Toca-me escrita por mary


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu não vou dar nomes aos capítulos. Vai só ser capítulo 1, 2, etc.



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"There can be miracles, when you believe

Though hope is frail, it's hard to kill

Who knows what miracles, you can achieve

When you believe, somehow you will

You will when you believe! "

(Mariah Carey feat Whitney Houston "When you believe")

– Andas sempre a cantar, qualquer dia fico surda! - diz Madalena num tom divertido a partir da cozinha.

– Também não exageres! Eu gosto e quer queiras quer não vais ter de ouvir-me cantar! - protestei a partir do sofá da sala.

Eu estava com os fones nos ouvidos e como ando bem-disposta apeteceu-me cantar. Pois quando canto a minha mente vagueia para longe e não penso no que me aconteceu há seis anos atrás.

– Não exagero? Qualquer dia preciso de um aparelho auditivo ou, talvez andar com um funil atrás de mim.- disse ela, muito divertida, saindo da cozinha.

– Não vais precisar, porque a partir de agora só canto no meu quarto sozinha e relaxada. - disse-lhe num tom fingido de tristeza.

– Oh Judite eu só estava a brincar! Eu gosto de ouvir-te cantar. - respondeu Madalena surpreendida com a minha reacção.

– Eu sei! - disse-lhe votando-lhe a língua para fora.

A Madalena olhou para mim com um ar de repreensão.

– Judite Pinho, assustaste-me! Não voltes a fazer isso! Preocupaste-me sem necessidade.

– Peço desculpa, não volto a fazê-lo prometo! - disse eu a rir-me.

A Madalena e eu somos amigas desde crianças e andámos sempre juntas a partir daí. Ela é o meu suporte. Ela ajudou-me quando mais precisei. Decidimos morar no mesmo apartamento, pois estamos a estudar na mesma faculdade. Ela quer ser educadora de infância e eu quero ser psicóloga, para poder ajudar pessoas com problemas.

– Em que estás pensar? - perguntou Madalena ao ver que eu estava muito pensativa.

– Na nossa amizade e de como tu me ajudaste sempre, nos tempos mais difíceis . Ah é verdade hoje tenho a minha última sessão com o psicólogo.

– A sério? Tu já te sentes preparada para enfrentares o mundo? Não vais entrar em pânico quando andares sozinha da rua? - perguntou ela, toda preocupada.

Desde o que aconteceu, eu nunca mais consegui andar na rua sozinha. Nunca mais saí à noite para poder divertir-me com os meus amigos. Eu fui violada aos dezasseis anos, perdendo assim a minha preciosa virgindade.

Flashback On

Bem, hoje vou festejar os meus dezasseis anos com os meus cinco amigos. Vamos jantar fora e depois vamos ao cinema ver um filme.

– Filha tens a certeza que não queres que te leve ao restaurante? A noite é muito perigosa e sabe-se lá o que pode acontecer. - disse o meu pai num tom preocupado.

– Não é preciso, o restaurante é muito perto daqui. Vamos fazer uma coisa, eu mando-te um SMS quando chegar lá. Pode ser? Ah depois mando-te um toque depois do jantar, para tu nos levares ao cinema, está bem?

– Está bem. Mas vocês são cinco, eu não posso vos levar a todos!

– Não te preocupes pois só vão três. Infelizmente dois não podem ir.

– Está bem então, fica assim combinado. Mas não te esqueças mesmo de mandar mensagem quando chegares lá.

– Não me esqueço, podes ficar descansado.

Fui então, toda animada para o restaurante. Os meus pais preocupam-se demasiado pois têm medo do que pode acontecer. Comecei a cantarolar baixinho pois andava com os fones nos ouvidos e estava a dar a minha música preferida que era "Burn" de Ellie Goulling.

De repente sinto dois braços a agarrarem-me e eu dou um grito.

– Caladinha menina linda! Caladinha! - disse um homem tapando-me a boca.

Comecei logo a entrar em pânico, não havia ninguém na rua para socorrer-me e aquele homem feio estava a agarrar-me com bastante força.

– Vou fazer-te sentir muito bem minha linda.

Ele empurrou-me contra uma parede e começou a despir-me. Não! Não! Eu queria gritar mas não conseguia porque, tinha a boca tapada pela mão dele. de repente mordo-lhe a mão e ele larga-me. Comecei a fugir e comecei a gritar tão alto quanto podia.

– Por favor alguém que me ajude! Socorro! - gritava enquanto corria, mas ele apanhou-me e amordaçou-me com um lenço. De seguida, deu-me um estalo tão forte que eu caí no chão.

Ele colocou-se em cima de mim e começou a despir-me outra vez. Já tinha me tirado o top agora tirou-me o sutiã e começou a apalpar-me os seios. Eu não conseguia escapar, pois ele tinha-me presa debaixo dele e também prendeu-me os braços em cima da minha cabeça.

– Tu tens umas mamas todas jeitosas boneca. Vamos ver o que trazes por baixo.

O quê? A minha mente ficou em branco, isto não podia estar a acontecer-me! Porquê a mim? As lágrimas caíam descontroladamente e as minhas súplicas silenciosas não estavam a fazer efeito.

Ele começou-me a tirar a minha saia e as minhas cuecas, Não! Por favor, não me faças isso! Eu suplicava, mas só saía abafos da minha boca.

– Caladinha! Caladinha! Eu vou fazer-te sentir muito bem. - disse aquela voz nojenta.

De repente ouço um fecho de umas calças a abrir-se e depois vi um pénis erecto à minha frente,

Não! Por favor não! Deixa-me!

– Isto vai ser uma maravilha! - disse ele e depois impulsionou-se para dentro de mim com tanta força, que eu só senti dores e mais dores.

Eu se fechar os olhos, vou pensar que é um pesadelo, mas não é, porque só sinto dor.

– Tu és tão apertadinha! Hum assim, assim, está quase lá!

Não! Larga-me! Ele começou a acelerar o ritmo, até que eu sinto algo quente dentro de mim. Eu não suporto as dores da minha vagina e de todo o meu ser. Ele saí dentro de mime recompõe-se e começa a praguejar.

– Fodasse! Não me digas que era virgem! Merda! - disse ele quando viu sangue no chão e em mim.

foi-se embora a correr e deixou-me ali desamparada e nua.

Desmaiei com o pânico e com o desprezo de mim mesma. A minha linda virgindade! Porquê a mim?

Flashback off

– Judite estás bem? Estás muito pálida! - disse Madalena muito preocupada.

Há já muito tempo que não recordava o sucedido. Vieram-me as lágrimas aos olhos, pois a minha virgindade foi-me tirada sem o meu consentimento e à força. Eu não sei se vou conseguir estar com um rapaz, não sei se vou conseguir namorar.

– Não, não estou bem! Recordei o que sucedeu à seis anos atrás. Eu penso se algum dia vou conseguir ter um namorado, se vou conseguir suportar o toque dele. Eu vou pedir ao Dr. Luís que prolongue a terapia. Acho que ainda não me sinto preparada para enfrentar o mundo de frente. - desabafei, deitando tudo cá para fora.

Madalena ouviu tudo até ao fim, e depois ficou calada a pensar no que poderia dizer. Apenas abraçou-me enquanto eu chorava. Passado algum tempo eu já estava mais calma e já não chorava. E foi então que Madalena falou.

– Ouve Judite, eu sou tua amiga há anos e digo-te que tu és uma mulher forte, de garra, capaz de superar tudo e todos. Eu sei que o que aconteceu é trágico e muito traumático, mas eu sei que vais expulsar esses demónios da tua mente. Tu tens de ter força e coragem. E eu estou aqui para o que precisares.

– Obrigada Madalena! Mas eu preciso de mais sessões com o psicólogo. Eu pensava que já estava a recuperar, mas parece que ainda falta algum tempo.

– Faz como bem entenderes! Eu estou aqui para o que precisares.

– Eu sei amiga. Bem vou arranjar-me e vou ao psicólogo. Tu vais ficar em casa?

– Não, vou sair com o Nuno. Vamos jantar e depois logo vê-se. Por isso não esperes por mim, pois secalhar não venho dormir a casa.

– Pois, pois, juízo mas é! Mas ainda são três da tarde, o que vais fazer até à hora de jantar.

– Ver televisão ou então estudar, os exames estão mesmo aí.

–Fazes bem, então nós ainda nos encontrámos mais tarde em casa.

– Está bem.

Fui vestir uma roupa mais formal e depois saí de casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!Por favor comentem!



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