Out of Mind - Fred & Hermione escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 28
A Reunião


Notas iniciais do capítulo

Oooi! Vou começar como de costume: DESCULPEM A DEMORA ♥ Gente, o ano está acabando e as provas tão me acabando, então está meeeio difícil escrever. Mas decidi o seguinte: vou postar um capítulo por semana, provavelmente todo domingo. Sei que é pouco, mas é o que consigo por enquanto, já que não quero entregar vários capítulos mal feitos para vocês. Espero que gostem desse, e me perdoem pela falta de capítulos...



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              - Mione? – Ouvi uma voz sussurrar, me fazendo abrir meus olhos lentamente. – Temos que ir agora.

              - O quê? – Murmurei, com o sono altamente presente.

              - Eu prometi a mim mesmo que não deixaria aquela sapa te machucar por causa disso. Muito cavalheiresco da minha parte, diga-se de passagem. – Fred brincou. Consegui enxergar sem a névoa dos olhos recém abertos e vi que ele já estava completamente vestido, faltando apenas sua camisa que estava comigo.

              - Ah, certo. Vou me trocar rápido. – Me levantei correndo, desperta pela mera menção da possibilidade de uma detenção. Corri para trás de uma estante com minhas roupas e me troquei como se o lugar estivesse pegando fogo, e ouvi barulhos de Fred arrumando o centro da sala com mágica.

              - Devíamos dormir juntos mais vezes, sabe? Você fica linda quando acorda. Até com o cabelo engraçado. – Ele riu quando tentei ajeitar meu cabelo depois de sua brincadeira.

              - Bom, li em algum lugar que quando dormimos estamos no nosso estado mais vulnerável. Por isso dormir com alguém é uma coisa tão próxima. – Informei, sem motivo aparente. Fatos simplesmente surgiam em minha mente de vez em quando.

              - Então agora somos, tipo, melhores amigos para sempre? – Ele pegou minhas mãos e fez uma voz de criança, fazendo com que nós dois caíssemos no riso.

              - Provavelmente, mas tenho que pensar antes de aceitar uma proposta dessas.

              Fred estendeu sua mão, que segurei sem hesitar. Olhamos uma última vez para a sala, nossa sala, e fomos embora, o céu ainda um tanto escuro.

              - Mione?

              - Hm?

              - O que você vai fazer quando isso acabar? – Ele perguntou, subitamente entrando em um assunto sério, sem nunca perder o perpétuo sorriso leve nos cantos da sua boca e em seu olhar.

              - Supondo que haja um depois, queria trabalhar no Ministério. Isto é, espero que a administração tenha mudado até lá, já que com sorte Fudge não durará muito. – Refleti, fazendo Fred rir.

              - Mas não seria meio entediante?

              - Talvez para você, sim. Mas sabe, o F.A.L.E não é só uma coisa qualquer, eu realmente levo isso a sério, ao contrário de todos nessa escola. – Olhei para ele, sabendo que várias vezes no passado ele e George se esquivavam ou caçoavam amigavelmente das minhas tentativas de convencê-los a participar. Fred riu, constrangido, e deu um beijo na minha testa. - Quero garantir os direitos das minorias lá fora, levar a causa para camadas superiores.

              - Nós definitivamente somos um par inusitado. – Fred ponderou, sorridente. – Gosto assim.

              - Sabe, Fred, eu ando me perguntando por que Dumbledore ainda não agiu. – Falei, depois de algum tempo andando em silêncio. – Ele sempre foi tão... Idealista. Silenciosamente e com classe, mas ainda assim. Ele está vendo Umbridge fazer de tudo com a escola e não faz nada para mudar!

              - Crise de meio-milésimo? – Fred brincou. – Ah, Mione, convenhamos que ele não é a pessoa mais nova do mundo. Depois de uns quinhentos anos nesse lugar eu também estaria meio cansado.

              - Com todo respeito, acho que você está errado. Ele não envelhece como a maioria, parece que a idade não o afeta. Me pergunto se talvez o Ministério simplesmente está o mantendo tão impotente...

              - Aí que todo mundo está errado. – Fred exclamou. – Todo mundo idealiza Dumbledore como se ele fosse algo sobre-humano, mas Mione, todos esquecem que ele é uma pessoa também. Você acha que ele não lê revistinhas no banheiro? – Ele sorriu, me fazendo rir. – Ou que ele não bate o dedinho do pé na quina dos móveis sem querer e morre de dor? Mione, ele tem defeitos como todo mundo.

              - Nunca tinha imaginado Dumbledore no banheiro, para ser sincera. – Ri com a imagem que Fred colocara na minha cabeça, me perguntando se algum dia aquilo iria deixar minha mente. – Mas ainda assim, você tem que concordar que ele é apenas diferente de todo mundo. Mais sábio, mais poderoso... Ele é um gênio.

              Chegamos na porta do castelo, e Fred olhou ao redor. Eu odiava ter que fazer esse tipo de coisa, mas achava interessante olhá-lo botar em prática o que fazia melhor. Seus olhos ficavam semicerrados e sua boca se contorcia em um sorriso travesso e concentrado ao mesmo tempo.

              - Fred, você sabe que não vamos mais fazer isso, não? – Sussurrei. – Simplesmente não podemos arriscar agora...

              - Bom, pelo menos as escadas pro meu quarto não são encantadas. – Ele piscou para mim, sorridente. – Pode subir lá quando quiser.

              - Isso realmente é algo que eu faria... – Ironizei baixinho, fazendo-o rir. Continuamos a caminhar e vimos o Sol começar a nascer, e não sabíamos se parávamos para observar ou corríamos mais rápido para chegar logo ao dormitório. Puxei-o pela manga, escolhendo a segunda opção pelo seguinte motivo: não queria uma cicatriz na minha mão.

              Finalmente, murmuramos rapidamente a senha para a Mulher Gorda, que nos deixou entrar sem nem abrir os olhos.

              Fred se largou no sofá, aliviado, e com um aceno e um sorriso, me despedi enquanto corria apressadamente para o meu quarto, já tirando o suéter, os sapatos e as meias no caminho para adiantar o processo. Coloquei meu pijama e corri para baixo das cobertas, subitamente sentindo falta do cheiro da camisa de Fred e de seu calor.

              - Merlin, quando vou poder voltar a dormir normalmente depois de hoje? – Murmurei para mim mesma, sem acordar ninguém.

              Dormi pelo que me pareceu cinco segundos, mas não estava tão cansada quanto esperava. Coloquei o uniforme preguiçosamente, e desci para o café. No caminho, decidi finalmente botar em prática uma ideia que estava em minha mente desde que tivemos nossa primeira aula com Umbridge.

              Esperei a noite chegar, o dia passando com dificuldade enquanto pensava em maneiras de abordar o assunto com Harry. Quando acabaram-se as aulas e conversávamos na Sala Comunal, consegui conversar com ele. Vi que meu amigo estava cético quanto a ideia, mas lembrei-o de tudo que ele tinha feito durante nosso tempo em Hogwarts, e não era pouca coisa. Um grupo secreto de aulas, com Harry como professor. Com relutância, Harry concordou em pensar no assunto.

              Sabia que ele eventualmente cederia, então esperei até o dia seguinte para perguntar se ele já tinha formado sua decisão, e com muito trabalho, consegui fazê-lo finalmente concordar. Me enchi de felicidade e comecei a trabalhar: espalhei a palavra para algumas pessoas de confiança, e decidi que nos encontraríamos para discutir detalhes na próxima visita a Hogsmeade, em um pub um tanto quanto mal frequentado, embora longe dos olhos de curiosos e não-convidados: O Cabeça de Javali. Muitos me lançaram olhares estranhos quando disse a localização, e a maioria disse que pensaria no assunto.

              - Fred, George, preciso conversar com vocês dois. – Chamei-os depois do café da manhã.

              - Manda. – George ergueu o queixo, os braços cruzados e um sorriso brincalhão. – Menos se for sobre o negócio dos elfos, porque...

              - Não é sobre isso, George. – Interrompi. – Bom, deixando de lado o desprezo de vocês pelos direitos alheios, espero que vocês não mostrem o mesmo descaso quando se trata da defesa do mundo bruxo.

              - Prossiga. – Fred disse, intrigado, com uma sobrancelha levantada.

              - Como vocês sabem, Umbridge e o Ministério querem uma educação teórica, o que é inviável já que estamos à beira de uma segunda guerra. Por isso, queria organizar um grupo de reforço com Harry como professor, para aprendermos de verdade. Posso contar com vocês?

              - Adoro uma boa organização fora da lei, e você, Fred? – George virou para seu gêmeo.

              - De acordo. – Fred piscou para mim, me fazendo sorrir.

              - Ótimo! Faremos uma reunião para discutir os detalhes na próxima visita à Hogsmeade, no Cabeça de Javali.

              - Droga, estava pensando em fazer uma surpresa para você... Aliás, Hermione, quando você virou tão barra-pesada? – Fred perguntou, franzindo a testa.

              - Ande mais com o Fred e daqui a pouco você vai estar fugindo de casa e queimando seus livros. Essa juventude de hoje em dia... – George caçoou, colocando a mão na testa dramaticamente.

              - Merlin, vocês dois... Escolhi o lugar porque ninguém de Hogwarts o frequentaria, e poderemos conversar sem medo de sermos pegos. – Expliquei. – Espalhem a notícia para quem julgarem confiável, sim?

              - Sim, senhora. – Os dois disseram em uníssono, entrando em posição de sentido.

              Repeti mais ou menos o mesmo discurso para mais algumas pessoas durante a semana. Disse a Harry que não esperava que muita gente viesse, já que recebi pouquíssimas respostas definitivas, e comecei a pensar em alguma maneira de garantir que todos permanecessem em silêncio total.

              Sentei na biblioteca, com os cabelos presos em um rabo-de-cavalo justo para que nada atrapalhasse minha visão. Aquilo tinha que ser feito da maneira certa, não havia espaço para erros quando as cabeças de todos estavam em jogo.

              - Eu não posso impedir que falem... Mas posso saber quem foi. – Murmurei para mim mesma, enquanto começava a fazer anotações. Procurei todo tipo de maldições e feitiços que poderia colocar em um pergaminho, que todos assinariam durante a reunião se quisessem participar. - Brilhante! É esse!

              Era perfeito: quem contasse da existência do grupo ficaria com o rosto coberto de espinhas, que soletrariam a palavra “DEDO-DURO”. Depois de inúmeros testes em mim mesma (que tive que fazer no banheiro da Murta, sendo obrigada a ouvir as inúmeras risadas da fantasma sempre que eu conseguia fazer com que as espinhas aparecessem no meu rosto). Graças a Merlin, eu tinha um antídoto sempre à mão.

              - Nenhum menino vai querer você com essa cara... – Murta riu, e eu sorri ao me olhar no espelho. Finalmente, eu conseguira.

              - Bom, existem antídotos para espinhas. Você sabe de algum remédio para morte, Murta? – Retruquei, um tanto quanto de saco cheio de ouvir por tanto tempo suas zombarias.

              Ela murmurou alguma coisa ininteligível antes de voltar para seu lugar habitual e chorar, como de costume. Peguei minhas coisas e fui embora assim que a poção fez efeito e retirou as espinhas do meu rosto.

              Finalmente, chegou o dia. Eu, Harry e Ron nos dirigimos ao Cabeça de Javali, ansiosos. Fomos os primeiros a chegar, graças à minha pontualidade, e esperamos. Fiquei receosa com a possiblidade de ninguém aparecer, mas sabia que podia contar pelo menos com a presença dos gêmeos, Gina e Neville. Para minha surpresa, 25 alunos compareceram, das mais diversas casas. Claro, suspeitei que alguns tivessem aparecido apenas por curiosidade para saber dos detalhes do encontro de Harry com Voldemort, mas ainda assim era um grande número de alunos.

              Com orgulho, fiz uma breve introdução, para depois deixar que Harry tomasse conta. Zacarias Smith parecia interessado somente em saber os detalhes sórdidos da noite em que Cecrico Diggory foi morto, e percebi a maneira que Cho Chang baixou o olhar e correu o dedo rapidamente sobre seu olho. Sorri quando, depois de muito ceticismo inicial, várias pessoas começaram a citar os feitos de Harry: o resgate da Pedra Filosofal, a luta contra o basilisco com a espada de Godric Gryffindor, seu incrível feitiço do Patrono que afugentou uma centena de dementadores e, obviamente, o duelo com Lord Voldemort.

              Cada um assinou o pergaminho que enfeiticei, sem saber das consequências que recairiam se alguém resolvesse abrir a boca. A reunião se encerrou, decidindo que as sessões começariam quando fosse definido um lugar para treinar. As pessoas se dispersaram, e quando Fred indicou “discretamente” a porta com a cabeça, disse a Harry e Ron que os encontraria no castelo e me despedi deles.

              - Muito sutil, Fred. – Comentei, enquanto caminhávamos pelo povoado.

              - Uma das minhas muitas qualidades, eu sei. – Ele retrucou. – Enfim, eu acho que devíamos fazer algo de casais normais.

              - Como?

              - Bom, o Puddifoot é normal demais, fora que todos os casais já estão lá já que ninguém pode nem dar um abraço... – Fred ponderou, revirando os olhos. – E se fôssemos na Dedosdemel?

              - Tudo bem por mim. – Sorri, segurando sua mão enquanto caminhávamos para a loja, que estava um tanto quanto cheia, como sempre.

              Fred me provocou com os Ratos Pirulitos, me deu um susto quando quase jogou uma Lesma de Geleia em mim e fingiu duelar comigo com as Varinhas de Alcaçuz. Rimos muito, e acabamos comprando milhares de saquinhos de doces diferentes, Fred sempre pegando as coisas mais inusitadas e que a maioria deixa de lado.

              Quando Fred estendeu a mão direita para pagar sua parte no caixa, vi uma coisa que me deixou completamente perplexa: as costas de sua mão estavam cobertas em feridas feitas com sua própria caligrafia, com mensagens diversas. Quantos castigos ele fora capaz de pegar? Os machucados estavam em várias fases diferentes de cicatrização, e me repreendi por não ter notado uma coisa dessas antes.

              Esperei que saíssemos da loja para trazer o assunto à tona, enquanto Fred alegremente colocava vários Feijõezinhos na boca.

              - Fred?

              - Hm? – Ele respondeu, a boca cheia de doces.

              - Você tem que parar de se meter em encrenca, sabe? Eu vi sua mão na loja. – Disse, parando e segurando sua mão, colocando suas feridas à vista.

              - Mione, não se preocupe. Já perdeu o efeito de todo o castigo, nem doem mais. – Ele riu. – Aliás, ouvi dizer que garotas curtem meninos com cicatrizes. Me deixa mais bad boy, não acha?

              - É sério, Fred. Por favor. Quem sabe Umbridge também já não vê mais graça e resolve te expulsar de Hogwarts? E então, o que acontece? E se essas cicatrizes ficam para sempre, de tanto serem reabertas? – Gesticulava avidamente enquanto falava, cada vez mais exasperada.

              - Bom, eu não ficaria tão desolado em nenhum dos casos. – Ele deu de ombros. Quando viu meu olhar indignado, ele revirou os olhos, sorrindo. – Mione, é meu último ano nessa pocilga, você acha mesmo que eu me importaria de ser expulso? Não vou trabalhar no ministério de qualquer forma, e a loja já está praticamente encaminhada...

              - Fred... – Ia começar a falar, mas fui interrompida.

              - Não vamos discutir sobre isso, ok? – Ele segurou minhas mãos, sorrindo. – Mas, já que você se importa tanto, prometo que vou tentar não perturbar muito a aula da Dodo, combinado?

              - Certo... – Cedi. – Dodo?

              - Está com ciúme do apelido carinhoso?

              - Pelo jeito terei que ficar de olho... – Brinquei.

              Fred me deu um beijo casto, e continuamos a andar em direção ao castelo.


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Notas finais do capítulo

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