lembrando do fato que a mãe dele morria naquela temporada.

– Minha mãe vai estar lá amanhã e depois. Eu posso ir visita-la a hora que eu quiser – ele suspirou. – Não adianta, eu não vou te deixar sozinha.

Bufei. Que droga, qual o problema desse cara? Por que ele pensa que pode me controlar em tudo o que eu faço? Pensei.

– Quer saber? Eu acho que... – fui interrompida por batidas fortes na porta da frente.

Oliver se assustou com a força que a pessoa atrás da porta batia. Parecia que queria derrubar a porta e, tenho certeza que, se ele quisesse, teria feito. Oliver me colocou atrás dele e foi caminhando devagar até a porta. Fiquei segurando em seu ombro, puxando a sua camisa um pouco conforme ele andava.

Ele me lançou um olhar antes de abrir a porta que dizia vai ficar tudo bem, vou te proteger.

Com a mão na maçaneta, ele abriu a porta. E, eu juro, naquele momento eu tive um ataque cardíaco completo, meu coração foi na boca e voltou, meus olhos saltaram, meu sangue subiu, borboletas voaram no meu estômago e todas essas baboseiras que as pessoas sentem quando encontram a pessoa mais linda de suas vidas paradas em frente a porta.

– Oliver – ele disse com a voz mais sexy que eu já ouvi. – Eu preciso dela.

(...)

Sentados nos sofás, eu estava ao lado de Oliver que havia assumido uma posição de guarda como se Damon Salvatore pudesse me atacar a qualquer hora. E tudo isso era porque CARAMBA EU ESTAVA NA MESMA SALA QUE DAMON SALVATORE E OLIVER QUEEN. VOCÊS ENTENDEM QUANTA BELEZA ESTAVA ENVOLVIDA? (Ok, já surtei, voltando a história).

Damon havia dito que precisava de mim (naquele momento eu estava realmente surtando) e Oliver o deixara entrar. Mas isso só porque os dois já se conheciam. SIM, OLIVER QUEEN E DAMON SALVATORE SE CONHECIAM. OLHA SÓ QUE SONHO! (Juro que vou parar de surtar).

– E por que você precisa dela? – Oliver finalmente perguntou depois de uns trinta segundos de silêncio onde eu não parei de encarar aqueles lindos olhos azuis.

– Porque ela é uma viajante – eles conversavam como se eu não estivesse presente.

– Como assim? – Perguntei, mostrando que apesar de não parecer, eu também estava lá.

– Existem vários universos. O universo do qual você veio é o universo número 1. Nós estamos no número 2. Existem pessoas que quando nascem, são escolhidas para viajarem entre esses mundos e são chamados de viajantes. Mas essas pessoas são enviadas para outros universos com o intuito de aprenderem alguma lição ou consertar o que está errado no tal universo. Nós nunca tivemos uma viajante aqui porque nunca foi necessário ter uma. Mas você é diferente – Damon fez uma pausa para me analisar. – Tenho uma amiga que é... especial. Ela pode sentir a energia que flui de você e não é uma energia normal. É muito grande.

– Você ainda não explicou porque precisa dela – Oliver interrompeu, impaciente.

– Se você parasse de me interromper – Damon revirou os olhos. – Preciso de você porque se não descobrimos o porquê de você estar aqui, sua energia pode cair em mãos erradas. E você é muito poderosa para isso.

Respirei fundo. Era muita informação para assimilar. Então eu era uma pessoa que tinha a capacidade de viajar entre dimensões e a primeira a viajar para a dimensão 2. E eu também tinha uma energia muito poderosa que não podia cair em mãos erradas. E quem havia me explicado tudo isso era Damon Salvatore. O Damon Salvatore.

– Ela não vai – Oliver rompeu o silêncio.

– Você não pode tomar as decisões por mim – eu retruquei.

– Posso e vou toma-las. Você não pode sair confiando em qualquer um – Oliver olhou profundamente em meus olhos.

– Auch, essa doeu – Damon zombou. – Mas tudo bem, eu também não confiaria em mim.

– Confie em mim. Confie no que eu estou te dizendo. Eu posso te ajudar. Ele não pode – Oliver parecia realmente desesperado, como se tentasse me impedir de cometer algum erro.

– E como você vai protegê-la de um titã furioso? – Damon se irritou.

– Titã? – Eu perguntei, temendo pela resposta.

– Minha amiga também pode ver o futuro. Ela viu um homem com a cor da pele roxa e uma manopla na mão. Na visão, ele te controla como uma marionete para matar pessoas. E você é muito poderosa. Ela não conseguiu ver quem eram essas pessoas que você matava, mas posso presumir que você está entre elas Oliver – ele parecia preocupado e ao mesmo tempo debochava da situação.

Pele roxa, manopla... Ah não...

– Não posso deixar ela ir com você Damon, me desculpe – Oliver abriu a porta para Damon.

O mesmo lançou um olhar para mim.

– Quando mudar de ideia, é só me ligar – ele me entregou uma folha de papel amassada com um número de telefone.

Então, ao passar por Oliver, lançou um olhar mortal e lhe disse algumas palavras que eu não consegui escutar. Logo Oliver fechou a porta e voltou para o sofá comigo, ligando a TV.

– Eu acho que ele estava falando a verdade Oliver – eu disse, baixinho.

– Eu sei que estava. Mas eu não posso deixar você ir com qualquer um. Você é minha responsabilidade – ele disse sério, encarando a televisão.

– Obrigado – eu disse, sem pensar.

– Pelo que?

– Por me proteger – eu completei. – Ninguém nunca fez isso comigo, nem meus pais. É bom saber que alguém faz. Mesmo que obrigado

Ele me lançou um sorriso amigável e eu o devolvi. Oliver estava se tornando um ótimo irmão mais velho. Porém, o que Damon havia dito não saía da minha cabeça. Pele roxa e manopla. Só havia uma pessoa fictícia que eu conhecia que era assim: Thanos. Mas eu precisava de uma confirmação para saber se era ele mesmo.

Eu sabia que tudo o que acontecia em Os Vingadores 1 e 2 e os outros filmes dos próprios heróis eram manipulados por ele. Por isso, para ter a confirmação, precisava ver Tony Stark dando uma coletiva de imprensa, dizendo que era o Homem de Ferro.

Mas, enquanto aquilo não acontecia, nós assistimos a uma comédia romântica que passava. Acabei adormecendo ali mesmo.

(...)

Acordei com a luz do sol batendo no meu rosto. Abri meus olhos e vi que eu e Oliver estávamos deitados no sofá. Eu estava com a cabeça em seu peito e a perna sobre suas pernas e ele estava com o braço abraçando meu corpo contra o dele. Não tinha como sair do abraço dele sem que ele percebesse, por isso fiquei ali, esperando ele acordar. O que não demorou muito.

– Por favor me diz que a gente não dormiu agarrados – ele disse, me assustando, quando acordou.

– Minha mãe me ensinou a não mentir – eu brinquei.

– Nós deveríamos levantar – ele disse.

– Concordo – murmurei.

Mas nenhum de nós dois se mexeu. Aquela posição estava tão boa que era difícil sair dela. Mesmo assim nós sabíamos que deveríamos sair dela antes que o clima ficasse estranho. Por isso, depois de trinta minutos em um silêncio, eu me movi, fazendo ele se levantar.

Peguei o controle da TV enquanto ele ia no banheiro (não quis deixa-lo sem graça, mas eu notei volume grande que se formou embaixo de sua calça por causa da vontade de usar o banheiro. E era um volume bem grande. Não que eu tivesse ficado reparando nem nada).

Liguei a TV e logo vi a imagem de Tony Stark. Eu liguei exatamente no momento em que ele disse: Eu sou o Homem de Ferro. Então notei que eu estava ferrada.


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Notas finais do capítulo

E então? Se quiserem me dar sugestões, eu vou ouvir (ou ler hehe) todas