Como sempre estava no jardim, desenhando uma árvore seringueira, elas eram as minhas preferidas afinal, sabiam que ela produz uma substância capaz de fazer borracha? Sim, essas que uso para apagar os traços no papel. Os pássaros cantam, passo a mão no cabelo para retirá-lo de meu olho.

-Violette! - grita uma voz.
-A-a-mbre? - respondo, odiava quando ela gritava.
-Trouxe o dinheiro que lhe pedi? -sorri a loira.
-Não.. quer dizer, eu não tenho mais dinheiro, você sabe.
-Pelo que me consta queridinha - Charlotte diz, franzindo o cenho - você tem sim. Comprou uma coxinha para seu lanchinho pelo que vi.

Ponho a mão na boca, agora essas bruxas estavam me vigiando, é isso?

-Se você não me trouxer meu dinheiro até segunda, eu juro que... juro que te bato! - Ambre grunhe.

Li finge um bocejo:
-Calma lá Ambre... Violette é tão sem sal, feia e fora de moda... você deveria ter pena dela. Afinal, ela nunca arranjaria um namorado. - sorri ela.

Começo a chorar. Quando elas vão parar? Quando?

-Olha, ela é um bebezinho chorão - aponta Charlotte.

-Vê se cresce. E me traz meu dinheiro segunda - fala Ambre, revirando os olhos.

-E tenta arranjar um namorado, se não vai irá ser uma cinquentona bv - diz Li, retocando o batom pela milionésima vez.

Finalmente elas se afastam, não aguento mais. Elas são tão ridículas, vão pagar a língua!
Começando por amanhã, penso ainda chorando.