Toca-me escrita por mary


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo vai retratar a conversa que a Judite vai ter com o seu psicólogo.



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Quando cheguei ao hospital, fui para a ala de psiquiatria e psicologia. Já vim tantas vezes a este hospital, que já o conheço de uma ponta à outra.

— Olá Sofia! Então tudo bem? - disse eu para a assistente pessoal do meu psicólogo.

— Olá Judite! Sim e contigo?

— Vou andando. Hoje provavelmente vai ser a minha última consulta.

— A sério?

— Sim, embora que ainda não tenha muita confiança em mim mesma.

— Isso vai-se ganhando aos poucos e sempre que precisares eu falo com o doutor e marcamos mais consultas. E tens que ter mais confiança em ti mesma.

— Obrigada pelos conselhos Sofia. - disse já mais animada.

— De nada Judite. Podes aguardar naquela cadeira que eu já te chamo.

— Está bem.

Fui-me sentar na cadeira e comecei a pensar que já ando em consultas com o Dr. luís há cinco anos e meio. Nos primeiros seis meses depois do sucedido, os meus pais mandaram-me para vários psiquiatras e psicólogos. Mas nenhum me ajudou, eu não falava com ninguém, nem com os meus pais sequer. O trauma foi tão grande, que eu deixei de falar durante seis meses. Quando conheci o Dr. Luís, ele foi completamente diferente dos outros psicólogos. Na primeira consulta que tive com ele, ele basicamente ficou calado à espera que eu falasse primeiro. Eu não falei e a primeira consulta não valeu de muito. Depois na segunda eu já falei um bocado, foi a primeira vez que falei em seis meses. Ele nunca me forçou a nada e eu falei por livre vontade, pois senti que ele era de confiança.

Apartir daí, comecei a frequentar as consultas e comecei a melhorar aos poucos.

— Judite podes entrar. O Dr. Luís está à tua espera. Boa consulta! - disse Sofia com a sua voz doce.

— Obrigada Sofia.

Quando entrei na sala, senti-me logo confortável com o cheiro a cedro que a sala emanava.

— Olá Judiite! Senta-te e conta-me como tens andado. - começou o Dr. Luís a falar.

— Olá Dr. Luís! Eu tenho andado mais ou menos bem. Já não entro em pânico quando ando sozinha na rua de dia, tenho tido mais confiança em mim mesma. Só que hoje eu relembrei o que se passou à seis anos. Entrei logo em pânico, e comecei a pensar de que vou precisar de mais sessões consigo. 

— Tu podes ter as sessões que tu quiseres comigo. Pode não parecer mas tu já melhoraste imenso nestes últimos anos. Tu agora falas com toda a gente, já sais de casa sozinha de dia, é normal que te lembres do passado e que entres em pânico, mas eu sei que és forte e que vais conseguir ultrapassar esse trauma. - disse o Dr. Luís com convicção.

É incrível como as pessoas têm confiança na minha força. Todas elas dizem que eu vou melhorar e que vou superar os meus problemas. Quem me dera pensar assim, mas eu não consigo, ainda tenho muitos medos que eu tenho de enfrentar, como por exemplo sair de casa à noite sozinha ou ser tocada por um amigo. Eu não suporto o toque de rapazes, entro logo em pânico.

— Sim, você tem razão naquilo que diz mas eu pergunto-me se vou conseguir ultrapassar todos os meus medos. Pergunto-me se vou conseguir suportar o toque de um homem, se vou conseguir sair a noite.- desabafei todos os meus medos. 

— Só o tempo o dirá. Tu és capaz de fazer tudo, de ultrapassar tudo. Tem confiança e força, pois sem isso não consegues nada. E quando tiveres algum problema podes contar comigo e com a tua família. Eu vou-te ajudar naquilo que puder.

— Obrigada doutor. Agora uma pergunta, acha que eu estou no curso de faculdade certo? Porque se eu mal resolvo os meu problemas, como é que vou resolver os de outras pessoas?

— Oh Judite isso nem parece teu perguntar isso. Tu sempre quiseste ser psicóloga, porquê que não o hás-de ser. Sim, tens os teus problemas e? Tu sempre soubeste separar o lado pessoal do profisssional. E tu tens sábias palavras, que dão conforto ás pessoas com problemas e isso basta. Por isso respondendo à tua pergunta, sim eu acho que estás no curso certo. - disse o Dr. Luís com voz zangada.

— Obrigada por me abrir os olhos. Eu ando sempre com tantas dúvidas e acabo por pensar em coisas estúpidas. Bem eu vou indo para casa pois tenho que estudar para os exames da faculdade. Obrigado por esta sessão Dr. Luís. Eu por enquanto não vou marcar consulta, mas quando eu tiver algum problema eu marco uma pode ser?

— Por mim está perfeito. E Judite confia em ti e vais ver que vais-te sentir melhor.

Dei dois beijos ao Dr. Luís e fui embora contente e com mais confiança.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste capítulo.



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