Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 3
À Noite.


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, eu amo vocês demais hahahah Já temos um favorito e tem novos leitores ♥ Sério, muito obrigada! O cap de hoje está mais curtinho do que o normal, mas já tenho até o 7 prontinhos e estão bem maiores! Então, boa leitura! Espero que gostem!



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Era o último dia antes de Harry voltar. Gina estava a mil, e os gêmeos não paravam de implicar com ela por isso.

– Mãe, por que você não nos avisou antes que a gente ia buscar o Harry agora? – Fred perguntou um dia no café da manhã. A irmã engasgou com o suco de abóbora e ficou vermelha igual a um pimentão.

– É, agora vamos ter que trocar o visual que tínhamos separado para a ocasião! – George disse, sério.

– É verdade? – Ela conseguiu perguntar, numa voz levemente mais fina.

Por mais que ela tivesse passado 13 anos com os irmãos, parece que a ideia da chegada antecipada de Harry ofuscava os sentidos dela. Eu sempre intervia nas brincadeiras envolvendo os sentimentos da ruivinha, afinal, com ela, meu amigo era um assunto bem sério.

– Gina, não acredita neles pelo amor de Merlin. Estão zombando de você de novo. – Murmurei para ela. O vermelho no rosto dela foi de vergonha para raiva.

– Já deu, né? Foi engraçadinho na primeira vez, mas agora já passou. – Ela deu uma bronca nos dois, com um olhar que deixaria a mãe orgulhosa, enquanto eles riam. Depois disso e um abraço que os gêmeos obrigaram-na a participar, ela eventualmente se acalmou.

– Vocês dois não sabem mesmo quando parar... – Ron riu, tomando chá e observando a cena.

– As únicas coisas que conhecem limites para nós...

– São os nossos bolsos. – George riu. Eu achava muito lindo em todos os Weasley é que eles tinham orgulho de ser quem eram mesmo quando pessoas nojentas como Draco usavam isso contra eles. Se a palavra família tivesse uma imagem no dicionário, seria um retrato desses ruivos.

Passamos o dia brincando e relaxando no quintal d`A Toca. Eu peguei meu livro e sentei em uma sombra, ocasionalmente vendo os Weasley jogarem lances livres de Quadribol. Assistimos ao pôr do Sol juntos e voltamos para dentro. Gina foi para o quarto, e eu sabia que ela ia fazer as preparações para a tal chegada no dia seguinte. Eu e Ron ficamos conversando um pouco na cozinha, e eu fiz um sanduíche para ele, já que Molly tinha ido ao Beco Diagonal. Vi com o canto do meu olho Fred e George gesticulando e acenando exageradamente para mim, dizendo que estavam no porão. Pisquei discretamente e continuei minha conversa com meu amigo.

Eu e ele jogamos uma partida de xadrez bruxo, e como eu esperava, fui completamente massacrada por ele.

– Melhor de três, Granger? – Ele cruzou os braços atrás da cabeça.

– Definitivamente não, Weasley.

– Nesse caso, vou tomar banho antes que os gêmeos ocupem o banheiro.

Quando ele saiu, desci as escadas para encontrar os gêmeos. Nos últimos degrais, já dava para ouvir a conversa deles.

Fred, como diabos eu vou saber a partir de quantos metros é eco ou reverberação? Eu tenho cara do quê?

– 17. – Eu disse, me enfiando pela porta e assutando os dois.

– Merlin, Hermione, eu pensei que fosse minha mãe!

– Nem brinque com essas coisas! – Fred botou a mão no coração e se jogou no chão.

– Estou apenas retribuindo favores, cavalheiros. – Fiz uma reverência e os dois retribuíram fingindo tirar os chapéus.

– Agora, tenho deveres a cumprir com minha cama e meu travesseiro. Se divirtam com as exatas. – George saiu com seu costumeiro sinal de sentido.

Eu e Fred atacamos os livros e conseguimos desenvolver a maior parte da teoria para as Orelhas. Quando terminamos, já era tarde da noite, e todos já estavam no sétimo sono.

– Ah, finalmente! – Fred jogou o livro de Física para o alto. Ri, me largando no pufe velho que estava no canto do cômodo.

Jogamos conversa fora e voltamos a trocar histórias como fizemos no dia anterior.

– Lá estávamos eu e George, procurando uma cabine vazia no nosso primeiro ano. Quando finalmente encontramos uma que parecia não ter ninguém, abrimos a porta e ficamos encharcados. E aí conhecemos o Lino, que tinha enfeitiçado um balde de água para garantir a privacidade. Acho que foi o único feitiço no qual ele realmente se excedeu... – Fred brincou. - E somos amigos desde então.

– Uau, então a sua chegada em Hogwarts começou com vocês sentindo o gosto do próprio veneno... Jordan subiu no meu conceito.

– Mas foi a primeira e última vez que ele conseguiu nos pegar de jeito!

Rimos mais um pouco, até que Bichento chegou no porão, e Fred cruzou os braços. Quando o gato sibilou e mostrou os dentes para ele, o ruivo imitou o rosnado e fez uma cara ameaçadora para o bichinho.

Logo depois, Bichento resolveu sair do cômodo.

– Finalmente, o bruxo supera a fera! – Fred ficou de pé em sua cadeira, com as mãos na cintura. Joguei uma almofada nele, acertando sua barriga, e comecei a rir. – Oh, então vai ser assim, Hermione Granger?

– Ah, vai, Fred Weasley. – Joguei outra.

Logo estávamos lançando almofadas de um lado para o outro, e de tempos em tempos eu colocava os dedos nos lábios em sinal de silêncio para evitar que acordássemos a casa inteira. Fred escolheu uma ótima tática. Fazia caretas e justo quando eu começava a rir, ele atacava. Já eu me aproveitei do meu tamanho e da minha agilidade, e acabei conseguindo atingir Fred na cabeça por trás.

Fred me levantou e me colocou sobre seus ombros como se eu fosse um saco de batatas. Me sacudi, tentando me libertar, e só ouvi os risos dele.

– Isso é completamente contra as regras!

– Mas quem disse que a vida é justa, Mione?

– Ok, ok, eu me rendo. – E assim que me colocou no chão com um sorriso triunfante, joguei um travesseiro bem no rosto dele e ri da expressão completamente indignada dele. – Quem disse que a vida é justa, não é mesmo?

– Quem diria que Hermione Granger sabe jogar tão sujo? Estou impressionado!

– Eu até ficaria e te mostraria mais das minhas habilidades, mas já está tarde demais. Temos que ir dormir.

Ficamos um momento em silêncio, encarando um ao outro, sorrindo. Notei como seus olhos brilhavam, esverdeados na parte externa da íris e perto da pupila eram amendoados. Seu sorriso puxava mais para um lado, o esquerdo, diferente do de George. Saí do transe quando nós dois pigarreamos e começamos a gargalhar. Tinha sido um minuto tão estranhamente certo, mal conseguiria explicar se alguém perguntasse.

Eu saí do porão, e Fred disse que ia ficar ali mais um pouco terminando alguma coisa. Subi até o quarto sem fazer o menor barulho, e suspirei de alívio ao ver que ninguém havia acordado. Escovei os dentes e me deitei, quando ouvi três batidinhas na porta.

– Mione? Passei na cozinha e lembrei que você sempre traz água pro teu quarto. – Era a voz de Fred. Mesmo no escuro e por trás de uma porta, sabia que ele estava sorrindo. Quando abri, vi que ele carregava um pedaço de bolo gigantesco para ele na outra mão. Como ele conseguira bater na porta era um completo mistério para mim. Levantei uma sobrancelha inquisitiva, olhando para o enorme prato de bolo. – Lutar contra você dá fome. – Sorriu e deu de ombros.

Agradei a água e desejei-o boa noite. Mas algo em mim não queria fechar a porta, sabe-se lá o quê. Então ficamos ali, parados, sorrindo.

– Quer um pouco do bolo? – Ele ofereceu, a montanha de chocolate me encarando. Por mais que eu já tivesse escovado os dentes, percebi que também estava com fome.

E quem conseguiria dizer não àquele bolo maravilhoso? Ainda mais feito por Molly Weasley. Merlin como aquela mulher sabia cozinhar.

– Olha, controlar suas trapaças me deu fome. Eu aceito.

– Se eu não tivesse visto você jogar tão sujo, eu até acreditaria. – Ele sussurrou em meu ouvido, e então se sentou no chão, em frente à porta do quarto.

– Vamos comer aqui? Na porta? – Inquiri, sentando frente a ele.

– Eu não estou vendo nenhuma mesa por perto. E também estou com muita preguiça de ir para a cozinha. Então sim, milady, aqui será onde nosso lanche noturno refinadérrimo tomará lugar.

Comemos nosso bolo, e eu ocasionalmente engasguei com as piadas dele, e as tentativas de sufocar o som do meu desespero só pioravam a situação. Quando tudo se resolvia, começávamos a rir baixo.

Quando o prato estava vazio, nos despedimos e ele subiu para o quarto, piscando para mim na escada.

Entrei no quarto, escovei os dentes de novo e me deitei.

Eu sempre valorizei o que minha mãe me chamava de “pequenos presentes”. Eram aquelas coisas que custavam pouco ou nada, mas que a pessoa escolheu porque significa algo ou simplesmente porque lembrou de você. E assim eram as coisas na minha casa. Coisas cheias de memórias, que eram tudo menos vazias e caras.

E tanto pensei que aquele copo de água se tornou um pequeno presente para mim.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Me deixem saber nos comentários! Se querem algo a mais ou a menos, ou só me deixarem saber se estou acertando, comente! Fico super feliz e respondo todos com muito carinho